quinta-feira, 12 de maio de 2016
Legumes caem de preço em abril, afirma Ceagesp
Índice de preços publicado mensalmente pela maior central de abastecimento do país registrou recuo de 0,75% em abril. A vagem macarrão e o tomate foram os que mais recuaram no mês passado.
O Índice de preços da CEAGESP apresentou retração de 0,75% em abril. O setor de legumes, com queda de 11,88% dos preços praticados contribuiu para a baixa de preços. No sentido oposto, o setor de diversos subiu 15,81%, influenciado principalmente pelas altas de alho e batata. As quedas, pouco expressivas devem se intensificar no próximo trimestre. Ainda são esperadas reduções de preços mais acentuadas em razão, principalmente, do aumento da quantidade ofertada e melhora da qualidade ocasionadas pelas condições climáticas mais satisfatórias.
Em abril, o setor de frutas subiu 0,01%, ou seja, permaneceu muito próximo da estabilidade. As principais elevações foram da carambola (48,3%), limão taiti (39,8%), mamão papaya (37%), manga tommy Atkins (22,4%) e manga palmer (14,6%). As principais quedas foram do caju (-41,2%), melão amarelo (-29,5%), atemoia (-26,1%), uva niagara (-12,8%) e maracujá doce (-9,4%).
O setor de legumes registrou queda de 11,88%. As principais baixas foram da vagem macarrão (-39,4%), tomate (-22,9%), abobrinha brasileira (-21,4%), pimentão verde (-21,3%) e jiló (-21,1%). As principais altas foram do pimentão amarelo (38,1%), beterraba (26,7%), abóbora japonesa (22,7%), mandioca (10,9%) e chuchu (10,7%).
O setor de verduras recuou 0,33%. As principais quedas foram da couve-flor (-43,4%), brócolis ninja (-27,3%), couve (-21,7%), erva doce (-18,6%) e mostarda (-15,1%). As principais altas foram da cebolinha (64,95), salsa (56,7%), alho porró (25,2%), repolho (14,7%) e almeirão (12,9%).
O setor de diversos subiu 15,81%. Os principais aumentos foram do alho nacional (52,5%), alho estrangeiro (51,6%), batata comum (24,6%), e amendoim (8,6%). Somente os ovos brancos (-7%) e vermelhos (-4,8%) registram retração no setor.
O setor de pescados registrou alta de 3,89%. As principais elevações foram da sardinha fresca (39,9%), salmão (39,3%), cação (9,1%) e pescada (4,2%). As principais quedas foram da lula (-33,6%), corvina (-32,9%), betarra (-25,3%), polvo (-12,4%) e tainha (-11,5%).
O volume comercializado no entreposto de São Paulo caiu 3,31% em abril de 2016. Foram comercializadas 273.860 toneladas ante 283.233 comercializadas em abril de 2015. No acumulado do trimestre foram negociadas 1.083.066 toneladas em 2016 ante 1.129.846 em 2015. Queda de 4,14%.
Índice CEAGESP
Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.
terça-feira, 10 de maio de 2016
Óleo de soja puxa Índice mundial de preços de alimentos da FAO
Avanço dos preços de óleos vegetais superou queda de laticínios e açúcar. Cereais, por sua vez, também avançaram 1,5%.
O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) atingiu 151,8 pontos em abril, com alta de 0,7% ante março. O avanço "relativamente forte" dos preços dos óleos vegetais, somado a um ganho moderado nas cotações de cereais, superou a queda dos laticínios e açúcar. A alta verificada em abril é a terceira consecutiva, aponta a FAO.
O índice considera uma média ponderada dos preços internacionais de cinco grupos de commodities: cereais, óleos vegetais, laticínios, carne e açúcar.
Os óleos vegetais lideraram o movimento, registrando um avanço de 4,1% em abril na comparação com março, para 166,4 pontos. O óleo de palma foi o componente que mais se valorizou no período, atingindo a máxima dos últimos 17 meses, sustentado por temores de produção baixa em 2016 e demanda global crescente. As cotações internacionais do óleo de soja também ficaram firmes, diante de condições menos favoráveis à produção na América do Sul.
Os cereais, por sua vez, avançaram 1,5%, muito próximos dos 150 pontos. Os preços do milho foram os que mais avançaram, influenciados pelo dólar mais fraco e acompanhando a alta nos óleos vegetais. Ainda assim, condições climáticas favoráveis e a expectativa de grande oferta na nova safra limitaram os ganhos no trigo. A FAO apontou que os preços, apesar da alta em abril, estão 10,4% abaixo em relação ao mesmo mês do ano passado.
No segmento de laticínios, houve queda de 2,2% na mesma base de comparação, para 127,4 pontos. Os preços de todos os lácteos caíram no período, prejudicados por ampla oferta global e demanda limitada em mercados tradicionalmente importadores. Assim como no último mês, manteiga e queijo registraram uma queda mais acentuada, pressionados pelo crescimento dos estoques em países exportadores.
O índice de preços do açúcar ficou em 215 pontos, 1,7% inferior ao verificado no último mês. A queda reflete a ampla disponibilidade de açúcar para exportação no Brasil, onde se espera que a safra 2016/17 seja a segunda maior da história. Também há a expectativa de que haja uma redução do uso da cana-de-açúcar para produção de etanol. Ainda assim, a perspectiva de déficit global pelo segundo ano consecutivo limitou as perdas.
O Índice de Preços de Carnes ficou 0,8% abaixo do verificado em março, atingindo 146,6 pontos. Os níveis de preço das carnes de porco e frango ficaram praticamente estáveis, refletindo um bom equilíbrio entre oferta e demanda. A carne de carneiro avançou, enquanto a carne bovina registrou a maior alta. Fornecimento limitado e um avanço da demanda norte-americana levou os preços de exportação na Austrália ao maior nível desde outubro de 2015.
Fonte Globo Rural
Brasil tem fazenda que produz arroz sem agrotóxico
Fazenda em Sentinela do Sul (RS) é referência em agricultura biodinâmica. Sistema trabalha em harmonia com a natureza e foi desenvolvido há quase um século.
A fazenda gaúcha Capão Alto das Criúvas, no município de Sentinela do Sul, produz mais de mil toneladas de arroz por ano, sem usar agrotóxico nem adubo convencional.
É uma fazenda modelo em agricultura biodinâmica. Esse sistema, que trabalha em harmonia com a natureza, foi desenvolvido há quase um século e é hoje praticado no mundo todo.
A colheita é tempo de muito trabalho. A família Volkmann produz arroz na terra há mais de 30 anos. O cultivo é feito em áreas de várzea, onde a planta cresce dentro da água. A lavoura tem 200 hectares. Metade na fazenda e metade em áreas arrendadas ao redor.
“A média de produtividade varia muito em função das variedades. O agulhinha pode chegar a média de 7 a 7500 kg/há”, diz João Volkmann, agricultor.
A fazenda pertence a oito irmãos. João, que também é agrônomo, é quem cuida da propriedade. Ele explica que toda a produção é beneficiada no local e é a própria família quem faz a comercialização.
Agulhinha, negro, cateto, nas versões polido, integral e misturado. São as variedades e formas de beneficiar o arroz, da fazenda Capão Alto das Criúvas, que produz por ano, algo em torno de mil toneladas de arroz.
Tudo é produzido seguindo os conceitos da biodinâmica, sistema de produção nascido na Alemanha no começo do século 20.
“Os cultivadores de alfafa tinham o costume de semear e durante 18 anos consecutivos cortar aquele mesmo pé de alfafa. Ao final dos anos 1800 e começo de 1900, as plantas já não duravam 18 anos. A perda de vigor de vitalidade nas plantas...”, explica João.
Os agricultores decidiram pedir ajuda a um austríaco que tinha conceitos e ideias inovadoras para a educação, espiritualidade e até para a medicina: Rudolf Steiner, criador da antroposofia e da pedagogia Waldorf. Steiner fez uma série de oito palestras na Alemanha, que originaram os conceitos e práticas dessa agricultura feita em parceria com o meio ambiente.
A biodinâmica respeita os processos que naturalmente acontecem no solo, nas plantas, nos animais. Dentro desse contexto, o homem funciona como um maestro que rege, orienta e auxilia aquilo que a natureza faz com perfeição e de graça. É um sistema onde sustentabilidade não é meramente um conceito, e sim uma prática cotidiana.
Como na agricultura orgânica, a biodinâmica não usa veneno ou adubos convencionais, mas também segue outras regras que esta reportagem traz adiante. A primeira delas é tratar a propriedade como um organismo onde tudo está integrado. Para isso é preciso construir uma paisagem.
PAISAGEM
“Todos os ambientes da paisagem contribuem de alguma forma. A área de pasto vai servir para os animais, a área mais fértil para a produção dos cereais, a área mais íngreme para a produção de madeira, que é usada para a produção de energia e secagem do arroz e também para as construções, e assim a gente pode proteger a mata nativa”, explica.
A área de reserva florestal da fazenda é de 35%, 15% mais do que exige a lei. O que garante a presença de muitos animais silvestres, como os simpáticos bugios que aparecem todo dia para comer os frutos de uma imensa figueira.
Um estudo realizado pela Universidade estadual do Rio Grande do Sul encontrou uma grande variedade de animais silvestres. Só de pássaros foram 246 espécies.
AUTOSSUFICIÊNCIA COM SUSTENTABILIDADE
A riqueza ambiental nos leva à segunda regra da biodinâmica. A ideia é que fazenda seja independente e produza tudo o que é necessário para o funcionamento da propriedade. Por isso, toda fazenda biodinâmica tem que criar animais. Na fazenda se trabalha com vacas e búfalas.
“Se adapta mais à ecologia da região do que o gado europeu. A búfala dá cria em janeiro e fevereiro quando há sobra de pasto muito grande”.
Os animais têm outra função importante: produzir esterco. Depois da colheita do arroz, raízes e a palhada ficam no campo. Durante o inverno, os animais entram na área de lavoura para comer a resteva.
“E fazem o processamento da palha. Imagina se tivesse que pegar o facão, picar toda essa palha, triturar e fazer o que é um esterco?”.
O processo de compostagem do esterco com a palha acontece naturalmente na lavoura. Assim, temos outra regra da biodinâmica: construir fertilidade no solo, produzindo húmus.
HÚMUS
O húmus, a parte que tem mais matéria orgânica vai estar bem na superfície e a tendência é que vai aprofundando o solo vai ficando mais pobre até chegar na argila pura, que é o solo mais mineral.
Funciona assim: as folhas, galhos e flores que caem no chão passam por um processo de decomposição feito por minhocas, insetos, microorganismos e fungos que vivem no solo. São eles que transformam tudo em húmus. Um trabalho lento, mas que pode ser perdido rapidamente:
“Um ano você consegue diminuir em 1% a matéria orgânica. E para recuperar esse 1% de matéria orgânica você leva 10 anos”, alerta. Para auxiliar os processos naturais, Rudolph Steiner desenvolveu alguns produtos: os preparados biodinâmicos.
PREPARADOS BIODINÂMICOS
Eles são feitos com ervas medicinais, esterco, cristais e alguns órgãos animais, como explica Sebastian Calquin, genro do agricultor João. Ele é chileno, mas já fala bom português:
“Os preparados biodinâmicos têm a função de apoiar os processos biológicos que acontecem no solo, que são a base da fertilidade do solo, e também os processos que acontecem na planta, que permitem produzir um alimento vital, um alimento com vitalidade”.
Há dois tipos de preparado: os de ervas medicinais são usados para compostagem: “A gente consegue produzir um composto que é nutritivo e consegue aportar o que cada planta precisa para o seu desenvolvimento”, diz.
O outro grupo de preparados são os feitos com chifre de vaca, como o chifre esterco: “Nós colocamos em um chifre, de uma vaca que já pariu, esterco de uma vaca que também já pariu, ele fica durante um tempo enterrado na terra e nós usamos esse preparado para ajudar nos processos de decomposição na terra”, explica.
Tem também o chifre sílica, feito da mesma forma, só que com cristais moídos.
Antes de ir para o campo, os preparados têm que ser dinamizados. Processo em que uma pequena quantidade do produto é colocada na água e agitada por uma hora. Assim, se transfere para a calda todas as energias que a sílica e o esterco absorveram da natureza durante o período em que ficaram enterrados.
“Ele vai trazer tudo aquilo que ficou esquecido. Qualidade, aroma, sabor, cor, durabilidade na prateleira”, explica João.
O uso dos preparados mudou a paisagem da fazenda. Ela pertence à família Volkmann há mais de meio século, mas passou anos arrendada para o cultivo convencional de arroz e soja.
“As áreas íngremes que estavam muito dilaceradas, com muito problema de erosão. Então tratamos de ter pecuária na parte de cima, com roçadas e aplicação de preparados e regenerando, regenerando lentamente”, conta.
Hoje a fazenda é um modelo de agricultura biodinâmica. Recebe gente do Brasil e do mundo todo para aprender sobre o sistema.
Esse é o assunto da segunda parte da reportagem, onde você também conhece a nova geração da família Volkmann, que já trabalha para ampliar e diversificar a produção.
Fonte Globo Rural
Cebola e batata, os alimentos que mais subiram de preços
Em uma década os alimentos subiram 129% em dez anos; cebola (438,99%) e batata (393,76%)) fora os que mais dispararam. Problemas climáticos e aumento da demanda podem explicar a alta dos preços.
Cebola, a recordista
Em dez anos, alimentos e bebidas aumentaram 129%, segundo IBGE. Para quem costuma ir à feira e ao supermercado, não é novidade: os alimentos e bebidas subiram bem acima da inflação nos últimos anos. Desde 2007, a alta média de preços desse grupo bateu em 129% – enquanto isso, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 77,4%, segundo Eulina Nunes, coordenadora de índice de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE).
Para alguns alimentos, no entanto, a alta foi ainda mais forte. Itens que frequentam bastante a mesa do brasileiro chegaram a subir mais de 300%.
É o caso da cebola, que ficou 438,99% mais cara desde janeiro de 2007. Já o preço da batata inglesa subiu 393,76%, enquanto o da tangerina, 390,95%. (veja a lista dos itens que mais e menos subiram no período no final desta reportagem – ou clique aqui para ver a lista completa)
“[A alta de alimentos ocorreu] principalmente por problemas climáticos, não só no país, como no mundo todo. E isso aliado também porque, e hoje está vendo contenção da demanda, a demanda cresceu muito, principalmente com os países emergentes, como Índia, China. E a renda do país [Brasil] que aumentou nesse período. Então, houve uma demanda muito mais forte sobre os alimentos”, explicou Eulina.
Por outro lado, para quem gosta de peixes a notícia é boa: o peroá, o pintado e o linguado ficaram mais baratos nos últimos dez anos. As quedas de preços foram de 23,15%, 8,48% e 0,64%, respectivamente – boas ideias para quem quer economizar no cardápio de casa.
Alta em abril
Em abril deste ano, apesar de terem subido menos de um mês para o outro (de 1,24% para 1,09%), os alimentos exerceram uma das principais influências, porque têm um peso muito grande no bolso do consumidor. A alimentação fora de casa também subiu em uma velocidade menor, de 0,68% em março para 0,50% em abril. Os números de abril foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (6).
"Alimentação, embora tenha ficado um pouco abaixo [do mês anterior, quando ficou 1,24%], continua apresentando preços elevados, taxa relativamente alta com 1,09%. E é um grupo que responde por um quarto das despesas das famílias”, afirmou.
Veja os itens com maior alta de preços de janeiro/07 a abril/16
Cebola: 438,99%
Batata-inglesa: 393,76%
Tangerina: 390,95%
Mandioca (aipim): 372,87%
Abóbora: 337,02%
Cenoura: 336,36%
Repolho: 290,14%
Pimentão: 275,90%
Polpa de açaí: 270,33%
Mamão: 266,64%
Veja os itens que menos subiram de preços entre janeiro/07 e abril/16
Peixe - peroá: -23,15%
Peixe - pintado: -8,48%
Peixe - linguado: -0,64%
Cogumelo em conserva: -0,57%
Bacalhau: -0,53%
Abacate: 3,83%
Leite com sabor: 7,15%
Peixe - badejo: 14,20%
Leite fermentado: 14,53%
Feijoada em conserva: 21,07%
Tainha a preço de banana em Santa Catarina
Praias do Sul de SC ficaram tomadas por peixes neste sábado (7/5).'Essa quantidade foi pega em um só lance', diz dono de barco. Pescadores capturaram 40 toneladas de tainhas na Prainha do Farol de Santa Marta, em Laguna, no Sul de Santa Catarina.
"Essa quantidade foi pega em um só lance", disse o pescador Aldo Santiago, dono do barco. Ele nunca havia presenciado um cerco tão grande na região. "Faz 50 anos que isso não acontece", disse.
Um vídeo gravado pelo fotógrafo Elvis Palma (assista abaixo) registrou a alegria dos pescadores da região, que tiveram a ajuda de moradores para trazer os peixes para areia. "Foi a comunidade toda, era muita gente", contou Aldo.
A temporada de pesca artesanal da tainha começou no último domingo (1/5) em Santa Catarina. Somente nas primeiras horas, 5,6 toneladas do peixe foram capturados no estado.
“Esta é melhor largada da safra dos últimos 10 anos no estado, isso nos leva a postar em um resultado superior da pesca em relação a anos anteriores”, disse o presidente da Federação Catarinense de Pescadores, Ivo da Silva.
A expectativa da entidade é chegar as 1,8 mil toneladas até o fim da safra.
Salmão perde o encanto com preços altos
Peixe mais caro faz restaurantes japoneses adaptarem cardápio. Preço do salmão importado do Chile subiu quase 60% desde janeiro. Para não repassar valores, alguns locais optaram por reduzir tamanho dos pratos.
Ceagesp apontou aumento, no atacado, em 58,6%.
Com a disparada do preço do salmão, restaurantes japoneses estão buscando saídas para não encarecer o cardápio. A solução tem sido trocar fornecedores, substituir o peixe por opções mais baratas e até diminuir o tamanho dos pratos, para evitar a fuga de clientes que passaram a comer menos fora de casa.
O quilo do salmão ficou 58,6% mais caro entre janeiro e abril deste ano, passando de R$ 23,89 para R$ 37,89, segundo dados da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), um dos principais fornecedores a restaurantes paulistanos. A alta ficou bem acima do setor de pescados, que saltou 16,4% no mesmo período.
O preço nas alturas derrubou as vendas do peixe em 5,14% no quadrimestre, conta o chefe da seção de economia e desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas. “O volume importado caiu, mas aumentou a procura de restaurantes por pescados mais baratos como tilápia, cação, sardinha e pescada”, diz Godas.
Estabelecimentos que têm o salmão como carro-chefe precisaram ser mais criativos. A temakeria Umami, na zona sul de São Paulo, procurou uma variedade maior de fornecedores para minimizar a alta e decidiu manter o preço de seu principal prato, o temaki de salmão, em R$ 17.
“Tivemos que diminuir a quantidade servida no tamanho do temaki. Se aumentarmos o preço, perdemos o cliente”, reconhece o gerente do estabelecimento, Valdine Pereira dos Santos.
O restaurante Jiyuu, no bairro paulistano da Liberdade – um dos mais tradicionais em culinária japonesa – conseguiu, por enquanto, absorver o custo cerca de 50% maior do salmão. “Temos um cardápio bem variado com outros peixes, como atum, carapau e buri, por isso conseguimos não repassar ao consumidor”, explica o gerente Sandro Rodrigo.
O coordenador operacional do Sr Temaki, temakeria com três unidades na Grande São Paulo, Bruno Gilson, conta que o restaurante também não subiu o preço de seu principal produto, mas precisou elevar o valor do rodízio da culinária japonesa em R$ 3, para compensar a disparada do peixe.
Ameaça do Chile
A morte de milhões de peixes na costa chilena, entre fevereiro e março, foi a grande causa da elevação dos preços no Brasil e da queda na oferta mundial do produto. O Chile é o principal fornecedor para o país e não há opções viáveis para substituir o importador, segundo o presidente da Andip (Associação Nacional dos Distribuidores e Importadores de Pescados), Ivan Lásaro.
“O mercado de salmão no Brasil tem uma dependência do Chile pela proximidade e pelo custo no transporte e tributos. O outro fornecedor possível, a Noruega, tem um imposto de 10% de importação, além de frete aéreo, que torna o processo praticamente inviável”, explica Lásaro.
Os preços mais altos reduziram a procura em torno de 20% no mês de abril especialmente no varejo, segundo o presidente da Andip. Para ele, o custo deve continuar alto pelo menos até o fim do ano, quando a oferta no Chile deve começar a se reequilibrar.
Uma alternativa tem sido substituir o salmão fresco pelo congelado, que é mais em conta do que o produto exposto no supermercado por ter um visual menos atraente, e com a mesma qualidade, segundo Lásaro.
Fonte G1
Escolha peixes da época e economize!
Produtos da época - ou sazonais - são aqueles que estão em seu melhor período de colheita, e consequentemente, apresentam melhor qualidade, mais oferta e preços mais baixos.
Muita gente pensa que isso se aplica somente às frutas, verduras e legumes, mas ela engloba também os pescados, que também tem o tempo correto de pesca, sem prejudicar a sua reprodução.
Quando isso ocorre, abre-se o período de defeso, quando se proíbe a pesca de algumas espécies.
Em maio, a oferta de pescados que estão em seu período sazonal é bastante grande, inclusive de peixes mais populares, como o cação, o lambari e a pescada.
Na feira de pescados da CEAGESP são comercializadas mais de 90 espécies de pescados, de 2ª a 6ª das 2h às 6h no Pátio do Pescado do frigorífico São Paulo (FRISP) - entrada pelo portão 15 da Rua Xavier Krauss (esquina com Av. das Nações Unidas - Marginal Pinheiros).
Veja abaixo a lista dos peixes e frutos do mar deste mês.
Fonte Ceagesp
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