sexta-feira, 26 de junho de 2015
Tomate deixa de ser vilão dos preços
Depois de ser execrado pela opinião público e governo, acusado de ser o responsável direto do aumento da cesta básica em 17 estados, o tomate tem sua redenção verificada pelos consumidores do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Passeando pelos supermercados e "sacolões" cariocas verifiquei uma queda acentuada no preço do quilo do tomate, que mesmo assim estava sendo cotado a mais de R$ 3 em alguns locais. Fui direto verificar a listagem de preços que analiso todos os dias e me deparei com uma coisa: alguém está lesando alguém. A caixa de 22 kg do tomate longa vida, grande, estava sendo vendida por R$ 35, enquanto que a do produto menor, apenas R$ 20. É só dividir para você saber o preço real que ele está saindo, por quilo, da Central de Abastecimento do Grande Rio, mercados do Irajá, na Zona Norte, o maior de todos, e o do Colubandê, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana.
Enquanto, recebemos uma informação importante de Minas Gerais, divulgada pela assessoria de comunicação daquela central, informando uma queda de 48,1% no preço do produto, já na primeira quinzena do mês. Veja a matéria na íntegra:
Preço do tomate despenca na CeasaMinas
O preço do tomate caiu 48,1% na primeira quinzena de junho em comparação com o mesmo período do mês de maio. O quilo no atacado caiu de R$ 2,87 para R$ 1,49. "A normalização da oferta pressionou o preço. O tomate terminou sua entressafra em maior", afirma o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Martins.
O grupo de hortigranjeiros também teve redução nos preços registrando queda de 6,2%. "É comum nessa época do ano que muitos produtos entrem em um período mais favorável. A expectativa para os próximos meses é que a grande maioria mantenham esses níveis de preço e até passem por algumas reduções”, diz Ricardo.
Além do tomate, outro produto que teve queda mais forte de preço foi a cenoura, que caiu 32,7% e saiu de R$ 2,15 para R$ 1,34 o quilo no atacado. Houve redução também no preço da abobrinha italiana, que caiu de R$ 0,94 para R$ 0,66.
Entre as frutas, destaque para um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros: a laranja, que teve redução de 10,8% no preço, caindo de R$ R$ 0,93 para R$ 0,83. Outra campeã de vendas, a banana nanica também está mais barata. O quilo caiu de R$ 0,89 para R$ 0,76 (-14,6%). A Tangerina Ponkán e o morango também estão mais baratos. A tangerina caiu de R$ 0,74 para R$ 0,60 e o morango passou de R$ 9,42 para R$ 6,93.
Altas
Alguns produtos registram altas de preços. A cebola, por exemplo, subiu de R$ 3,70 para R$ 3,91 (5,7%). O motivo foi a baixa oferta do produto nacional. “A partir de julho é esperado o crescimento da oferta. Devem começar a entrar de maneira mais forte produtos de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pernambuco e, provavelmente, vão acontecer recuos no preço”, diz Ricardo.
Melancia e Mamão Haway tiveram altas mais fortes, 22% e 67% respectivamente. A chuva em abril prejudicou a produção de melancia na Bahia e em Goiás. No caso do mamão, as regiões produtoras foram afetadas por temperaturas mais baixas.
terça-feira, 23 de junho de 2015
Inverno será ameno e com seca
A estação começou neste domingo e deve ser menos frio graças ao El Niño. Boa parte do país terá temperaturas acima da média, segundo Climatempo. Chuva continuará escassa no geral, com exceção da região Sul.
O inverno começou neste domingo (21/6), às 13h38, horário de Brasília, e deve ser marcado mais uma vez pela influência do fenômeno El Niño, segundo análise da Climatempo. Isso significa que não teremos uma estação com frio rigoroso, mas com temperaturas acima da média em grande parte do país.
De acordo com a Climatempo, a chuva continuará escassa no geral, o que é normal ou pouco abaixo do usual para a época do ano. Somente a região Sul deve ter precipitações acima da média graças ao El Niño.
Batizado em homenagem ao Menino Jesus (em espanhol, "El Niño"), o fenômeno aquece a água do Oceano Pacífico e provoca alterações na atmosfera, como variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas.
Segundo os cientistas, a anomalia na costa pacífica da América do Sul deixa o mar ao menos 0,5 ºC mais quente e enfraquece os ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial. Isso provoca uma mudança no padrão de transporte de umidade pelo globo, variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas.
A meteorologista da Somar, Cátia Valente, fala das chuvas no Sul do país durante o inverno. "Vamos ter volumes de chuva acima da média e as temperaturas oscilando bastante. Teremos frio com a entrada das massas de ar polar, porém serão períodos de curta duração e alternados com períodos de temperaturas mais elevadas".
O inverno deste ano termina no dia 23 de setembro, às 5h20.
Food Truck do Extra contra o desperdício
Iniciativa da rede do Grupo Pão de Açúcar vai promover aulas de aproveitamento de alimentos em oficina sobre rodas. Food Truck do Extra foi montado em parceria com a organização Banco de Alimentos. Evento estará no bairro do Irajá, no Rio, no dia 8 de julho.
A rede de hipermercados Extra, do Grupo Pão de Açúcar, lançou o Food Truck Sustentável. Em parceria com a organização Banco de Alimentos, a empresa vai levar aulas de aproveitamento de alimentos para clientes e colaboradores.
As lojas selecionadas para receber o Food truck sustentável já participam do Projeto do GPA “Parceria contra o desperdício”, que realiza doações para instituições e ONGs, de alimentos esteticamente feios para comercialização, mas que estão aptos para consumo. O objetivo do caminhão itinerante é potencializar as ações de redução do desperdício, conscientizando e estimulando as pessoas a aproveitar melhor os alimentos.
O Food truck passou por nove lojas do Extra em São Paulo, começando pelo Extra Hiper Ricardo Jafet, nos dias 16 e 17 de junho, seguindo para o Extra Hiper Guaianases nos dias 19 e 20 e passando ainda por Itaquera, Mooca e Jaguaré. A partir do dia 8 de julho, o caminhão chega ao Rio de Janeiro na loja Extra Super Irajá e depois seguirá para Olaria e Tijuca. Serão 6 sessões diárias para 25 pessoas a partir das 11h.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Cuidado! Maçãs produzidas na Europa têm alto nível de pesticidas
Greenpeace analisou frutas provenientes de 12 países europeus e relatório apontou que pesticidas mais encontrados foram o fungicida boscalida e o DDT.
Coquetéis de pesticidas continuam sendo utilizados pelos produtores de maçãs de vários países europeus, em especial pelos agricultores que abastecem os grandes mercados atacadistas - afirmou nesta terça-feira (16) o Greenpeace em relatório.
A ONG analisou 85 amostras - 36 de água, 49 do solo - recolhidas nos pomares de 12 países europeus entre os maiores produtores de maçã, tendo como alvo aqueles que abastecem o varejo. Em média, 75% das amostras (78% para o solo, 72% para a água) "continha resíduos de pelo menos um" dos 53 pesticidas identificados.
"Pelo menos 70% dos pesticidas identificados apresentam uma toxicidade global aumentada para a saúde humana e a fauna selvagem", afirma o Greenpeace, denunciando um "peso tóxico" imposto pela "produção em escala industrial".
O número de pesticidas mais alto foi detectado nos solos de Itália, Bélgica e França. Na água, os países mais comprometidos foram Polônia, Eslováquia e Itália, segundo o relatório.
Os pesticidas encontrados com maior frequência no solo são o boscalida, "um fungicida presente em 38% das amostras", e o DDT (26% das amostras).
Em relação à amostra de água, os pesticidas mais frequentemente identificadas são boscalida (em 40% das amostras) e clorantraniliprol, inseticida também encontrado em 40% das amostras.
Fim ao uso
O relatório denuncia o "coquetel de pesticidas" e "mostra a realidade do uso extensivo, sistemático e 'multipropósito' de pesticidas na produção agrícola convencional", declarou à AFP Anaïs Fourest, encarregada do setor de agricultura no Greenpeace.
O Greenpeace pede aos estados-membro da União Europeia que "ponham progressivamente fim ao uso dos pesticidas químicos de síntese na agricultura" e sustentem "alternativas não-químicas para lutar contra os parasitas, em particular práticas agrícolas ecológicas".
A publicação deste relatório visa "interpelar os mercados atacadistas", como a campanha "pesticida zero" recentemente lançada pela ONG na França para tentar convencer as seis principais redes de distribuição francesas (Auchan, Carrefour, Casino, Leclerc, Intermarché, Magasins U) a apoiar os agricultores que se comprometem a produzir sem pesticidas.
Resíduos de pesticidas estão presentes em quase metade dos alimentos consumidos na Europa, mas a maioria dentro dos limites legais e provavelmente sem nenhum efeito sobre a saúde, garantiu em março a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos. As maçãs estão entre as frutas com maior presença de resíduos.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Cidade capixaba vê agricultura e pecuária como solução econômica
Município vai perder boa parte do tráfego com rodovia e implementação de ferrovia, o que irá afetar o setor de serviços. Antes que isso ocorra, a administração municipal e governo buscam saída sustentável e rápida. Outras cidades deveriam fazer o mesmo.
Raul Marques
Iconha está no olho do furacão. Nem todo mundo percebe, mas a cidade precisa descobrir sua vocação. Com um Produto Interno Bruto (PUB) praticamente gerado pelo comércio e serviços, o contorno da BR 101 e a anunciada construção de uma ferrovia que vai passar pelo Vale do Orobó e pelo município, a maior fonte de recursos da cidade deve mudar de ramo. A agricultura surge como opção óbvia segundo os números da última pesquisa realizada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Em Iconha, o setor de comércio e serviços representava, em 2012, 67,93% do PIB ante 21,5% da agropecuária. Como a rodovia deve contornar a cidade, o percentual de participação dos postos de combustíveis e de serviços deve cair. E a entrada da ferrovia tirará, ainda mais, os caminhões da cidade.
Diante de tais fatos, a agropecuária parece ser o caminho, atesta o chefe do escritório do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Fábio Lopes Dalbom. “A cidade tem que passar a buscar a agropecuária como fonte de riqueza e de geração de receita”, disse. Fábio Dalbom, inclusive, lembra que a agricultura, tanto a familiar como a de pequeno porte deve passar por melhorias para que possa aproveitar as duas oportunidades: a de deixar de ser escrava da rodovia e aproveitar a nova forma de escoamento da produção, a ferrovia que também faz ligação com os portos que serão postos em operação – Itaoca e Porto de Açu, na região de Campos dos Goytacazes, além do Rio de Janeiro.
“Os produtores terão que passar a inovar na qualidade inicial do produto, com a adoção de medidas para certificação”, disse. Dalbom referia-se a garantir a agricultura de produtos orgânicos, com a adequação de diferentes pontos. “Isso é muito importante para gerar valores agregados aos produtos. Ganhar competitividade”, disse.
De igual opinião compartilha do engenheiro agrônomo da Prefeitura Municipal de Iconha, Fábio Polastreli Guedes. “Para aproveitar a chegada de uma ferrovia, é necessário profissionalizar mais a produção agrícola na região, com a tecnificação”, referindo-se às práticas mais específicas que envolvem desde o plantio até o uso de defensivos e agrotóxicos.
Polastreli citou como exemplo fatos antigos que já aconteceram no Brasil por exportar produtos com padrões fora dos especificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Isso é muito importante para não se queimar uma oportunidade como esta”, disse.
Algumas outras amostras de ideias inovadoras para exportar foram citadas por Fábio Dalbom e por Fábio Polastreli. Uma destas é a da Coopervidas, que fica no Vale do Orobó. A Cooperativa de Valorização, Incentivo e de Desenvolvimento Agropecuário Sustentável do Vale do Orobó tem um projeto de exportação de acerola, que vem sendo tocado com muito empenho pelos participantes. No caso, a acerola é cultivada em pequenas áreas dos municípios de Piúma e Iconha, na região Sul do Estado. No caso, indiretamente, os pólos de frutos do Estado seriam um bom exemplo para quem desejar aproveitar a expansão da agricultura que pode acontecer em Iconha e arredores.
Outro exemplo citado por Dalbom é a intenção de exportar abacates do produtor Dalton Gotardo Petralonga, mais um produtor que está inserido nos programas de plantação orgânica da região.
União faz a força
Ambos os profissionais da área agrícola entendem que os pequenos produtores da região de Iconha e adjacências devem se unir em cooperativas para aumentar seu poder de fogo na horta de aproveitar as oportunidades. “A entrada da ferrovia, a mudança no traçado das estradas da região, associados a vários fatores podem baratear o custo para a produção no longo prazo. Isso vai ficar mais visível quando os agricultores se unirem”, disse Dalbom.
Uma outra forma de enfrentar as mudanças econômicas que estão por vir é valorizar os produtos regionais, com os chamados diferenciais. “O queijo da Serra da Canastra é um bom exemplo disso. Tem um sabor característico que pode se tornar um marco diferencial na hora de comercializar”, disse Polastreli.
Questionados sobre esta diferenciação, Polastreli e Dalbom entendem que este retorno à agropecuária como vocação da região pode abrir um leque de oportunidades de trabalho para muita gente que não quis seguir os passos da família por entender que trabalhar nas pequenas cidades não geraria renda. “Pode ser melhor ainda com a instalação de um armazém, de um porto seco, de um local que servisse de distribuidor para os produtores. Quanto mais se eliminarem os custos, melhor”, disse.
Sobre esta questão da mão de obra na agricultura, o engenheiro agrônomo Fábio Polastreli Guedes disse algo bem curioso. “A sucessão do trabalho rural é um desafio a ser enfrentado. Precisamos amenizar a saída dos jovens do campo. É uma questão de autonomia”, explicou.
Futuro
Se a agricultura parece ser o destino da rota de economia iconhense, Fábio Dalbom, do Incaper, alerta que isso só irá acontecer a médio e longo prazo. E não esconde sua posição favorável ao desvio da BR 101 do Centro de Iconha. “Qualquer impacto econômico que a saída da estrada do centro da cidade irá ter, ele é menor do que a qualidade de vida que isso vai proporcionar”, referindo-se ao fato de que, talvez, com o fim da dependência minada à estrada Iconha poderá encontrar-se novamente a sua vocação, no caso, a agropecuária.
Fábio Polastreli, da Secretaria de Agricultura, entende que todos os fatos que estão por vir serão fatores decisivos para o desenho de uma nova cidade, de uma nova economia. “Tudo isso fortalecerá a agricultura e a pecuária e deve enfraquecer outros setores”, disse, reforçando que é necessário trabalhar melhor e de forma mais racional para aumentar a produção.
Ambos lembraram, ainda, que apesar de ser responsável por menos de 20% do PIB municipal é da agropecuária que vem o dinheiro que abastece o setor de comércio e de serviços, seja pelo transporte, seja pelo consumo. “Quando houve a crise na colheita da banana há alguns anos, o comércio foi o primeiro a acusar isso. Ninguém vendia nada”, disseram.
EXCLUSIVO/Pesquisa: Ceasa capixaba foi a que mais cresceu entre 2014 e 2015
Nem mesmo a poderosa Ceagesp, maior central de abastecimento da América Latina, teve a comercialização de alimentos satisfatória, aponta estudo do governo federal: registrou aumento pífio de apenas 1,24%, no total geral.
Fatores climáticos, produção quebrada, problemas com a política econômica, retração na demanda, falta de infraestrutura adequada. Se você apontar todos os problemas citados aqui, ainda vai ficar faltando algum se o assunto for movimentação de mercadorias nas principais centrais de abastecimento de alimentos do país: Ceagesp, Ceasa Vitória, Ceasa Minas Gerais e Ceasa do Rio de Janeiro. Apenas a Ceasa capixaba apresentou crescimento considerável em relação às outras: o volume de comercialização chegou a 5,05%, no ano passado, como aponta o Boletim de Hortifrutigranjeiros Abril 2015, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão regulador da produção ligado ao governo federal. O levantamento aponta a comercialização de hortigranjeiros entre 2014 e 2015.
No total geral, os valores registrados foram de R$ 28.044.069.838,34, representando aumento de 5,02% em relação à 2014, apesar de todos os revezes climáticos e financeiros ocorridos nas regiões produtoras. O programa Conab/Prohort levou em conta 117 variedades de produtos e 133 diferentes hortaliças comercializadas.
A CeasaMinas, outra gigante na comercialização brasileira, teve a sua principal central, na capital Belo Horizonte, apresentando crescimento de apenas 2,30%. Outra gigante em comercialização, a Ceasa do Irajá, bairro da Zona Norte do Rio, capital fluminense, o crescimento apresentado foi de 2,77%.
Valores reduzidos
Como nas empresas de ônibus, os lucros ou resultados financeiros são guardados numa espécie de "caixa preta" por empresários e comerciantes dessas centrais de abastecimento, que temem por sequestros ou outros crimes. O CeasaCompras teve acesso a esses valores, relativos à comercialização de produtos. Na Ceagesp, incluindo todas as unidades, em dinheiro, o crescimento apresentado foi de 14,88%. Saltou de R$ 6,111 bi para R$ 7,02 bi.
Já, na CeasaMinas, o crescimento foi menos de 1%, ou seja 0,16% ( de Rs 2,282 bi para apenas R$ 2,279 bi). Na Ceasa Grande Rio, o dinheiro circulante cresceu 3,033% em um ano ( de R$ 2,935 bi para R4 3,033 bi). E no Espírito Santo, a Ceasa Vitória registrou apenas 1,45% no valor de comercialização dos produtos: de R$ 904.299. 736,33 para R$ 917. 374. 559,46.
Veja a relação por unidades de abastecimento:
Ceagesp
São Paulo, capital: de R$ 3.318.938,565 para R$ 3.360.010,504 (+ 1,24%);
Araçatuba: de R$ 21.086, 892 para R$ 22.120,342 ( + 4,90%);
Araraquara: de R$ 35.953,222 para R$ 47.192,104 (+ 31,26%);
Bauru: de R$ 74.746,253 para R$ 81.844,063 (+ 9,50%);
Franca: de R$ 10.647,110 para R$ 12.881,002 (+ 20,98%);
Marília: de R$ 12.693,986 para R$ 14.429,835 (+ 13,67%);
Piracicaba: recuou de R$ 47.272,560 para R$ 47.268,328 (- 0,01%);
Presidente Prudente: de R$ 60.181,057 para R$ 61.004,470 (+ 1,37%);
Ribeirão Preto: de R$ 193.312,306 para R$ 238.748,698 (+ 23,5%);
São José do Rio Preto: de R$ 84.308,721 para R$ 96.687,410 (+ 14,68);
São José dos Campos: recuou de R$ 109.632,163 para R$ 107.480,126 (-1,96%);
Sorocaba: de R$ 105.346,634 para R$ 120.546,730 (+14,43%).
Ceasa ES
Vitória, capital: de R$ 511.883,723 para R$ 537.741,061 (+5,05%);
Cachoeiro do Itapemirim: de R$ 18.314,796 para R$ 22.718,208 (+ 24,04%);
Ceasa MG
Belo Horizonte, capital: de R$ 1.453.902,244 para R$ 1.487.284,566 (+ 2,30%);
Caratinga: de R$ 41.340,309 para R$ 44.271,585 (+7,05%);
Governador Valadares: recuou de R$ 44.535,778 para R$ 41.953,475 (-5,80%);
Juiz de Fora: recuou de R$ 66.639,705 para R$ 61.984,278 (-6,99%);
Uberlândia: de R$ 222.046,664 para R$ 231.487,590 (+4,25%);
Barbacena: de R$ 16.022,197 para R$ 17.612,355 (+ 9,92%).
Ceasa RJ
Rio, capital: de R$ 1.423.913,000 para R$ 1.463.398.000 (+ 2,77%);
Ponto Pergunta: de R$ 27.586.000 para R$ 29.754.000 (+ 7,85%);
Nova Friburgo: recuou de R$ 15.321.000 para R$ 13.238.000 (-13,60%):
Paty do Alferes: recuou de R$ 15.452.000 para R$ 13.297.000 (-13,95%);
São Gonçalo: recuou de R$ 19.279.000 para R$ 161.167.000 (- 18,72%).
Outras unidades de mercado independentes
Ceasa Campinas (SP): recuou de R$ 543.870,424 para R$ 538.865.907 (-0,92%);
Centro Integrado de Abastecimento de Itajubá (MG): recuou de R$ 12.300.000 para R$ 11.050.182 (-10,16%);
Patos de Minas (MG): recuou de R$ 28.700.000 para R$ 26.783.325 (-6,68%);
Ceasa Noroeste (ES): recuou de R$ 28.079.250 para R$ 19.710.848 (-29,80%).
Sem dinheiro, Classe C corta supérfluos cada vez mais
Os anos gordos ficaram para trás.Assustada com a crise, classe C abre mão de conquistas de consumo e recorre a bicos para equilibrar o orçamento, aponta essa reportagem do Estadão que estamos reproduzindo.
Seis e vinte da manhã no bairro Bonsucesso, em Guarulhos. Valmira Souza passa apressada pelas roupas que havia pendurado às 11 horas da noite anterior. Não pode perder a condução - o ônibus passa às 6h33. Em dias bons, às 9h está na casa da patroa, que mora em um bairro nobre da capital. Enquanto corria corredor afora, a diarista, de 39 anos, ainda não sabia que, naquela segunda-feira, a sorte não estaria a seu favor. Até o terminal Armênia, na região norte de São Paulo, seriam três horas e meia. E ainda teria de pagar o metrô e fazer duas baldeações.
Trabalhando para quatro patrões diferentes, Valmira tira R$ 1,8 mil por mês. Após 19 anos de casamento, decidiu se separar. O ex-marido, desempregado, exigiu ser ressarcido do dinheiro que gastara com o material da casa que construíram no terreno do irmão dela. O saldo entre o que Valmira tem de pagar e a pensão definida em juízo é negativo em R$ 195 ao mês. A diferença faz falta. A conta do mercado não para de subir, quatro filhos na escola, a máquina de lavar está com um barulho estranho. “Vou ter de resolver, dar um jeito. Sozinha.”
Valmira Souza, doméstica, sai todos os dias de casa às 6h30 e enfrenta uma viagem de 3 horas de onibus para chegar ao trabalho
Ao longo de 2015, o brasileiro sentiu o “susto” da crise, diz André Torretta, presidente da consultoria A Ponte Estratégia, especializada na classe C. Água, luz e supermercado agora abocanham uma parcela bem maior da renda. Por isso, a nova classe média vem cortando supérfluos - iogurte, bolacha recheada, hambúrguer na praça de alimentação e cinema aos fins de semana. O carro, conquistado em suaves prestações, não raramente fica na garagem por causa do combustível caro. A intenção de consumo das famílias está no menor nível em cinco anos.
O que o consumidor sente na pele está transparente nos indicadores econômicos. Enquanto a inflação só aumenta - os alimentos subiram 4,56% de janeiro a maio, segundo o IBGE -, a renda vai no sentido contrário. O rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 2.138 em abril, queda de 2,9% em 12 meses. A partir deste domingo, o Estado vai mostrar, em uma série de três reportagens, os efeitos da crise para famílias e empresas. Nesta edição, reuniu histórias sobre como o brasileiro está lidando com a redução da renda.
Apesar do cenário negativo, especialistas na classe média brasileira afirmam que essa população não é fatalista. “Essas pessoas sabem que atingiram um novo patamar nos últimos dez anos. E vão se virar para proteger o que conquistaram”, diz Torreta, da A Ponte Estratégia. Já Luciana Aguiar, fundadora da consultoria Plano CDE, diz que esse público conta com fortes laços de solidariedade que são um “porto seguro” em momentos de dificuldades.
Mais do que nada. Sete anos atrás, Ruth Mendonça, então com 21 anos, saiu à rua a pé com os quatro filhos, dois no colo e dois agarrados em suas roupas, em direção à casa da mãe. Na época, não sabia fazer nada - tinha engravidado aos 14 anos e sempre dependera do ex-marido. Ao pedir abrigo, precisava contribuir. Resolveu fazer as unhas das conhecidas. De mão em mão, acabou nas esmalterias dos Jardins. Agora, administra um salão a poucos passos de sua casa, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Esmaltes expostos nas paredes amarelas, uma cadeira de cabeleireira e futuros serviços de depilação na sobreloja. “Tudo é bem simples”, diz. “Mas, quando olho para trás, acho que estou rica.”
Depois de anos em que cada dia parecia ser um degrau acima rumo a uma vida melhor, Ruth agora sente o baque da crise. Como administradora, não paga aluguel, mas dá uma comissão ao dono do imóvel. A cabeleireira tira a própria parte ao fim do dia de trabalho. Ruth fica com o que sobra: chegava a ter R$ 2 mil para ajudar no sustento da casa que divide com a mãe, o irmão e os filhos - uma “escadinha” de 12, 10, 9 e 7 anos. Mas este ano o movimento não para de cair. Agora, no fim do mês, ela tem, quando muito, R$ 1,3 mil. Embora esteja sendo obrigada a cortar gastos, não permite que a situação vire motivo para drama. “Tem gente que só quer o lado fácil da vida. Se eu não puder ter toda a fartura, pelo menos vou ter um saco de arroz para pôr na mesa.”
Mas Ruth não vai ficar de braços cruzados. A clientela sumida, ao ser abordada na rua, assume que está difícil colocar comida na mesa e cuidar ao mesmo tempo da beleza. “Vou panfletar, mostrar nossas promoções”, diz ela. Corte de cabelo com depilação sai mais barato, tintura com pedicure também. “Não posso pensar que estou nos Jardins. Aqui, R$ 5 menos pode fazer a minha cliente voltar.”
Enquanto Ruth tenta revitalizar seu negócio, do ouro lado da cidade, no Peri Alto, zona norte, a dona de casa Silvia Fernandes faz e refaz as contas. Com R$ 1,8 mil por mês para administrar, decretou no início deste ano o fim das prestações de eletrodomésticos e das compras de roupas e calçados. “Tênis novo só quando o atual furar.” Para abrigar a família, os cômodos foram construídos morro abaixo. Sala e cozinha ficam no piso mais alto, enquanto os dois quartos e o puxadinho que o filho e a nora construíram ficam no “andar” de baixo. São nove moradores: além de Silvia, há os cinco filhos (todos homens e com nomes iniciados com a letra M), o marido, a sogra e a nora. Isso sem contar dois cães e seis pássaros. Na casa, só o marido, o filho e a sogra trabalham - a nora, operadora de caixa, foi demitida no início do ano. A explicação foi padrão: corte de custos.
Surpresa no portão. Já era noite quando Valmira virou a esquina da rua de sua casa, em Guarulhos. No portão, uma silhueta conhecida: o ex-marido, escorado na antiga moto do casal. Ela já havia depositado o pagamento do material da construção, mas ele não havia pago a pensão dos filhos. Estava cansada demais para convidá-lo para um café, preferia manter a conversa rápida. Na calçada, fizeram um acordo, sem juiz ou assinatura. Ela ficaria livre dos depósitos mensais de R$ 595 e ele não pagaria a pensão de R$ 400 por um ano. Começou ali mesmo a fazer planos para o dinheiro extra: “Vou guardar para dar entrada num barraco.”
Assinar:
Postagens (Atom)