segunda-feira, 23 de outubro de 2017

CONFIANÇA É TUDO

Há dois anos, o Blog CeasaCompras era reconhecido em sua análise sobre a alta de preços dos alimentos, principalmente o tomate que havia se tornado vilão.  O nosso blog se tornou referência para reportagem produzida pelo jornal O Dia, do Rio de Janeiro. Referência que levou a conquista de mais de 300 mil visualizações atualmente. Continue confiando e compartilhe para que você tenha a melhor informação sobre preços dos alimentos nas ceasas do país.

Varejo cobra mais do que deveria por frutas e verduras

Apesar de produtores terem baixado preços em 60%, consumidor continuou pagando caro

Stephanie Tondo
Rio - O aumento no preço dos alimentos está sempre entre os maiores vilões da inflação. Mas em algumas vezes a alta não está relacionada à safra ou às condições econômicas do país. Denúncia da página Ceasa Compras, no Facebook, revela que mesmo após os produtores de hortifrutigranjeiros baixarem os preços em até 60%, varejistas continuavam a praticar valores abusivos.
   

O aposentado Carlos Pinto comprou tomate no hortifruti perto de casa, mas pagou mais caro
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia
De acordo com a página, a caixa de tomate com 22 quilos, por exemplo, era vendida no fim de maio a R$100 na Ceasa do Irajá, Zona Norte do Rio, e do Colubandê, em São Gonçalo. Ou seja, os varejistas compravam o quilo a R$ 4,54. Mas, segundo a Ceasa Compras, esse mesmo produto era comercializado nos hortifrutis, feiras livres e supermercados entre R$ 9 e R$ 10, praticamente o dobro do preço no atacado. 
Na terça-feira passada, o preço do tomate baixou entre 40% e 60% na Ceasa. A caixa do tipo “longa vida” (tamanho menor) estava custando R$ 40, enquanto a de tomate para salada saía por R$ 60. 
“Apesar disso, apenas alguns comerciantes consideraram abaixar os preços ao consumidor. Fomos a sacolões e encontramos valores em torno de R$ 5,80, quando deveria custar pouco mais de R$ 3 ou R$ 4, contando margem de lucro e encargos sociais da loja”, informou a página Ceasa Compras.
Presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio, Waldir de Lemos afirma que não existe uma tabela de preços para os varejistas. “Cada um coloca o seu preço. A regulação é feita com base na concorrência. O consumidor tem que pesquisar e, se for o caso, comprar em menos quantidade, porque força a ficar mais barato”, afirma. 
O aposentado Carlos Pinto, 66 anos, se surpreendeu com o preço do tomate em um hortifruti da Lapa, Centro do Rio. “Levei um susto. O quilo do produto está quase R$ 7, é um absurdo. Sei que na Ceasa é mais barato, mas fica longe da minha casa. A gente acaba pagando caro pela conveniência”, avalia.
A engenheira Uiara Garcia Valente, 31, percebeu alta nas frutas. “São aumentos que fazem a diferença para quem ganha pouco”, diz.
Lemos acrescenta que muitas vezes os varejistas têm que aumentar os preços para compensar as perdas.
“Os próprios consumidores às vezes estragam legumes e frutas nos supermercados. Enfiam a unha no abacate para ver se está maduro, apertam o tomate, quebram o quiabo para ver se está macio. Não estou defendendo o varejista, mas sei que isso acontece. E o empresário acaba colocando preço maior para compensar os produtos que perde”, diz.

Mercado piora projeção para inflação 
Analistas do mercado financeiro pioraram pela oitava semana consecutiva a estimativa para a inflação deste ano. Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, aponta para uma inflação de 8,46% no fim deste ano — contra previsão de 8,39% da semana anterior.
Se confirmada, o indicador de 2015 atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A meta do governo é de 4,5%, podendo oscilar dois pontos para mais ou para menos.
Para o comportamento do PIB — soma das riquezas do país — neste ano, os economistas do mercado financeiro reduziram ainda mais a previsão, na semana passada, para uma retração de 1,3%. Foi a terceira queda seguida deste indicador. Até então, a estimativa era de um recuo de 1,27%. Se confirmado, será o pior resultado desde o ano de 1990, quando ficou em 4,35%.
Alimentos puxam taxa 
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou <MC0>0,85% na primeira apuração de junho. A variação foi 0,13 ponto percentual maior do que a registrada no fechamento de maio quando a taxa alcançou 0,72%. O resultado é puxado pelo grupo alimentação, cujos itens ficaram, em média, 1,08% mais caros. Os que mais contribuíram foram hortaliças e legumes, com correção de 11,74%. A elevação anterior foi de 9,58%.
Também registraram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Despesas Diversas (2,67% para 4,45%), Educação, Leitura e Recreação (0,40% para 0,91%), Transportes (0,09% para 0,12%) e Comunicação (-0,07% para -0,04%). Para cada uma destas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens: jogo lotérico (20,62% para 33,13%), salas de espetáculo (2,23% para 5,26%), gasolina (-0,04% para 0,14%) e tarifa de telefone residencial (-0,87% para -0,64%), respectivamente.
O levantamento, feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, refere-se à variação de preços coletados no período de 8 de maio a 7 de junho, comparados aos valores apurados de 8 de abril a 7 de maio.

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