As folhosas, por exemplo, respondem apenas por 8% do que é comercializado na Ceagesp, maior central de abastecimento da América Latina, situada em São Paulo. Outro aumento marcante que aconteceu em janeiro foram os legumes, 10,41%. As vendas dos legumes correspondem a 25% do que é comercializado lá. Mas, no geral, o Índice CEAGESP registra alta de apenas 2,81% em janeiro. Técnicos do mercado fazem um alerta: problemas climáticos, escassez de água e fim das férias devem impulsionar ainda mais os preços nos próximos meses.
O Índice de preços da CEAGESP iniciou o ano em alta de 2,81% e, ao que tudo indica, os aumentos serão mais elevados e prolongados que em anos anteriores. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador subiu 8,99%.
Além das tradicionais adversidades climáticas enfrentadas no período de verão, caracterizado pelas altas temperaturas e excesso de chuvas, o ano de 2015 se inicia com um novo ingrediente: A escassez de água.
Toda a região sudeste e, principalmente, o estado de São Paulo começou a enfrentar problemas no abastecimento de água, que vem afetando diretamente os sistemas de irrigação, essencial na produção de hortifrutícolas. Desta forma, as diminuições no volume ofertado de diversas regiões do estado, como as localizadas no Alto Tietê, por exemplo, já percebidas em janeiro, deverão se intensificar nos próximos meses.
Com o esperado aumento do consumo, em razão do fim das férias e da busca por alimentos mais leves e saudáveis nesta época do ano, a tendência é de preços elevados nos próximos meses, principalmente legumes e verduras.
Em janeiro, o setor de frutas, único a registrar queda, recuou 1,33%. As principais baixas foram do limão taití (-56,4%), figo (-30,1%), maracujá doce (-26,6%), mamão formosa (-23,6%), maracujá azedo (-23,1%) e pera estrangeira willians (-20,7%). As principais altas do foram da uva niagara (43,5%), coco verde (37,6%), caju (32,4%), manga tommy (27,4%) e melancia (13,9%).
O setor de legumes registrou alta de 10,41%. As principais elevações ocorreram no chuchu (117,9%), pepino japonês (99,9%), jiló (36,3%) e berinjela (26,3%). As principais quedas foram da pimenta Cambuci (-18,5%), abóbora japonesa (-16%), berinjela japonesa ((-15,9%) e pimentão vermelho (-10,8%).
O setor de verduras apresentou alta de 16,59%. As principais elevações foram do brócolis (44,8%), repolho (39,1%), couve (37,1%), alface (35%), agrião (29,95) e rúcula (29,2%). Não houve quedas significativas no setor.
O setor de diversos subiu 5,10%. As principais altas foram da batata lisa (31,8%), batata comum (13,4%) e canjica ((6,9%). As principais quedas foram do coco seco (-18%), alho (-5,8%) e ovos vermelhos (-2,1%).
O setor de pescados subiu 7,78%. As principais altas foram do cascote (46,5%), corvina (33,7%), namorado (32,2%) e salmão (22,6%). As principais quedas foram do espada ((-13%), camarão ferro (-8,2%) e anchovas (-4,1%).
Índice CEAGESP
Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.
Os preços estão bem em conta no mercado de peixes da Ceasa do Rio de Janeiro, no bairro do Irajá.
Se você for a feira hoje, ou ao supermercado, fique atento para os preços dos chamados pescados populares. Claro, sem contar a tilápia que no mercado está por R$ 6 o kg, mas que é vendida nos restaurantes com valores absurdos que beiram a incoerência. Nos supermercados também, quando muitas vezes passam de R$ 10 o kg. A merluza, cujo filé desapareceu dos supermercados, está sendo vendida a R$ 6 o quilo.
Veja outros preços: castanha (R$ 3), bagre (R$ 4), corvina (R$ 6,50), espada (R$ 3,50), galo (R$ 3,50), xaréu (R$ 5) e xerelete, que é o cherne pequeno (R$ 3).
Quem for aos mercados das Centrais de Abastecimento do Rio de Janeiro - no Irajá, Zona Norte, e de Colubandê, em São Gonçalo - vai encontrar muitos produtos com preços em conta, como são os casos dos já relacionados no título desta matéria. A cenoura, por exemplo, caixa com 18 kg, está saindo por R$ 28. O aipim ( ou mandioca), caixa com 20 kg, era negociada por R$ 20. O detalhe é que ainda não foram embutidos nos preços relativos à alta dos combustíveis, que deverá refletir, no entanto, nos sacolões, mercadinhos de bairro e supermercados.
A saca de 20 quilos da cebola nacional (SC e RS), fora negociada por R$ 30 e R$ 33,
respectivamente. A batata é que continua cara, com a saca de 50 kg sendo vendida a R$ 100; e a do alho chinês e argentino, caixa com 10 kg, a R$ 80. A caixa de 22 kg do tomate saía por R$ 40.
Frutas
Como destacamos, a laranja pera, caixa com 25 dúzias, estava por R$ 20. Então aproveite bastante para os sucos. No caso da laranja lima, que muitos idosos adoram, ou pessoas que tem problema de gastrite, o preço está mais salgado também: R$ 50. A caixa com 25 kg do limão tahiti fora vendida por R$ 35.
O abacaxi é que está caro, muito caro, com a unidade sendo vendida no Rio a R$ 4. No entanto, o mamão papay, caixa com 6 (R$ 10); manga espada, caixa com 25kg (R$ 35) e manga Palmer, caixa também com 25 kg (R$ 35).
Essas são as frutas que selecionamos para vocês.
A semana, apesar das notícias catastróficas sobre a seca que impera no sudeste do país, principalmente nas regiões produtoras, começou bem em relação aos preços dos alimentos que estão sendo vendidos na Central de Abastecimento do Rio de Janeiro, nos mercados de Irajá, na Zona Norte, ou do Colubandê, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana fluminense. Para quem curte uma boa salada cheia de folhas ou um ensopadinho, será uma oportunidade e tanto. O Rio produz quase 100% das folhosas que são consumidas pela população do estado. Em relação aos preços, elas estão bem apetitosas. Vamos ver algumas dicas:
O agrião, molhe com 25, está sendo vendido a R$ 0,50 ( este é o tipo do alimento saudável para todas as idades, principalmente aqueles mais debilitados). Ele pode ser preparado de todas as maneiras, acompanhando, inclusive carnes, como rabada, costela de boi; ou servido in natura, na salada, ou acompanhando um belo suco verde.
Para quem curte uma cozinha mais gourmet, que está na moda, o aipo e o salsão, seis molhes, estão saindo por R$ 15; o alecrim (15 molhes) sai por R$ 1. Já a caixa com seis alfaces, crespa ou lisa, está custando R$ 10, um pouco mais caro do que o normal; a caixa com 8 brócolis (R$ 16); o amarrado com 10 unidades de coentro, que acompanha bem os cardápios com frango ou pescado, está por R$ 10. O amarrado de salsa e cebolinha (R$ 2); dez unidades de couve comum (R$ 5); 8 unidades com couve-flor (R$ 20); e 12 unidades de repolho (R$ 15).
A abóbora, que você pode fazer de várias maneiras (inclusive em forma de bife, passado no ovo batido) está por R$ 1,20 o kg.
Apesar do preço um pouco salgado, o jiló, que chegou a ser vilão dos mercados no final do ano passado e no comecinho deste ano, a caixa com 15 kg está sendo negociada por R$ 45, enquanto que a do maxixe está por R$ 30, a mesma quantidade oferecida no mercado. O chuchu, para quem gosta de fazer com aquele camarão, este ficou um pouco mais salgado: a caixa com 20 kg está por R$ 70.
Comprar um produto sazonal significa que se está consumindo algo em sua melhor época, com seus melhores aspectos gerais, como forma, cor, sabor, textura e demais características. Como fevereiro está só no começo, separamos para você uma lista de produtos sazonais para que as compras do mês sejam ainda melhores. Dicas da Ceagesp.
Legumes: Abóbora seca, abobrinha brasileira, berinjela japonesa, beterraba, pimenta cambuci, pimenta vermelha, quiabo.
Verduras: Alface, almeirão, escarola, espinafre, gengibre com folhas, mostarda, nabo, orégano, repolho, rúcula, salsa.
Frutas: Abacate geada, ameixa estrangeira, carambola, figo, goiaba, laranja pera, limão taiti, maçã nacional gala, mamão formosa, manga palmer, melancia, pêra nacional, pêssego estrangeiro, pinha, pitaia, seriguela, uva rubi.
Diversos: Cebola nacional, cebola SC, ovos vermelhos.
Pescado: Abrotea, cambeva, carapau, espada, manjuba, olho de boi, oveva, pintado, pitangola, robalo, siri, truta, xerau.
Alta temperatura reduz produção e pode provocar morte de aves. Avicultores investem em climatizadores para reduzir calor nos barracões.
O preço da caixa do ovo branco subiu 24% e 45% o ovo vermelho. Tudo isso em apenas um mês.
Temperaturas acima dos 30 graus e produtividade baixa. Em Bastos, no centro oeste paulista, os avicultores estão com dificuldades para lidar com o calor.
Uma granja da região tinha mais de um milhão de galinhas no começo do ano, mas em apenas duas semanas mais de 30 mil aves morreram de calor.
Segundo o produtor Sérgio Kakimoto, mesmo as aves que sobrevivem ao clima quente, comem menos e botam uma quantidade menor de ovos. “A galinha deixa de consumir a ração. Com isso, ela tem menos nutrientes para formar um ovo. Então, durante este período de calor, a queda de produção gira em torno de 15%”, explica o avicultor.
Para diminuir os efeitos do calor sobre as aves, outra granja da região investiu em barracões com climatizadores. A temperatura é pelo menos 10 graus mais baixa do que no ambiente externo.
Foram 14 exaustores colocados no galpão, investimento de mais de um milhão de reais para garantir a produtividade. Com os investimentos em tecnologia, os produtores esperam ter uma melhora nos preços.
A caixa do ovo branco tipo extra está sendo negociada a R$ 57. A caixa do tipo extra do ovo vermelho está por R$ 74.
O presidente do sindicato rural de Bastos espera que com o fim das férias escolares, o consumo de ovo aumente. “Em dezembro, janeiro, muita gente está de férias, as escolas estão fechadas, então eu acho que o consumo cai bastante”, comenta Kastu Katsuhide Maki, presidente do Sindicato Rural de Bastos.
O preço da caixa do ovo branco subiu 24% em um mês e o ovo vermelho registrou alta de 45%.
Estiagem faz com que leite que sai de Itaperuna, como o já tradicional Glória, fique mais caro. Com apenas um metro, Rio Muriaé agoniza e prejudica mais de mil produtores na região, que tem um dos melhores laticínios do estado.
O prejuízo no bolso dos produtores rurais fluminenses vai chegar mais rápido à mesa dos consumidores. A fábrica de Leite Glória, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, que abastece mercados do Rio de Janeiro e Região Sudeste, já admite aumento nos preços dos produtos, por causa da queda de pelo menos 8% na produção desde novembro, provocada pela longa estiagem que atinge fortemente os municípios da região.
“O preço vai ter um aumento maior do que o previsto por causa da seca”, revelou o supervisor de fomento da empresa, Eduardo Grillo. A Leite Glória, que já pertenceu à Parmalat e à LBR, é operada desde 2012 pelo grupo Quatá, e beneficia 250 mil litros de leite diariamente, captados de 280 produtores e 11 associações rurais. Segundo dados da Emater-Rio, só em Itaperuna houve uma perda de mais de R$ 1, 7 milhão de litros de leite. Um prejuízo estimado em R$ 1,9 milhão.
O morador de Itaperuna já começou a sentir os efeitos da seca na hora de fazer as compras. Na feira da cidade, Gilmara Silva reclama do aumento nos preços. “Comprava chuchu a 89 centavos, mas agora está a R$ 1,89. O tomate de R$ 2 foi para R$ 5”. A gerente da rede Opa Supermercados, Débora Ferreira, disse que se continuar a estiagem, não há como segurar os preços. “Ainda não sentimos muito porque compramos produtos de Minas Gerais e Espírito Santo, mas as folhas são todas da região. Se a seca permanecer, os hortifrutis tendem a subir.”
De acordo com o secretário de Agricultura de Itaperuna, João Neto, dos 1.400 produtores, mais de mil foram afetados. “Quem tinha propriedade com córrego está sofrendo porque quase todos secaram. Estamos fazendo limpeza de poços para amenizar um pouco a situação. O Rio Muriaé criou várias lagoas. Está faltando oxigênio para os peixes. Diversas espécies estão se extinguindo”. Segundo ele, é preciso chover constantemente na cabeceira e em toda extensão do Rio Muriaé. “Pelo visto a situação vai piorar em relação ao ano passado porque a seca está perdurando muito”, lamentou.
Com o pasto seco, o gado enfraquece e morre. Eliesé Barcelos, 52 anos, que trabalha em uma fazenda em Raposo, enumera os prejuízos de seu patrão. “Morreram 15 bezerros e duas vacas que produziam leite. Muito dinheiro perdido (R$ 20,5 mil). A produção passou de 400 litros diários para 300. Se não chover bem até sextafeira, vamos ter que tirar o gado de lá”, contou.
O prefeito Alfredo Paulo Marques Rodrigues, o Alfredão, observou que esse momento é para que todos possam refletir sobre suas responsabilidades. “Estamos pagando o preço da falta de cuidado com a água. É um puxão de orelhas da natureza. Temos que proteger as nascentes. Vamos reflorestar a cidade e mostrar os benefícios aos produtores”, disse.
Defesa Civil alerta para falta d'água
O Rio Muriaé, que banha muitas cidades do Noroeste, chegou ao seu pior nível em Itaperuna: um metro, quando o volume normal é de seis nesta época do ano, quando a região, historicamente, é atingida por fortes chuvas de verão. A situação é tão crítica que em vários trechos é possível atravessar o rio, de uma margem à outra, sem molhar os pés, pisando as pedras.
Para o coordenador da Defesa Civil no Noroeste, Coronel Pires de Souza, a situação é alarmante. “Essa seca também prejudica o lençol freático. Se até março o rio não estiver com cinco metros de altura, vai acabar comprometendo o abastecimento em toda a região”, alertou.
O trabalho de recuperação de nascentes é a principal iniciativa do município para o combate à seca. “Estamos conversando com a Firjan para implementar o projeto ‘Adote uma Nascente’ até fevereiro, onde o produtor rural fará o cercamento da área da nascente em sua propriedade. Entraremos com o projeto técnico, com apoio da Firjan”, disse o secretário de Meio Ambiente, Alair Ignácio.
Fonte O Dia.