Com
o apoio do Governo do Rio, o foco é promover a ascensão dos produtores.
Ministra da Agricultura Kátia Abreu anunciou também as revitalizações
da Cobal do Humaitá e da Cobal do Leblon, ambas na Zona Sul carioca,
para serem referência na venda de produtos orgânico.
Dez
municípios do Estado do Rio de Janeiro assinaram, nesta quinta-feira
(10/9), termos de autorização permitindo ações do programa O Campo na
Classe Média em seus territórios. O programa é desenvolvido pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e tem como objetivo
ampliar a classe média rural brasileira, por meio de ações que visem a
mobilidade social. A assinatura dos acordos, no Palácio Guanabara,
contou com as presenças da ministra de Agricultura, Kátia Abreu, e do
governador Luiz Fernando Pezão.
Os convênios com as prefeituras
fluminenses são a primeira etapa do processo de mapeamento de produtores
rurais de cada um dos municípios, segundo critérios de renda,
produtividade e desenvolvimento. Com o apoio do governo do Rio, o foco
inicial é promover a ascensão dos produtores fluminenses da cadeia
econômica de alimentos orgânicos, que abrange os municípios de Barra do
Piraí, Pinheiral, Piraí, Rio das Flores, Rio de Janeiro, Santa Maria
Madalena, São José de Ubá, Teresópolis, Trajano de Morais e Varre-Sai.
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No Estado do Rio, a produção de orgânicos é muito forte e essa
atividade deve ser desenvolvida, pois é um excelente nicho e mercado.
Queremos, inclusive, adaptar a Cobal do Humaitá e do Leblon para que
sejam pontos de referência. Nossa ideia é que os pequenos produtores com
baixa renda consigam chegar ao patamar da classe média, e o principal
instrumento para isso é a qualificação e o uso da tecnologia, que ajudam
a otimizar a produção agrícola. O programa vai oferecer assistência
técnica por dois anos, com curso de qualificação de cerca de 200 horas.
Os pequenos agricultores só precisam de oportunidade para conquistar uma
melhor performance na hora de vender seus produtos e também na hora de
comprar os insumos - explicou a ministra de Agricultura, Kátia Abreu.
O governador Luiz Fernando Pezão destacou a importância de incentivar a atividade agrícola no estado.
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É um ótimo programa, porque a agroindústria representa quase 9% do PIB
do estado, gerando quase 700 mil empregos. E tudo o que vier de recursos
e tecnologia para auxiliar os pequenos produtores fluminenses a se
desenvolverem também é muito importante – afirmou Pezão.
O
programa O Campo na Classe Média pretende promover 400 mil produtores
rurais das Classes D e E para a Classe Média Rural até 2018. A intenção é
agregar valor aos produtos dos pequenos agricultores, aumentando a
produtividade e a competitividade. Na ação, o Governo Federal apoiará a
criação de associações locais de produtores ou facilitar a integração em
cooperativas existentes, corrigirá imperfeições de mercado, otimizando a
compra de insumos e a venda de produtos, e também levará capacitação ao
produtor, com cursos de gestão e de técnicas produtivas fornecidos pelo
Sebrae.
Empresários mineiros criam
cervejas artesanais com produtos típicos. Laranja, rapadura, café e
goiabada se destacam entre os ingredientes. Animais do cerrado mineiro
dão nome às bebidas feitas em Uberaba.
Do G1 Triângulo Mineiro
Unir
produtos típicos da região mineira com uma bebida bastante apreciada
pela população mundial. Esta foi a ideia de dois empresários de Uberaba,
na hora de criar as cervejas artesanais Bicho do Mato. Os aromas e
sabores diferentes conquistam o paladar dos consumidores que, aos
poucos, descobrem os prazeres das cervejas especiais.
Os
ingredientes básicos são os mesmos utilizados nas cervejas tradicionais.
A arte está nas composições adicionais que contêm ingredientes típicos
da região mineira, como laranja, rapadura, jabuticaba, café e até doces
como a goiabada cascão.
Além dos sabores diversificados, os nomes
que rotulam as cervejas também trazem um pouco de Minas Gerais. “A
ideia surgiu por acaso, numa despretensiosa conversa em que tivemos a
ideia de assimilar o produto a um bicho da nossa região. Assim, fizemos
um estudo e sincronizamos o estilo da cerveja aos bichos. A IPA, que
leva o nome de Lobo Guará, é uma cerveja forte de cor avermelhada e se
assemelha ao lobo, que é um animal caçador e pelagem de tom avermelhada.
Com isso, ajudamos a divulgar a cultura da nossa região, estampando nos
rótulos diversos bichos do cerrado mineiro”, explicou o
sócio-proprietário Christino Parreira Neto. No time dos animais
utilizados na divulgação, os empreendedores também convocaram a Traíra, o
Preguiça, o Tatupeba e a Queixada.
Oportunidade de negócio
A
Cervejaria Bicho do Mato surgiu em 2014, quando os apreciadores da
cerveja convencional, Christino Parreira e Vitor Costa, decidiram
desvendar os mistérios e as composições das bebidas. Em uma das
pesquisas realizadas pelos sócios, eles descobriram que era possível
fazer cerveja em casa. “Achamos a proposta de fazer cerveja em casa
fantástica. Assim poderíamos fazer os estilos que mais gostávamos e
beber a hora que quiséssemos”, compartilhou Parreira.
No início,
os amigos adaptaram os próprios equipamentos e trabalharam diferentes
técnicas. Segundo os proprietários, a produção cresceu aos poucos. Quase
um mês de trabalho para a liberação de 20 litros de cerveja. Todo o
processo era feito no sítio da família de Christino e as bebidas eram
distribuídas aos amigos e familiares. Mas, com o aumento dos
equipamentos e aprovação dos degustadores, houve a necessidade de um
espaço maior e, então, surgiu a oportunidade de comercialização.
Ao
todo, a Bicho do Mato produz nove tipos de cervejas: Trigo (Traíra),
Witbier (Preguiça), Pale Ale (Tatupeba), Session IPA (Queixada) e Índia
Pale Ale (Lobo Guará). A empresa também oferece os estilos sazonais,
vendidos uma vez por ano: Brown Porter (Chocolate de Pirata), em março,
Russian Imperial Stout (Pezada), em junho, Double IPA (Chifrada), em
agosto e Brazilian Blond Ale (Jabuticaba Gran Reserva), em dezembro.
A
produção mensal chega a 500 litros por mês. Para o proprietário, no
momento, a qualidade é mais importante que a quantidade. “A cervejaria
prima pelo processo mais artesanal e natural possível. Se considerarmos
do início ao fim do processo de produção, a cerveja leva, no mínimo, 30
dias para ficar pronta, devido ao respeito ao tempo natural de
fermentação e maturação das cervejas. Com esse procedimento, a produção
hoje é de cerca de 500 litros por mês”, destacou o sócio.
Além da crise
Os
valores variam de R$ 10 a R$ 20 e, por enquanto, as cervejas são
comercializadas somente em bares, restaurantes e hamburguerias da cidade
de Uberaba. Contudo, os proprietários contam com a ajuda da internet e
das redes sociais para a divulgação das obras-primas, possibilitando,
assim, a remessa para qualquer região do Brasil.
Mesmo diante da
crise econômica enfrentada pelo país, o segmento ainda novo de cervejas
artesanais segue em expansão. A sede do consumidor por novos aromas e
sabores é o que incentiva os empreendedores a enfrentar as dificuldades
que podem surgir com a crise.
Atualmente, a meta de Christino e
Vitor é dobrar a produção até meados de 2016, mas sem perder o toque
artesanal, encontrado nas bebidas que têm a cara de Minas. “Acreditamos
que, no futuro, cada região do Brasil terá sua cerveja local, com sua
própria identidade, de acordo com seu clima, sua cultura e sua
gastronomia”, avaliou Christino.
Evento
contará com conferência e debates temáticos sobre situação dos mercados
atacadistas e do setor de abastecimento. Começa no dia 23 deste mês.
Sob
o tema “O meio ambiente e o futuro dos mercados atacadistas”, o 29º
Congresso Anual da União Mundial de Mercados Atacadistas (World Union of
Wholesale Markets/WUWM), que será realizado entre os dias 23 e 26 de
setembro, contará com a presença de especialistas nacionais e
estrangeiros. Eles vão participar de uma conferência e de quatro debates
específicos, destinados a discutir os impactos globais das mudanças
climáticas na agricultura e os rumos dos mercados atacadistas e do setor
de abastecimento.
A iniciativa, que ocorrerá no município de
Campinas, maior polo tecnológico da América Latina, é promovido pela
WUWM. A organização está a cargo da Associação Brasileira das Centrais
de Abastecimento (ABRACEN). A entidade reúne 23 centrais de
abastecimento, que são responsáveis pela gestão de 56 entrepostos
atacadistas instalados em todo o país.
Nesses espaços atuam
produtores rurais, comerciantes atacadistas e varejistas, distribuidores
e prestadores de serviços que buscam fornecer alimentos de qualidade à
população. Esse complexo operacional respondeu, em 2014, pela
comercialização de 15,7 milhões de toneladas de produtos frescos, o
equivalente a R$ 28,8 bilhões (cerca de US$ 9,6 bilhões).
“Estamos
seguros de que esse evento apresentará uma agenda temática de grande
interesse para todos os gestores e operadores de mercados atacadistas de
alimentos in natura, além de ser uma grande oportunidade para se trocar
experiências inovadoras na gestão e nas operações de entrepostos
atacadistas”, afirma Mário Maurici, presidente da ABRACEN, que também
responde pela direção da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de
São Paulo (CEAGESP).
DEBATES
Todas as discussões do 29º
Congresso ocorrerão no dia 24/9 (quinta-feira), no Royal Palm Plaza. A
conferência “Novos cenários para o abastecimento alimentar frente às
mudanças climáticas”, às 9h, terá como palestrante o pesquisador da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Evaristo Eduardo
de Miranda. Consultor da Presidência da República, com mestrado e
doutorado em Ecologia pela Universidade de Montpellier, na França, ele
presta assessoria para a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO), Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência
e Cultura (Unesco), Banco Mundial, Organização dos Estados Americanos
(OEA) entre outras instituições.
O primeiro debate temático,
intitulado “Desafios para modernização e construção de novos mercados
atacadistas na América Latina”, reunirá, às 10h, o gerente geral de
Corabastos (Colômbia), Mauricio Parra; o gerente geral do Mercado
Atacadista da Cidade do México, Julio Cesar Chávez Serna; o presidente
do Mercado Atacadista de Montevidéu (Uruguai), Carlos Colacce Molinari; e
o gerente geral da EMMSA (Peru), Jose Antonio Luna Bazo. A mediação
será feita pelo presidente da WUWM, Manuel Estrada, que também é chefe
do Departamento Internacional de Mercasa (Espanha).
A segunda
mesa de discussão, “Os mercados atacadistas no século XXI – Maior
eficiência e especialização dos serviços”, marcada para as 11h30,
contará com o CEO da CEASA Rio de Janeiro, Paulo Jobin Filho; o diretor
do Mercado Internacional de Rungis (França), Dominique Batani; o diretor
de Estruturas Comerciais de Mercasa, Pablo González González. A
moderação estará a cargo do professor de Economia da Unicamp, Walter
Belik.
“Integração dos mercados atacadistas com os segmentos de
produção e de varejo” é o terceiro painel temático, com início às 14h30.
Participam dessa rodada a presidente do Conselho da Maryland Food
Center Authority (Estados Unidos), Elizabeth Banthem; e o chefe de
Comunicações Corporativa da CAR SCPA (Itália), Fabrizio Venturini. A
mediação será do coordenador de pós-graduação acadêmica da ESPM, José
Luiz Tejon.
O último debate, às 16h, leva o nome de “Mercados
varejistas tradicionais e os novos modelos para distribuição varejista
de alimentos – Agregação de valores aos produtos e a influência das
campanhas promocionais para aumento do consumo”. Os palestrantes serão o
diretor e gerente geral de Lo Valledor (Chile), Gonzalo Bravo Baltra; e
o gerente geral da China Zhengzhou Grain Wholesale Market, Qiao
Linxuan. O moderador da mesa será o vice-presidente de Varejo da WUWM,
Roberto Alonso Gordón.
INSCRIÇÕES ABERTAS
Ainda é possível
se inscrever no Congresso, que tem entre seus patrocinadores a Caixa
Econômica Federal. Em relação aos participantes brasileiros, a ABRACEN
oferece desconto de 50% para operadores de mercados, técnicos,
acadêmicos, estudantes ou pessoas cuja atividade tenha alguma relação
com o público e o tema do encontro. Para saber mais informações sobre o
evento e a respeito das inscrições, basta acessar o site do evento ou
contatar o e-mail info@abracen.org.br.
Até
o momento, estão confirmados mais de 220 participantes. Além do Brasil,
haverá delegações de 23 nações: África do Sul, Alemanha, Austrália,
Bélgica, Chile, China, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França,
Grécia, Holanda, Índia, México, Itália, Polônia, Reino Unido, Rússia,
Turquia, Peru, Índia, Nepal e Uruguai.
A programação prevê
visitas técnicas à CEASA Campinas, ao Entreposto Terminal São Paulo
(ETSP) da CEAGESP e ao Mercado Municipal de São Paulo, além de uma
exposição de produtos tradicionalmente comercializados nos entrepostos
atacadistas brasileiros. O 29º Congresso servirá ainda para a realização
da reunião anual dos membros, das seções regionais e da direção da
WUWM. Haverá também o Encontro de Negócios, voltado a promover novas
parcerias, em nível nacional e internacional, entre empresas e entidades
do setor de abastecimento.
SOBRE A WUWM
A União Mundial
de Mercados Atacadistas (WUWM) é uma associação sem fins lucrativos que
envolve todos os campos e atividades relacionadas à promoção,
desenvolvimento e intercâmbio de conhecimentos e informações sobre
mercados de alimentos por atacado. A entidade reúne, atualmente, cerca
de 200 membros em 45 países.
Hortaliça é comercializada entre R$ 0,53 e R$ 0,66 a unidade no atacado do Entreposto Terminal São Paulo
Nessa
semana (9/9), a dica de compra sugerida pela Seção de Economia e
Desenvolvimento (SEDES) da CEAGESP é um alimento bastante conhecido do
consumidor. Trata-se da alface, com destaque para as variedades crespa e
lisa.
No atacado do Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), ela é
comercializada entre R$ 0,53 e R$ 0,66 a unidade. O período de maior
safra vai de dezembro a maio, quando há aumento da produção em 25% — a
verdura pode ser encontrada o ano todo.
A hortaliça é uma
importante fonte de sais minerais, de cálcio e de vitaminas,
especialmente a A. Ela ajuda a regular o funcionamento do intestino,
dada a boa quantidade de fibras existentes.
Juntamente com o
tomate, é a verdura preferida para as saladas, devido ao seu sabor
agradável e refrescante e também à facilidade de preparo.
ORIGEM E
TIPOS – Originária da Europa e da Ásia, a alface pertence à família
Asterácea, como a alcachofra, o almeirão, a chicória e a escarola.
Sua
folha pode ser lisa ou crespa, com ou sem formato de cabeça. Há ainda
as que têm folhas roxas ou bem recortadas. A hortaliça do tipo americana
é a que possui as folhas mais crocantes e forma de cabeça.
Quaisquer
delas podem ser cultivadas no solo ou em uma solução nutritiva (mistura
de água e nutrientes). Nesse caso, é a chamada alface hidropônica.
COMO
ESCOLHER – As folhas devem apresentar aspecto fresco, ou seja, ser
brilhantes, firmes e sem áreas escuras. Ao escolher a verdura, evite
amassá-la ou quebrar suas folhas. Convém selecioná-la com cuidado pelo
seu aspecto.
Ela também pode ser comercializada já picada e
embalada. É fundamental que esteja exposta em gôndolas refrigeradas para
garantir a adequada conservação. Não a compre quando as folhas
estiverem murchas, amarelas e com pontos escuros, principalmente nas
bordas.
Em 2014, deram entrada no ETSP mais de 49 mil toneladas
do produto, provenientes das cidades paulistas de Piedade, Ibiúna, Mogi
das Cruzes, Embu Guaçu e Cotia.
Você acredita que um pequeno
fruto é capaz de transformar totalmente o sabor de outros alimentos?
Conhecida como Fruta do Milagre, a Synsepalum dulcificum é rica em uma
substância chama miraculina, que engana a percepção do gosto azedo e
amargo na língua.
Ingerindo apenas um grão da Fruta do Milagre,
você pode apreciar limões, tamarindos ou qualquer outro fruto sem sentir
a menor acidez por aproximadamente 40 minutos. Originária do oeste da
África, a fruta é cultivada na cidade de Cedral, centro-oeste paulista, e
vendida na CEAGESP com exclusividade pela Frutícola Trindade (11) -
3643-8776..
Responsável pelas vendas, o sr. Makoto Aoki explica
que muitas pessoas procuram a fruta por curiosidade. Sua característica
‘milagrosa’ a torna ideal para ser consumida antes da ingestão de
medicamentos com gosto forte. A porção da Fruta do Milagre é vendida a
preço médio de R$30, e pode durar até 10 dias se conservada em
geladeira, além de poder ser congelada sem perder suas propriedades.

Na Região Serrana fluminense, agricultores orgânicos aprenderam a identificar e utilizar essas espécies;
Jacatupé, cará roxo, língua de vaca, brinco de princesa, trapoeraba, erva de galinha, cipó chumbo, umbigo de banana, aipo chimarrão e maria pretinha são plantas pouco conhecidas, mas que podem ser encontradas nas áreas rurais e usadas na culinária. Com objetivo de divulgar a função alimentar de centenas dessas plantas espontâneas ou silvestres e também incentivar os agricultores a descobrir ou resgatar receitas com essas espécies, está sendo realizada, até amanhã (10), a 1ª Jornada sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Estado do Rio de Janeiro.
O evento, com o apoio, entre outros, da secretaria estadual de Agricultura, através da Emater-Rio e do Programa Rio Rural, aconteceu em Teresópolis, na Região Serrana, um dos municípios incluídos na programação. No início da semana, um grupo de produtores orgânicos da Associação Agroecológica de Teresópolis (AAT) e outros interessados participaram de oficina sobre o assunto no Centro Interescolar de Agropecuária José Francisco Lippi, em Venda Nova. Eles degustaram dezenas de espécies e conheceram as diferentes possibilidades de uso das plantas na culinária, com opções de sucos, saladas e pratos quentes.
Embora desperte muita curiosidade, o tema não é novo. A utilização de plantas não convencionais na alimentação humana vem sendo registrada e incentivada por estudiosos, como o biólogo e professor do IFAM (Instituto Federal do Amazonas), Valdely Ferreira Kinupp.
- Plantas alimentícias são aquelas que possuem partes que podem ser utilizadas diretamente no consumo humano, tais como raízes, tubérculos, bulbos, rizomas, talos, folhas, flores, frutos, brotos e outras. Muitas dessas categorias não são corriqueiras, ou seja, não fazem parte do dia a dia da população de um determinado território - explicou Valdely, que ministrou a oficina em Teresópolis, Nova Friburgo e Trajano de Moraes, na Serra.
Desde 2002, Valdely atua na pesquisa e divulgação dessas espécies, tendo realizado um levantamento da riqueza de cerca de mil plantas com potencial alimentício. O professor desenvolve também trabalhos de cultivos experimentais baseados nos preceitos agroecológicos e análises nutricionais e sensoriais daquelas mais promissoras.
Sabores do campo
O engenheiro civil Leonardo Pimenta Caiano cultiva temperos produzidos no sistema agroecológico, num sítio em Vista Alegre,Teresópolis. O produtor descobriu as PANC na feira da AAT e revelou conhecer pouco sobre o tema.
- O que para uns parece ser mato, para outros é remédio e alimento. Na minha propriedade vamos apostar agora em algumas ervas para chá. Estou de olho também no coentro selvagem e na capuchinha - explicou.
Já Ana Litardo, também da AAT, prepara suco de clorofila, feito com as plantas não convencionais.
- Temos clientela interessada, por exemplo, em ora-pro-nóbis, caruru e peixinho, plantas já bem divulgadas. Esse contato com o especialista é importante para o agricultor reconhecer com tranquilidade as espécies no dia a dia - avaliou.
A jornada incluiu outras atividades técnico-científicas como lançamento de livro e uma visita à vitrine das PANC recém-implantada na Fazendinha Agroecológica Km 47, em Seropédica, na Região Metropolitana, e que servirá de matéria-prima para trabalhos de pesquisas da Embrapa Agrobiologia, Pesagro-Rio e UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).

Ele foi usado na prova da penúltima etapa do programa veiculado nesta terça-feira (8/9) pela Rede Bandeirantes de TV, o "peixe sapo", também conhecido na alta cozinha como Tamboril ou tambaril, é o nome vulgar dos peixes lophiiformes pertencentes aos géneros Lophius e Lophiodes. O tamboril é um peixe bentónico, que vive junto do fundo, que pode ser encontrado desde a zona de maré até aos 600 metros de profundidade. Nós já chegamos a falar sobre o seu sabor delicioso no Face do CeasaCompras e como encontrá-lo em determinadas feiras, como as da Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.Ele também foi visto sendo preparado em um dos programas da TLC, na tv paga. Veja matéria da Folha.
"Não se acha esse peixe na França com cabeça porque ele dá medo, pode traumatizar as crianças e as mulheres grávidas", avisou, fazendo suspense, o chef Erick Jacquin, jurado do "MasterChef". "Não é fácil, mas é muito bom."
Ao descobrir o ingrediente durante o episódio desta quarta (8), Jacquin revelou o peixe-sapo, ou tamboril, "muito valorizado na França e pouco no Brasil".
O peixe foi preparado por Izabel Alvares, envolto em presunto cru, sobre um molho de tomates, cogumelos, vinho e creme de leite –a candidata venceu a prova e garantiu vaga na final da competição, que será transmitida na próxima quarta (16), contra Raul Lemos.
"O que esse peixe tem de feio, tem de gostoso", brinca o peixeiro Marcelo Nonaka, da Ocean Six. Em sua loja, no bairro paulistano de Moema, ele vende o tamboril limpo por R$ 36 por quilo. Quando o peixe está inteiro, o quilo custa bem menos: R$ 16. Isso porque a cabeça corresponde a boa parte do animal.
"Como ela é grande, os restaurantes aproveitam a bochecha e outras partes para caldos. Mas para limpá-lo é preciso um pouco de habilidade."
Segundo o livro "Larousse Gastronomique" (ed. Hamlyn), a carne branca e densa pode ser grelhada, frita, assada ou cozida.
"É o peixe que eu mais uso no restaurante", diz o chef Gustavo Rozzino, do TonTon. "O tamboril tem uma carne saborosa e firme, é muito bom para ensopados, como a moqueca."
O peixe, abissal, vive nas profundezas do mar e é conhecido como a "lagosta dos homens pobres", já que é usado –por causa da semelhança em textura– para "baratear" receitas que levariam o crustáceo. Encontrado no mar Mediterrâneo e no oceano Atlântico, no Brasil é capturado na região do Rio Grande do Norte –boa parte do produto é exportada.
De acordo com Rozzino, o tamboril vai bem com páprica, presunto cru, produtos defumados e vinho tinto.
Até o fígado do peixe-sapo tem uso: "É o foie gras do mar", diz Nonaka.
Eventualmente, o chef Ivan Ralston o serve no Tuju, na Vila Madalena. "Hoje mesmo vai chegar o fígado ao restaurante."
Nos pratos de Ralston, ele aparece defumado e servido com caldo de cambuci ou ainda ralado sobre uma torrada de pão de milho com ouriço.
"É maravilhoso esse peixe. Tem uma textura inacreditável", afirmou, durante o programa, a jurada Paola Carosella.