terça-feira, 7 de junho de 2016

Mercado orgânico deve faturar mais de 2 bi em 2016

Diretor do Conselho Brasileiro de Produção Orgânica Sustentável avalia que o consumo de produtos do segmento no Brasil tende a se assemelhar ao de cervejas artesanais a partir da busca pela exclusividade.

                       Imagem inline 1

A produção de orgânicos no Brasil, ainda visto como objeto de desejo para classes A e B, tem passado por uma curva ascendente. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estima que entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015, houve um aumento de 51,7% no número de produtores, concentrados em sua maioria na região Nordeste do País. Esse mercado deve movimentar, conforme perspectiva do Conselho Brasileiro de Produção Orgânica Sustentável (Organis), um aumento entre 20% e 30% no faturamento até o fim deste ano.

O diretor-executivo da Organis Ming Chao Liu avalia, porém, que a quantificação deste mercado ainda é incipiente, consequência da regulamentação recente.  A cultura e comercialização dos produtos orgânicos no Brasil foram aprovadas pela Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003, porém, a regulamentação de fato aconteceu em 2007, com a publicação do Decreto Nº 6.323. Liu conversou com Estadão PME sobre as perspectivas da produção orgânica no País, encabeçada essencialmente por micro e pequenos produtores.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estima que o mercado de produtos orgânicos deve faturar R$ 2,5 bilhões em 2016. Para a Organis, qual é o tamanho real deste segmento no Brasil?

Quando comecamos nossos trabalhos, em 2006, nossa pergunta era qual é o tamanho desse mercado. E não temos ainda uma resposta segura. Os únicos dados que o MAPA tem são das unidades produtivas, há uma falta de fontes dos dados secundários muito grande. A gente vem usando alguns instrumentos para estimar esse faturamento, mas sabemos que é um número muito conservador.

Conseguimos notar um crescimento desde o processo de regulamentação, em 2011, quando o MAPA teve condições de realizar um rastramento mais oficial dos números. Em países onde historicamente houve a regulamentação, como EUA, Canadá e Japão, foi possível notar um forte crescimento de investimento de empreendedores e de multinacionais entrando nesse segmento. Por aqui, esse movimento ainda não aconteceu.

Qual é a percepção do consumidor brasileiro em relação aos produtos orgânicos? 

A tendência do consumidor hoje é cada vez mais procurar produtos saudáveis, menos processados, mais funcionais, com garantia de origem. Nesse processo, o segmento de orgânicos tem um peso muito forte em função de como é certificado e como esses produtos são vistos. O mercado de saúde, que é um mercado muito maior, acaba puxando toda a demanda pelos produtos orgânicos em razão da garantia que eles oferecem de que não têm agrotóxicos, pesticidas. Isso tem feito com que a demanda por orgânicos tenha um forte crescimento.

Hoje, conseguimos detectar uma diversidade de produtos orgânicos nas gôndolas, que antes eram habitadas apenas por frutas e vegetais. Começam a aparecer, cada vez mais, produtos de maior valor agregado como barra de cereais, sucos, geleias. Porém, em outros segmentos, a coisa ainda não andou. Carnes, lácteos ainda não se desenvolveram rumo aos orgânicos. É um segmento que tem um alto valor agregado e há um espaço grande.

Os orgânicos ainda estão amadurecendo, criando um volume para um processo de agregação de valor, mas não ainda é um volume suficiente para uma indústria como Coca-cola, Pespi ou Danone incorporar e lançar produtos como elas fazem em outros mercados globais.

Qual é o papel do pequeno produtor na escala de orgânicos no Brasil?

Estamos em um estágio inicial em que o pequeno e médio empreendedor vem com a ideia, com a inovação para lançar algo diferente, e consegue lançar. Em uma segunda etapa, multinacionais ou maiores começam a entrar no segmento, por fusões e aquisisões dessas empresas menores. Agora, existe algumas centenas de empresas menores que, ao longo do tempo, vão ser compradas ou incorporadas. Porém, esse processo ainda não aconteceu.

A produção orgânica parte, essencialmente, dos micro e pequenos. Quando eu falo em médio empresário, me refiro a um faturamento acima de R$ 20 milhões. A grande maioria fatura menos de R$ 10 milhões por ano. Essa maioria, hoje, ainda está muito pulverizada. Não chegamos ainda na segunda etapa, de ter um número significativo de produtos. Está acontecendo. Algumas marcas já pensam em exportação, pois a demanda no exterior é muito alta. Até nos Estados Unidos e Europa, a demanda é muito maior do que a produção interna.

Isso cria oportunidade para os micro e pequenos quando eles têm um produto inovador, com algum ingrediente que só tenha no Brasil e que lá fora o importador possa contar uma história. É o que acontece, por exemplo, com o açaí, que é da Amazônia, tirado de forma artesanal por comunidades extrativistas, passa por uma pequena cooperativa.

O pequeno produtor de orgânicos no Brasil tem acesso fácil a linhas de crédito e programas de incentivo?

Com a regulamentação, em 2007, esperávamos que fossem criadas mais linhas de apoio, seja de abatimento fiscal, seja de financiamento. Hoje, as linhas que fazem esse financiamento são a nível do produtor e criadas antes da regulamentação. São raras são as linhas de maquinário, por exemplo. E é difícil para o micro e pequeno acessar essas linhas diante da burocracia.

Alguns Estados criaram linhas de apoio, ainda tudo voltado para o setor primário. No setor de processamento de indústria, só os médios conseguem algo. Ainda é muito pouco diante dos quase cinco anos de regulamentação. Não estamos nem no início, porque não foi criada uma única linha ainda. A diretriz não foi colocada em prática. Está se discutindo qual é o plano nacional da agricultura orgânica.

Os produtos orgânicos são tradicionalmente mais caros em relação aos convencionais. Quais são os parâmetros para a precificação?

Em termos globais, o orgânico sempre teve essse estígma de ser um produto caro e elitizado para uma classe A ou B. Para isso, há uma série de justificativas. Além passar por um processo diferenciado, a escala dele é menor. Pela lei de oferta e demanda do mercado, isso já se justifica.

Alguns países, no caso o Brasil também, têm feito com que o acesso do consumidor para os produtos seja feito com menos intermediários. Cidades como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre têm promovido feiras onde o consumidor vai direto ao consumidor, o que diminui os intermediários. Quanto mais você encurtar a cadeia de quem produz com o consumidor final, essa diferença minimiza.

O consumidor está condicionado a, quando há um produto diferenciado, pagar mais caro. Mas ele precisa saber porque ele é caro, não adianta só colocar o produto lá. Se mostrar para ele que não existe transgênico, que não existem sementes resistentes a pragas, não há uso de inseticida, pesticida, ele dá valor.

Existe uma associação direta entre o produto orgânico e o chamado 'gourmet'?

Não temos como negar que as redes de varejo buscam criar um diferencial para fidelizar o cliente. Redes que têm um perfil de consumidor A e B e que obviamente estão construindo um conceito, e isso tem um custo.

O orgânico, por si só, já é um produto diferenciado, que vai remeter muito mais ao artesanal local. O consumidor vai identificar aquilo não apenas como um produto, mas com quem o faz. É semelhante ao setor de microcervejarias. O que chama atenção do consumidor por uma cervejaria caseira? É o rótulo, os ingredientes, o método, a forma como ele está fermentando, a origem. Na essência, a cerveja é o malte o lúpulo, a cevada. Mas o consumidor entende que só ele está experimentando aquilo.

Da perspectiva do produtor, esse apelo faz com que o pequeno busque essa diferenciação e entre para o setor.

Como a crise econômica afeta esse segmento?

Naturalmente, o pequeno produtor consegue ter flexibilidade em relação ao produto. É diferente de uma grande empresa que, se decide mudar radicalmente, não tem nem condições de achar fornecedores para girar o volume que ele tem e nem tempo e escala para brincar com isso. Os micro conseguem e isso faz com que o mercado de orgânicos seja visto com produtos inovadores e diferenciados.  

Por a escala deles ser menor, o impacto da crise no fluxo de caixa é menor também. Mesmo em tempos de crise, o que está motivando o consumidor é comprar produtos que estejam trazendo benefícios para ele. Se ele consegue enxergar que o produto não é apenas uma marca, não é apenas uma propaganda, ele vai consumir. Hoje o consumidor é um médico pesquisador individual. Se ele ouviu falar que o produto faz bem, ele vai procurar aquele produto na internet e vai consumir. 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Cooperação ampliará a produção de frutas no Estado do Rio

 Proposta é investir em boas práticas no cultivo de frutas, ampliando a capacidade da fruticultora fluminense.


                

 A Secretaria de Agricultura e a Ambev assinaram termo de cooperação para ampliar a produção de frutas no estado. O intuito é que parte dos sucos Do Bem, empresa que passou a fazer parte do portfólio de não alcoólicos da Ambev, possa ser produzida com frutas cultivadas por pequenos produtores da região fluminense.

Neste primeiro momento, a parceria vai avaliar a vocação produtiva desses locais e indicar as melhores frutas para cada um deles. Após esse estudo de viabilidade, a proposta é investir em boas práticas no cultivo de frutas, ampliando a capacidade fruticultora em diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro.

Um próximo passo da Ambev é a utilização das frutas cultivadas localmente na fabricação dos Sucos do Bem, na fábrica de Cachoeira de Macacu, caso a compra da unidade seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

– Estamos contentes em poder fomentar as boas práticas na produção de frutas no estado, afinal unimos duas partes importantes de nossa história: as frutas e o Rio. Este anúncio só reforça o que já dissemos no momento da parceria: nossa meta de levar as bebidas para mais consumidores se tornou real, por isso precisamos de mais frutas – disse Marcos Leta, fundador da marca.

sustentabilidade

O secretário de Agricultura, Christino Áureo, destacou que o trabalho desenvolvido pela pasta segue os preceitos de sustentabilidade.

– Estimulamos as cadeias produtivas ao invés de focar nos produtos isoladamente. Essas iniciativas têm como base o programa Rio Rural, que através de recursos do Banco Mundial, promove a agricultura sustentável. Atualmente, trabalhamos em 350 microbacias hidrográficas, atendendo a 48 mil famílias. Com esta assinatura, vamos fomentar a produção de frutas para abastecer essa iniciativa – afirmou Áureo.

ES - Batata Baroa é opção de rentabilidade para produtores

Ela é ótima para crianças, em forma de purê, ou para pessoas com diabetes. O Espírito Santo está se tornando uma grande região produtora do alimento.

               


Cenoura amarela, mandioquinha-salsa, ou simplesmente batata baroa são alguns dos nomes desta hortaliça que tem sido boa opção de cultivo para produtores do MLP de Contagem. Entre 2012 e 2015, o preço médio do quilo no atacado passou de R$ 1,15 para R$ 2,24, permitindo cobrir a elevação dos custos de produção no mesmo período, segundo afirmam agricultores. Boa procura e possibilidade de aguardar a melhor época de colheita em função da situação dos preços também têm contribuído para valorização do produto.

Entre 2012 e 2015, enquanto o preço médio subiu 94,7%, a oferta caiu 17,7%, passando de 6,2 mil toneladas para 5,1 mil t. em 2015. De acordo com o produtor Dayan Carlos Silva, do município de Espírito Santo do Dourado, no Sul de Minas, a alta dos custos com mão-de-obra, além de água, combustível e energia para irrigação explicam a elevação do preço médio nos últimos anos.

Outro fator que ajuda a explicar é a possibilidade de o produtor aguardar a melhor época para colheita. ?O ciclo entre o plantio e a colheita é de 9 meses, mas podemos esperar até 1 ano e meio, sem estragar o produto no solo. Se o mercado estiver fraco, podemos aguardar o melhor momento para trazer a mercadoria. Assim, conseguimos um rentabilidade melhor?, explica.

Neste mês de maio, Silva tem comercializado a caixa de 20 quilos de R$ 70 a R$ 80. Mesmo com o aumento da procura, comum com a chegada do frio, Silva ressalta que as vendas caíram. ?Na mesma época do ano passado, chegava a vender em torno de 300 caixas em um dia bom de mercado. Atualmente, esse movimento fica entre 150 e 180 caixas?.

Outro produtor que reclama da alta dos custos é Walney Rodrigues Palhares, que tem propriedade em Ouro Branco (MG). ?Há cerca de 2 anos, uma caixa que fosse comercializada a R$ 50 cobria os custos. Hoje em dia, tem que ser de no mínimo R$ 70?, afirma.

Ele diz que tem conseguido manter o preço de sua mercadoria estável, em torno de R$ 80 há cerca de 1 ano. Palhares prevê que, após demissões em grandes empresas na região, a mão-de-obra na lavoura fique mais acessível.

Sul de Minas assume liderança

Entre 2011 e 2015, a participação dos municípios do Sul de Minas passou de 16,6% do total ofertado da hortaliça para 47,4%, com destaque para os municípios de Pouso Alegre e Espírito Santo do Dourado. No ano passado, Pouso Alegre ficou em 1º lugar como município ofertante de baroa no entreposto de Contagem da CeasaMinas, respondendo por 15,49% do total.

Outros municípios da mesma região, como Espírito Santo do Dourado, também têm se destacado. De acordo com Dayan Silva, a produção local de cenoura amarela é favorecida pela manutenção do clima mais frio. ?O ideal é que a temperatura média anual fique em 17 graus?, explica.

Já o município de Ouro Branco, a 96 km da capital, passou de 1º para 4º lugar como ofertante de baroa, entre 2012 e 2015. Newton Carvalho dos Santos, um dos produtores do município, atribui a queda da produção ao aumento da temperatura na região de Ouro Branco, o que também eleva os custos. ?Quanto mais quente, maior também a necessidade de irrigação?, explica. Como resultado, ele estima que sua safra, que se encerra dentro de 2 meses, deva ser 30% menor que a anterior.

Baroa pré-embalada

É comum encontrar no mercado as baroas pré-embaladas em bandejas com filme plástico. Esta opção ainda é pouco representativa no atacado, frente às caixas de 20 quilos. Segundo os produtores, as bandejinhas são procuradas basicamente por sacolões menores.

Ainda assim, representam uma boa opção para agregar valor à hortaliça, já que 500 gramas pré-embaladas do tipo miúda podem ser comercializadas em torno de R$ 2. Além disso, é opção para reduzir as perdas na lavoura, ao permitirem o aproveitamento de um tipo menos comercial da hortaliça.

Novas variedades são até 80% mais produtivas

Notícia veiculada pelo site da Embrapa Hortaliças em maio destacou a validação de duas novas variedades de mandioquinha-salsa ou baroa em Minas Gerais. As variedades BRS Rúbia 41 e BRS Catarina 64, ou tão somente Rúbia e Catarina, foram desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF).

Comparadas com a cultivar amarela Senador Amaral, que detém 95% da área cultivada, a Rúbia e Catarina são entre 60 a 80% mais produtivas. Ou seja, onde o produtor colhia 100 caixas da Senador Amaral passa a colher até 180 caixas. Com esses resultados, cresce a demanda por mudas das cultivares, que devem disponibilizadas no próximo ano, segundo a Embrapa Hortaliças.

Alimentos ricos em vitaminas para a gestante e para o bebê

A gestação é um momento especial. Principalmente para a mamãe, para quem  todo o cuidado é redobrado. Com isso a alimentação é fundamental, pois se tudo o que a mãe ingere o bebê recebe, é essencial fazer a escolha certa. 

                        Ameixa tem muita fibra
                  
  
                    
            Os legumes e as frutas devem estar presentes em todas as refeições, pois são deles que o corpo absorve as vitaminas que irão fazer bem tanto à mulher quanto na formação do novo ser. Veja algumas dicas de alimentos ricos para essa fase que a CEAGESP trouxe!

            Vegetais VERDE-ESCURO merecem atenção maior, por possuírem ferro que auxilia no desenvolvimento do bebê. O espinafre, por exemplo, contribui para a formação do sistema nervoso fetal e previne a anemia da mãe.

            O OVO têm papel fundamental para ajudar na formação do filho, pois ele contêm mais de 12 vitaminas e minerais, sem esquecer que traz uma boa quantidade de proteínas. Essas substâncias são essenciais para estimular a produção de células no organismo do pequeno.

            A LARANJA é aliada tanto da mamãe quanto do bebê, pois tem vitamina C, que ajuda na absorção de ferro e minerais, auxilia na formação dos vasos sanguíneos, na produção de colágeno da pele, nos ossos e na cartilagem de ambos, e contribui ainda no fortalecimento do sistema imunológico da mãe.

            A AMEIXA possui fibras que evitam a prisão de ventre nas mamães, algo que infelizmente é comum entre as gestantes.

            A UVA contém uma grande quantidade de ácido fólico, substância rica para a formação do cérebro e da medula espinhal do embrião.

Dicas da semana: cenoura, brócolis e tomate




                      Imagem inline 1


Semanalmente, a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta, para você se alimentar bem e economizar mais. Confira a lista dos produtos:

PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Melão amarelo, banana nanica, uva niágara, tangerina cravo, caqui rama forte, abacate margarida, melancia, carambola, laranja pera, laranja seleta, laranja lima, jaca, coco verde, beterraba, tomate, cenoura, pepino comum, pepino caipira, pimentão verde, gengibre, inhame, berinjela, abobrinha italiana, mandioca, abóbora moranga, brócolis ninja, rúcula, acelga, nabo, salsa, cebolinha, escarola, alface crespa, alface lisa e americana, milho verde, canjica.

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Atemoia, maracujá azedo, figo roxo, caqui rama forte, tangerina poncam, mamão formosa, abacate fortuna, caju, abacaxi havaí, lima da pérsia, acerola, graviola, abóbora japonesa, abóbora paulista, pimenta cambuci, pimenta americana, rabanete, beterraba com folha, agrião, erva doce, alho porró, couve flor, repolho verde, espinafre.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Caqui fuyu, goiaba vermelha, mamão papaia, manga tommy, uva itália, morango, maçã nacional, maçã importada, pera importada, limão taiti, manga hadem, abóbora seca, batata doce amarela, pimentões vermelho e amarelo, chuchu, ervilha torta, quiabo liso, mandioquinha, vagem macarrão, repolho roxo, brócolis, coentro, couve manteiga, alho argentino, alho nacional, batata lavada e ovos.

Qual a trajetória dos doces pelo mundo?

Livro conta trajetória dos doces e ensina a prepará-los. Obra sobre confeitaria mundial é do mestre-confeiteiro Angelo Sabatino Perrella. Estamos publicando seis receitas em uma segunda matéria no Qsacada.

                   Imagem inline 1

Desde menino, uma pergunta sempre passava pela cabeça de Angelo Sabatino Perrella quando ele se deslumbrava com as cores e os sabores dos doces da confeitaria da família, onde nasceu e cresceu: “Quem inventou essa delícia?”. O mestre-confeiteiro só pensou em responder o enigma quando foi ajudar o filho a fazer um trabalho de escola sobre o descobrimento do Brasil.

— Comecei a ler com ele a carta de Pero Vaz de Caminha. Lá estava escrito que, em 24 de abril de 1500, subiram à nau dois índios com a pele dourada do sol e lhes deram o que comer. E ofereceram fartel, um doce português. Percebi que ali estava o primeiro doce comido por um brasileiro! Era uma época sem internet e tive que pesquisar em bibliotecas. Fui seguindo as pistas de cada história que encontrava — lembrou Perrella, de 60 anos, que é também professor e consultor na área.

‘Na carta de Pero Vaz de Caminha, estava escrito que, em 24 de abril de 1500, subiram à nau dois índios. E ofereceram fartel, um doce português. Foi o primeiro doce comido por um brasileiro!’

A pesquisa por receitas históricas rendeu primeiro um livro sobre a história da confeitaria mundial. Agora, ele partiu para outra empreitada e lançou “Receitas históricas da confeitaria mundial” (Ed. Senac), junto com a mulher, a publicitária Myriam Perrella. Além do desafio de escalar uma seleção de doces do todo o mundo que conquistaram corações e mentes através de gerações, foi preciso modernizar o modo de preparo. Algumas receitas somavam centenas de anos, exigindo a conversão para medidas usadas nas cozinhas atualmente. A receita original do fartel que foi servido aos índios na caravela, por exemplo, levava “oito arráteis” de açúcar. Um arrátel corresponde a 420 gramas.

— Tive que pesquisar as receitas e adaptá-las para os dias de hoje. Eu e o chef Marcelo Magaldi fizemos os doces do livro e os fotografamos. Ficou de fora o alemão baumkuchen, o bolo árvore, que precisa de uma máquina para ser produzido. dele temos apenas as imagens antigas. Não fizemos também o italiano sanguinaccio, que é muito exótico. Tem que matar um porco e colher o sangue. Depois descobri que ele é feito no Brasil, no Recife. — contou.

Na maratona açucarada, Perrella, que é proprietário da confeitaria paulistana Asti, disse que o doce que mais o surpreendeu foi o bolo Luís Filipe, que leva a bandeira brasileira. A receita, relativamente simples, contém leite de coco e queijo parmesão e é muito saborosa. Complicado mesmo foi fazer sfogliatella, que precisa de três dias de preparo:

- É um doce cheio de camadas. Pense numa massa de pastel tão fininha que você consegue ver os fios da mesa. Vou untando com manteiga e enrolando. Fica como um salame. Aperto e faço cortes de um centímetro. Imagine agora uma serpentina, que você pega o miolo e põe para fora, formando um cone. Aí recheio e ponho na geladeira. Um dia para fazer a massa, outro para rechear e o terceiro para assar. Pouca gente o faz.

O livro mostra como os povos usaram os principais ingredientes da confeitaria ao longo do tempo. No princípio, era o mel que hipnotizava paladares. No Sul da Espanha, foram achados desenhos em cavernas que representavam o homem colhendo mel em uma colmeia. Já o imbatível chocolate — o cacau era tido como fruto sagrado por maias, toltecas e astecas — fazia parte de cerimônias de matrimônio no século XII: uma iguaria amarga e apimentada, que podia ser misturada ao vinho ou ao purê de milho fermentado.

O açúcar tem sua origem atribuída à Índia, mas é provável que tenha vindo da Nova Guiné, revela o livro. "Por volta do primeiro milênio a.C., os hindus já possuíam um engenho de onde extraíam o suco da cana e produziam o açúcar cristal, usado como tempero junto com outras especiarias". Curiosamente, para os europeus que compravam o açúcar de terras longínquas e a alto preço, ele tinha poderes curativos e passaram a usá-lo com fins medicinais.
Fartel: doce português foi oferecido a índios no descobrimento do Brasil - Reprodução

O autor destaca a confeitaria de alguns países, como Portugal, que tem como carro-chefe os doces conventuais. No século XIX, no reinado de dom Afonso VI, as ordens religiosas foram dissolvidas e tiveram seu patrimônio confiscado. Para sobreviver, conventos e mosteiros passaram a se dedicar à produção de doces. Revoltados, religiosos passaram a batizar seus produtos com nomes relacionados a queixas e confissões amorosas: beijinho, bem casado, sonho, suspiro. Houve ordens que se inspiraram no seu próprio repertório e criaram o pudim do abade, manjar do céu ou o bolo da abadessa. E até as que apelaram para sátira: sopapo, barriga de freira e baba de moça. A tradição dos doces feitos com gemas também vem dos conventos: as freiras usavam as claras para engomar as roupas.

Alguns doces têm sua origem reivindicada por mais de um país. É o caso do francês crème brulée. Na Inglaterra, é chamado de Cambridge burnt cream. Na Espanha, é crema catalana e pode conter limão ou laranja. A primeira receita foi encontrada em um livro escrito por François Massialot (1660-1733). O cozinheiro francês costumava ser contratado por duques e marqueses. Apesar de alguns doces nos remeterem de imediato à sua nacionalidade, como os brioches e os pastéis de Santa Clara Perrella diz que a globalização mudou completamente o senso de identidade:

— Sabe quem ganhou o concurso mundial de confeitaria de 2015? O Japão. E com massa folhada. O confeiteiro fez um doce com uma facilidade absurda e ficou muito bom.

Friozinho com sopas, saladas quentes e frutas


Frutas assadas ao vinho

              

A nutricionista do Oba Hortifruti, Letícia Amaral, preparou cinco dicas simples para não abandonar opções vegetarianas durante os meses de frio. Veja a seguir

1) Sopas e caldos são excelentes para nos manter aquecidos e ajudam na sensação de saciedade. Para deixar o prato menos calórico e mais nutritivo, abuse dos legumes e das verduras. Use mandioquinha, cará ou inhame para deixar o caldo mais grosso e suculento.

2) Sirva esses ingredientes combinando-os com as receitas do dia a dia. Prepare, por exemplo, um arroz com brócolis, cenoura e outros vegetais. Já o caldo do feijão pode ser incrementado com a água de cozimento dos legumes.

3) Saborear um prato de refrescantes folhas frescas não é muito animador nas baixas temperaturas, por isso, invista em saladas quentes, que levam legumes e verduras cozidos, refogados ou grelhados.

4) Use ervas e especiarias aromáticas, como coentro, cominho, gengibre e páprica para temperar os alimentos, pois eles possuem propriedades termogênicas, ou seja, ajudam a acelerar o metabolismo e dão a sensação de aquecimento ao organismo.

5) Na hora da sobremesa, invista nas frutas, mas em versões assadas, cozidas ou em forma de creme. Banana, maçã e pera ficam bem saborosas quando preparadas dessas maneiras e podem ser servidas ainda quentes.