quarta-feira, 22 de abril de 2015
Sem totalidade dos royalties, Rio de Janeiro incrementa produção rural
A saída é aumentar os programas rurais que estimulam desenvolvimento do interior. Governo do Estado concede linhas de crédito e incentivos fiscais.
Fomentar o desenvolvimento do interior fluminense, oferecendo subsídios para que os municípios consigam se desenvolver e incrementar sua economia, está entre as principais políticas do Governo do Estado. Para isso, vêm sendo implementados programas que têm como foco a promoção de setores como a Pecuária Leiteira, Floricultura, Agroindústria Familiar, Fruticultura e Produção de Carne e Leite, através da concessão de linhas de crédito e incentivos fiscais. Juntos, os projetos reúnem investimentos de R$ 81,7 milhões concedidos com recursos do Tesouro Estadual, beneficiando milhares de produtores em todo o estado.
- Esses programas vêm auxiliando no desenvolvimento da economia de milhares de famílias rurais fluminenses, já que criam estruturas para que elas permaneçam com dignidade no campo - disse o secretário de Agricultura, Christino Áureo.
Em 2009, o Estado lançou o Rio Leite, buscando atrair a instalação de novas fábricas lácteas e usinas de beneficiamento de diferentes portes através da concessão de incentivos fiscais. Com a criação do programa, a indústria leiteira fluminense vem se consolidando como uma das mais importantes do país, agregando 51 novas unidades produtoras de leite e derivados no estado, reunindo investimentos de R$ 410 milhões e a criação de 26,3 mil empregos. Além disso, o projeto ajudou a modernizar 42 cooperativas agropecuárias e de laticínios com crédito de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no total de R$ 60 milhões, gerando cerca de 6,3 mil empregos.
No mesmo ano, foi criado o Rio Genética, que visa melhorar o rebanho e aumentar a produção leiteira. O projeto já é responsável pela introdução de 11 mil animais de alto padrão genético nos criadouros fluminenses, democratizando o acesso de pequenos produtores a matrizes e reprodutores com aptidão leiteira. Até agora, foram R$ 35 milhões em investimentos e cerca de 1 mil produtores beneficiados com concessão de crédito. Além disso, animais participantes do projeto já alcançaram recordes de produção de leite e sêmen.
Alimento com qualidade
A produção de carne no estado também recebeu atenção especial nos últimos anos. O programa Rio Carne foi concebido para estruturar a cadeia produtiva no estado, atraindo empresários de alto nível tecnológico e capacitando os já estabelecidos, elevando a competitividade e atratividade fiscal para os empreendimentos. O projeto visa ordenar a estrutura de abate para a oferta ao consumidor de alimento com qualidade e garantia de procedência. Assim como o Rio Leite, a iniciativa se propõe a impulsionar a instalação de empresas com a concessão de incentivos fiscais.
Incentivo à produção de frutas e flores
Permitir o acesso a novas variedades de frutas e o aporte de modernas tecnologias através de linha de crédito para projetos de fruticultura irrigada é o objetivo do Frutificar. Foram investidos, até então, R$ 40 milhões em financiamentos para a atividade, beneficiando 987 produtores, com a implantação de 3 mil hectares de lavouras de frutas. Nos últimos anos, o programa ampliou o leque das frutas incentivadas e avançou para diversas regiões do Rio de Janeiro, impulsionando a produção de abacaxi, citrus (laranja e limão), goiaba, coco, manga, morango, uva, cacau e banana.
A floricultura fluminense, responsável por movimentar, em 2014, no Rio de Janeiro cerca de R$ 634 milhões com a produção de flores e folhagens de corte e plantas para paisagismo e jardinagem, também foi incluída na lista de setores que receberam apoio do Governo do Estado. Implementado em 2005, o Florescer oferece linhas de crédito com financiamentos entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Até agora, foram destinados R$ 1,6 milhão de recursos estaduais para financiar 42 projetos de floricultores fluminenses. Ao todo, 683 produtores já foram beneficiados pelo programa, incluindo os que receberam capacitação técnica.
Agroindústrias fluminenses
Responsável pela legalização de mais de 200 agroindústrias e concessão de crédito para 128 empreendimentos nos últimos oito anos, o Prosperar financia a ampliação e adequação sanitária das pequenas agroindústrias familiares, além da capacitação de técnicos e produtores. Empreendimentos nos setores de laticínios, mel e derivados, doces, café, cachaça e água de coco são os mais favorecidos com os recursos do projeto, que já investiu R$ 6,2 milhões.
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Líder no Ketchup, Heinz quer avançar na mostarda
Lançamento vem dois anos após a Heinz ter sido comprada pelo 3G Capital e pela Berkshire Hathaway. Lançamento vem dois anos após a Heinz ter sido comprada pelo 3G Capital e pela Berkshire Hathaway Crédito: Reprodução
E.J.Schultz, do Advertising Age
A Heinz detém a soberania inquestionável do mercado de ketchup, com mais de 60% de market share. Mas, quando falamos de mostarda, a marca é comum, registrando poucas vendas nos supermercados.
Como isso é possível, sendo que ketchup e mostarda andam juntos como sal e pimenta? A resposta curta é que a Heinz não colocou muito esforço no condimento amarelo. Enquanto a mostarda da Heinz pode ser facilmente encontrada em redes de fastfood – como restaurantes – a distribuição para supermercados tem sido limitada, e a maioria só pode ser encontrada em pacotes para piquenique, que incluem ketchup e relish.
Isso mudará em breve com o lançamento de uma mostarda reformulada que a anunciante planeja distribuir amplamente. A nova campanha, feita pela David, tem como objetivo usar a força da marca no ketchup no slogan “O Ketchup tem uma nova mostarda”.
“Nós estamos tentando acabar com o efeito do piloto automático, onde pessoas não pensam muito sobre a mostarda amarela,” disse Eduardo Luz, presidente da divisão norte-americana da Heinz. “É uma maneira engraçada e leve de conectar a mostarda da Heinz com o ketchup”.
O lançamento vem quase dois anos após a Heinz ter sido comprada pelo 3G Capital e pela Berkshire Hathaway. Mês passado, a Heinz anunciou uma fusão com a Kraft Foods Group, um acordo que também foi orquestrado pela 3G e pela Berkshire.
O lançamento da mostarda pode nos dar pistas de como a recém-combinada empresa irá fazer para desenvolver as marcas que são vendidas, em sua grande maioria, em lojas grandes e reconhecidas. “É uma linha lógica de extensão para eles se posicionarem com mais força na indústria do ketchup e mostarda, além das indústrias de condimentos,” disse Rick Shea, um ex-executivo de marketing e presidente da Shea Marketing. Ele notou que a mostarda da Heinz poderia ser um grande complemento à marca da Kraft Grey Poupon. As oportunidades de sinergia também existem com a marca de cachorro-quente Kraft Oscar Mayer.
Luz se recusou a comentar sobre a fusão, que é esperada para ocorrer na segunda metade de 2015.
Luz, que nasceu no Brasil, entrou na Heinz após a compra pelo 3G, que tem raízes em seu país de origem. O fundo também detém uma parte do Burger King que trabalha com a David como agência global. A agência foi fundada em 2011 pelos executivos da Ogilvy da América Latina. Questionado se a relação com a David influenciou a seleção da Heinz pela agência, Luz disse: “eu conheço os rapazes da David do Brasil. A relação é muito mais antiga”.
Ele disse que a Cramer-Krasselt continuará sendo a agência do ketchup Heinz.
A Heinz controla 62,4% da categoria de ketchup nos Estados Unidos, com US$ 470 milhões de vendas até 22 de março, de acordo com o IRI. Com o 3G, a Heinz conseguiu aumentar as vendas com novos produtos, como o ketchup com adição da pimenta sriracha, que foi lançado no começo desse ano. Até 22 de março, a Heinz ganhou 0,4% de market share, enquanto marcas privadas, como a ConAgra, dona da Hunts, perderam espaço no mercado.
A marca líder de mostarda é a Frenchs, que alcançou US$ 166 milhões em vendas e 38,7% de market share, de acordo com a IRI. A Heinz teve menos de 1% de share.
A Heinz está afirmando que sua nova mostarda contém “ingredientes 100% naturais”, incluindo “sementes de mostarda escura, uma mistura secreta e vinagre”.
Empresas do 3G são conhecidas por seus programas de redução de custo, como aconteceu com a HJ Heinz, que demitiu funcionários e fechou fábricas. Mas, os investimento em marketing parecem estar aumentando. As verbas de mídia para ketchup e condimentos da Heinz passaram de US$ 2,3 milhões, em 2013, para US$ 15,7 milhões em 2014, de acordo com a Kantar Media.
Luz se recusou a contar detalhes sobre os planos financeiros para o lançamento da mostarda, mas disse que terá um suporte significativo. “Nós nunca tivemos esse tipo de suporte por trás da Heinz como estamos tendo esse ano, e ano passado também foi um recorde,” disse.
Fonte: Meio & Mensagem
"Repórter Sacolão" - Batata com o preço lá embaixo
R$ 0,98 o quilo da batata. Inacreditável diriam alguns consumidores. Mas quem passava na manhã deste domingo na porta do "sacolão" situado na esquina das Ruas Magno Martins com Comendador Bastos, na Freguesia, Ilha do Governador, bairro da Zona Norte carioca, se espantava com o preço oferecido, desenhado com letras vermelhas em um cartaz de fundo amarelo. Há duas semanas, os preços tinham chegado quase na estratosfera, e preocuparam durante a Semana Santa, mas o importante é que o preço da batata despencou e parece que ficará assim por mais alguns dias. Talvez suba um pouquinho por conta de dois feriados nesta semana: o desta terça-feira, 21, e o de São Jorge, na quinta-feira, dia 23, fazendo com que muitas mercadorias não cheguem na central de abastecimento fluminense, no Irajá, Zona Norte, e do Colubandê, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana.
Outros preços que chamavam a atenção, um deles era o quilo do chuchu, vendido a R$ 0,56, seguido das laranja pera e do limão a R$ 1,98, e da dúzia de ovos a pouco mais de R$ 2. O comerciante havia abastecido a loja na sexta-feira e no sábado, pela manhã, depois de comprar na Ceasa do Irajá.
Então, fomos analisar os preços divulgados pela diretoria técnica da central de abastecimento e verificamos que a caixa com 20 quilos de chuchu estava a R$ 10 o maior, e a R$ 4, o menor; a saca de batata, com 50 kg, fora vendida a R$ 70 a grande, e R$ 45 a pequena; a laranja pera, caixa com 25 kg, vendida a R$ 23, e a do limão tahiti, também com 25kg, a R$ 30. Não fica por aí, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos custava R$ 70.
No caso das frutas, encontramos a laranja seleta, caixa com 27 kg, a R$ 25, devendo provocar uma queda para centavos, já que há poucos dias, na feira livre e nos sacolões, tanto a pera como a seleta, custavam R$ 4 a dúzia. Um absurdo.
A cebola, o tomate e o alho, ainda vão permanecer com os preços acima da média. O tomate estava sendo vendido, caixa com 22 kg, a R$ 100. O mesmo preço da caixa de alho. Já a cebola, saca com 20 kg, custava R$ 50.
Estamos de olho no mercado.
EXCLUSIVO - Ceasa do Rio passa na frente da Ceasa Minas
O total comercializado pela central de abastecimento carioca deu um salto qualitativo de 3,34%, na comercialização dos produtos em 2014.
Depois de amargar uma perda no ranking para a Ceasa mineira, durante algum tempo, quando ficou em terceiro lugar no total arrecadado com a venda dos seus produtos, a Ceasa do Irajá, bairro da Zona Norte do Rio, deu um salto importante, de acordo com pesquisa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), boletim hortigranjeiro. O Portal CeasaCompras.com.br teve acesso aos dados, considerados dos mais importantes, que traçam uma radiografia de quase todas as centrais brasileiras. Nos concentramos, principalmente, naquelas da Região Sudeste do país, as que mais sofreram com a estiagem do ano passado. Rio de Janeiro, São Paulo, Minas gerais e Espírito Santo tiveram suas áreas rurais muito afetadas pela falta de chuvas e a consequente falta de água nas regiões produtoras.
Um outro detalhe importante que foi diagnosticado se refere o volume decorrente das vendas, que significa o aumento de preços de muitos produtos por conta disso. Os dados fazem um contraponto entre o que foi vendido em 2013 com o que foi vendido em 2014. Somadas as 51 Ceasas pesquisadas, os valores totais chegaram a R$ 28.044.069.838,34, num aumento de 5,02% em 2014. Não é porque venderam muito, é por que os hortigranjeiros subiram de preços, muitas vezes chegando a dobrar, como foram os casos do tomate, batata, entre outros.
Para termos exemplos que marcam essas vendas, separamos os maiores locais de vendas: na Ceagesp da capital paulista, o crescimento foi de 14,88%, saltando de R$ 6,111 bi (2013) para R$ 7,021 bi (2014). Em segundo lugar ficou a Ceasa do Irajá (RJ), que cresceu 3,34%, comercializando R$ 2,935 bi (2013) e R$ 3,033 bi (2014). A Ceasa da Grande Belo Horizonte (MG) cresceu apenas 0,16%, saltando de R$ 2,279 bi (2013) para 2,282 bi (2014). Já na Ceasa da Grande Vitória (ES), o crescimento foi também de apenas 1,45%, de R$ 904,299 milhões para R$ 917,374 milhões.
A bem da verdade, nós chegamos a acompanhar os preços praticados durante todo o ano passado por essas centrais de abastecimento e pudemos constatar que em Minas e no Espírito Santo, os preços não chegaram a aumentar tanto como nas outras duas que lideram a enquete econômica.
Veja a evolução das vendas em cada central, no período 2013/2014:
CEAGESP -
Araraquara: R$ 65.399.296,72 ; R$ 86.297.284,90 (31,95 %)
Bauru: R$ 132.572.667,83 ; R$145.639.976,30 (9,86%)
Franca: R$ 20.551.228,91; 24.580.708,06 (19,61)
Marília: R$ 23.532.343,83; R$ 27.973.106,88 (18,87)
Piracicaba: R$ 71.726.296,59: R$ 75.059.509,50 (4,65%)
Presidente Prudente: R$ 85.874.164,71; R$ 144.721.485,14 (68,53%)
Ribeirão Preto: R$ 313.634.617,02; R$ 396.729.770,61 (26,49%)
São José do Rio Preto: R$ 156.123.025,32; R$ 182.378.927,21 (16,82%)
São José dos Campos: R$ 181.821.800,92; R$ 168.835.173,02 (-7,14%)
São Paulo: R$ 6.111.802.053,54; R$ 7.021.089.222,81 (14,88%)
Sorocaba: R$ 162.908.795,27; R$ 194.591.041,65 (19,45%)
CEASA-ES -
Cachoeiro do Itapemirim: R$ 32.150.230,25; R$ 40.227.922,41 (25,12%)
Vitória: R$ 904.299.736,33; R$ 917.374.559,46 (1,45%)
CEASAMINAS -
Caratinga: R$ 59.284.864,72; R$ 64.165.997,92 (8,23%)
Governador Valadares: R$ 69.765.725,44; R$ 63.892.143,22 (-8,42%)
Grande Belo Horizonte: R$ 2.282.976.402,69; R$ 2.279.243.468,80 (-0,16%)
Juiz de Fora: R$110.794.898,21; R$ 101.662.993,82 (-8,24%)
Uberlândia: R$ 392.237.115,85; R$ 433.816.377,31 (10,60%)
Barbacena: R$ 27.523.811,86; R$ 29.672.128,28 (7,81%)
CEASA RJ -
Mercado do Produtor Ponto de Pergunta: R$ 27.444.000,00; R$ 37.653.000,00 (37,20%)
Nova Friburgo: R$ 21.794.000,00; R$14.570.000,00 (-33,15%)
Paty de Alferes: R$ 23.960.000,00; R$19.858.000,00 (-17,12%)
Irajá: R$ 2.935.579.000,00; R$ 3.033.700.000,00 (3,34%)
São Gonçalo: R$ 274.545.000,00; R$ 306.935.000,00 (11,80%)
Mercado Municipal
Campinas (SP): R$ 1.077.038.281,32; R$ 1.098.485.
Banana da Terra é destaque na Ceasa capixaba
A fruta foi muito comercializada na Unidade Regional, localizada em Colatina.
O mercado da Unidade Regional Noroeste, das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES) em Colatina, fechou o mês de março com 1.839. 695 quilos vendidos, gerando movimentação financeira de R$2.973.115,78. Os últimos três meses deste ano totalizaram 5.189.495 quilos de produtos comercializados na unidade.
Dentre as 50 variedades de produtos vendidos, o destaque foi para a Banana da Terra, produzida no município de São Roque do Canaã, com 211.960 quilos. A melancia, os ovos, o repolho híbrido, o tomate, a laranja, a batata e a cebola também foram os alimentos que apresentaram maior oferta durante o mês.
Segundo o gerente técnico das Unidades Regionais, Marcos Antônio Cossetti Magnago, apesar dos números indicarem uma pequena queda, podemos considerar que o resultado disto foi devido à seca nos últimos meses. “Quando comparados aos dois últimos trimestres, tecnicamente consideramos normal, ou melhor, dentro de nossas previsões. A seca imposta pela natureza no período de dezembro a março de 2015 impactou consideravelmente a agricultura e a horticultura, portanto estamos agora tendo reflexos daquele período de estiagem”, ressalta Magnago.
Os municípios que mais ofertaram produtos na Unidade foram Cariacica, com 408.183 quilos; seguido de Santa Maria de Jetibá, com 311.608 quilos; Colatina, 240.738 quilos, Santa Teresa com 155.459 quilos, Linhares com 116.120 quilos; e São Roque do Canaã, 262.116 quilos. Outros municípios que contribuíram na oferta foram Governador Lindenberg, com 77.446 quilos; Marilândia, com 65.450 quilos; Itarana com 50.829 quilos, Baixo Guandu com 44.378 quilos, São Domingos do Norte, com 36.640; Domingos Martins, com 9.520 quilos; e São Gabriel da Palha, com 4.800 quilos.
Mamão papaia, alface, tomate e cebola são os novos vilões no mercado
O mamão ficou até 34,43% mais caro no país, em março, na comparação com fevereiro. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou ontem, quinta-feira, os preços médios das principais frutas e hortaliças de cinco Centrais de Abastecimento (Ceasas), a fruta foi a que mais subiu entre cinco analisadas: banana, laranja, maçã, mamão e melancia. A menor variação foi encontrada na Ceasa do Paraná, onde o preço subiu 12,07%. Já a maior alta foi na Ceasa de São Paulo. No Rio, a fruta ficou, em média, 22% mais cara.
Newton Araújo Júnior, coordenador do programa Prohort, da Conab, explica que os preços do mamão subiram porque a safra do Espírito Santo, o maior estado produtor, atrasou este ano.
"Lá teve um problema de produção, por causa da chuva. Eles atrasaram o plantio. A gente está prevendo que isso vai aliviar (ou seja, os preços vão começar a cair) em meados de junho ou início de julho".
Já a melancia teve redução de preços entre 8,76%, na Ceasa de Minas, e 23,81%, na Ceasa do Rio.
Entre as hortaliças, alface e cebola ficam mais caras
Entre as cinco principais hortaliças avaliadas — alface, batata, cebola, cenoura e tomate —, a alface apresentou elevação de preços em Vitória, São Paulo e Belo Horizonte. Na capital mineira, a alta foi de 58,23%. Segundo Newton, o aumento se deve à elevação dos custos de produção.
"Principalmente em relação aos insumos, como combustíveis e mão de obra. A maior alta, em Minas Gerais, se deve aos investimentos em irrigação e também com relação aos insumos, cujos preços estão associados ao dólar. Tudo isso exceto no Rio de Janeiro e no Paraná, onde houve queda dos preços. Onde não teve aumento é porque os perímetros produtivos não tiveram esses problemas ainda. No Rio, por exemplo, o circuito produtivo (tempo e distância do início da cadeia de produção até o final) é menor que em São Paulo", disse o especialista
De acordo com a Conab, os preços médios da cebola subiram em todos os mercados estudados, chegando a uma alta, em relação a fevereiro, de aproximadamente 45,85%, em São Paulo.
No boletim da Conab, o tomate, por sua vez, subiu até 21,80% em todas as Ceasas, exceto na capital paulista. Já a batata segue apresentando queda nos preços, que baixaram entre 3,24% (Ceasa/MG) e 17,34% (Ceasa/PR). A redução se deve ao término da safra das águas (colheita de dezembro a março, que concentra 52% da quantidade ofertada no ano)
O boletim da Conab considerou, nesta edição, as Ceasas dos estados São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Consumidor derruba venda de frango
De acordo com análise publicada na Folha, o mercado de frango, que manteve os preços em R$ 2,40 por quilo de ave viva por 36 dias em São Paulo, começa a perder sustentação. Aguarde uma queda de preços bem significativa. No entanto, a carne de boi segue subindo de preço. Supermercados mantém alguns deles já há semanas, com o mesmo preço.
A queda de preço, iniciada no final da semana passada, se ampliou e a ave viva foi negociada a R$ 2,25 por quilo nas granjas paulistas nesta quinta-feira (16/4). O recuo dos preços ocorre devido à conjugação de vários fatores, segundo Heloísa Xavier, diretora da Jox Assessoria Agropecuária, consultoria especializada no setor. Ao mesmo tempo em que a oferta de frango aumentou, as exportações estão fracas e o brasileiro sofre os efeitos da crise econômica, reduzindo o consumo.
Ao contrário do que se imaginava, abril está sendo um período atípico, segundo Xavier. Nem mesmo o pagamento dos salários, no início deste mês, deu sustentação à demanda pelo produto.
Além de um cenário pouco favorável para os consumidores, o aumento de oferta de frango não vem apenas das granjas independentes -em geral, as primeiras a aumentar o volume de oferta em período de baixa de preços. As granjas integradas, unidades que já têm a produção destinada a frigoríficos específicos, também estão colocando mais frango à venda.
Segundo a diretora da Jox, a oferta de frango fica ainda mais acentuada porque a ave, normalmente vendida com 2,5 a 3 quilos de peso, chega a até 4 quilos neste mês.
As exportações também não têm favorecido o enxugamento do mercado. Dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta semana indicam que as vendas externas de frango "in natura" apresentam queda de 2% em relação às de abril do ano passado. No mesmo período, as exportações de carne suína recuaram 3%. Já as de carne bovina aumentaram 5%.
No mercado interno, o frango também não é o único a apresentar queda de preço, afirma Xavier. A demanda fraca por proteínas afeta os patamares de negociações de ovos e das demais carnes no mercado paulista.
Pesquisa diária da Folha indica que a arroba de carne suína teve recuo de 12% nos últimos 30 dias nas granjas paulistas. Já o frango acumula recuo de 6% no período.
Na contramão, a arroba de boi gordo teve alta de 5%, devido à oferta restrita de animais para o abate. Nós, do Ceasa Compras, se você se lembra, já havíamos alertado para isso, devido a atuação dos pecuaristas que estão retendo o gado no pasto para força uma melhora de preços. Segundo o IBGE, o preço da carne ao consumidor já chegou a 17% de reajuste em apenas um ano.
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