quarta-feira, 1 de abril de 2015

Preços dos alimentos para a Páscoa sofrem pouca variação

Apenas o quilo do alho se mantém com o preço acima do esperado. Em alguns estabelecimentos o consumidor pode contar com promoções, com o quilo abaixo de R$ 10


Quem deixou para fazer compras na última hora, seja nos chamados "sacolões", supermercados ou nas feiras livres, não vai ter muita surpresa em relação a preços dos alimentos, incluindo na lista os peixes que fazem tanto sucesso na Semana Santa e no Domingo de Páscoa. Nossa equipe pesquisou na Ceagesp, a maior central de abastecimento da América Latina, situada em São Paulo, e na Ceasa do Rio de Janeiro, constatando que não há muita variação entre um produto ou outro. No mesmo sentido caminhava as ceasas de Minas Gerais e do Espírito Santo. Preparamos, então, uma lista essencial de produtos que não podem faltar na mesa do consumidor nesses dias.

Ceasa Rio de Janeiro

A batata se manteve numa tendência de queda nos preços nos últimos dias. Mas quem foi ao supermercado Mundial na segunda-feira deve ter se assustado um pouco com o preço, que chegava a quase R$ 4 o quilo. Mas, nos "sacolões", por exemplo, o quilo cobrado não ultrapassava R$ 3. Tendência mantida em ofertas anunciadas por outros supermercados. Na Central de Abastecimento do Irajá, na Zona Norte do Rio, a saca com 50 quilos de batata estava sendo negociada a R$ 80. A caixa do tomate, de 22 kg, saía por R$ 80, quase o dobro dos outros dias. O alho argentino e chinês, caixa de 10 kg, tinha o preço variando entre R$ 100 e R$ 105, a saca com 20 kg. A caixa de 18 kg da cenoura saía por R$ 30, bem mais em conta. Outro item que não pode faltar, os ovos, brancos ou vermelhos, a caixa com 30 dúzias variava entre R$ 85 e R$ 95.

Na questão do pescado que, empacotado e congelado, teve um preço majorado nos supermercados de até 30%, com algumas enganações, como é o caso da Merluza, que antes era vendida no pacote de 1 Kg e hoje esse pacote foi reduzido a metade, enquanto o preço aumentou bastante. O que não compensa. O ideal mesmo é optar por peixes que ainda permanecem sendo vendidos em pacotes de 1 kg, como é o caso da Polaka do Alasca, filetado e congelado, que não saía por mais de R$ 11. E além do mais, o sabor desse peixe é insuperável, já que combina misturando camarão e crustáceos.

Se o consumidor for na feira, é bom ficar de olho numa lista que preparamos, com base nos preços praticados pelo entreposto de pesca da Ceasa do Irajá, no Rio. 

O quilo da anchova estava por R$ 12; batata (R$ 15), cação (R$ 7), camarão cinza (R$ 23), corvina (R$ 12), espada (R$ 3,50); Merluza ou Marmota, como é conhecida aqui em tamanho menor (R$ 5,50); olho de cão (R$ 8), pargo (R$ 10), polvo (R$ 10), viola (R$ 7), sardinha (R$ 2).

Ceagesp

Na central paulistana também estivemos analisando alguns preços e constatamos que na parte do pescado existe uma diferença para menos. Vamos ver:

Cenoura kg R$ 2,32; tomate R$ 3,17; alho R$ 10,62; batata R$ 1,93; cebola importada R$ 2,42 e brasileira R$ 2,04;  ovos, bandeja com duas dúzias, R$ 9.

Na parte do pescado: abrotea, que é o nosso bacalhau, R$ 7,50 o quilo; cação R$ 9,30; camarão entre R$ 19 e R$ 25; corvina R$ 11; espada R$ 3,80; salmão R$ 24,50, sardinha R$ 1,50 e tilápia R$ 5,80.

Essas são boas dicas que você pode seguir e garantir uma economia no seu almoço de Páscoa. 

Deixamos o bacalhau de lado, já que os preços sofreram alguns reajustes durante a semana, para cima, claro, como o porto Mohua saltando de pouco maisd de R$ 29 para R$ 39. Agora, cuidado com as armadilhas e não comprar gato por lebre, caindo na tentação dos chamados "peixe tipo bacalhau". 

Que tal uma torta capixaba no Domingo de Páscoa?


Ser diferente na cozinha pode ser garantia de sucesso.

A torta pode ser feita com vários ingredientes e leva uma série de temperos, frutos do mar e pescados que encantam todos os capixabas e turistas. E aproveitem os preços dos ingredientes que em Vitória (ES) estão muito baixos. Curta a receita e convite à todos para o almoço.

Com aproximação da Páscoa, alguns produtos usados na tradicional torta capixaba têm se destacado no mercado das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), como o repolho, o palmito, o alho, a cebola, o coentro e os ovos chegam a dobrar o número de vendas neste período.

A torta capixaba é sempre lembrada quando se fala da cultura do Espírito Santo. O prato, que pode ser feito com vários ingredientes da sua preferência leva uma série de temperos, frutos do mar e pescados que encantam todos os capixabas e turistas.

Segundo dados do Setor de Estatística da Ceasa/ES o preço desses produtos, como o repolho, os ovos e o palmito podem variar, tendo em vista que quando a procura é alta o preço tende a aumentar. O repolho pode ser encontrado no entreposto com o preço médio cotado a R$ 0,68, o palmito in natura descascado está custando R$ 9,00, a unidade do palmito (cabeça) é ofertado de R$ 25,00 a R$30,00, o ovo branco está com o preço médio de R$ 2,53 a dúzia, o ovo vermelho a R$ 2,63.


domingo, 29 de março de 2015

Saiba escolher um bom peixe


    
Cuidado, no entanto, quando for no supermercado onde o pescado teve aumento no seu preço que variou entre 30% e 50%. No início da semana o CeasaCompras dará mais dicas para você comprar melhor e mais barato.

Fonte: Extra

Namorado, bacalhau, cação, salmão, sardinha, camarão, mexilhão. O que não falta é fruto do mar para deixar o almoço de Páscoa completo na semana que vem. Mas você já escolheu o que vai preparar? O EXTRA selecionou dicas de peixeiros para se escolher bem o peixe. Para despertar o apetite, a sardinha é a aposta. Walnei Valentim, de 36 anos, da Peixaria Novo Amanhecer, do Mercado São Pedro, em Niterói, é quem dá a sugestão. Como é um peixe mais baratinho, vale a pena fazer como opção de entrada e abrir o paladar dos convidados que estiverem à mesa. Uma receita que faz sucesso, segundo ele, é a do peixe na panela de pressão. Basta temperar a sardinha, colocar uma camada de temperos (cebola, tomate, pimentão, limão e coentro), depois uma camada de sardinhas, e, para fechar, mais uma de temperos. Espere só 15 minutos e pronto.

— Fica super saboroso — recomenda.

O xerelete e a pescadinha são outros sugeridos, que também podem ser fritos ou assados.

Dono da Peixaria Paraíso, Sandro Alves, de 30 anos, diz que escolher camarão é simples:

— Só o cliente reparar se está com a cabeça. Se for fritar, melhor escolher o médio, porque os maiores não ficam tão torradinhos — explica.

Da Peixaria São Pedro, Rogério Pereira, de 58 anos, afirma que uma maneira boa de saber se o peixe é de qualidade é observar se a guelra (aquela parte na lateral da cabeça, pela qual os peixes respiram) está bem vermelha. O olho vivo é outro sinal de que o produto é fresco.

José Roberto Leite, de 50 anos, trabalha na Peixaria do Paulinho e lembra que o peixe cortado em postas é o mais prático para quem não quer perder horas na cozinha.

— Sempre vende rápido — diz o peixeiro.

Observar se a barriga está fechadinha é outra dica:

— Quando está estourada, é porque o peixe já foi congelado e está sendo oferecido como fresco — alerta José.

Onde comprar

Extra

*Oferta válida para hoje (28/03/15).

Bacalhau do Porto R$ 28,90 / kg

Pão de Açúcar

*Ofertas para Clientes Mais.

Bolinho de bacalhau Qualitá por R$ 13,90 / 360g

Acará/tilápia inteiro fresco por R$ 7,99 / kg

Tambaqui inteiro fresco R$ 8,99 / kg

SuperPrix

*Ofertas válidas até o dia 05/04.

Bacalhau alavario lombo dessalgado por R$ 49,90 / kg

Bacalhau mar alto lombo morhua por R$ 49,90 / kg

Bacalhau bacalanor lombo morhua por R$49,90 / kg

Bacalhau bom porto posta morhua por R$ 14,98 / 500g

Bacalhau porto por R$ 54,90 / kg

Bacalhau imperial por R$ 44,90 / kg

Bacalhau frescatto lombo dessalgado por R$ 34,90 / 680g

Bacalhau Riberalves lombo morhua por R$ 59,90 / kg

Filé de bacalhau Perdigão Assa Fácil por R$ 49,90 / kg

Salmão Sadia fácil filé por R$ 39,90 / 700g

Salmão Sadia fácil postas por R$ 29,90 / 400g

Carrefour

*Ofertas válidas até amanhã (29/03/15).

Peixe salgado desfiado (bacalhau) por R$ 21,90 / kg

Bacalhau Saithe por R$19,90 / kg

Salmão inteiro por R$25,90 / kg

Camarão fresco por R$21,90 / kg

Mundial

*Ofertas válidas até 6/04.

Polvo português inteiro Nigel por R$ 41,90

Camarão descascado congelado Costa Sul Vannamei por R$ 29,98 / pacote 400g

Camarão descascado congelado Costa Sul 7 barbas por R$ 14,90 / pacote 400g

Ingredientes para Paella congelados Costa Sul por R$ 14,98 / pacote 500g

Filé de dourado congelado Costa Sul por R$ 18,50 / pacote 500g

Filé de panga congelado Buona Pesca por R$ 10,90 / pacote 800g

Postas de salmão congelados Buona Pesca por R$ 18,90 / pacote 800g

Filé de alabote congelado Buona Pesca por R$ 10,98 / pacote 800g

Filé de salmão congelado pedaços Costa Sul por R$ 22,80 / pacote 500g

Postas de corvina congeladas Costa Sul por R$ 18,98 / pacote 1kg

Filé de cação congelado Frescatto por R$ 11,90 pacote / 500g

Filé de merluza congelado Frescatto por R$ 11,50 / pacote 500g

Filé de solha congelado Frescatto por R$ 13,90 / pacote 500g

Filé de tilápia congelado Netuno por R$ 16,80 / pacote 500g

Camarão cozido congelado Bomar por R$ 29,98 / pacote 400g

Mercado São Pedro

*Preços válidos para este fim de semana.

Peixaria Novo Amanhecer (102)

Sardinha aberta por R$ 10 / kg

Sardinha fechada por R$ 7 / kg

Trilha por R$14,99 / kg

Xerelete por R$ 6,99 / kg

Pescadinha por R$13,99 / kg

Peixaria Paraíso (104)

Camarão cinza pequeno por R$22,99 / kg

Camarão cinza médio por R$24,99 / kg

Camarão cinza grande por R$29,99 / kg

Peixaria São Pedro (105 e 107)

Anchova por R$ 18 / kg

Camarão limpo (sem casca) por R$ 56 / kg

Camarão Pitu por R$ 45 / kg

Lula por R$ 25 / kg

Ostra por R$ 4 / unidade

Peixaria do Paulinho (140)

Dourado (em postas) por R$ 27,99 / kg

Filé de cação por R$ 34,99 / kg

Corvina por R$ 14 / kg

Anchova por R$ 16 / kg

Namorado por R$ 20 / kg

Peixe galo por R$ 17 / kg

Peixaria do Luís (133)

Salmão (filé) por R$ 38 / kg

Salmão (em postas) por R$ 34 / kg

Namorado por R$ 15 / kg

Peixaria Atum do Beleza (120)

Peixe olho de cão por R$ 25 / kg

Mexilhão por R$ 15,00 / (800gr)

Filé de atum por R$ 20 / kg

Bacalhau.com (espaço A)

Bacalhau desfiado por R$ 59 / kg

Lombo de bacalhau por R$ 69,99 / kg



Aproveite para economizar mais na feira e supermercados

Na mudança de estação, aproveite o outono para se deliciar com produtos da época.

     



A estação de outono este ano se inicia às se 19h45 do dia 20 de março e termina às 13h38 do dia 21 de junho. Por ser uma estação de transição entre o verão e inverno, podem ocorrer características climáticas de ambas, ou seja, mudanças rápidas nas condições de tempo, maior frequência de nevoeiros e registros de geadas em locais serranos das Regiões Sudeste e Sul. Para algumas culturas, é o clima perfeito para se colher frutas, legumes e verduras em seu melhor aspecto e sabor

É uma época também em que muitos acabam ficando com a imunidade baixa, devido
às bruscas mudanças de temperatura. Para fortalecer o organismo, as frutas da época são uma excelente forma de vitaminas e nutrientes, principalmente as que possuem vitamina C, como a goiaba, o maracujá e o limão. Mas não são somente as frutas que trazem benefícios à saúde: muitos legumes e verduras também são excelentes fontes de fibras e sais minerais, como a acelga, quiabo e mandioca. Veja a seguir uma lista dos produtos sazonais de outono:


MARÇO

Abacate, banana, caqui, carambola, goiaba, limão taiti, maçãs gala e fuji, maracujá, pinha, tangerinas cravo e ponkan, pera Willians, abobrinha, berinjela, milho-verde, pepino, pimentão, quiabo, tomate, vagem, batata inglesa, cará, mandioca, mandioquinha.

ABRIL

Abacate-, caqui, limão taiti, maçãs gala e fuji, pinha, tangerinas cravo e ponkan, pera Willians, chuchu, milho-verde, pepino, quiabo, vagem, batata inglesa, cará, cebola, mandioca, mandioquinha, acelga, agrião, alface, almeirão, brócolis, cebolinha, couve, couve-flor, chicória, espinafre, repolho, rúcula, salsa, salsão.

MAIO

Abacate, limão taiti, maçãs fuji e red, melão, morango, tangerinas cravo e ponkan, pera Willians, chuchu, batata doce, cará, cebola, gengibre, mandioca, mandioquinha, rabanete, acelga, agrião, alface, almeirão, brócolis, cebolinha, couve, couve-flor, chicória, espinafre, repolho, rúcula, salsa, salsão.

JUNHO

Laranja pera, melão, morango, tangerinas cravo e ponkan, maçã red, pera Willians, chuchu, ervilha, batata doce, cará, cebola, gengibre, mandioca, mandioquinha, rabanete, acelga, agrião, alface, almeirão, brócolis, cebolinha, couve, couve-flor, chicória, espinafre, repolho, rúcula, salsa, salsão.

Será que é bacalhau mesmo?

Veja como identificar o legítimo bacalhau do Atlântico Norte antes de começar a preparar a bacalhoada de Páscoa.
   


Com a alta do dólar o bacalhau está mais caro, mas não é só com o preço que o consumidor tem que ficar alerta. Ele pode estar pagando por um produto vendido como bacalhau, mas que pode ser outro peixe geralmente de custo e sabor inferiores.

Há quatro tipos de peixe que são anunciados como bacalhau: Cod, Saithe, Zarbo e

Ling. Mas só o Cod é bacalhau. Os outros são peixes semelhantes, que podem ser consumidos sem problemas, mas usar a denominação bacalhau para esses outros tipos induz o consumidor ao erro.

O Cod (Gadus morhua) é o legítimo bacalhau , proveniente do Atlântico Norte. Quando seco, normalmente, é o maior e mais largo (o que permite o corte em filés).

Tem postas mais altas, coloração palha uniforme e a pele se solta com facilidade. Quando cozido, desfaz-se em claras e tenras lascas. Recebe a denominação tradicional e comercial de Bacalhau do Porto quando supera os 3,5 quilos.

Há, ainda, o Bacalhau do Pacífico (Gadus macrocephalus), que é mais fibroso e menos saboroso que o Cod, e o da Groenlândia (Gadus ogac), que não é encontrado no mercado brasileiro.

O Saithe (Pollachius virens) tem sabor mais forte e preço mais baixo se comparado ao verdadeiro bacalhau .

O Ling (Molva molva) tem o corpo mais alongado e estreito que os demais, a carne é mais clara e permite um bom corte.

O Zarbo (Brosme brosme) é o menor de todos os peixes vendidos no Brasil como”bacalhau” .O corpo é alongado e, quando é desfiado, as lascas são mais duras. É melhor para fazer bolinhos e tortas, iguarias em que a textura não é tão importante.

Para saber a quantidade de bacalhau numa refeição, calcule entre 150 e 250 gramas por pessoa. Ao comprar o bacalhau examine cuidadosamente. Verifique a cor, consistência e defeitos perceptíveis.

Evite comprar bacalhau salgado e seco com muito sal ou umidade. Se for comprar o produto inteiro, pegue firmemente na parte posterior do peixe, soltando a cauda. Se dobrar, é porque tem água em excesso.
Observe bem o alimento. Não compre se estiver vermelho ou com pó fino cinzento, branco ou amarelo. Isso revela problemas de processamento e conservação.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Preço internacional dos alimentos está caindo

 

Fonte: BBC BRASIL
 

Os preços globais dos alimentos caíram ao nível mais baixo em quase cinco anos, com um declínio acentuado no setor dos cereais, carne e açúcar e uma estabilização das oleaginosas. De acordo com o índice de preços da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), seguindo uma tendência que já existia, em fevereiro houve uma queda média de 1% em relação a janeiro. O índice da FAO mede a evolução mensal global dos preços de exportação de uma cesta composta por cereais, oleoginosas, laticínios, carne e açúcar. Apenas os laticínios tiveram aumento.

Concepción Calpe, economista sênior do Departamento de Comércio da FAO, listou as razões por trás desta queda:

"Elevada produção global, preços baixos das oleaginosas, subida do dólar e demanda limitada de grandes importadores, incluindo a China. A situação atual é exatamente o oposto do que havia ocorrido em 2007 e 2008, quando houve uma disparada no preços dos alimentos ", disse à BBC.

Tempestade

Em 2007 e 2008, a China crescia a taxas de dois dígitos, os preços do petróleo estavam nas nuvens, a demanda havia estimulado altos investimentos e bancos e fundos de pensão aqueciam o mercado mundial de bens básicos.

As peculiaridades dos países produtores influem no preço final do produto

Foi a "tempestade perfeita" sobre os preços dos alimentos e outras matérias primas, que atingiram níveis exorbitantes pouco antes da crise financeira de 2008.

O panorama agora é exatamente o oposto.

Em fevereiro, os cereais caíram 3,2% em relação a janeiro; a carne, 1,4%, e o açúcar 4,9%, enquanto as oleaginosas ficaram estáveis.

Apenas os produtos lácteos aumentaram (4,6%).

"Além de fatores comuns, como o preço do petróleo e do dólar, cada produto tem sua própria dinâmica, que depende das peculiaridades de seu mercado", disse Calpe.

A queda do trigo respondeu ao aumento da produção de grandes exportadores.

Na carne, houve uma clara diferença entre carne bovina, de carneiro e cordeiro, que perderam valor, ante os preços mais estáveis de aves e o aumento de suínos.

Em relação ao açúcar, a queda foi devido ao aumento da produção do Brasil, o maior exportador do mundo, e o anúncio de subsídios para as exportações da Índia.

No caso das oleaginosas, que englobam da soja ao azeite de oliva, pesaram os subsídios ao biodiesel na Indonésia e o impacto das inundações em um dos maiores produtores, a Malásia.

Efeito montanha russa

A relação entre o preço internacional do produto e o que paga o consumidor paga é complexa.

Um fenômeno comum é que os preços ao consumidor subam quando há um aumento nas exportações, mas com menos frequência caem quando elas diminuem.

Este fenômeno é muitas vezes visto no preço da gasolina, que flutua com os valores internacionais do petróleo, ou com o pão e massa, influenciados pelo preço do trigo.

"O preço pago pelo consumidor depende de muitos fatores. O transporte, as margens de lucro dos supermercados, os diferentes intermediários na cadeia. O consumidor não compra trigo. Compra pão ou massa, que tem entre seus ingredientes o trigo. A isso se somam outros fatores, como o câmbio, que tem impacto tanto para países importadores como exportadores", observa Calpe.

Elevação do dólar

A desvalorização da moeda local pode produzir um forte aumento dos preços em um país que importa alimentos, já que é preciso pagar mais em dólares pelos produtos comprados.

Curiosamente, o efeito pode ser semelhante em alguns países exportadores, porque a desvalorização favorece as vendas externas.

Os preços ao consumidor acabam aumentando no próprio país, porém, porque os exportadores procuram igualar o preço no mercado interno, em moeda local, ao que obteriam em dólares se vendessem para o exterior.

Há temor de retorno a sistema em que trocas comercias desfavoreciam países em desenvolvimento. Os preços também são afetados pela estrutura socioeconômica e política dos países dominantes em cada mercado. Laticínios, grãos e carnes têm uma forte presença nos EUA, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Brasil e Europa. Em mercados como o cereal se somam a estes países Ucrânia e Cazaquistão. Em oleaginosas, Brasil, Malásia, Indonésia, EUA e Argentina são os atores dominantes.

As peculiaridades de cada um desses países terão impacto sobre o valor final do produto.

Tendência

Em grande parte do século 20, a evolução do preço de produtos primários - incluindo alimentos - era muito inferior ao de produtos manufaturados exportados pelos países desenvolvidos.

Essa situação ficou conhecida como "teoria das trocas desiguais".

Ela dificultava as perspectivas de desenvolvimento de países que dependiam de produtos primários para alavancar suas economias.

"Esta situação mudou em 2007, 2008, com a incorporação da China e da Índia ao mercado global e gerou muito interesse em bancos e instituições financeiras, que começaram a ter seus próprios departamentos de commodities. Muitos dizem que esta presença financeira afetou os preços por meio de especulação. Não há nenhuma pesquisa conclusiva sobre isso, mas o que está claro é que teve influência na volatilidade dos preços", diz Calpe.

A mudança favorável nos termos de troca de produtos manufaturados e produtos primários permitiu um enorme crescimento econômico e social de países em desenvolvimento, como visto na América Latina.

Entre 2002 e 2012, a região cresceu a uma média de 5% ao ano e tirou cerca de 100 milhões de pessoas da pobreza.


Horizonte

Será que estamos voltando para o modelo exclusivo de troca desigual entre produtos manufaturados e primários que existia no século 20?

O mercado de alimentos, muitas vezes, tem um comportamento diferente das commodities industriais.

Enquanto este último depende mais do crescimento da economia mundial por causa de sua ligação direta com os processos de produção - petróleo, cobre ou aço são exemplos clássicos - os alimentos têm uma demanda menos variável.

A não ser que haja uma crise extrema, os países continuam a consumir alimentos.

Ainda assim, muitos bancos e departamentos estão fechando seus departamentos de commodities.

Na FAO, impera a cautela na hora de fazer futurologia sobre o comportamento do mercado de alimentos.

"Eles dependem de muitos fatores. Em termos de oferta e demanda, vemos uma tendência de queda, mas como se pode prever o preço do dólar ou do petróleo ou as políticas agrícolas dos países ou fatores que afetam a oferta e clima? São muitas variáveis para fazer uma previsão exata", disse Carpe à BBC.

Ainda assim, os exportadores de alimentos na região devem se preparar para tempos de vacas magras.

Fortes chuvas elevam nível de reservatórios em São Paulo

O estado é o primeiro maior abastecedor de alimentos que são comercializados na Ceasa do Rio de Janeiro.  
 

Após o forte temporal de quinta-feira (19/3), os reservatórios da Grande SP voltaram a apresentar alta nesta sexta-feira. O Guarapiranga, por exemplo, já bateu a média história para o mês de março, com o acumulado de chuva dos últimos dias.

De acordo com dados da Sabesp, choveu no reservatório, até agora, 179 mm, quando a média histórica para março é de 153,2 mm. O reservatório, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, chegou a 79,5% de sua capacidade. Na quinta-feira, o índice era de 78,2%.

O reservatório Rio Grande, que abasteceu a região do ABC, também está prestes a superar a média histórica. Atualmente, a chuva acumulada é de 186 mm, quando a média para março é de 186,3 mm. O manancial, que atende 1,5 milhão de pessoas, é o que tem a melhor situação entre os reservatórios, operando com 97,8% de sua capacidade.

As chuvas no Cantareira também têm sido significativas. Até agora, choveu 169,8 mm nas represas do sistema, quando a média histórica para o mês é de 178 mm.

O reservatório do Cantareira opera com 12,4% de sua capacidade, após subir 0,2 ponto percentual.

O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).

Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Se fosse considerado o valor divulgado anteriormente, o Cantareira estaria com 16% nesta sexta.

Desde terça-feira (17), a Sabesp passou a divulgar os dois dados, após pressão do Ministério Público Estadual, que cobra mais transparência na veiculação de informações sobre a crise da água em São Paulo. A Folha passa a adotar na quinta-feira (19) a nova forma de cálculo do percentual diário da reserva de água do Cantareira.

O Cantareira abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.   

OUTROS RESERVATÓRIOS

De acordo com a Sabesp, o nível do reservatório Alto Tietê opera com 22,4% de sua capacidade, registrando alta de 0,2 ponto percentual em relação ao dia anterior.

O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, subiu 0,3 ponto percentual e agora está com 41%.

O sistema Alto Cotia, que estava com 57,5% subiu para de 60,1% nesta sexta-feira. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas.