quarta-feira, 13 de abril de 2016

Macaé tem kit galinha caipira com horta orgânica

Kit galinha caipira é um dos dez subprojetos mais importantes do Programa Rio Rural.
                   

Excursões técnicas ajudam a disseminar boas práticas do Rio Rural, programa do governo estadual fluminense,  entre os agricultores. No litoral norte do estado, produtores de Rio das Ostras vão até Macaé conhecer kit galinha caipira consorciado com horta orgânica

Trocar conhecimentos de forma a incentivar a adoção de práticas sustentáveis na agricultura familiar. Este é o objetivo das excursões técnicas promovidas regularmente pelas equipes executoras do Rio Rural, programa da secretaria estadual de Agricultura. Nesta semana, treze produtores do município de Rio das Ostras foram até a vizinha Macaé, no Norte Fluminense, para aprender com a experiência bem sucedida da criação de galinhas caipiras em consórcio com a hortaliças.

A visita aconteceu na propriedade do casal Sônia Maria da Silva e Arenilton Gomes, na microbacia Canal Jurumirim, que há 15 anos deixou a rotina dos centros urbanos para retornar ao campo. Em 2014, eles implantaram o kit galinha caipira, que está entre os dez principais subprojetos apoiados pelo Rio Rural. Semanalmente, as 50 galinhas do sítio, da raça Embrapa 051 – especializada na produção de ovos de mesa com casca marrom – produzem, em média, 120 ovos, todos comercializados na feira municipal, realizada aos sábados.

 Por ser uma ave rústica, a galinha é criada solta, em piquetes, e se alimenta de milho, de pequena quantidade de ração e da matéria orgânica produzida dentro da propriedade, como restos de hortaliças. A dieta, somada ao estilo de criação, interfere na qualidade dos ovos, que chegam a pesar até 67 gramas, 17 a mais do que os produzidos por galinhas comuns.

 - Eu gostei muito do kit galinha. Os animais não dão trabalho, produzem bem e vendemos as dúzias rapidamente. Depois que termina a época de postura, ainda comercializamos a carne delas e renovamos a criação - afirma Sônia Maria da Silva.

 Enquanto recepcionava os visitantes em seu sítio, a produtora contou que redobra a atenção no galinheiro para prevenir doenças. Ela coloca, por exemplo, pequenas gotas de limão na ração.

 - A medida é para se antecipar ao problema. As aves são extremamente sensíveis ao vírus da gripe. O limão é antioxidante e melhora a resistência das galinhas. É um complemento de vitamina C - ensina Ana Rita Rangel, técnica da microbacia Canal Jurumirim e também engenheira agrônoma.

 A simplicidade na criação e os resultados obtidos com a venda de ovos animaram as produtora Luzia de Azevedo, da microbacia Rio Jundiá/Ostras.

 - Já havia procurado o Rio Rural para ver como funcionava o kit galinha. Me impressionou ver que, mesmo sem muita ração, as aves ficam bem gordinhas. Acredito que pode ser uma boa fonte de renda para mim - confessou a produtora.

 Horta orgânica: o ciclo do reaproveitamento

Os restos de hortaliças consumidos pelas galinhas poedeiras vêm da horta orgânica cultivada no terreno do casal. A plantação de alface, cebolinha, couve e outras olerícolas é feita sem o uso de fertilizantes químicos. Em seu lugar, a produtora utiliza a compostagem, em que mistura palha seca, estrume bovino e esterco de galinha.

 - Se tenho galinha aqui, por que não me aproveitar disso? Até se houver vísceras delas, coloco na compostagem. A mistura fermenta conforme molhamos aos poucos. Depois de 30 dias, tudo vira uma terra preta. É sobre essa terra que ergo minha plantação. Uma maravilha! - conta Sônia.

 A agrônoma Ana Rangel, por sua vez, explica que a compostagem na horta orgânica é muito importante.

 - A camada da compostagem segura umidade, impedindo o ressecamento da terra, afastando o risco de erosão. Também melhora a estrutura do solo, o oxigênio e o sistema radicular das plantas - assegura. Atualmente, a maior parte da produção do sítio é destinada à merenda escolar.

 E a possibilidade de viver de forma mais saudável e obtendo ainda uma ampliação de mercado encantou o visitante Frederico Pessanha, também da microbacia Rio Jundiá/Ostras. Ele trabalha com a produção de queijos artesanais e venda de ovos caipiras e quer aumentar o porte de sua horta.

 - Ainda ganho dinheiro com uma vidraçaria, mas quero viver apenas de agroecologia. Aprendi aqui nessas conversas que dá para viver bem, sem veneno e feliz - conta ele.

 Sementes da mudança

De acordo com o supervisor da Emater-Rio em Rio das Ostras, Frederico Muzy, as excursões são enriquecedoras porque possibilitam o contato direto entre agricultores de cidades diferentes, mas que guardam interesses em comum.

 - Por mais que façamos seminários, reuniões, as excursões permitem que agricultores conheçam, na prática, o funcionamento de um subprojeto. Aqui o produtor é professor e a propriedade, uma escola - sintetiza Muzy.

 - Considero importante abrir as portas do meu sítio para receber a caravana. Um dia já estive do lado de lá, de quem quer conhecer, aprender com boas ideias. É isso que quero passar a eles. Trabalhei por anos como frentista de posto de gasolina e hoje estou feliz e realizada no campo - finaliza Sônia Maria da Silva.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

CEAGESP é eleita para diretoria da Abracen

                     

Embora seja a segunda maior Ceasa do país, a do Rio de Janeiro ficou apenas com uma vice-diretoria. A Abracen é a principal entidade representativa de todas as ceasas brasileiras.
 
Manuel Estrada (1º à esq.), presidente da WUWM), Carlos Nabil Ghobril (presidente da CEAGESP) e Gustavo Fonseca (presidente da CeasaMinas e Abracen)

O Presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), Carlos Nabil Ghobril (ao centro na foto), foi eleito para a diretoria da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (ABRACEN), em encontro realizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 31 de março.

A escolha do presidente da CEAGESP para ocupar a 3ª vice-presidência da entidade nacional, foi para recompor cadeiras abertas na diretoria da gestão 2016/2017 após a saída de gestores eleitos anteriormente.

Além de Carlos Nabil, Gustavo Alberto França Fonseca (1º à dir.), presidente da Central de Abastecimento de Minas Gerais, foi escolhido para a presidência da ABRACEN. A atual diretoria cumprirá mandato de gestão até o ano que vem, quando serão realizadas novas eleições para o biênio 2018/2019.

A assembleia interna teve a participação de 17 representantes das 27 centrais de abastecimento associadas à ABRACEN, e contou com as presenças do presidente em exercício da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Igor dos Santos Nascimento, do presidente do Conselho de Administração da CEAGESP (CONSAD) e diretor do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Arno Jerke Júnior, do presidente da União Mundial dos Mercados Atacadistas (WUWM – sigla em inglês), Manuel Estrada-Nora (1º à esq.) e do Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho.

NOVA COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA 2016/2017

Presidente: Gustavo Alberto França Fonseca – CEASA Minas
1º Vice-presidente: Antônio Reginaldo Costa Moreira – CEASA Ceará
2º Vice-presidente: Gustavo Henrique Andrade Melo – CEASA Pernambuco
3º Vice-presidente: Carlos Nabil Ghobril – CEAGESP
Diretor Norte: Bianca Amaral Piedade Pamplona Ribeiro – CEASA Pará
Vice-diretor Norte: Paulo Sérgio Braña Muniz – CEASA Acre
Diretor Nordeste: José Tavares Sobrinho – CEASA Paraíba
Vice-diretor Nordeste: Marco Aurélio Case – CEASA Caruaru/PE
Diretor Sul: Natalino Avance Souza – CEASA Paraná
Vice-diretor Sul: Geraldo Pauli – CEASA Santa Catarina
Diretor Sudeste: Mario Dino Gadioli – CEASA Campinas/SP
Vice-diretor Sudeste: Paulo Jobim Filho – CEASA Rio de Janeiro
Diretor Centro-Oeste: Renato de Lima Dias – CEASA Distrito Federal
Vice-diretor Centro-Oeste: Edvaldo Cardoso de Paula – CEASA Goiás
Secretário Executivo: José Amaro Guimarães Moreira
Presidente da FLAMA: Antônio Reginaldo Costa Moreira – CEASA Ceará
Diretor da WUWM para América Latina: Mário Maurici de Lima Morais

CONSELHO FISCAL TITULAR

Francisco Estrela Abrantes – CEASA Maranhão
Hélio Tomaz Rocha – CRAISA CEASA Santo André/SP
Ernesto da Cruz Teixeira – CEASA Rio Grande do Sul

CONSELHO FISCAL SUPLENTE

Gilberto Moraes – CEASA Paulo Afonso/BA
Baltazar Ulrich – CEASA Mato Grosso
Jaime Balejo – CEASA Mato Grosso do Sul
 

Suco de fruta é boa opção de consumo no final de semana

 
   
                    
 
Nesses dias de muito calor nas maioria das cidades brasileiras, esta é uma boa opção no dia a dia corrido. Aproveite para consumir laranja, goiaba e maracujá, que são ótimas dicas para recompor o organismo.

A laranja, como muitos já sabem, é uma das grandes fornecedoras de vitamina C. Além disso, a laranja também é importante fonte de outros nutrientes, tais como o Potássio, o Fósforo e o Cálcio, ajudando assim na prevenção de diversas doenças.

A Goiaba também é rica em vitamina C, além de ser uma boa fonte de vitamina A. A fruta também contém a vitamina B2, cuja ausência pode causar fadiga e até anemia. Já o suco de maracujá fornece importantes nutrientes, como hidrossolúveis, sais minerais e fibras, sendo muito difundido seu consumo como sedativo e calmante.

Alta contínua - Preço médio dos alimentos na Ceagesp subiu mais que a inflação


                       
 
Segundo o Índice CEAGESP aumento foi de 13,53% em março deste ano. No acumulado do trimestre foram negociadas 809.206 toneladas em 2016 ante 846.613 em 2015. Queda de 4,41%. Os aumentos se tornaram uma constante na maior central de abastecimento da América Latina, enquanto o total de alimentos negociados vem diminuindo.

Em março, o setor de frutas registrou aumento de 13,53%. As principais elevações foram do mamão formosa (75,9%), melão amarelo (44,7%), uva italia (42,5%), mamão papaya (40,8%) e banana prata (25,2%). As principais quedas foram do maracujá azedo (-20,7%), kiwi (-9,1%), atemoia (-6,4%) e abacaxi havai (-5,95).

O setor de legumes registrou ligeira elevação de 0,29%. As principais altas foram do quiabo (28,3%), abóbora japonesa (23,8%), abobrinha brasileira (21,8%), vagem macarrão (21,7%) e pepino japonês (21,8%). As principais quedas foram do Cará (-28,3%), chuchu (-25,6%), tomate cereja (-21%) e berinjela (-18,5%).

O setor de verduras subiu 16,26%. As principais altas foram da couve-flor (80,5%), couve (62%), brócolis ninja (31,5%), alface crespa (26,8%), alface lisa (25,6%) e escarola (22,7%). As principais quedas foram da erva-doce (-17,8%) e salsa (-13,7%).

O setor de diversos subiu 5,41%. Os principais aumentos foram do milho de pipoca (21,6%), batata comum (13,6%) e ovos brancos (8,2%). As principais quedas foram do coco seco (-5,1%) e cebola nacional (-2,4%).

O setor de pescados registrou alta de 7,66%. As principais elevações foram da betarra (37,2%), pescada (26,6%), robalo (14,9%), polvo (13,8%) e tilápia (10,2%). Não houve quedas representativas no setor

Tendência do Índice

O Índice de preços da CEAGESP encerrou março com elevação de 10,39%. Frutas e verduras foram os setores que apresentaram as maiores elevações. Alta dos preços praticados, entretanto, atinge todos os setores.

Historicamente, o primeiro trimestre do ano é bastante complicado para oferta e preços de hortifrutícolas, notadamente os mais sensíveis. O excesso de chuvas e as altas temperaturas trazem sérios problemas para a produção nesta época do ano. Em 2016, os problemas foram agravados pelas chuvas ocorridas no final do ano passado.

Ao que tudo indica, os transtornos causados pelas condições climáticas deverão perder força em abril. Alguns legumes e verduras já apresentaram melhora durante a segunda quinzena de março. Desta forma, aumento da oferta e melhora na qualidade deverá ser a tendência para o próximo trimestre, contribuindo para a redução dos preços praticados na maioria dos setores.

Não bastassem as chuvas ocorridas nas principais regiões do sul e sudeste, a seca e as altas temperaturas também prejudicaram algumas culturas como mamão no Espírito Santo, um dos principais estados produtores.

Veja detalhes:
Categoria Índice %
Geral          10,39
Frutas   13,53
Legumes     0,29
Verduras  16,26
Diversos*     5,41
Pescados      7,66


O volume comercializado no entreposto de São Paulo caiu 7,22% em março de 2016. Foram comercializadas 277.997 toneladas ante 299.617 comercializadas em março de 2015. Além dos problemas climáticos, a comercialização foi prejudicada pela enchente ocorrida dia 11/03, sexta-feira, dia de grande movimentação no entreposto.

Mundo tem que reduzir desperdício de alimentos

                   


Reduzir desperdício de alimento ajuda contra mudança climática, diz estudo. Emissões de gases pela agricultura seriam evitadas com fim de desperdício. Estudo conclui que emissões relacionadas ao excedente alimentar aumentou 300%. Família brasileira joga fora, em média, um quilo de alimentos por dia e um terço de toda a comida comprada no mercado vai parar no lixo.

Reduzir o desperdício de alimentos em todo o mundo ajudaria a conter as emissões de gases de efeito estufa, diminuindo parte dos impactos da mudança climática, como os eventos climáticos mais extremos e a elevação do nível dos mares, disseram cientistas nesta quinta-feira (7).
Até 14% das emissões geradas pela agricultura em 2050 poderiam ser evitadas administrando melhor o uso e a distribuição dos alimentos, de acordo com um novo estudo do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK, na sigla em inglês)
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"A agricultura é um grande indutor da mudança climática, tendo representado mais de 20% o das emissões globais totais de gases de efeito estufa em 2010", disse o co-autor Prajal Pradhan.

"Evitar a perda e o desperdício de alimentos, portanto, evitaria emissões de gases de efeito estufa desnecessárias e ajudaria a mitigar a mudança climática".

Entre 30 e 40% de toda a comida produzida no planeta nunca chega a ser consumida, porque se deteriora depois de ser colhida e durante o transporte ou porque é jogada fora por comerciantes e consumidores.
Mais desperdício em países emergentes

A expectativa é que a parcela de alimentos desperdiçados aumente drasticamente se economias emergentes como China e Índia adotarem hábitos alimentares ocidentais, entre eles um consumo maior de carne, alertaram os pesquisadores.

Países mais ricos tendem a consumir mais alimentos do que é saudável ou simplesmente desperdiçá-los, enfatizaram.

À medida que nações mais pobres se desenvolvem e a população mundial cresce, as emissões associadas ao desperdício de comida poderiam saltar do equivalente a 0,5 gigatonelada de dióxido de carbono por ano para algo entre 1,9 e 2,5 gigatoneladas anuais até a metade do século, mostrou o estudo publicado no periódico científico "Environmental Science & Technology".

Redistribuição

Muitos argumentam que reduzir o desperdício de alimentos e distribuir o excedente onde ele é necessário poderia ajudar no combate à fome em lugares que não têm o suficiente --especialmente levando em conta que as terras para expandir o cultivo são limitadas.

Os pesquisadores analisaram a necessidade de alimentos no passado e para cenários futuros diversos e descobriram que, embora a necessidade média de alimentos por pessoa permaneça quase constante nas últimas cinco décadas, a disponibilidade de alimentos cresceu rapidamente --levando a um aumento de mais de 300% nas emissões relacionadas ao excedente alimentar cada vez maior.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Preços dos alimentos "in natura" subiram mais de 900%


                     

Estudo realizado pelo IBGE e por pesquisadores ingleses apontaram que os preços dos alimentos deste tipo subiram absurdos desde 1994, até o primeiro trimestre de 2016.  Já os processados, estes não sofreram altas maiores, além de caírem no gosto do público. O que está acontecendo?

A subida dos preços dos alimentos "in natura", denominados "comidas frescas" , e dos industrializados, está piorando a dieta diária da maioria dos brasileiros, apontam especialistas do setor.

O aumento da procura por alimentação saudável fez subir os preços de hortaliças e de pescados, algo em torno de 519% e 770%, respectivamente, desde 1994, ano em que ocorreu a estabilização do Plano Real, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE.

Preço da Alface subiu 946%

           
                        

Uma alface teve o preço majorado em 946% nesse período; o do contrafilé bovino 710% e a batata inglesa, 846%, são os campeões da alta acumulada de preços.

Já os alimentos processados subiram menos, em torno de 425,86%. Os biscoitos subiram 261%, chocolates e bombons 311%; e os refrigerantes registraram aumentos de 465%.

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Consumo

Nesse mesmo período ainda foi constatado que o consumo "per capita" de alimentos processados disparou. Ou seja,  de cada 80 quilos por pessoa/ano na década de 90, este total subiria para 110 quilos, em 2013. Este registro é feito por uma pesquisa inglesa que aponta " O custo crescente da dieta saudável", ou "The rising cost of a healthy diet".

O estudo mostra a relação entre a alta de preços dos alimentos "in natura" e estabilização dos ultraprocessados.

"Muitos  desses produtos (ultraprocessados) têm ingredientes, entre sódio e açúcar, que os tornam altamente palatáveis", destaca Steve Wiggins, britânico responsável pela pesquisa.  Ele aponta que nós ingerimos muito mais que deveria: " Ninguém come 16 laranjas, mas toma sem problemas 1 litro de suco em caixinha".

Propaganda

" O preço desses alimentos processados também é uma estratégia de marketing. Quando foi a última vez que você viu um anúncio de frutas ou horaliças ?", pergunta o pesquisador.

Wiggins defende mudanças na legislação, acrescentando que há espaço para um pouco de regulação para influenciar as escolhas das pessoas.

México e Inglaterra taxaram refrigerantes  e a indústria de alimentos fez campanhas sobre "Educação Alimentar".

A Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos  (ABIA) citou,  como exemplo, a redução de sódio no Brasil, principalmente nos alimentos processados, e a criação de programas que incentivam a escolha de alimentos suadáveis. 

Alimentos "in natura"

São aqueles considerados em seu estado natural, como frutas, legumes, hortaliças, ovos, leite, cereais e carnes, que devem representar a maior parte das dietas balanceadas.

"Por mais quitandas e menos farmácias"



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Mais de 57 milhões de brasileiros tem alguma doença crônica não transmissível, que são preveníveis. Leia esse texto feito pela blogueira do Estadão, Juliana Carreiro, que é uma verdadeira aula para se seguir.

 No dia 07 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde. Será que nós brasileiros temos motivos para festejar esta data? Existem áreas que estão avançando, é o caso de campanhas de vacinação, como a que erradicou a poliomielite, ou os tratamentos que combatem alguns tipos de câncer, quando descobertos no início. Mas vou falar sobre algo que não está bom, a falta de investimentos na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis. O Brasil é um dos exemplos de países cujos serviços públicos de saúde são direcionados apenas para as enfermidades e os esforços da ciência voltados somente para o controle e diagnóstico das doenças crônicas não transmissíveis, que não param de aumentar.  

 Os governos de forma geral não fazem a sua parte, não promovem campanhas informativas sobre alimentação consciente, não controlam o que é direcionado para as crianças, não regulamentam, nem fiscalizam as quantidades de açúcar, sódio, aditivos químicos e gorduras nos ultraprocessados, tampouco fazem modificações nas merendas escolares, com raras exceções. Se há negligência da área pública, infelizmente ela também está presente em boa parte das casas do País. Faltam informações de qualidade a respeito da relação entre a comida e as doenças, mas também falta coragem para encarar algumas mudanças de hábitos muito arraigados e motivação para disponibilizar um pouco mais de tempo para cuidar da saúde.

 Uma alimentação ruim, com poucas hortaliças, leguminosas e cereais e muitos produtos ultraprocessados aliada ao sedentarismo resulta em dados preocupantes. De acordo com a última pesquisa do IBGE, de 2014, cerca de 40% da população adulta brasileira, o equivalente a mais de 57,4 milhões de pessoas, sofria de pelo menos uma doença crônica não transmissível. As DCNTs são responsáveis por mais de 72% das mortes no Brasil. A hipertensão arterial, o diabetes e o colesterol alto, por exemplo, estão entre as que apresentam maior prevalência no País. A hipertensão já atingia mais de 31 milhões de pessoas, acima de 18 anos, o que corresponde a mais de 20% da população e é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença atinge hoje 12 milhões de pessoas e, apesar de ter controle, não tem cura e se não for bem tratada por resultar em novos males. O mais importante é que, mesmo tendo influências hereditárias, todas elas são preveníveis.

 A nossa saúde resulta da maneira como formamos e mantemos o nosso organismo. Este talvez seja o maior problema que temos enfrentado nas últimas décadas, já que fizemos uma dissociação entre a ela e a nossa alimentação. Praticamente ignoramos as necessidades essenciais de nutrientes para mantermos nosso organismo equilibrado e livre das doenças crônicas, que não deveriam se manifestar se ele funcionasse como deveria, se tivesse suas necessidades atendidas e se não fosse sobrecarregado por substâncias nocivas. O comportamento alimentar de boa parte da população está muito distante da razão biológica. Absorve-se uma grande quantidade de informações sobre os alimentos, sabe-se distinguir os principais grupos de alimentos, se tem acesso a inúmeras opções de refeições, a qualquer hora do dia. Mas parece que toda esta oferta de informações e produtos significou uma involução na nutrição e consequentemente na piora da saúde de milhares de pessoas.