quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Leite vai aumentar no Rio por conta da seca

Estiagem faz com que leite que sai de Itaperuna, como o já tradicional Glória, fique mais caro. Com apenas um metro, Rio Muriaé agoniza e prejudica mais de mil produtores na região, que tem um dos melhores laticínios do estado.

 



O prejuízo no bolso dos produtores rurais fluminenses vai chegar mais rápido à mesa dos consumidores. A fábrica de Leite Glória, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, que abastece mercados do Rio de Janeiro e Região Sudeste, já admite aumento nos preços dos produtos, por causa da queda de pelo menos 8% na produção desde novembro, provocada pela longa estiagem que atinge fortemente os municípios da região.

“O preço vai ter um aumento maior do que o previsto por causa da seca”, revelou o supervisor de fomento da empresa, Eduardo Grillo. A Leite Glória, que já pertenceu à Parmalat e à LBR, é operada desde 2012 pelo grupo Quatá, e beneficia 250 mil litros de leite diariamente, captados de 280 produtores e 11 associações rurais. Segundo dados da Emater-Rio, só em Itaperuna houve uma perda de mais de R$ 1, 7 milhão de litros de leite. Um prejuízo estimado em R$ 1,9 milhão.

O morador de Itaperuna já começou a sentir os efeitos da seca na hora de fazer as compras. Na feira da cidade, Gilmara Silva reclama do aumento nos preços. “Comprava chuchu a 89 centavos, mas agora está a R$ 1,89. O tomate de R$ 2 foi para R$ 5”. A gerente da rede Opa Supermercados, Débora Ferreira, disse que se continuar a estiagem, não há como segurar os preços. “Ainda não sentimos muito porque compramos produtos de Minas Gerais e Espírito Santo, mas as folhas são todas da região. Se a seca permanecer, os hortifrutis tendem a subir.”

De acordo com o secretário de Agricultura de Itaperuna, João Neto, dos 1.400 produtores, mais de mil foram afetados. “Quem tinha propriedade com córrego está sofrendo porque quase todos secaram. Estamos fazendo limpeza de poços para amenizar um pouco a situação. O Rio Muriaé criou várias lagoas. Está faltando oxigênio para os peixes. Diversas espécies estão se extinguindo”. Segundo ele, é preciso chover constantemente na cabeceira e em toda extensão do Rio Muriaé. “Pelo visto a situação vai piorar em relação ao ano passado porque a seca está perdurando muito”, lamentou.

Com o pasto seco, o gado enfraquece e morre. Eliesé Barcelos, 52 anos, que trabalha em uma fazenda em Raposo, enumera os prejuízos de seu patrão. “Morreram 15 bezerros e duas vacas que produziam leite. Muito dinheiro perdido (R$ 20,5 mil). A produção passou de 400 litros diários para 300. Se não chover bem até sexta­feira, vamos ter que tirar o gado de lá”, contou.

O prefeito Alfredo Paulo Marques Rodrigues, o Alfredão, observou que esse momento é para que todos possam refletir sobre suas responsabilidades. “Estamos pagando o preço da falta de cuidado com a água. É um puxão de orelhas da natureza. Temos que proteger as nascentes. Vamos reflorestar a cidade e mostrar os benefícios aos produtores”, disse.

Defesa Civil alerta para falta d'água

O Rio Muriaé, que banha muitas cidades do Noroeste, chegou ao seu pior nível em Itaperuna: um metro, quando o volume normal é de seis nesta época do ano, quando a região, historicamente, é atingida por fortes chuvas de verão. A situação é tão crítica que em vários trechos é possível atravessar o rio, de uma margem à outra, sem molhar os pés, pisando as pedras.

Para o coordenador da Defesa Civil no Noroeste, Coronel Pires de Souza, a situação é alarmante. “Essa seca também prejudica o lençol freático. Se até março o rio não estiver com cinco metros de altura, vai acabar comprometendo o abastecimento em toda a região”, alertou.

O trabalho de recuperação de nascentes é a principal iniciativa do município para o combate à seca. “Estamos conversando com a Firjan para implementar o projeto ‘Adote uma Nascente’ até fevereiro, onde o produtor rural fará o cercamento da área da nascente em sua propriedade. Entraremos com o projeto técnico, com apoio da Firjan”, disse o secretário de Meio Ambiente, Alair Ignácio.

Fonte O Dia.

Se prepare: fevereiro terá preços maiores nas ceasas



Apesar da seca, os preços dos hortifrútis continuam com uma evolução dentro da média para este período do ano. A única diferença é que, tradicionalmente, os preços sobem devido ao excesso de calor e de chuvas intensas.

Neste ano, algumas regiões continuam sendo afetadas pelas chuvas. Em outras, no entanto, o motivo da alta é a redução de oferta de produtos devido à falta de chuva. Até sexta-feira passada, os preços médios das verduras subiram 8,5% na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), um pouco abaixo dos 9,2% de variação dos preços dos legumes. Já as frutas tiveram queda de 1,4% no mesmo período.

A oferta de produtos vem caindo 10% neste mês, e os preços não sobem mais devido à menor demanda ocasionada pela parte da população que está em férias.

Os preços mudarão de comportamento, no entanto, a partir de fevereiro e devem subir acima da média histórica, segundo Flávio Godas, economista da Ceagesp.

"Esse é um período em que a planta necessita de mais água, que está escassa em algumas regiões", diz ele.

A situação poderá ficar mais crítica para os preços das verduras, cuja produção comercializada na Ceagesp vem 100% do Estado de São Paulo, um dos mais afetados pela seca.

Um caso curioso é o do tomate, destaca Godas. Tradicionalmente chamado de vilão nos meses de janeiro, o produto está com queda de 20% neste mês. Apenas na semana passada, recuou 32%. O recuo se deve ao forte calor, que provoca um amadurecimento mais rápido e, portanto, eleva a oferta.

Essa conta poderá ser paga, no entanto, lá na frente, quando a oferta cair, diz o economista da Ceagesp.

No ano passado, 1,8 milhão de toneladas dos hortifrútis comercializados na Ceagesp teve como origem o Estado de São Paulo. Esse volume representou 51,9% de toda a comercialização do entreposto.

A região do Alto Tietê, onde está localizada Mogi das Cruzes, cidade próxima de São Paulo e um polo de verduras, representou 15% da oferta desse volume.
Minas Gerais é o segundo maior Estado fornecedor de hortifrútis ao entreposto de São Paulo, seguido da Bahia.

Este último, devido à participação na oferta de manga e de uva oriundas do Vale do São Francisco, enviou 198,5 mil toneladas a São Paulo, 5,8% do volume total comercializado no entreposto.

Uma intensificação da seca -e a consequente redução na oferta de verduras do Estado de São Paulo- não vai paralisar a comercialização desse produto, mas terá pressão nos preços. As verduras terão de vir de regiões mais distantes, como Goiás.

Custos de transporte e perdas no percurso, por ser um produto sensível, devem elevar os preços para o consumidor, segundo Godas.

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Recorde As exportações de milho devem atingir 3,66 milhões de toneladas neste mês, um recorde para janeiro. Se confirmado, esse volume superará em 25% o de igual período de 2014, de acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Menos receita O preço médio da tonelada do cereal, que estava em US$ 196 em janeiro de 2014, recuou para
US$ 185 neste ano. Mesmo assim, as receitas deste mês, projetadas em US$ 678 milhões, ficarão acima do volume financeiro de janeiro do ano passado, que foi de US$ 573 milhões.

Ainda abaixo O volume exportado de carnes "in natura" até o dia 25 se mantém inferior ao de igual período do ano passado. A maior queda ocorre no setor de bovinos, cujo recuo foi de 26%. A seguir vêm carnes suína (-21%) e de frango (-9,5%).

Brasil está na China conhecendo mercado atacadista




O presidente  da CEAGESP e da Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento (Abracen), Mário Maurici, dando continuidade às suas visitas aos mercados atacadistas da China, esteve em  Shangai o Centro Atacadista de Produtos Agrícolas e Gerenciamento de Mercado (Agricultural Products Center Wholesale e Market Management Co. Ltda). 

Ele foi recebido pelo diretor-presidente Gao Wei, pelo diretor-geral  Zhang Chunhua, e pela especialista do Departamento de Negócios E-Commerce, Hong Taini. Maurici aproveitou para ver de perto a movimentação deste mercado, que operar desde 1988 numa área de 15 hectares e comercializa cerca de 4 mil toneladas de produtos por dia, entre frutas, legumes, pescados, carne bovina, caprina e suína, além de especiarias, para atender a população de 25 milhões de habitantes de Shangai. 

Maurici está na China para participar do 6º Congresso Ásia Pacífico de Mercados Atacadistas, que acontece de 29 a 31 de janeiro próximos. Neste evento, ele fará uma palestra sobre Modelos de Desenvolvimento nos Mercados Atacadistas da América do Sul.

Dicas da Semana - Batata doce e beterraba estão mais baratos



PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Uva Isabel, Mamão Formosa, Laranja pera, Carambola, Manga palmer, Banana prata litoral/SP, Morango, Goiaba branca, Banana nanica, Abobora moranga , Jiló redondo, Pepino comum, Beterraba, Batata doce rosada, Cara, Mandioca, Pimentão verde Tomate maduro ,Pimenta cambuci, Milho verde, Beterraba c/ folha, Cebolinha, Alho porró, Repolho lisa, Alho chinês.

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Mamão papaya, Maracujá azedo, Pêssego nacional, Manga tommy, Ameixa rubi mel , Laranja seleta, Abacaxi havai, Banana terra, Uva rubi ,Maxixe, Cenoura, Abóbora Japonesa, Alface americana, Alface crespa, Espinafre, Cenoura c/ folha ,Nabo, Alho nacional , Batata comum, cebola nacional branca.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Abacate geada, Banana maçã, Tangerina murcot, Laranja lima, Romã, Acerola, Abacaxi pérola, Caju, Uva rosada, Maçã nacional e Importada, Gengibre, Inhame, Ervilha torta, Mandioquinha, Vagem macarrão,Chuchu, Escarola, Brócolos, Rabanete, Agrião, Couve , Coentro, Cebola roxa e Batata lavada.

Novas medidas de enfrentamento da seca na área rural capixaba

O Governo do Espírito Santo mantém um grupo de trabalho atuando para apresentar alternativas capazes de amenizar os impactos e prejuízos aos produtores rurais capixabas.



Técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) começarão a se reunir, a partir da próxima semana, com prefeitos de todo o Estado para auxiliar os municípios na montagem de processos de reconhecimento da situação de emergência/calamidade em virtude da grave seca que assola o Espírito Santo. O objetivo é garantir que os procedimentos sejam elaborados de acordo com as normas técnicas para que possam ser mais rapidamente homologados pela Defesa Civil.

Outra medida anunciada pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) é a suspensão temporária da proibição do abate de vacas prenhas nos últimos três meses de gestação. A iniciativa atende a um pedido da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (FAES) e de proprietários de frigoríficos e tem a finalidade de minimizar as perdas do setor pecuarista capixaba. A iniciativa permitirá a adequação das propriedades rurais, já que a escassez de chuvas tem diminuído a disponibilidade de alimentos para o rebanho bovino.

O Espírito Santo possui um rebanho total de 2.291.000 cabeças. Dos 143.139 animais abatidos nos frigoríficos com serviço de inspeção estadual 51.942 foram machos e 91.197 fêmeas, o que mostra a importância da medida anunciada pela Seag.

O secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, já se reuniu com as instituições que operam crédito agropecuário no Espírito Santo (Banco do Brasil, Banestes, Bandes, Banco do Nordeste, Caixa, Sicoob e Cresol) para discutir prorrogação e renegociação de dívidas e abertura de novas linhas de crédito para os agricultores e pescadores. Na próxima semana, será feita também uma solicitação ao Banco Centralpara a prorrogação das parcelas dos financiamentos bancários que estão vencendo no primeiro semestre deste ano.

Neste sábado, o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, se reuniu, em caráter emergencial, com diretores e chefes de todos os escritórios regionais do Idaf e do Incaper para discutir novas medidas capazes de amenizar os impactos e prejuízos que vêm sendo registrados pelos produtores rurais capixabas.

Parcerias para superar as perdas

O secretário percorreu alguns municípios esta semana com o objetivo de avaliar os estragos causados pela seca e dialogar com produtores e autoridades municipais. "Precisamos de um esforço coletivo para colocar em prática ações de curto, médio e longo prazo que tenham capacidade de garantir a preservação e recuperação dos recursos naturais, a reservação e a produção de água", afirma Octaciano Neto.

A crise hídrica e a adoção de novas medidas de auxílio aos produtores capixabas também estará na pauta da reunião entre a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, e o governador Paulo Hartung. A ministra chega ao Estado na próxima sexta-feira (30) e o encontro com o governador acontece no Palácio Anchieta, em Vitória.

Na última terça-feira (20), a Secretaria de Estado da Agricultura apresentou as primeiras projeções sobre as perdas registradas nas principais atividades da agropecuária capixaba devido ao forte calor e à estiagem. Segundo os levantamentos feitos pelo Incaper, que está presente em todos os 78 municípios capixabas, as perdas nas lavouras de café variam de 20% a 32%; na produção de leite entre 23% e 28% e na fruticultura entre 20% e 30%.

Tomando como base a produção e o faturamento dos produtores rurais no ano de 2014, o valor das perdas poderão chegar a R$ 1,390 bilhão (R$ 960 milhões cafeicultura; R$ 300 milhões fruticultura; e R$ 130.7 milhões pecuária de leite).

Na olericultura, a oferta do tomate já apresenta significativa
diminuição na Ceasa. No dia 5 de janeiro, a entrada do produto na unidade superou 310.7 mil quilos, enquanto que no dia 19 de janeiro caiu para 229.9 mil kg.

Outras ações

Periodicamente, o Governo do Estado, por intermédio do sistema Seag e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), disponibiliza ações de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, projetos e programas direcionados aos produtores rurais capixabas para otimizar o uso dos recursos naturais. Dentre eles, os principais são:

- Tecnologias eficientes de irrigação e condução das lavouras e criações;

- Variedades de plantas mais resistentes a pragas e doenças e à seca;

- Programas de recuperação florestal e ambiental e “produção” de água (Reflorestar, Pagamentos por Serviços Ambientais), onde os produtores rurais recebem recursos financeiros, capacitação, mudas e os insumos necessários para manter e promover a recomposição florestal na propriedade, ampliar a oferta d’água (proteção das nascentes) e adequar a produção em sistemas que aliem produção agropecuária, preservação e recuperação ambiental no mesmo espaço.

Rio de Janeiro terá R$ 53 milhões para enfrentar estiagem nas Regiões Norte e Noroeste


Complemento de R$ 23 milhões do governo do estado vai apoiar ações do Rio Rural Emergencial, que conta com recursos do Banco Mundial

  



O enfrentamento dos efeitos da estiagem nas áreas rurais das Regiões Norte e Noroeste fluminense contará com R$ 53 milhões. O complemento de R$ 23 milhões aos recursos já anunciados do Banco Mundial, no valor de R$ 30 milhões, para o programa Rio Rural Emergencial, foram autorizados nesta segunda-feira, pelo governador Luiz Fernando Pezão.

Na solenidade de lançamento do Rio Rural Emergencial, em Italva, ao lado do secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, do vice-governador Francisco Dornelles, do representante do Banco Mundial, Gregor Wolf, de prefeitos e produtores rurais dos municípios das Regiões beneficiadas, o governador reafirmou o seu compromisso com o interior do estado.

- Não podemos retroceder. Ao mesmo tempo em que nos preocupamos com a cidade grande, estamos de olho no interior. Não existe estado e região metropolitana fortes sem o interior forte. Na próxima quarta-feira, levaremos à presidente Dilma um grande plano de reflorestamento para que o campo e a cidade possam preservar suas águas – frisou.

Na ocasião, o secretário Christino Áureo, destacou que desde 2007 o Rio Rural vem promovendo a produção sustentável com projetos de recuperação de nascentes, replantio de matas ciliares, implantação de áreas de recarga, entre outras, cuidando do principal produto para a agropecuária, que é a água.

- O programa Rio Rural é um produtor de água e fundamental para a prevenção de secas. Já temos 1.270 nascentes preservadas, 72 mil famílias atendidas e até 2016 serão investidos R$ 500 milhões na recuperação da agricultura com sustentabilidade – explicou o secretário.

Christino Áureo acrescentou ainda que o governador encaminhará ofícios ao Banco do Brasil e Caixa Econômica solicitando a prorrogação de todos os financiamentos rurais, de investimento e custeio destas instituições financeiras, assim como das linhas de créditos que contam com recursos estaduais.

- O Rio de Janeiro está sendo assolado por uma das maiores estiagens de todos os tempos. Ações emergenciais como a abertura de poços tubulares, construção de silos hídricos, recuperação de açudes e suplementação alimentar para os rebanhos, entre outras, vão colaborar para que pequenos produtores possam recuperar suas atividades produtivas – concluiu.

Após a solenidade, o governador, o secretário e o representante do Banco Mundial acionaram a bomba de ligação do primeiro poço tubular aberto pelo Rio Rural Emergencial, que vai atender a oito famílias de agricultores, no Assentamento Rural da Fazenda Experimental de Italva, na microbacia Valão Carqueja, em Italva. 

Praga afeta cafezais de São Paulo e Espírito Santo

Governo federal corre para tomar medidas fitossanitárias para evitar propagação da "broca-do-café".

  



O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) declarou, nesta segunda-feira (26), estado de emergência fitossanitária para São Paulo e Espírito Santo, relativo ao risco iminente de surto da praga Hypothenemus hampei, conhecida popularmente como broca-do-café, que ataca cafeeiros. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) por meio das portarias 11 e 12 e tem duração de um ano.

A declaração de emergência fitossanitária considerou a gravidade da praga, pelo ciclo curto que ela tem e a grande capacidade de proliferação. A broca-do-café causa perdas na produtividade e qualidade do café, com efeitos negativos sobre a economia agropecuária. 

De acordo com Luís Rangel, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV),
existe uma lista de produtos de menor toxicidade para controle desta praga, que estão na fase final de registro pelo Mapa, aguardando o parecer conclusivo da Anvisa para o fim de março. “Além disso, a assistência técnica tem recomendado boas práticas para evitar a proliferação da praga como a limpeza dos terrenos de frutos atacados, interrompendo o ciclo de vida do inseto”, diz Rangel.


Medidas – As portarias publicadas nesta segunda-feira estendem a São Paulo e Espírito Santo as orientações para o manejo da broca-do-café e permissões previstas na portaria nº 711, de julho do ano passado. O documento traz as medidas emergenciais de defesa sanitária vegetal e permite o controle químico da praga com inseticida a base de Ciantraniliprole a ser realizado em talhões da lavoura – áreas específicas onde têm plantas da mesma idade – por meio do monitoramento.

O combate à praga é feito com aplicações de produtos com efeito residual e limpeza de frutos caídos no chão dos cafezais. O produto deve estar biodisponível – com efeito de longa duração – para atingir o alvo (praga) no momento de sua migração do chão até o fruto na planta. O produto disponibilizado para esta emergência, o Ciantraniliprole, possui essa característica e ainda é de baixa toxicidade.

Clique aqui para ler o texto com as medidas emergenciais
de defesa sanitária vegetal na íntegra.

Histórico – O aparecimento da praga remonta à década de 1950. A broca-do-café só foi considerada controlada com o advento de produtos químicos eficientes, como os organoclorados. “Estes produtos, no entanto, estão banidos da agricultura por problemas ambientais. A falta de alternativas eficientes suscitou o reaparecimento desta praga como relevante para a qualidade do café”, explica Rangel.