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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Opção para o calor, coco-verde tem aumento de 40% na ofertaem Minas







          




Altas temperaturas e baixa umidade do ar formam uma combinação que leva muita gente a buscar um alimento que é sinônimo de saúde e refrescância: o coco-verde. A fim de atender ao aumento da procura, o volume ofertado da fruta também cresce no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas, o que pode segurar uma eventual alta de preços. Em agosto, o preço médio por unidade do coco-verde (R$ 1,04) no atacado foi o mais baixo para o mês desde 2015. Já em relação ao último mês de julho, o produto ficou 8% mais barato, influenciado pelo incremento de 40,6% da oferta. A continuidade das quedas de preços vai depender, no entanto, do clima nos próximos meses, entre outros fatores.

Nos primeiros dias de setembro, o produto voltou a se valorizar no entreposto de Contagem, com o preço médio variando de R$ 0,90 a R$ 1,40/un. O fato de o movimento do comércio ser mais intenso no início do mês ajuda a explicar a pressão maior sobre os preços nesse período, conforme explica o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins. Segundo ele, ao longo de setembro o preço pode se estabilizar ou até recuar, a depender da entrada de mercadorias no entreposto e das temperaturas.

O último quadrimestre de 2018 foi bastante atrativo para quem aprecia a fruta. Isso porque, entre setembro e dezembro, os preços médios mensais no atacado foram os menores para o mesmo período desde 2015. Já o primeiro semestre de 2019, por sua vez, foi marcado por uma recuperação do preço do coco-verde. De acordo com o calendário de sazonalidade da CeasaMinas, o período de safra do coco-verde, com preços menores e ofertas maiores, vai de julho a dezembro.

Mercado aquecido
"Hoje (04/9) vendi cada coco-verde por R$ 1,25, mas na semana passada tive que vender por até R$ 0,60. Esta reação do preço está ligada principalmente ao calor. O dia em que invernar e der uma chuva, o preço cai de novo", explica o produtor Natanael Paulino, que traz a fruta produzida em Mantena (MG), a 460 quilômetros da capital, para comercializar no Mercado Livre do Produtor (MLP) do entreposto de Contagem.

Ele aponta aumento de 50% na demanda pelo produto em sua área no MLP neste início de setembro. "O calor acelera a procura. Todo ano é assim: de abril a agosto, o mercado é mais fraco para o coco-verde. De agora até fevereiro, é a melhor época para quem produz".

O produtor planeja aumentar o plantio em 8 mil pés de coco ainda neste ano. "Isso vai se somar aos 14 mil pés que já possuo", afirma.

Clientela diversificada
O produtor rural Rodney Olimpio, também de Mantena, espera que o preço possa chegar a R$ 1,80/un., ao longo dos períodos de maior calor, principalmente até março. Entretanto, ele acredita que uma cotação entre R$ 1,50 e R$ 1,66/un. seja razoável para cobrir os custos e obter alguma rentabilidade.

A estratégia dele para ganhar espaço no mercado é manter contato com diferentes tipos de clientes, do pequeno ambulante ao grande supermercadista. "O pequeno comprador compra menos, mas tende a pagar mais, o que nos garante uma margem melhor sobre nossos custos. Já o grande comprador em geral compra mais a um preço menor. Isso é importante também para fazer liberar nossos estoques de coco", explica.

Olimpio conta ainda que possui, entre seus compradores, clientes veranistas. "São pessoas que compram de 50 a 60 cocos a fim de levar à praia, seja para evitar pagar bem mais caro no destino, ou visando até mesmo ganhar uma renda extra".

Você sabia?

A unidade de Agroindústria de Alimentos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu um revestimento comestível, que pode prolongar em até quatro vezes a vida útil do produto. Segundo a Embrapa, o uso dessa tecnologia mantém as características nutricionais do coco natural e da água dentro dele, sem alteração de cor ou sabor; atendendo a um mercado consumidor exigente. A tecnologia começou a ser utilizada em cocos da variedade anão-verde, exportados no ano passado para a Europa. Normalmente, a vida útil desse produto dura em torno de dez dias.

De janeiro a agosto deste ano, os municípios mineiros foram responsáveis por ofertar 12,7% do total de coco-verde no entreposto de Contagem, sendo o restante proveniente de estados como Espírito Santo e Bahia.