Blog do Estadão foi até a Santos, cidade do litoral sul paulista, para acompanhar o desembarque de pescado, onde constatou dificuldades.
E o que é peixe fresco? É o que saiu há pouco tempo do mar e fica armazenado no gelo – sem água. O tempo que o pescado aguenta sem perder qualidade depende da espécie. As mais gordurosas, como atum ou meca, podem aguentar algumas semanas. Mas um linguado não suporta mais de dois dias; espécies como garoupa e robalo mantêm suas características de sabor e textura no ponto ótimo por no máximo uma semana desde que são tiradas do mar.
A questão é que, na maioria dos casos, diversas espécies são armazenadas juntas, imersas no gelo no porão das embarcações que precisam fazer valer o investimento feito para sair ao mar: o barco não volta enquanto não estiver totalmente cheio e, com a sobrepesca que atinge 80% dos peixes no Brasil, é preciso ir mais longe e gastar mais tempo para conseguir pescar. Resultado: quando o peixe chega ao porto, pode ter sido pescado há uma, duas, três semanas.
Além disso, o cuidado com o peixe, no próprio barco, já não é ideal. “O pescado tem um tempo de prateleira curto. O processo de preservação e de posterior manutenção da qualidade tem de ser iniciado na própria embarcação pesqueira, onde o peixe precisa ser manipulado e acondicionado de forma adequada. Mas nem sempre isso acontece e o pescado já é descarregado com perda de qualidade”, diz Antônio Olinto, diretor do Laboratório de Estatística Pesqueira do Instituto de Pesca, que cataloga desembarques em São Paulo.
Dinâmica em Santos
O Paladar acompanhou um desses desembarques em Santos, na semana passada, no Terminal Pesqueiro Público. Eram evidentes as condições precárias de armazenamento de peixe – e as de trabalho, para os pescadores.
“A dinâmica de toda pesca hoje é muito falha. As embarcações prezam muito mais o volume que a qualidade”, diz Cauê Tessuto. “Na Espanha, por exemplo, é o contrário. A maioria da pesca vem de barcos menores, que fazem viagens curtas e desembarcam peixe mais fresco. Além disso, lá o pescador sabe que se não trouxer um produto em excelentes condições não vai ter mercado” diz o chef, que trabalhou no país ibérico.
Uma vez feito o desembarque, o próximo elo problemático da cadeia do pescado é o transporte. “É onde o peixe sofre mais”, diz o chef Alberto Landgraf, que comanda a cozinha do Epice, em São Paulo. “Já troquei de fornecedor sete vezes – e meu restaurante tem só dois anos e meio. Tive muito problema com pescado que chegava em más condições.”
O transporte de pescado é feito majoritariamente em caminhões. Do Pará, de onde vem a pescada amarela, ou do Maranhão e Rio Grande do Norte, de onde chega boa parte do robalo consumido em São Paulo, os caminhões levam até dois dias.
O resultado é que cozinheiros reclamam da dificuldade em obter um produto em boas condições – que não esteja machucado e tenha ficado só no gelo (e não no gelo derretido). Peixeiros cuidadosos queixam-se de como a mercadoria chega até eles. Pescadores protestam contra o trabalho árduo e mal remunerado de tirar o peixe do mar. Mas o diálogo entre as partes é truncado.
“É difícil eu chegar para um pescador e falar que ele tem que tratar o produto de outra forma. Para ele, é como ensinar o papa a rezar”, diz André Tamari, da peixaria Amani Tamari, no Mercado Municipal, há 40 anos fornecedora de restaurantes como o premiado Shin-Zushi, em São Paulo. Nesse mar de queixas, todos saem perdendo.
Reclamações
Minas Gerais: "Sou um paulistano que adotou BH em busca de melhor qualidade de vida, mas descendente de japoneses sofrem nesta cidade pois peixes, somente para pratos que sofram cocção. Sashimi? Nem pensar! Na maioria dos supermercados os peixes e frutos do mar chegam somente congelados onde se paga a água ao preço do produto. Tentar desgelar? Já tentei diversas formas, mas o resultado final é algo horrível com os peixes se despedaçando, flácidos e em nada, trabalhável. Sardinhas? Parecem ter sido movimentadas por profissionais da construção através de enxadas e pás além de todos os indícios de que foram capturadas há semanas senão meses. Para superar meus desejos dos peixes, tenho optado pelos filés de tilápias quando pequenas e Saint Peters quando maiores".
Japão: "Vivi sete anos no Japão onde podia escolher e comprar exemplares vivos fossem no supermercado local ou a centenas de quilômetros com os camarões que eram mantidos “hibernando” em embalagens contendo serragem e gelo seco; colocados em recipientes com água rapidamente se tornavam saltitantes".
Infraestrutura: "O Brasil não deve possuir uma indústria de pesca mesmo o governo tendo um ministério; não possui logística e frete aéreo e finalizando, não possui empresa de courrier. A ECT não transporta víveres".
Governo amplia a produção de frutas voltadas para o consumo direto
O concurso que atinge mais de 40 estabelecimentos comerciais na cidade carioca também conta com o apoio direto da Secretaria estadual de Agricultura e Pecuária
O programa Frutificar, criado pelo Governo do Estado para fomentar o aumento da produção de frutas no Rio de Janeiro, vem colhendo bons frutos. Nos últimos anos, o projeto ampliou o leque das frutas incentivadas e avançou para diversas regiões do Rio de Janeiro. Até a 16ª edição do concurso Comida di Buteco, que reúne 45 estabelecimentos, tem este ano o produto como tema.
- A produção incentivada pelo Frutificar se destaca pela qualidade, produtividade elevada e alto padrão comercial. A maior parte é o que chamamos de frutas de mesa, voltadas para consumo direto e não para processamento pela indústria - disse o secretário de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo.
O Frutificar permite o acesso a novas variedades do produto e o aporte de modernas tecnologias por meio de linha de crédito específica para o financiamento de projetos de fruticultura irrigada. Até então, foram investidos R$ 40 milhões em financiamentos para a atividade, beneficiando 987 produtores, com a implantação de 3 mil hectares de frutas em todo o estado.
Fruta com maior volume de produção e área plantada no estado, o abacaxi se destaca, principalmente, no município de São Francisco do Itabapoana, no Norte Fluminense. São 6 mil hectares de lavouras. Em segundo lugar, vem laranja e limão, produzidos nas regiões das Baixadas Litorâneas e Noroeste.
Veterano no Comida di Buteco, David Bispo, proprietário do Bar do David, no Chapéu-Mangueira, no Leme, usou o abacaxi para criar o prato desta edição. O Estrela de David reúne costela de porco com geleia da fruta, pimenta e hortelã.
- Escolhi o abacaxi por ser uma fruta bem brasileira, que encontramos o ano todo e muito prática de usar na culinária, já que combina com tudo. Além disso, pensei na Estrela de David, usando como decoração do prato a coroa da fruta, que todo mundo descarta - explicou David, que participa pela quinta vez do evento e já recebeu prêmios.
Três bares participantes este ano estão instalados em comunidades pacificadas.
A saída é aumentar os programas rurais que estimulam desenvolvimento do interior. Governo do Estado concede linhas de crédito e incentivos fiscais.
Fomentar o desenvolvimento do interior fluminense, oferecendo subsídios para que os municípios consigam se desenvolver e incrementar sua economia, está entre as principais políticas do Governo do Estado. Para isso, vêm sendo implementados programas que têm como foco a promoção de setores como a Pecuária Leiteira, Floricultura, Agroindústria Familiar, Fruticultura e Produção de Carne e Leite, através da concessão de linhas de crédito e incentivos fiscais. Juntos, os projetos reúnem investimentos de R$ 81,7 milhões concedidos com recursos do Tesouro Estadual, beneficiando milhares de produtores em todo o estado.
- Esses programas vêm auxiliando no desenvolvimento da economia de milhares de famílias rurais fluminenses, já que criam estruturas para que elas permaneçam com dignidade no campo - disse o secretário de Agricultura, Christino Áureo.
Em 2009, o Estado lançou o Rio Leite, buscando atrair a instalação de novas fábricas lácteas e usinas de beneficiamento de diferentes portes através da concessão de incentivos fiscais. Com a criação do programa, a indústria leiteira fluminense vem se consolidando como uma das mais importantes do país, agregando 51 novas unidades produtoras de leite e derivados no estado, reunindo investimentos de R$ 410 milhões e a criação de 26,3 mil empregos. Além disso, o projeto ajudou a modernizar 42 cooperativas agropecuárias e de laticínios com crédito de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no total de R$ 60 milhões, gerando cerca de 6,3 mil empregos.
No mesmo ano, foi criado o Rio Genética, que visa melhorar o rebanho e aumentar a produção leiteira. O projeto já é responsável pela introdução de 11 mil animais de alto padrão genético nos criadouros fluminenses, democratizando o acesso de pequenos produtores a matrizes e reprodutores com aptidão leiteira. Até agora, foram R$ 35 milhões em investimentos e cerca de 1 mil produtores beneficiados com concessão de crédito. Além disso, animais participantes do projeto já alcançaram recordes de produção de leite e sêmen.
Alimento com qualidade
A produção de carne no estado também recebeu atenção especial nos últimos anos. O programa Rio Carne foi concebido para estruturar a cadeia produtiva no estado, atraindo empresários de alto nível tecnológico e capacitando os já estabelecidos, elevando a competitividade e atratividade fiscal para os empreendimentos. O projeto visa ordenar a estrutura de abate para a oferta ao consumidor de alimento com qualidade e garantia de procedência. Assim como o Rio Leite, a iniciativa se propõe a impulsionar a instalação de empresas com a concessão de incentivos fiscais.
Incentivo à produção de frutas e flores
Permitir o acesso a novas variedades de frutas e o aporte de modernas tecnologias através de linha de crédito para projetos de fruticultura irrigada é o objetivo do Frutificar. Foram investidos, até então, R$ 40 milhões em financiamentos para a atividade, beneficiando 987 produtores, com a implantação de 3 mil hectares de lavouras de frutas. Nos últimos anos, o programa ampliou o leque das frutas incentivadas e avançou para diversas regiões do Rio de Janeiro, impulsionando a produção de abacaxi, citrus (laranja e limão), goiaba, coco, manga, morango, uva, cacau e banana.
A floricultura fluminense, responsável por movimentar, em 2014, no Rio de Janeiro cerca de R$ 634 milhões com a produção de flores e folhagens de corte e plantas para paisagismo e jardinagem, também foi incluída na lista de setores que receberam apoio do Governo do Estado. Implementado em 2005, o Florescer oferece linhas de crédito com financiamentos entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Até agora, foram destinados R$ 1,6 milhão de recursos estaduais para financiar 42 projetos de floricultores fluminenses. Ao todo, 683 produtores já foram beneficiados pelo programa, incluindo os que receberam capacitação técnica.
Agroindústrias fluminenses
Responsável pela legalização de mais de 200 agroindústrias e concessão de crédito para 128 empreendimentos nos últimos oito anos, o Prosperar financia a ampliação e adequação sanitária das pequenas agroindústrias familiares, além da capacitação de técnicos e produtores. Empreendimentos nos setores de laticínios, mel e derivados, doces, café, cachaça e água de coco são os mais favorecidos com os recursos do projeto, que já investiu R$ 6,2 milhões.
Lançamento vem
dois anos após a Heinz ter sido comprada pelo 3G Capital e pela
Berkshire Hathaway. Lançamento vem dois anos após a Heinz ter sido
comprada pelo 3G Capital e pela Berkshire Hathaway Crédito: Reprodução
E.J.Schultz, do Advertising Age
A
Heinz detém a soberania inquestionável do mercado de ketchup, com mais
de 60% de market share. Mas, quando falamos de mostarda, a marca é
comum, registrando poucas vendas nos supermercados.
Como isso é
possível, sendo que ketchup e mostarda andam juntos como sal e pimenta? A
resposta curta é que a Heinz não colocou muito esforço no condimento
amarelo. Enquanto a mostarda da Heinz pode ser facilmente encontrada em
redes de fastfood – como restaurantes – a distribuição para
supermercados tem sido limitada, e a maioria só pode ser encontrada em
pacotes para piquenique, que incluem ketchup e relish.
Isso
mudará em breve com o lançamento de uma mostarda reformulada que a
anunciante planeja distribuir amplamente. A nova campanha, feita pela
David, tem como objetivo usar a força da marca no ketchup no slogan “O
Ketchup tem uma nova mostarda”.
“Nós estamos tentando acabar com o
efeito do piloto automático, onde pessoas não pensam muito sobre a
mostarda amarela,” disse Eduardo Luz, presidente da divisão
norte-americana da Heinz. “É uma maneira engraçada e leve de conectar a
mostarda da Heinz com o ketchup”.
O lançamento vem quase dois
anos após a Heinz ter sido comprada pelo 3G Capital e pela Berkshire
Hathaway. Mês passado, a Heinz anunciou uma fusão com a Kraft Foods
Group, um acordo que também foi orquestrado pela 3G e pela Berkshire.
O
lançamento da mostarda pode nos dar pistas de como a recém-combinada
empresa irá fazer para desenvolver as marcas que são vendidas, em sua
grande maioria, em lojas grandes e reconhecidas. “É uma linha lógica de
extensão para eles se posicionarem com mais força na indústria do
ketchup e mostarda, além das indústrias de condimentos,” disse Rick
Shea, um ex-executivo de marketing e presidente da Shea Marketing. Ele
notou que a mostarda da Heinz poderia ser um grande complemento à marca
da Kraft Grey Poupon. As oportunidades de sinergia também existem com a
marca de cachorro-quente Kraft Oscar Mayer.
Luz se recusou a comentar sobre a fusão, que é esperada para ocorrer na segunda metade de 2015.
Luz,
que nasceu no Brasil, entrou na Heinz após a compra pelo 3G, que tem
raízes em seu país de origem. O fundo também detém uma parte do Burger
King que trabalha com a David como agência global. A agência foi fundada
em 2011 pelos executivos da Ogilvy da América Latina. Questionado se a
relação com a David influenciou a seleção da Heinz pela agência, Luz
disse: “eu conheço os rapazes da David do Brasil. A relação é muito mais
antiga”.
Ele disse que a Cramer-Krasselt continuará sendo a agência do ketchup Heinz.
A
Heinz controla 62,4% da categoria de ketchup nos Estados Unidos, com
US$ 470 milhões de vendas até 22 de março, de acordo com o IRI. Com o
3G, a Heinz conseguiu aumentar as vendas com novos produtos, como o
ketchup com adição da pimenta sriracha, que foi lançado no começo desse
ano. Até 22 de março, a Heinz ganhou 0,4% de market share, enquanto
marcas privadas, como a ConAgra, dona da Hunts, perderam espaço no
mercado.
A marca líder de mostarda é a Frenchs, que alcançou US$
166 milhões em vendas e 38,7% de market share, de acordo com a IRI. A
Heinz teve menos de 1% de share.
A Heinz está afirmando que sua
nova mostarda contém “ingredientes 100% naturais”, incluindo “sementes
de mostarda escura, uma mistura secreta e vinagre”.
Empresas do
3G são conhecidas por seus programas de redução de custo, como aconteceu
com a HJ Heinz, que demitiu funcionários e fechou fábricas. Mas, os
investimento em marketing parecem estar aumentando. As verbas de mídia
para ketchup e condimentos da Heinz passaram de US$ 2,3 milhões, em
2013, para US$ 15,7 milhões em 2014, de acordo com a Kantar Media.
Luz
se recusou a contar detalhes sobre os planos financeiros para o
lançamento da mostarda, mas disse que terá um suporte significativo.
“Nós nunca tivemos esse tipo de suporte por trás da Heinz como estamos
tendo esse ano, e ano passado também foi um recorde,” disse.
Fonte: Meio & Mensagem
R$ 0,98 o
quilo da batata. Inacreditável diriam alguns consumidores. Mas quem
passava na manhã deste domingo na porta do "sacolão" situado na esquina
das Ruas Magno Martins com Comendador Bastos, na Freguesia, Ilha do
Governador, bairro da Zona Norte carioca, se espantava com o preço
oferecido, desenhado com letras vermelhas em um cartaz de fundo amarelo.
Há duas semanas, os preços tinham chegado quase na estratosfera, e
preocuparam durante a Semana Santa, mas o importante é que o preço da
batata despencou e parece que ficará assim por mais alguns dias. Talvez
suba um pouquinho por conta de dois feriados nesta semana: o desta
terça-feira, 21, e o de São Jorge, na quinta-feira, dia 23, fazendo com
que muitas mercadorias não cheguem na central de abastecimento
fluminense, no Irajá, Zona Norte, e do Colubandê, no município de São
Gonçalo, Região Metropolitana.
Outros preços que chamavam a
atenção, um deles era o quilo do chuchu, vendido a R$ 0,56, seguido das
laranja pera e do limão a R$ 1,98, e da dúzia de ovos a pouco mais de R$
2. O comerciante havia abastecido a loja na sexta-feira e no sábado,
pela manhã, depois de comprar na Ceasa do Irajá.
Então, fomos
analisar os preços divulgados pela diretoria técnica da central de
abastecimento e verificamos que a caixa com 20 quilos de chuchu estava a
R$ 10 o maior, e a R$ 4, o menor; a saca de batata, com 50 kg, fora
vendida a R$ 70 a grande, e R$ 45 a pequena; a laranja pera, caixa com
25 kg, vendida a R$ 23, e a do limão tahiti, também com 25kg, a R$ 30.
Não fica por aí, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos custava R$ 70.
No
caso das frutas, encontramos a laranja seleta, caixa com 27 kg, a R$
25, devendo provocar uma queda para centavos, já que há poucos dias, na
feira livre e nos sacolões, tanto a pera como a seleta, custavam R$ 4 a
dúzia. Um absurdo.
A cebola, o tomate e o alho, ainda vão
permanecer com os preços acima da média. O tomate estava sendo vendido,
caixa com 22 kg, a R$ 100. O mesmo preço da caixa de alho. Já a cebola,
saca com 20 kg, custava R$ 50.
Estamos de olho no mercado.
O
total comercializado pela central de abastecimento carioca deu um salto
qualitativo de 3,34%, na comercialização dos produtos em 2014.
Depois
de amargar uma perda no ranking para a Ceasa mineira, durante algum
tempo, quando ficou em terceiro lugar no total arrecadado com a venda
dos seus produtos, a Ceasa do Irajá, bairro da Zona Norte do Rio, deu um
salto importante, de acordo com pesquisa divulgada pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), boletim hortigranjeiro. O Portal CeasaCompras.com.br
teve acesso aos dados, considerados dos mais importantes, que traçam
uma radiografia de quase todas as centrais brasileiras. Nos
concentramos, principalmente, naquelas da Região Sudeste do país, as que
mais sofreram com a estiagem do ano passado. Rio de Janeiro, São Paulo,
Minas gerais e Espírito Santo tiveram suas áreas rurais muito afetadas
pela falta de chuvas e a consequente falta de água nas regiões
produtoras.
Um outro detalhe importante que foi diagnosticado se
refere o volume decorrente das vendas, que significa o aumento de
preços de muitos produtos por conta disso. Os dados fazem um contraponto
entre o que foi vendido em 2013 com o que foi vendido em 2014. Somadas
as 51 Ceasas pesquisadas, os valores totais chegaram a R$
28.044.069.838,34, num aumento de 5,02% em 2014. Não é porque venderam
muito, é por que os hortigranjeiros subiram de preços, muitas vezes
chegando a dobrar, como foram os casos do tomate, batata, entre outros.
Para
termos exemplos que marcam essas vendas, separamos os maiores locais de
vendas: na Ceagesp da capital paulista, o crescimento foi de 14,88%,
saltando de R$ 6,111 bi (2013) para R$ 7,021 bi (2014). Em segundo lugar
ficou a Ceasa do Irajá (RJ), que cresceu 3,34%, comercializando R$
2,935 bi (2013) e R$ 3,033 bi (2014). A Ceasa da Grande Belo Horizonte
(MG) cresceu apenas 0,16%, saltando de R$ 2,279 bi (2013) para 2,282 bi
(2014). Já na Ceasa da Grande Vitória (ES), o crescimento foi também de
apenas 1,45%, de R$ 904,299 milhões para R$ 917,374 milhões.
A
bem da verdade, nós chegamos a acompanhar os preços praticados durante
todo o ano passado por essas centrais de abastecimento e pudemos
constatar que em Minas e no Espírito Santo, os preços não chegaram a
aumentar tanto como nas outras duas que lideram a enquete econômica.
Veja a evolução das vendas em cada central, no período 2013/2014:
CEAGESP -
Araraquara: R$ 65.399.296,72 ; R$ 86.297.284,90 (31,95 %)
Bauru: R$ 132.572.667,83 ; R$145.639.976,30 (9,86%)
Franca: R$ 20.551.228,91; 24.580.708,06 (19,61)
Marília: R$ 23.532.343,83; R$ 27.973.106,88 (18,87)
Piracicaba: R$ 71.726.296,59: R$ 75.059.509,50 (4,65%)
Presidente Prudente: R$ 85.874.164,71; R$ 144.721.485,14 (68,53%)
Ribeirão Preto: R$ 313.634.617,02; R$ 396.729.770,61 (26,49%)
São José do Rio Preto: R$ 156.123.025,32; R$ 182.378.927,21 (16,82%)
São José dos Campos: R$ 181.821.800,92; R$ 168.835.173,02 (-7,14%)
São Paulo: R$ 6.111.802.053,54; R$ 7.021.089.222,81 (14,88%)
Sorocaba: R$ 162.908.795,27; R$ 194.591.041,65 (19,45%)
CEASA-ES -
Cachoeiro do Itapemirim: R$ 32.150.230,25; R$ 40.227.922,41 (25,12%)
Vitória: R$ 904.299.736,33; R$ 917.374.559,46 (1,45%)
CEASAMINAS -
Caratinga: R$ 59.284.864,72; R$ 64.165.997,92 (8,23%)
Governador Valadares: R$ 69.765.725,44; R$ 63.892.143,22 (-8,42%)
Grande Belo Horizonte: R$ 2.282.976.402,69; R$ 2.279.243.468,80 (-0,16%)
Juiz de Fora: R$110.794.898,21; R$ 101.662.993,82 (-8,24%)
Uberlândia: R$ 392.237.115,85; R$ 433.816.377,31 (10,60%)
Barbacena: R$ 27.523.811,86; R$ 29.672.128,28 (7,81%)
CEASA RJ -
Mercado do Produtor Ponto de Pergunta: R$ 27.444.000,00; R$ 37.653.000,00 (37,20%)
Nova Friburgo: R$ 21.794.000,00; R$14.570.000,00 (-33,15%)
Paty de Alferes: R$ 23.960.000,00; R$19.858.000,00 (-17,12%)
Irajá: R$ 2.935.579.000,00; R$ 3.033.700.000,00 (3,34%)
São Gonçalo: R$ 274.545.000,00; R$ 306.935.000,00 (11,80%)
Mercado Municipal
Campinas (SP): R$ 1.077.038.281,32; R$ 1.098.485.
A fruta foi muito comercializada na Unidade Regional, localizada em Colatina.
O
mercado da Unidade Regional Noroeste, das Centrais de Abastecimento do
Espírito Santo (Ceasa/ES) em Colatina, fechou o mês de março com 1.839.
695 quilos vendidos, gerando movimentação financeira de R$2.973.115,78.
Os últimos três meses deste ano totalizaram 5.189.495 quilos de produtos
comercializados na unidade.
Dentre as 50 variedades de produtos
vendidos, o destaque foi para a Banana da Terra, produzida no município
de São Roque do Canaã, com 211.960 quilos. A melancia, os ovos, o
repolho híbrido, o tomate, a laranja, a batata e a cebola também foram
os alimentos que apresentaram maior oferta durante o mês.
Segundo
o gerente técnico das Unidades Regionais, Marcos Antônio Cossetti
Magnago, apesar dos números indicarem uma pequena queda, podemos
considerar que o resultado disto foi devido à seca nos últimos meses.
“Quando comparados aos dois últimos trimestres, tecnicamente
consideramos normal, ou melhor, dentro de nossas previsões. A seca
imposta pela natureza no período de dezembro a março de 2015 impactou
consideravelmente a agricultura e a horticultura, portanto estamos agora
tendo reflexos daquele período de estiagem”, ressalta Magnago.
Os
municípios que mais ofertaram produtos na Unidade foram Cariacica, com
408.183 quilos; seguido de Santa Maria de Jetibá, com 311.608 quilos;
Colatina, 240.738 quilos, Santa Teresa com 155.459 quilos, Linhares com
116.120 quilos; e São Roque do Canaã, 262.116 quilos. Outros municípios
que contribuíram na oferta foram Governador Lindenberg, com 77.446
quilos; Marilândia, com 65.450 quilos; Itarana com 50.829 quilos, Baixo
Guandu com 44.378 quilos, São Domingos do Norte, com 36.640; Domingos
Martins, com 9.520 quilos; e São Gabriel da Palha, com 4.800 quilos.