terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Que tal um robalo no almoço?

De carne branca e macia, rica em ômega 3, proteínas, ferro e sais minerais, o robalo pode ser apreciado grelhado, assado ou ao molho. Considerado por muitos como o rei dos peixes, com uma boa receita na mão e vontade de cozinhar, ele é uma opção saudável e saborosa.

 
O peixe de água salgada faz parte da família Centropomidae, que reúne mais de dez espécies de robalo. As mais comercializadas no Brasil são o robalo peva e o flecha, sendo este o de maior porte da espécie, chegando a 25 kg e pouco mais de um metro de comprimento.

O robalo vive e se reproduz nas costas Norte, Nordeste, Sul e Sudeste do país. A espécie se adapta bem às águas marítimas calmas, com pedras e sombreadas, e também habita mangues e rios que desaguam no mar. Sua alimentação se divide entre pequenos peixes e crustáceos, como camarões de pequeno porte.


O robalo, assim como outros peixes, é um alimento leve, de fácil digestão e fornece muitos benefícios à saúde. Sua carne é fonte de proteínas, minerais (cálcio, iodo e fósforo) e vitaminas, principalmente do complexo B. Ainda reforça o sistema imunológico e também melhora a memória, o raciocínio e a capacidade de concentração.

Índice CEAGESP: preços dos alimentos continuam a subir

                         

Excesso de chuvas e altas temperaturas impulsionaram os preços de legumes e verduras. Nos últimos 12 meses, elevação foi de 14,37%.

O Índice CEAGESP de Preços iniciou o ano em alta de 2,86%. Ao que tudo indica, os preços elevados deverão permanecer durante todo o verão, mesmo com o consumo retraído.

Historicamente, janeiro e fevereiro registram majorações de valores em razão, principalmente, das adversidades climáticas da época. Este início de 2016, entretanto, reflete também as chuvas que vieram precocemente e em grandes volumes desde outubro de 2015. Ou seja, agravaram-se as perdas em volume ofertado e a qualidade no período, provocando a elevação de preços.

O volume comercializado no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) apontou retração de 11,94% em janeiro de 2016 ante o mesmo período do ano passado. A queda, em volume físico, foi de 34.880 toneladas. 
Além dos problemas climáticos destacados, o aumento do dólar inibindo as importações, a elevação dos custos de produção (adubos e defensivos) e a incerteza causada pela crise econômica contribuíram para essa queda significativa.

No que se refere aos preços, houve queda no setor de frutas de 3,49% em janeiro. Esse recuo é absolutamente normal, pois em dezembro o segmento registra preços mais elevados em razão das festas de final de ano.

Principais quedas foram do abacate geada (- 78,5%), limão taiti (- 41,1%), goiaba (- 24,6%), manga palmer (- 22,6%) e mamão formosa (- 18,3%). As principais altas ficaram por conta do coco verde (43,3%), morango (38,7%), maracujá azedo (23,5%), uva rubi (18,3%) e pera danjou (12,7%).

Legumes teve alta de 24,90%. As principais elevações ocorreram na vagem (67,6%), cenoura (63,5%), jiló (55%), berinjela (51,7%) e abobrinha brasileira (50,6%). As principais quedas foram do cogumelo (- 21,1%), pimentão amarelo (- 15,5%) e pimentão vermelho (- 11,5%).   

O setor de verduras subiu 13,38%. As principais elevações foram do coentro (68,4%), alho porró (51,9%), espinafre (47,2%), alface crespa (31,2%) e alface lisa (28,2%). As principais quedas foram da salsa (- 21,2%) e couve-flor (- 8,7%).   

O segmento de diversos caiu 0,97%. Os principais recuos ficaram a cargo da batata comum (- 7,3%), canjica (- 3,7%) e ovos brancos (- 2,7%). As principais altas foram do milho de pipoca (17,4%) e coco seco (14,3%).   

Pescados subiu 2,67%. As principais elevações foram do namorado (30,4%), pescada (22,2%%), polvo (15,6%) e salmão (8,8%). As principais quedas foram do camarão ferro (- 18,3%), betarra (- 5,1%), e tilápia (- 4%). 

Índice CEAGESP de Preços

Primeiro balizador de valores de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP de Preços é um indicador de variação de preços no atacado de frutas, legumes, verduras, pescado e diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.

2015 - Ceagesp teve aumento de 41,30% em negócios

                           

Por Jorge Lopes

Balanço sobre a movimentação nas centrais de abastecimento em 2015 foi registrado pela Conab, que destacou também as Ceasas Grande Rio (17,17%). Minas Gerais ( 12,85%) e ES (5,04%). Esta última ficou abaixo até mesmo do crescimento verificado no mercado de Campinas (SP), que foi de 7,50%. Mas, na média, o crescimento foi pífio: de 0,19%, em relação a 2014.

Que o país vive uma retração econômica todo mundo sabe, e por conta disso tudo os preços de vários produtos, como os dos alimentos, seguem uma tendência perigosa de alta em todos os sentidos. Um efeito dominó que fizemos questão de registrar aqui em nosso Blog CeasaCompras. Nós falamos de preços, mas agora iremos analisar o desempenho das principais centrais de abastecimento de alimentos do país, as Ceasas situadas na Região Sudeste. Conferimos o desempenho de 29 mercados ligados às Ceasas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e da própria Ceagesp, situada em São Paulo, que é considerada a maior da América Latina.

Por falar em Ceagesp, o mercado registrou um aumento de 41,30% em seu volume de negócios verificados em 2015, em seu principal mercado que fica na capital paulista.  De acordo com dados divulgados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão do governo federal, a respeito dos valores de hortigranjeiros negociados durante o ano, a Ceagesp registrou um montante de R$ 7.585.547.752,70.

Em segundo lugar na ordem de crescimento, aparece a Ceasa Grande Rio, situada na capital carioca, que registrou crescimento de 17,17% em seus negócios, atingindo o patamar de R$ 3.154.328.000,00;  em segundo lugar vem a Ceasa Minas, em seu mercado situado na Grande Belo Horizonte, que aumentou 12,85% e registrou R$ 2.360.444.898,05.  Já a Ceasa da Grande Vitória (ES) teve crescimento de apenas 5,04% em seus negócios, totalizando R$ 925.486.921,06.

Mas, no conjunto geral analisado pela Conab, as Ceasas e seus respectivos mercados tiveram, na média, um crescimento pífio de 0,19%, se comparado a 2014.  O total geral de negócios chegou a R$ 34.765.955.047,00.

Veja o total geral dos mercados em ordem alfabética:

Araçatuba - R$ 44.882.678,43 (o,24%)
Araraquara - R$ 102.100.381,28 (0,56%)
Barbacena - R$ 25.064.907,04 (0,14%)
Bauru - R$ 177.870.120,55 (0,97%)
Cachoeiro do Itapemirim - R$ 41.756.583,00 (0,23%)
Campinas - R$ 1.377.994.091,14 (7,50%)
Caratinga - R$ 64.564.303,38 (0,35%)
Franca - R$ 29.582.568,04 (0,16%)
Governador Valadares - R$ 5.251.154,79 ( 0,29%)
Juiz de Fora - R$ 108.563.303,65 (0,58%)
Marília - R$ 24.493.962,67 (0,13%)
Mercado Ponto Pergunta - R$ 29.506.000,00 (0,16%)
Nova Friburgo - R$ 30.788.300,00 (0,17%)
Paty do Alferes - R$ 14.731.000,00 (0,08%)
Piracicaba - R$ 58.575.212,00 (0,32%)
Presidente Prudente - R$ 99.230.332,52 (0,54%)
Ribeirão Preto - R$ 445.741.854,85 (0,54%)
São Gonçalo - R$ 31.654.000,00 (1,72%)
São José de Ubá - R$ 3.295.000,00 (0,02%)
São José do Rio Preto - R$ 179.911.995,12 (0,98%)
São José dos Campos - R$ 175.200.295,06 (0,95%)
São Mateus - R$ 5.006.050,78 ( 0,03%)
Sorocaba - R$ 219.675.352,27 ( 1,20%)
Uberaba - R$ 270.352.151,40 ( 1,47%)
Uberlândia - R$ 409.254.227,91 ( 2,83%)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Ressaca de preços altos depois do carnaval

                   

Por Jorge Lopes

Comprar alimentos durante o carnaval podemos considerar que foi um horror em relação aos preços altos. Durante e depois dos dias de Momo, já que na quarta-feira de cinzas ainda era possível ver que nada tinha melhorado.

O que não entendo é o seguinte: nas centrais de abastecimento elas saem por um preço mais barato, e quando chegam aos supermercados e " sacolões" mais que dobram.  Na opinião dos analistas econômicos, seria o "efeito dominó" da inflação.

Um exemplo: fui comprar no Supermercado Mundial, na Ilha do Governador, bairro da Zona Norte do Rio, e dentre os produtos escolhidos vou destacar a banana prata.  Por pouco mais de 2 quilos  eu paguei R$ 10,79 ( o quilo da fruta estava custando R$ 5,29). E não adianta dizer que é mentira porque guardei a nota de compra.

Pois bem, vamos analisar os preços a partir daí.  Fiz uma pesquisa nas três grandes centrais de abastecimento do país, situadas na Região Sudeste: Ceasa Grande Rio, Ceagesp e Ceasa MInas. Na central paulistana o quilo edstava saindo por R$ 2,30; em Minas ( R$ 2,75) e no Rio de Janeiro ( R$ 3,28). Vai comparando, consumidor! Outro produto que está com preço alto é o tomate que estava sendo vendido no mesmo supermercado a R$ 4,98, o quilo.  Em sacolões ele passa de R$ 5. Vamos então comparar, como fizemos com a banana prata:  o quilo do tomate estava a R$ 3,65 (Ceagesp), R$ 3,64 (Ceasa Grande Rio) e R$ 2,75 (CeasaMinas).

Na última venda ocorrida antes do carnaval, na Ceasa do Irajá, na Zona Norte do Rio, e do Colubandê, em São Gonçalo, Região Metropolitana fluminense, a caixa com 22 kg do tomate tinha o maior preço cotado a R$ 90, de acordo com a tabela divulgada todos os dias pela Diretoria Técnica da central.  Em relação à banana prata, a caixa com 20 kg estava custando R$ 62., o maior preço.  Tire suas conclusões.

Ainda na mesma Ceasa Grande Rio, aproveitei para fazer uma cesta básica de preços, com itens indispensáveis para a cozinha no dia a dia. Além do tomate e da banana prata que já citamos, veja outros preços:
Aipim, caixa com 20 kg (R$ 25); alho chinês branco, caixa com 10 kg (R$ 150), chinês roxo (R$ 170); alho nacional branco ( R$ 175) e alho nacional roxo (R$ 190). Tem mais: batata lisa, saco de 50 kg (R$ 100); cebola, saca de 20 kg (R$ 60 - SC), ( R$ 65 - RS e PE) e R$ 70, a saca da cebola importada da Holanda.

A caixa com 18 quilos da cenoura estava custando entre R$ 40 e R$ 60; do ovo branco, caixa com 30 dúzias (R$ 90), e do vermelho (R$ 100). O limão, caixa com 25 kg (R$ 35) e da laranja pêra, caixa com 22 kg (R$ 27).

Eu ainda volto para falar do tema, analisando os preços dessa semana e traçando um prognóstico para os próximos dias.

Carnaval de preços altos nos alimentos

                  

Quem precisou ir aos "sacolões", hortifrutis, supermercados e feiras livres para comprar os produtos da semana deve ter tomado um susto e tanto: todos os preços altos demais. Não escava nenhum.

O preço do alho chinês, aquele vagabundo que é vendido por aí e todos os lugares, em alguns locais estava custando R# 29,99 o quilo; em alguns supermercados havia uma redução para apenas R$ 17,90, o quilo. Isso no Rio de Janeiro.

No final de semana, se não me engano, o Jornal Nacional chegou a por no ar uma matéria sobre esta inflação nos preços que está virando uma epidemia igual ao Zika vírus.

Qual a defesa do consumidor? Ou compra só o necessário, e pouco, ou então substitui para se livrar da crise.

Esquecendo o carnaval, caí em campo para analisar os preços praticados pelas centrais de abastecimento da Região Sudeste do país, e tentar encontrar uma explicação.  Não mudou nada, as desculpas são as mesmas de sempre: fatores climáticos - chuvas intensas e sacas intensas também - , desvalorização cambial do Real perante o Dólar, que encare todo tipo de insumos para a agricultura, como também os preços de frutas e outros alimentos.

Bom, soma-se a isso outras questões que vão desde os custos de frete, luz, impostos. Somado a esses itens podemos destacar ainda a especulação, essa desgraça começa a aparecer numa constante nos preços ao consumidor
.
No último Índice de Preços da Ceagesp, a maior central de abastecimento de alimentos da América Latina, situada em São Paulo, a análise econômica constatou altas estratosféricas nos preços praticados entre dezembro último e janeiro passado.  Veja os exemplos: tomate teve aumento de 72,3%, entre um mês e outro;  cebola nacional ( R$ 86%), a recordista; alho ( 39,6%), batata comum ( 22,5%). Apenas o aipim sofreu depreciação no preço por quilo ( - 15,9%).

Quem está mentindo nos alimentos?

                        


Novo levantamento da Conab confirma recorde de produção agrícola. Volume de 210,3 milhões de toneladas é 1,3% maior que o do ciclo passado. Como mostrou uma reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, os números são diferentes, se comparando a alta de preços no feijão, no arroz e outros alimentos, ao consumidor. Se estamos produzindo mais, por que os preços estão altos, principalmente para aqueles alimentos básicos em nossa dieta? Quem está mentindo? O governo diz o contrário. Veja.

A safra brasileira de grãos 2015/2016 deve chegar a 210,3 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 1,3% sobre a safra anterior. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (4) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Em relação à estimativa do mês passado para a safra atual, houve uma pequena queda de 206,5 mil toneladas, sobretudo por causa da soja. Segundo a Conab, a falta de chuva no Mato Grosso afetou a produção da oleaginosa.

Pesquisa aponta recuo na safra brasileira de soja (Alexandre Nepomuceno/Embrapa)

De acordo com o diretor de Política Agrícola e Informações da estatal, João Marcelo Intini, os técnicos da Conab já acompanhavam o desenvolvimento da lavoura na região desde dezembro do ano passado e constataram que a escassez hídrica afetou principalmente o plantio da soja precoce e trouxe a redução da produtividade. No entanto, o grão continua com o indicativo de uma safra recorde de 100,9 milhões de toneladas.

As condições climáticas para o Matopiba (formado pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – quinta maior região produtora do país – são favoráveis para a produção de soja, milho, arroz e algodão. Segundo Intini, em algumas áreas o volume de chuva foi expressivo (entre 400 e 900 milímetros) e levou à melhoria da qualidade das lavouras.

Condições climáticas

 As chuvas ocorridas no Nordeste em janeiro também contribuíram para o aumento no volume de oferta de água e consequentemente favoreceram o plantio.

O diretor da Conab salienta que as condições são propícias à finalização da primeira safra, bem como para a implantação da segunda safra que acontece com as culturas de milho e feijão.

“Esse é o cenário desejado: chuvas regulares e a distribuição da precipitação nas regiões produtores, condições de mecanização na lavoura e o câmbio favorável vão continuar criando oportunidades para o agricultor investir na segunda safra. Os produtores estão apostando em sementes de ciclo mais curto e de variedade resistentes as variações do clima,” disse Intini.

A expectativa para o plantio da safrinha de milho (segunda safra) é muito boa, na avaliação  do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André Nassar. “Com câmbio bom, a gente vai produzir mais e exportar mais em volume, o que aumenta a receita e rentabilidade do agricultor."

Oferta de alimentos

Durante a entrevista coletiva, a Conab também informou que não há risco de desabastecimento de alimentos no Brasil. “Está descartado qualquer problema na oferta de grãos neste momento e ao longo deste ano. O país dispõe de estoques de passagem e de políticas que favorecem o equilíbrio entre as exportações e importações. O governo está acompanhando a qualidade dos alimentos que vamos colher frente às condições climáticas, principalmente nas plantações de arroz e feijão,” assinalou o diretor de Política Agrícola e Informações da empresa.

Intini acrescenta que o plantio de feijão ocorre em praticamente todos os estados brasileiros e durante todo o ano. “E a cultura do arroz está sendo beneficiada agora com a diminuição das precipitações no Rio Grande do Sul, que vai iniciar a colheita neste mês de fevereiro. Em algumas regiões gaúchas, cerca de 7,5 mil hectares, ainda haverá plantio tardio do arroz, acrescentou.
O governo estima que as importações cheguem a 1 milhão de toneladas de arroz. “Também estamos monitorando as culturas de inverno (entre elas, o trigo), que vão entrar no calendário agrícola nos próximos meses”, observou Intini.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Preços dos alimentos básicos disparam.

                 

Consumidores reduzem compras e trocam até o tempero para fugir da inflação.Tomate sobe 27%, e cebola, 22% no mês. Transporte também pesa no orçamento

Os olhos atentos, a dona de casa Ruth Jacintho, de 80 anos, analisava a couve em suas mãos — vira, revira — até que respirou fundo e, triste, decidiu deixar a verdura onde estava. Em janeiro, o preço das hortaliças aumentou 7,8%, acumulando um total de 22,91% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE.

— Estou tendo que diminuir a compra de verduras, porque itens como o alho, que também está caríssimo, não têm como cortar. Já imaginou feijão sem alho? — reclama a dona de casa, que destacou também a alta de R$ 4,90 para R$ 14,90 no preço da vagem em uma semana.

Prestes a completar as bodas de diamantes (60 anos de casamento), ela e o marido, o aposentado Nilton Jacintho, de 79 anos, vão juntos à feira toda semana. Enquanto ela falava, Jacintho observava silenciosamente. Até que decidiu revelar a receita do casal para lidar com a crise:

— O preço sobe, o preço cai… O importante é que a gente vive com muito amor.

O otimismo do casal é necessário para lidar com o alto preço dos alimentos, tão comuns à mesa dos brasileiros. Hortaliças, tomate, cenoura e batata foram os principais responsáveis pelo aumento da inflação no mês de janeiro, que fechou em 1,27% — 0,31 ponto percentual acima da taxa registrada em dezembro.

A alta acertou em cheio o bolso do consumidor, que percebe as mudanças de preços a cada visita às feiras e aos hortifrutis da cidade. Para o desenhista Pedro Bella, de 50 anos, a solução foi reduzir as compras:

— A gente acha que tem que sair menos, comer menos na rua, mas o problema é que a inflação está atingindo coisas básicas. De pouquinho em pouquinho, o prejuízo é muito grande. Agora, em vez de pensar em “banquetes”, temos que comer o essencial para manter o corpo funcionando.

O tempero também está prejudicado. A cebola teve uma alta, apenas em janeiro, de 22,05%, e o alho, de 10,81%. Para contornar esse salto, a corretora de seguros Andréa Veiga, de 44 anos, decidiu improvisar:

— Troquei o tempero lá de casa. Agora, é só sal e limão.

A troca foi bem pensada, já que o sal teve queda de 0,79% em janeiro, e o limão, um recuo de 20,19% nesse período.

— Em 24 horas, tudo muda! Vim ontem aqui, e estava um preço. Agora, está impossível! Em vez de salada, a família vai ter que se contentar com um “cheiro” de tomate — brinca Andréa, se referindo às hortaliças e ao tomate, produto com a segunda maior alta do mês: 27,27%.


Fonte; Globo.