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segunda-feira, 11 de junho de 2018

CUIDADO: Nunca houve tantos modismos na dieta quanto hoje.

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O conselho é do especialista e médico Drauzio Varela, publicado neste domingo na Folha de São Paulo. Veja. É importante.

Na segunda metade do século passado, os serviços de saúde americanos decidiram considerar a gordura animal um veneno que obstruía coronárias e artérias cerebrais. A consequência foi o consumo excessivo de carboidratos, que disseminou a epidemia mundial de obesidade.

O início deste século assistiu ao nascimento de dietas surpreendentes: veganas, neandertais, sem lactose, sem glúten e até as que condenam tudo o que contém DNA (restariam as pedras, talvez).

Nos últimos dez anos, as dietas sem glúten ganharam notoriedade entre pessoas de poder aquisitivo mais alto. O número de mulheres que eliminaram esse componente encontrado no trigo, na cevada e no centeio explodiu.

A principal razão para o sucesso entre o público feminino não foi uma inesperada intolerância coletiva ao glúten, mas que suprimir esses três nutrientes faz perder peso, porque significa cortar pão, macarrão, bolos, biscoitos, tortas e outros carboidratos simples de índice glicêmico elevado.

Que fundamentos deram origem a essa ojeriza ao glúten, presente em nossas mesas desde que inventamos a agricultura, 10 mil anos atrás?

Existem pessoas geneticamente predispostas a disparar uma resposta imunológica autodestrutiva quando a mucosa dos intestinos entra em contato com uma proteína presente no glúten, a gliadina. Ao atacar a gliadina, glóbulos brancos imunologicamente ativados provocam uma reação inflamatória na mucosa, que atinge a camada abaixo dela.

Conhecido como doença celíaca, esse quadro é caracterizado por flatulência, diarreia, obstipação, cólicas, lesões de pele, emagrecimento e fadiga, entre outros sintomas.

O número de pacientes com diagnóstico de doença celíaca na população é proporcionalmente insignificante quando comparado aos que alegam benefícios ao evitar alimentos que contém glúten.

Numa discussão na revista Science, Kelly Servick calcula que, só nos Estados Unidos, vivam 3 milhões de pessoas sem doença celíaca que declararam guerra ao glúten. No Brasil, o número é desconhecido.

Descontadas as que seguem o modismo, uma pequena parte delas tem sintomas compatíveis com alergia a alguma proteína do glúten diferente da gliadina: flatulência, cólicas, diarreia, náuseas, fadiga e até dores articulares.