segunda-feira, 4 de maio de 2015

Mandioca cresce no Nordeste e faz cair o preço no Sudeste

                         

Produtores de mandioca de SP estão preocupados. Sacas estão acumulando nas indústrias.

Apesar da boa safra, os produtores de mandioca do interior de São Paulo estão preocupados, pois o Nordeste do país também está com boa safra, o que fez o preço da raiz despencar no mercado.

Os bons resultados nas safras passadas deixaram o produtor Edson Schiavon confiante. Ele aumentou a área cultivada na propriedade que fica em Tupã, no centro-oeste de São Paulo, e investiu em melhores insumos, mas o mercado não correspondeu à altura.

Ele é um dos 7 mil produtores do centro-oeste paulista, onde está a maior concentração de mandioqueiros do estado. Por ano, a produção chega a mais de 1,3 milhão detoneladas de raiz "in natura". No ano passado, muitos paulistas apostaram na cultura porque o norte e o nordeste não deram conta de abastecer o mercado por causa da seca severa na região. Assim, a região abasteceu o Nordeste. Hoje a situação inverteu.

O excesso no campo derrubou os preços. No ano passado, a tonelada chegou a ser vendida a R$ 600. Hoje, não passa dos R$ 150, uma queda de 75%.

A crise que começou no campo inevitavelmente chega às fábricas. A indústria dirigida por Alcir Baldo Júnior processa 3 mil toneladas por mês e já acumula um estoque de 20 mil sacos de fécula, quando o normal seria algo em torno de 5 mil. É tanto produto em excesso que cada canto da fábrica virou um depósito.

Exclusivo : Oferta de produtos nas centrais de abastecimento irão diminuir e os preços aumentarão


                           
 
Essa é a conclusão de um estudo elaborado pela CeasaMinas, com base na movimentação de hortifrutigranjeiros nos mercados e nos estudos do DIEESE. O tomate, batata e cebola devem puxar essa tendência, calculam os técnicos. Oligopólio formado por produtores de Santa Catarina dificultam baixa nos preços da cebola. Enquanto isso, frutas como a laranja pêra e a banana prata, maçã, terão os preços recuados.

A central de abastecimento de Minas Gerais vem se destacando na elaboração de relatórios econômicos importantes que estão servindo para traçarmos um norte em relação aos preços dos produtos, e também em relação a quantidade de hortifrutigranjeiros que chegam a esses mercados. A CeasaMinas está substituindo e muito bem a Ceagesp, maior central da América Latina, que todos os meses publicava o seu Índice de Preços e deixou de publicar sem qualquer justificativa. Ambas são federais. Cabe aqui destacar que, depois de um incêndio provocado por vândalos, a Ceagesp não foi mais a mesma em divulgação e análise de preços para o mercado. Ficando apenas a tabela pura e simples. Até o Blog Qualidade foi tirado do ar.

O documento aponta também que os fatores climáticos desordenados, como as secas intensas e as chuvas demasiadas, junto com o fator entressafra, estão pressionando os preços do mercado paulista. Ele tem como base pesquisa do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sócio-Econômicos).

No balanço, que estuda a movimentação de cargas na Ceasa de Minas, no período compreendido entre 2014 e 2015, no caso do tomate longa vida, proporcionou uma queda de 15,26% nos preços, no período de um ano; e 15%, entre fevereiro e março últimos.

As maiores quedas de preços no ramo das chamadas hortaliças fruto foram verificadas nos preços do chuchu (34,06%), em 12 meses; e 67,03% entre fevereiro e março; abóbora italiana, 8,14% e mais 29,46% (fevereiro/março); quiabo 47,66% e 46,41% (fevereiro/março); milho verde, 34,55% e 5,26% (fevereiro/março)

Altas consideráveis

No caso da batata lisa não houve queda no preço. O índice verificado em um ano foi de 10,32% entre 2014 e 2015, em média, e mais 3,47% entre fevereiro e março de 2015. A cebola amarela teve uma alta muito concentrada em Minas Gerais, indicando 66,14% no período de um ano e mais 18,54%, entre fevereiro e março.

A cenoura, que tinha registrado aumento de 38,53% em seu preço, no período 2014/2015, apresentou queda de 4,43% (fevereiro/março). O alho importado vem mantendo sua tendência de alta: 48,34% (2014/2015) e 7,82% (fevereiro/março); o alho brasileiro, 22,05% (2014/2015) e mais 7,82% (fevereiro/março).

Esses aumentos de preços não foram por falta de produtos. No caso da batata houve aumento da oferta (17.492 toneladas), ou seja, 18% no período de 12 meses, e mais 22% (fevereiro/março). A cebola amarela (7.075 toneladas), superando em 15% a oferta em igual período de 2014, e mais 19% (fevereiro/março). Em relação aos preços da cebola, o documento distribuído pela CeasaMinas culpa os produtores de Santa Catarina, mas precisamento do Vale do Itajaí, que formaram uma espécie de oligopólio dificultando a negociação de preços.

Frutas brasileiras

O limão Tahiti sofreu reajuste de 39,71% nos preços, no período de doze meses, aumentando mais 6,47% no ciclo fevereiro/março de 2015. O mamão Havaí seguiu atrás na mesma alta, marcando 49,26% (2014/2015) e mais 52,63% (fevereiro/março).

Mas o melão teve grande queda, registrando - 50,73% em seu preço no igual período de um ano, e mais 46,56% (fevereiro/março). Outras quedas foram em relação à laranja pêra (-18,35%), em doze meses, e mais -8,25% (fevereiro/março); maçã, - 26,79% (2014/2015) e - 8,25% (fevereiro/março); banana prata (-13,90%) e - 7,69% (fevereiro/março); melancia, que vinha de alta nos preços, acusando + 13,25%, em um ano, acusa agora queda de - 8,74% (fevereiro/março).

Em relação à laranja pêra, o documento esclarece que teve uma oferda robusta da fruta (10.029 toneladas), que pressionou a cotação de preços no entreposto mineiro. As laranjas vieram em grande quantide de Piracicaba, Campinas e São José do Rio Preto,  regiões produtoras paulistas. Os EUA também tiveram problemas com a produção do suco de laranja com a queda de rendimento das lavouras da Flórida, pressionando os preços na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

No caso da banana prata, o aumento foi de 22% na quantidade oferecida no entreposto mineiro (7.018 toneladas), no período de um ano, e mais 27% (fevereiro/março). A demanda pelo produto está desaquecida, forçando para baixo os preços, bem como o aumento da produção vindas do Norte de Minas e do Sul da Bahia.

Já a maçã brasileira teve elevação da oferta em 16%, entre 2014 e 2015, e mais 39% (fevereiro/março), o que, de acordo com o documento, já era esperado pelos produtores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Pêras e ovos

Entre as frutas importadas, a pêra teve queda de 13,45% no preço médio, entre março e fevereiro de 2015, com a circulação do produto aumentando em 34% no período de um ano (1.764 toneladas) e mais 54% (fevereiro/março).

No caso do ovos, os preços subiram 7,10% em um ano, e mais 5,54% no período de fevereiro/março, apesar do aumento da produção que chegou ao entreposto mineiro (5.134 toneladas); significando 35% de aumento no período de um ano e mais 27% (fevereiro/março).

A Semana Santa aqueceu a demanda que sobrepujou a oferta de ovos que chegaram do Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

Classe C enfrenta primeira crise e volta a estocar alimentos

                             

Crise se espalha e coloca em risco conquistas da nova classe média que faz malabarismo financeiro e seleciona conquistas. Consumidor volta a estocar comida em casa novamente, as chamadas compras de mês que servem para comprar alimentos para até três meses, aproveitando produtos em oferta.

Ao enfrentar a sua primeira crise econômica desde que subiu na pirâmide social, classe C mostra desapego com produtos mais básicos e sinaliza que prioriza serviços mais sofisticados

Cortar o restaurante nas horas de lazer, mas garantir a TV por assinatura e a internet em casa. Reduzir as idas ao shopping, mas aumentar as compras no atacado. Manter o achocolatado de marca nobre, mas misturá-lo com outro, mais barato. Em maior ou menor grau, ponderar escolhas como essas já faz parte do cotidiano de milhares de famílias brasileiras.

Essas manobras foram identificadas em pesquisas recentes que acompanham hábitos da chamada nova classe média. Na avaliação de especialistas em consumo e em comportamento na base da pirâmide, as escolhas indicam que a classe C já começou a abdicar de algumas conquistas, consideradas menores, na tentativa de preservar outras, mais importantes.

“Pesquisas com a classe C sempre identificaram que o seu maior temor era, genericamente, perder as suas conquistas recentes”, diz Maurício Prado, sócio-diretor da Plano CDE, consultoria especializada em pesquisas sobre a baixa renda. “O risco difuso virou realidade por causa da possibilidade de perda de emprego e de queda na renda: é preciso fazer escolhas.”

Três levantamentos realizados neste início de ano pela Plano CDE traçam um retrato de como a classe C sente e reage à primeira crise econômica desde que ascendeu na pirâmide social (veja quadro). O mais recente, feito há três semanas, mostra que a maior preocupação de famílias com renda entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil é não ter dinheiro para pagar as contas - contas essas que têm uma composição mais sofisticada. “Há o smartphone, a TV por assinatura, a prestação do carro”, diz Prado. “Há 15 anos, deixar de comprar sabão em pó de marca era perda de status, agora, já nem tanto.”

Na reacomodação de prioridades, o celular, por exemplo, reina. A tarifa não é barata, mas ele não está entre os itens que já foram restringidos e só aparece no fim da lista de eventuais economias futuras. O salão de beleza, que viveu um boom, perde força, porque unha e cabelo podem ser feitos em casa a um custo inferior. O plano de saúde privado também começa a ser descartado - bem ou mal, há o SUS.

A relação com produtos básicos, mais tradicionais, por sua vez, dá sinais de que está em transformação. Historicamente, reduzir a compra do básico, especialmente de comida, era o último artifício de economia na baixa renda. Neste início de ano, porém, a Nielsen, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado do mundo, identificou desaceleração justamente nisso.

Básico. A Nielsen acompanha um conjunto de produtos que forma uma espécie de cesta básica, com arroz, feijão, desodorante e xampu, por exemplo. Há um dado curioso quando se observa a quantidade de itens. Em janeiro e fevereiro do ano passado, em relação a 2013, quando a economia ia bem, o volume teve uma alta de 6,9%. Em janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de apenas 1,2% - as pessoas compraram um número menor de itens. “A dona de casa é uma malabarista das finanças, poupa, sim, mas em parte garante um mimo, algo que na sua avaliação ela merece ter”, diz Olegário Araújo, diretor de atendimento ao atacado e varejo da Nielsen.

Os mimos podem ter outra dimensão, como mostra Vânia Lages, de 55 anos. Ela ganha R$ 1,7 mil por mês como assistente administrativa de uma escola de primeiro grau. Sua conquista foi comprar um apartamento “perto de tudo”, no bairro de Pituba, em Salvador. O condomínio subiu para R$ 470 reais. Pesa. Mas ela não vai se mudar. “Tenho me privado de tantas alegrias, mas quero morar num lugar decente”, diz Vânia. Para compensar, trocou o plano do celular de pós para pré-pago, evita ir ao shopping e leva uma lista ao supermercado para não comprar o que não precisa.

domingo, 3 de maio de 2015

Economia de água nas lavouras pode chegar a 70%

                               

Sistema, criado em Israel e que evita desperdício ao irrigar direto a raiz da planta, foi apresentado em feira de agricultura. Lavouras brasileiras consomem 72% da água do país, diz ANA.

Do G1

Coordenador de plantio em uma usina de açúcar e etanol na região de Ribeirão Preto (SP), o engenheiro agrícola Matheus Uzelotto esteve na 22ª Agrishow em busca de alternativas tecnológicas para enfrentar um dos maiores desafios da agricultura nos últimos anos: economizar água - dados divulgados no último mês pela Agência Nacional de Águas (ANA) apontam que a irrigação é responsável por 72% do consumo de água no Brasil.
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Em 2014, a usina em que Uzelotto trabalha investiu cerca de R$ 600 mil em um sistema de irrigação por gotejamento - em que uma tubulação subterrânea ou instalada sobre o solo deposita as gotas de água diretamente na raiz da planta. O método foi aplicado em 100 hectares de canavial e os primeiros resultados já começaram a ser literamente colhidos.

“A gente ainda está avaliando o primeiro corte da cana, mas a produtividade aumentou cerca de 30%. Se a expectativa continuar boa, que é o que a gente espera, a ideia é aumentar a área de irrigação por gotejamento”, diz Uzelotto, destacando que a economia de água por esse método chega a 70%.

Considerado um dos mais eficientes sistemas de irrigação da atualidade, o gotejamento foi desenvolvido há 50 anos em Israel e trazido para o Brasil na década de 1990. De lá para cá, o sistema foi aperfeiçoado e já está sendo aplicado, de forma pioneira, no cultivo de arroz, que geralmente utiliza irrigação por inundação. O resultado é a economia de até um terço de água nessas lavouras.

O engenheiro agrônomo Daniel Pedroso explica que apenas um produtor no Rio Grande do Sul está implantando a nova técnica, mas os primeiros resultados mostram que houve aumento de produtividade de 7,5 toneladas para 12 toneladas de arroz por hectare.

“Quando você inunda uma área, acaba tirando o oxigênio do solo e a planta precisa desse oxigênio para poder produzir mais. Pelo sistema de gotejamento, você permite uma relação perfeita entre a quantidade de água necessária e o oxigênio”, afirma Pedroso.
O engenheiro agrônomo explica sobre as vantagens da irrigação por gotejamento (Foto: Érico Andrade/G1)
Daniel Pedroso explica sobre  vantagens da
irrigação por gotejamento (Foto: Érico Andrade/G1)

Gota por gota

O sistema de gotejamento é simples: depois de passar pelo encanamento, a água chega às mangueiras de irrigação - que são mais finas - e é aplicada diretamente na terra, em baixa vazão e pressão. Isso possibilita que boa parte não evapore antes de chegar à raiz, como acontece pelo método comum de aspersão - em que os jatos são lançados sobre a plantação, como se fosse chuva.

“Além disso, em regiões onde venta muito, parte dessa água é levada para fora da lavoura. Em algumas culturas, também existe um problema que a gente chama de efeito guarda-chuva: a água cai sobre a folha da planta e não chega à raiz. Por isso, o gotejamento evita o desperdício”, afirma Pedroso.

O sistema permite ainda a utilização de fertirrigação, que é a aplicação de fertilizantes na lavoura por meio da água irrigada. “É possível controlar quando a plantação vai ser irrigada, quanto de água vai ser utilizado, que zona da lavoura você quer irrigar, tudo automatizado”, diz o engenheiro.

Pedroso não nega que o método de gotejamento é mais caro para ser implantado, em comparação com a aspersão, que é mais comum. Entretanto, afirma que o valor pode ser recuperado em até três anos. “Como você acaba produzindo mais e a longevidade da sua cultura é maior, isso acaba sendo diluído ao longo do tempo. No caso do café, por exemplo, às vezes o sistema se paga até no mesmo ano.”
Mais barato, sistema de irrigação por microarpersão também aparece como alternativa (Foto: Érico Andrade/G1)
Mais barato, sistema de irrigação por microarpersão também aparece como alternativa (Foto: Érico Andrade/G1)

Economia de preço

Mais barato, o sistema de microaspersão também aparece como alternativa aos agricultores preocupados com o desperdício de água na irrigação de suas lavouras. Apesar de não ser tão eficiente quanto o gotejamento, o método acaba sendo mais econômico que a aspersão comum, porque lança jatos d’água mais finos sobre a lavoura.

“Ele tem eficiência de irrigação de 90% porque a perda com evaporação é menor, e também consome pouca energia [elétrica], já que não precisa de bomba. O sistema funciona com a força da gravidade”, explica o engenheiro agrônomo Matheus Nitta, destacando que os tanques com água precisam ser instalados a dois metros de altura do solo.

Fabricada em polietileno, uma espécie de plástico flexível, a tubulação para microaspersão é furada a laser e projetada para que os jatos atinjam até 2,5 metros de distância. “A durabilidade é maior porque é mais resistente e tem proteção contra raios UV. Além disso, é mais prático, até dona de casa pode instalar”, afirma Nitta.

Tomate a R$ 6,98 o quilo, nos "sacolões" do Rio

                              

Consumidor do Rio de Janeiro está sendo lesado no preço.


Há mais de duas semanas temos visto o preço do tomate lá no alto, principalmente nas feiras livres e "sacolões", sem qualquer explicação verdadeira. Muitos culpam o alto preço da caixa do legume, com 22 quilos, que antes chegou a R$ 70 e agora, até esta quinta-feira, antes do feriado, manteve o preço de R$ 50 para o tipo Longa Vida AA, que é aquele tomate salada bonito que vende no supermercado. Mas, se prestarmos atenção no tomate vendido em outros lados, como esses que nós citamos acima, veremos que os comerciantes estão "fraudando" as vendas ao misturar os tipos de tomate, entre grandes, que são mais caros, e os pequenos, que formam maioria. Uma caixa de 22 quilos com o tomate pequeno, aquele mais vermelhinho e nutritivo, está custando na Ceasa do Irajá, na capital fluminense, apenas R$ 20. Ou seja, o consumidor carioca está sendo lesado.

No Espírito Santo, o quilo do tomate está saindo da Ceasa da Grande Vitória ao preço de R$ 2,21, o chamado tomate salada, e R$ 1,17, o pequeno.  Na Ceasa Minas, mas especificamente a maior delas, em Belo Horizonte, a caixa com 20 kg de tomate está sendo vendida a R$ 40. Na Ceagesp, maior mercado da América Latina, situada em São Paulo, o preço por quilo também é alto: R$ 4,61. Na central de abastecimento de Porto Alegre (RS), o preço do tomate sai por R$ 3,35 e R$ 4, o tipo considerado Paulista.

Em um estudo técnico produzido pela Ceasa Minas, que estaremos apresentando numa reportagem exclusiva, o tomate Longa Vida é cotado com preço em queda:15.26% no período de um ano. E entre fevereiro e março deste ano, os preços cairam mais 15%, em um mês apenas. A Central de Abastecimento mineira afirma que o preço do tomate vem acompanhando o movimento da média histórica daquele mercado, mas em níveis inferiores (baixando de preço). Afirma o documento que houve uma oferta de 9% de tomates entre março de 20014 e março de 2015, num total de 9.517 toneladas.

O documento, no entanto, faz um alerta em relação aos preços do produto verificados em São Paulo: " A entresafra e as chuvas pressionaram os preços do mercado paulista, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômico)".

E no Rio de Janeiro, que tinha no município de Paty do Alferes, na Região Serrana, como o maior produtor de tomate do estado, o que está acontecendo? Afirmam que muitos estão abandonando a lavoura enquanto outros culpam a tirania dos supermercados, que preferem comprar só os tomates graúdos, o que faz com que toneladas de produtos sejam jogadas fora por que o tamanho não tem serventia. O estado, agora, chega a ponto de comprar tomate em São Paulo, o que não acontecia faz tempo. Mesmo assim, o preço não está tão alto, e está sendo manipulado por feirantes e donos de "sacolões".

Um outro dado preocupante e agravante: terras férteis no estado estão servindo para construções dos conjuntos que fazem parte do programa "Minha Casa, Minha Vida", do governo federal. Numa demagogia sem fim, já que ficam muito distantes dos centros urbanos. Enquanto isso, a lavoura padece.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Governo tirando a alegria do pobre




               

Tributos sobre cerveja e refrigerante sobem cerca de 10% em maio

Decreto regulamenta novo modelo de tributação. Decisão de repassar essa alta para os preços depende dos fabricantes.

Um decreto presidencial publicado no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (30) regulamenta o novo modelo de tributação do setor de bebidas frias – que engloba cervejas, refrigerantes, águas, energéticos e isotônicos – com validade a partir de maio. A lei 13.097, que trouxe essas alterações, foi publicada em janeiro de 2015.

De acordo com a Receita Federal, haverá um aumento médio da tributação dos produtos em cerca de 10% a partir de maio. O Fisco explicou que a decisão de repassar essa alta dos tributos para os preços depende dos fabricantes. A expectativa do governo é de arrecadar R$ 868 milhões a mais neste ano, R$ 2,05 bilhões em 2016, R$ 2,31 bilhões em 2017 e R$ 3,26 bilhões em 2018 com o novo modelo de tributação.

A Receita Federal informou que as alíquotas atuais, que subirão a partir de maio, estavam paradas há anos e que a sistemática anterior gerava distorções para as empresas. De acordo com o Fisco, as alíquotas têm de ser atualizadas de tempos em tempos. O órgão explicou que as mudanças foram fruto de conversas com representantes do setor de bebidas frias.

Procurada pelo G1, a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) destacou que as negociações com o novo modelo vinham sendo feitas desde o ano passado, o que deu tempo para os fabricantes se programarem.

"O novo modelo traz melhorias e avanços, já que implica em simplificação do sistema tributário e, mais importante, garante previsibilidade dos negócios tanto para o governo quanto para o setor. Haverá um impacto para o setor com aumento da arrecadação para o governo, mas que, em nome da previsibilidade do novo sistema tributário, poderá ser absorvido pelo mercado", afirmou a CervBrasil.

O preço subiu 12% em 12 meses até março, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Já a inflação no período, medida pelo índice, ficou em 6,61%.

No acumulado nos 3 primeiros meses de 2015, o preço da cerveja subiu 1,41%, abaixo da inflação, que ficou em 3,58%.

Já o preço do refrigerante, segundo a Fipe, subiu 2,56% no acumulado no ano até março e 9,24% em 12 meses.

Novas alíquotas

Com a nova regulamentação, as alíquotas incidentes sobre a fabricação e importação de bebidas frias serão de 2,32% para o PIS/Pasep e de 10,68% para a Cofins. Para as vendas feitas pelos varejistas, a alíquota será de 1,86% para o PIS/Pasep e de 8,54% para a Cofins.

No caso do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), o recolhimento será feito na produção, com alíquota de 6% para cervejas e de 4% para as demais bebidas frias.

O Fisco informou ainda que o decreto publicado nesta quinta-feira estabelece o conceito de cerveja especial e chope especial, para fins de redução das alíquotas do IPI, da Contribuição para o Pis/Pasep e da Cofins.

Também estabelece que o varejista, em início de atividade, poderá ser beneficiado pelas reduções de alíquotas na aquisição das bebidas e institui obrigações acessórias (declarações) a serem adotadas pelo estabelecimento da pessoa jurídica que vender para pessoa jurídica varejista ou ao consumidor final

O decreto também disciplina, segundo a Receita Federal, o aproveitamento de créditos do IPI para as bebidas em estoque no dia 30 de abril de 2015, último dia de vigência do regime tributário anterior para o setor de bebidas frias.

Governo incentiva produtores de pescado do Médio Paraíba fluminense


                         


Município de Barra do Piraí vem se destacando na produção de tilápia, alevinos e agora querem couro de peixe para roupas e outros objetos.

Com recursos hídricos abundantes e temperatura média da água ideal para o cultivo de peixes, o município de Barra do Piraí possui forte potencial aquícola. A constatação foi feita pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, José Luis Anchite, e pelo presidente da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj, vinculada à secretaria), Essiomar Gomes, em visita a propriedades rurais da cidade. Trata-se de mais uma frente de interação com o setor e de conhecimento da estrutura da Fundação - que mantém na região o Escritório Regional Médio Paraíba, com sede em Piraí e atendendo outros 10 municípios. Na ocasião, foram articuladas junto aos produtores ações de fomento à atividade, como a realização de cursos, oficinas e palestras para qualificação de mão de obra e criação de uma cadeia de fornecedores locais.

Formada ainda pelo biólogo marinho Augusto Pereira, diretor de Pesquisa e Produção da Fiperj, e pelo secretário de Agricultura de Barra, Henrique Maracajá, a comitiva visitou na última semana duas propriedades, incluindo a de produção de tilápias dos sócios Márcio Carielo, de 29 anos, Márcio Alonso, de 54, e Joe Sousa, 67.

Localizada no distrito de Ipiabas, a Fazenda Onça Parda possui 7,5 hectares, sendo 4 ha de água, e produz sete toneladas do peixe vivo por mês. A produção em tanques-redes começou há dois anos e está em plena expansão. Segundo Carielo, a expectativa é produzir a partir de outubro alevinos (filhotes) da espécie. O empreendimento possui uma unidade de beneficiamento e comercialização de pescado já com o selo do Serviço de Inspeção Estadual (SIE).

Curso - Entre as principais necessidades do setor destacadas pelos produtores está a qualificação de mão de obra local. Para tanto, está sendo articulada já para o próximo mês a realização de um curso de Boas Práticas em Manipulação e Beneficiamento Artesanal do Pescado, em parceria com o município e o empreendimento aquícola.


- A Fiperj nos auxiliou na instalação do empreendimento e contamos com a consultoria do médico-veterinário Marciel Guelere, que é ex-funcionário da Fundação. Também estamos pensando em recorrer a um financiamento para expandir nosso negócio, e a instituição vai ajudar na elaboração de uma proposta de acesso a linhas de crédito, nos orientando ainda na questão da legalização - disse o produtor Márcio Carielo.

Outras ações - O grupo discutiu também a criação de uma cadeia de fornecedores locais (formada por pequenos, médios e grandes produtores), contribuindo para a expansão das atividades na região e a ampliação da unidade de beneficiamento, visando a produção de carne mecanicamente separada (CMS) para fabricação de bolinhos e hambúrgueres de peixe, entre outros produtos. Outro objetivo é o reaproveitamento do couro da tilápia para a fabricação de roupas e artesanatos, capacitando e gerando renda para mulheres da região, e fomentando ainda o turismo local, uma vez que Ipiabas fica a caminho de Conservatória, a conhecida Terra da Seresta.

- Nossa meta é buscar e fortalecer parcerias com a iniciativa privada, com os ministérios e as prefeituras para darmos continuidade a projetos existentes e pensarmos junto ao setor novas ações de fomento à pesca e à aquicultura, impulsionando o desenvolvimento regional. Não há como não pensar no investidor do interior porque é ele a principal alavanca do crescimento do nosso estado - disse o secretário de Estado José Luis Anchite, deputado e ex-prefeito de Barra do Piraí.