terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Alimentos pesam na subida da inflação
Prévia da inflação oficial é a maior para fevereiro desde 2003, diz IBGE. Na análise em 12 meses, IPCA-15 é o maior desde novembro de 2003. O que mais pesou foram altas em alimentação, transporte e educação.
A pressão dos preços de alimentos, transportes e educação deixou o bolso do brasileiro mais apertado e fez o Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, acelerar de 0,92% em janeiro para 1,42% no mês seguinte.
Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa taxa é a mais elevada para fevereiro desde 2003, quando ficou em 2,19%.
O recorde também é registrado no índice acumulado em 12 meses. Nesse período, o índice chegou a 10,84% - o mais alto desde novembro de 2003, quando bateu 12,69%.
Para os analistas do mercado financeiro, a o IPCA deve dar sinais de desaceleração ao longo do ano, já que eles preveem que o índice chegue no final de 2016 em 7,62%, segundo o boletim Focus mais recente. Ainda assim, o indicador vai permanecer acima do teto de 6,5% do sistema de metas do governo.
Mais barato ou mais caro
O índice que mede os preços dos alimentos subiu de 1,67% em janeiro para 1,92% em fevereiro. A cenoura, por exemplo, ficou 24% mais cara, a cebola, 14,16% e o tomate, 14,11%.
No caso do grupo de gastos com transportes, cuja variação acelerou de 0,8% para 1,65%, as tarifas dos ônibus urbanos subiram 5,69%, exercendo a maior influência sobre o índice ao refletir os reajustes aplicados em algumas cidades. Mas não foram só os ônibus que ficaram mais caros. Também avançaram os preços de trem (6,12%) e metrô (5,27%).
Cesta com os cinco alimentos que subiram:
Cenoura
O preço da cenoura subiu 24,26% em fevereiro, de acordo com o IPCA-15. A alta ficou muito acima da inflação dos alimentos (1,92%). Também superou com muita sobra o índice geral, que ficou em 1,42%, segundo o IBGE. Em 12 meses, a cenoura já subiu mais de 46%.
Cebola
Nada de bife acebolado, de sopa de cebola ou de cebola empanada. O preço subiu 14,16% em fevereiro e, para economizar, o ideal é mantê-la apenas como tempero no cardápio do dia a dia. Até porque no acumulado nos últimos 12 meses a alta é de 84,61%.
Inflação: 5 alimentos que ficaram mais caros em fevereiro
Tomate
A salada e o molho de macarrão ficaram mais caros em fevereiro, já que o tomate subiu nada menos do que 14,11%, de acordo com o IPCA-15. Em 12 meses, o protagonista da salada do brasileiro subiu quase 70%: 67,97%.
Alho
A cebola subiu 14,16% em fevereiro. E o alho não ficou muito atrás, com alta de 13,08%, deixando o custo do tradicional refogado muito salgado para o bolso do brasileiro.
Farinha de mandioca
Farofa com vinagrete? Nem pensar! A cebola subiu 14,16%. O tomate está 14,11% mais caro. E a farinha de mandioca, matéria-prima da farofa, encareceu 12,20% em fevereiro. Em 12 meses, a alta é de quase 20%, segundo o IPCA-15.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Alerta na Semana Santa
Turismo Rural
Cidade de Derçy Gonçalves recupera águas e o turismo
Com incentivo do Rio Rural, programa do gover estadual, Santa Maria Madalena já protegeu 96 nascentes na Região Serrana fluminense. Produtores que cuidaram de suas fontes d'água conseguiram amenizar os efeitos da estiagem de 2015, afirmam técnicos. Cidade se beneficia até com o aumento do turismo, além do agronegócio.
A campanha Água Limpa para o Rio Olímpico, do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, vem mobilizando agricultores em microbacias hidrográficas de todo o estado para a proteção de nascentes em suas propriedades. Santa Maria Madalena, na Região Serrana, é um exemplo do engajamento e conscientização ambiental dos produtores rurais.
Em todo o município, já foram protegidas 96 nascentes, com investimentos de mais de R$ 190 mil do Rio Rural. Entre as fontes d'água preservadas, 39 estão na microbacia Manoel de Moraes; 22 no Alto Imbé; 17 na Sede/Terras Frias; 12 no Médio Imbé e 6 em Triunfo. Também foram realizados 31 isolamentos de área de recarga hídrica, totalizando 127 subprojetos ambientais no município.
De acordo com o técnico executor do Rio Rural, Danilo Santarém Botelho, o engajamento dos produtores foi fundamental para o expressivo número de nascentes protegidas em Santa Maria Madalena.
- Eles viram a necessidade de proteger suas nascentes e apostaram neste trabalho da campanha. Os resultados são altamente positivos - explica Botelho.
Luciano Marinho Correa, que tem uma agroindústria de doces em compotas em sua propriedade, na microbacia Terras Frias, lembra que o inverno de 2015 (período de estiagem) foi extremamente rigoroso e que somente os produtores que fizeram a proteção de nascentes não sofreram tanto as consequências da falta d’água.
- Sofremos uma grande seca entre 2014 e 2015. Muita gente ficou sem água por aqui. Apenas os produtores que protegeram suas nascentes puderam ficar mais aliviados, como no nosso caso. Sempre tivemos a preocupação de proteger as nascentes, deixando a mata no entorno se recompor naturalmente. O trabalho incentivado pelo Rio Rural nos ajudou a cercar nossa principal nascente. Sentimos de imediato uma melhora na quantidade de água que abastece nossa propriedade - comenta, ressaltando que os produtores precisam dar continuidade ao trabalho de preservação.
- Madalena foi grande produtora de café, passou para a pecuária e agora investe no turismo. Essas terras foram muito degradadas e continuam sofrendo com queimadas e desmatamentos. O trabalho de recomposição ambiental é importantíssimo aqui e o apoio técnico do Rio Rural têm sido fundamental nesse processo - completou.
O produtor Roberto Veiga Feijó, proprietário do Sítio do Rosário e da Fazenda São Pedro, também elogiou o trabalho de proteção de nascentes realizado pelos técnicos da Emater-Rio no município.
- Sempre tive a preocupação de proteger o meio ambiente em minhas propriedades. Plantei muitas mudas de árvores, pensando nessa questão da água, que é muito séria. Essas terras vêm desde o tempo do meu avô e nós sentimos a diminuição da água a cada ano. Com o trabalho técnico e bem orientado de preservação das nascentes observamos logo uma melhora. A estiagem no ano passado foi rigorosa, mas conseguimos amenizar o problema. Agora, com o período das chuvas, percebemos que a quantidade de água aumentou consideravelmente em relação aos anos anteriores. O Danilo, técnico da Emater, fez um ótimo trabalho aqui. Fez todo o monitoramento, antes e depois do cercamento das nascentes, e continua nos orientando. Este trabalho deve ser elogiado - declarou o produtor.
Giovani Faria Buzzi, proprietário da Fazenda Minas Gerais, é outro que se orgulha do trabalho de preservação de nascentes.
- Sabemos que produção rural não existe sem água. Aqui plantamos eucaliptos, flores e temos produção artesanal de cerveja e cachaça. Não sobreviveríamos sem água. Nossas áreas de nascentes já eram informalmente protegidas, mas com o cercamento e orientação técnica, esse trabalho ficou melhor. Os resultados de proteção de nascentes são de longo prazo, mas já observamos melhoras na quantidade de água aqui. Se não tivermos essa conscientização ambiental, todo o planeta vai morrer - ressaltou o produtor, que também conseguiu reconhecimento de uma “Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)” em suas terras.
Campanha pela conservação da água
Lançada em 2010 com a meta de proteger 2.016 nascentes até os Jogos Olímpicos do Rio, a campanha Água Limpa para o Rio Olímpico já alcançou o número de 3.120 nascentes protegidas em todo o estado e continua a pleno vapor. Envolvendo agricultores, técnicos da Emater-Rio, educadores, estudantes e instituições parceiras, por meio de atividades de conscientização e troca de experiências, a campanha envolve também a implantação de projetos de preservação com incentivos financeiros diretos, não reembolsáveis, do Rio Rural. Essas ações complementam outros projetos como a recuperação e isolamento de áreas de recarga hídrica, que permitem a infiltração e retenção da água por mais tempo no solo; e a recuperação de matas ciliares (à beira dos rios). ação da campanha.
Além da continuidade dos incentivos a projetos de conservação dos recursos hídricos, o Programa Rio Rural busca novos parceiros para ampliar as - A sustentabilidade desse trabalho passa pela conscientização das comunidades rurais de que proteger o ambiente é bom para sua unidade de produção e para a qualidade de vida de sua família. Buscamos integrar recursos para manter e ampliar esses projetos - concluiu Nelson Teixeira, secretário executivo do Rio Rural.
Coco verde é destaque no ES
Em janeiro a Ceasa registrou 522.543 mil quilos de coco verde comercializados na unidade de Cariacica.
A procura por coco nessa época do ano aumenta em todo o país, devido ao forte calor e a já conhecida fonte de hidratação que a fruta é. Em janeiro a Ceasa registrou 522.543 mil quilos de coco verde comercializados na unidade de Cariacica.
No ano passado passaram pelo mercado da Ceasa 6.932.538 milhões de quilos de coco verde, que gerou uma movimentação financeira de R$3.427.003,96. O destaque vai para o município de Rio Bananal, responsável por 83,44% da oferta de coco produzido em solos capixabas, uma participação de 5.784.249 quilos.
São muitos os benefícios que o coco proporciona. A água de coco é uma: excelente hidratante natural, possui poucas calorias e muitos nutrientes, sendo indicada para casos de diarreia, vômitos e desidratação, pelo fato de ser rica em sais minerais e potássio.
A nutricionista Matilde Alves conta que o coco consumido moderadamente pode auxiliar na redução de peso. “Isso porque suas gorduras saturadas, diferentemente da encontrada em carnes vermelhas, são transformadas em energia e utilizadas pelo organismo. Para se ter uma ideia, 100 gramas de coco in natura possuem em média 300 calorias. Ao mesmo tempo, por ser rico em fibras, ajuda a dar sensação de saciedade mais rapidamente e por mais tempo”.
Coco na cozinha
O coco pode compor pratos doces e salgados. Entre os doces está o cuscuz de tapioca com coco e leite condensado. Tem também o manjar de coco. Já a água de coco também pode ser utilizada em sucos e vitaminas.
Confira abaixo uma receita fácil e rápida para fazer
Espuma de Coco
Ingredientes:
. 2 envelopes de gelatina em pó sem sabor
. 1/2 xícara (chá) de água
. 4 colheres (sopa) de amido de milho
. 1 1/4 de xícara (chá) de leite desnatado
. 1 vidro de leite de coco light
. 2 colheres (sopa) de adoçante culinário
. 3/4 de xícara (chá) de coco ralado
. 4 claras em neve
Modo de preparo
Hidrate a gelatina na água fria e leve ao banho-maria para derreter. Reserve. Dissolva o amido no leite e junte o leite de coco e o adoçante. Leve ao fogo e mexa até começar a engrossar. Desligue, acrescente o coco ralado e misture bem. Deixe esfriar. Ponha na batedeira o creme de coco frio e adicione a gelatina. Bata bem até espumar. Retire da batedeira e junte as claras em neve delicadamente. Despeje em uma forma úmida e leve à geladeira até ficar firme.
Dica: sirva este doce com damasco. Leve ao fogo 100g da fruta com 2 xícaras de água e 1 colher (sopa) de adoçante culinário. Cozinhe até dar o ponto e bom apetite!
Batata e tomate estão com preços mais baixos
A dica para a semana vem dos técnicos da CeasaMinas. Então, aproveite bem.
A batata e o tomate, dois produtos muito consumidos no Brasil, estão com preços mais baixos no atacado da CeasaMinas. Na primeira quinzena de fevereiro, comparando ao mesmo período de janeiro, o tomate caiu 32% e a batata teve redução de 12%. O quilo do tomate no atacado está saindo por R$ 2,03 e o da batata por R$ 1,42.
Houve redução também no preço do quiabo, que saiu de R$ 2,48 para R$ 1,39. O tombo foi de 44%. ?É um grande momento também para o consumidor aproveitar essa fase que é um produto que ao longo da no tem cotações um pouco mais altas?, diz o chefe da seção de informações de mercado da CeasaMinas, Ricardo Martins.
Calor
Para afastar o calor neste verão brasileiro a dica é consumir suco de goiaba e limonadas. ?A goiaba já passa por uma fase muito boa e é o que acontece com o limão tahiti, que atravessa um período muito bom e o consumidor deve abusar desses produtos?, diz Ricardo. A goiaba caiu de R$ R,46 para R$ 3,00 (-13%) e o quilo do limão tahiti no atacado saiu de R$ 1,17 para R$ 1,00 (-15%).
Já a melancia deve ser evitada. O preço subiu 11%, passando de R$ 1,24 para R$ 1,28. ?Ocorreram problemas no sul do país, por causa de excesso de chuvas. A melancia é um produto muito consumido nessa parte do ano e o Rio Grande do Sul é o grande fornecedor para o país inteiro, então a valorização dela lá acaba trazendo algum reflexo para agente aqui?, diz Ricardo.
Alta
Outro produto que teve alta de preço foi a cenoura. O valor subiu 50% em relação a primeira quinzena de janeiro, passando a custar R$ 3,06. ?A cenoura aumentou em torno de 40%. O que acontece com a cenoura é que Minas Gerais hoje é o grande fornecedor nacional desse produto e aí o reflexo aparece no preço?, afirma Ricardo. Outros produtos que tiveram alta nos preços e devem ser evitados são a banana prata- que subiu de R$ 2,54 para R$ 2,57- laranja- que passou de R$ 1,02 para R$ 1,05- e chuchu, cujo quilo saiu de R$ 0,79 para R$ 1,99.
Salvem as abelhas imediatamente
Estes pequenos seres vivos que, junto com os morcegos e outros animais, são os responsáveis pela existência de alimentos e florestas, estão aparecendo mortos em boa parte de países. Qual o motivo? Não é o motivo, são vários os motivos. E um deles, os pesticidas, é o mais letal de todos. Claro, não vamos esquecer predadores como a vespa gigantes que estão acabando com as coméias. O que fazer de imediato?
O mel está longe de ser a grande contribuição das abelhas para a humanidade. Sem elas, metade das gôndolas de alimentos dos supermercados estaria vazia. Por meio da polinização, esses insetos promovem o seu maior impacto na biodiversidade e na produção dos alimentos: 35% das lavouras e 94% das plantas silvestres dependem dessa atividade.
A má notícia é que esse, por assim dizer, "serviço ecológico" está em risco diante de um fenômeno batizado de desordem do colapso das colônias.
De 1940 até hoje, o número de abelhas diminuiu de forma drástica no mundo - nos Estados Unidos, o país mais afetado pelo problema, caiu pela metade (veja o quadro na pág. 86). Ainda é misteriosa a razão por trás desse sumiço, apesar de existirem fortes hipóteses.
Nesta segunda-feira 22/2, a ONU planeja chamar atenção para o assunto com a divulgação, em evento na Malásia, do relatório Polinizadores, Polinização e Produção de Alimentos. O documento, o primeiro fruto do órgão internacional Plataforma Intergovernamental para Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), procura identificar, entre outros pontos, os motivos que levaram à desordem que faz sumir as colônias e as possíveis soluções.
Insetos, aves e morcegos
O trabalho é resultado do esforço conjunto de 75 pesquisadores, de diversas nações. O documento combina o conhecimento acadêmico que se tem sobre as abelhas e os demais animais polinizadores (como outros insetos, aves e morcegos) e suas contribuições, traz exemplos de boas práticas para a proteção das espécies e propõe soluções para a situação adversa - como a adoção de políticas ambientalistas.
"É um tópico de enorme importância política, visto que o desaparecimento das colônias pode afetar negativamente a economia, além da dieta de cidadãos, de um país", ressalta a bióloga Vera Lúcia Fonseca, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e diretora do IPBES, o órgão da ONU.
"Antes de tudo, o relatório procura conscientizar a todos da importância dos polinizadores, além de promover a união de governos para protegê-los", completa Vera.
Não é por acaso que a pesquisadora faz referência aos danos econômicos potenciais da desordem. Estima-se que um mercado de 218 bilhões de dólares anuais depende do serviço de polinização prestado pelas abelhas. Os Estados Unidos, o maior exportador agrícola do mundo, perderiam 15 bilhões de dólares por ano com a intensificação do problema - no Brasil, o prejuízo seria de 12 bilhões de dólares. Isso explica por que, em junho de 2014, o presidente americano Barack Obama transformou o alarme em questão de Estado, ao anunciar a criação de uma força-tarefa, composta de cientistas e políticos, para ir atrás de respostas.
Os estudiosos ainda investigam qual seria a raiz do problema. Acredita-se que sejam dois os principais fatores: a disseminação do uso de pesticidas, que enfraquecem as colônias, e a ação de parasitas, como o varroa, ácaro que ataca o organismo do animal, e o Acarapis woodi, que afeta o sistema respiratório. Entretanto, há consenso de que não existe apenas uma razão (ou duas), e sim um somatório que acabou por construir um cenário cruel para os insetos.
Cenário de morte
As abelhas estão perdendo seu hábitat quando florestas e jardins dão lugar a construções ou mesmo a plantações de uma única cultura - a espécie necessita de alimentação variada para sobreviver. As intensas mudanças climáticas pelas quais passa a Terra, em consequência do aumento da emissão de gases do efeito estufa pelo homem, também colaboram para o desaparecimento dos insetos.
As estações menos definidas, além das elevações e quedas bruscas na temperatura e na umidade, acabam por bagunçar o ciclo de florescimento das flores, das quais as abelhas são dependentes.
Estratégia americana
Os Estados Unidos são tidos como o país que mais vem se movimentando para combater o ritmo da desordem. O comitê criado por Obama apresentou no ano passado o documento Estratégia Nacional para Promover a Saúde das Abelhas e Outros Polinizadores. Nele, estabeleceu-se como meta reduzir a baixa de abelhas durante o inverno a no máximo 15% em dez anos - hoje, a taxa é de 23%.
Nas últimas décadas, após o inverno, as colônias não têm conseguido recuperar-se desses períodos de perda. Caso a diminuição das colônias seja menor nas estações de frio, o efeito esperado é que elas consigam se restabelecer na primavera e no verão. Também se planeja aumentar a presença de outros polinizadores, como a borboleta-monarca.
O governo americano calcula que haja atualmente 30 milhões de exemplares dessa espécie colorida na América do Norte, diante dos 970 milhões que existiam em 1996. O que se espera é reverter a queda, alcançando ao menos o número de 225 milhões. Entre as estratégias para proteger os polinizadores está, por exemplo, a restauração de 28 000 quilômetros quadrados (o equivalente ao território do Havaí) de seus hábitats nos próximos cinco anos.
Por que o lado ocidental do Hemisfério Norte tem sido mais prejudicado que o restante do planeta? O motivo é a dependência das plantações americanas e europeias de apenas um tipo de abelha, a Apis mellifera. Importada da África e da Ásia para a polinização de plantações comerciais, a espécie ganhou a preferência de apicultores por não ser agressiva e manter colônias enormes e resistentes. Agora, porém, ela é a maior vítima da amedrontadora desordem.
Europa: perda acentuada
Na França, por exemplo, 100 000 colônias de Apis mellifera foram perdidas desde 1995, e a taxa de mortalidade das abelhas triplicou. Diante disso, Paris é uma das cidades que mais têm adotado medidas conservacionistas. Em junho do ano passado, o município assinou o protocolo Abelha: a Sentinela do Meio Ambiente. Nele, a capital francesa se comprometeu a proibir a venda de uma série de pesticidas, além de ampliar o apoio à apicultura.
Até 2020, planeja-se o plantio de 20 000 árvores em jardins parisienses, além de 300 000 novos metros quadrados de espaços verdes - em torno de um quinto da dimensão do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Paris ainda é o centro urbano com a maior presença de criadouros de abelhas da Europa, com um total de 600, ocupando uma área de 4,6 quilômetros quadrados - parte deles instalada em tetos de edifícios e casas.
O que tem o Brasil?
Há indícios de que a redução no número de abelhas esteja se repetindo, em ritmo acelerado, em outros locais, incluindo países pobres. No entanto, muitas vezes os dados coletados não são suficientes para corroborar a tese. É o caso do Brasil, que não conta com um histórico do número de abelhas em território nacional, de forma que os pesquisadores não têm como comparar o número atual com os anteriores. Assim, ficam sem saber se a redução é alarmante por aqui.
"Mas há sinais de que também sofremos do mesmo mal", afirma a bióloga Tereza Cristina Giannini, do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável. "Em pesquisas de campo, descobrimos que existem regiões nas quais as plantações apresentam déficit de polinização, refletido na baixa produção de frutas, flores e alimentos", relata Tereza.
A favor do Brasil, contudo, pesa um ponto que nos deixa em posição de vantagem ante a desordem. O país não é dependente de apenas uma espécie, como ocorre com os Estados Unidos e a Europa. Uma pesquisa da revista científica Apidologie, especializada em apicultura, estima a existência de pelo menos 250 tipos de polinizadores em todo o território brasileiro, dos quais 87% são de abelhas.
Por que, então, mundo afora, apesar da essencialidade desses insetos para o equilíbrio do meio ambiente, as campanhas de proteção a eles não recebem tanta atenção quanto as destinadas aos ursos-polares ou aos elefantes-africanos, por exemplo? Explicou a VEJA a bióloga americana Heather Mattila, do Wellesley College: "O modo de funcionar do nosso sentimento de empatia está no centro desse dilema. Sentimo-nos próximos de animais parecidos conosco, grandes mamíferos que vivem em grupos e interagem socialmente. Devíamos, porém, olhar direito para as abelhas. Elas trabalham duro para alimentar suas crias, organizam-se em colônias e até se preocupam com a higiene e a segurança de suas casas. Não devia ser tão difícil para o homem identificar-se com esses elementos". O.k., se o fator da empatia não funcionar com as abelhas, lembre-se então de quanto elas são fundamentais para garantir a existência de grande parte dos alimentos que chegam à nossa mesa. Perto disso, um zumbido chato não é nada.
Fonte Veja.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Governo ensina como identificar produtos orgânicos
Na Esplanada dos Ministérios, organizadores orientaram as pessoas para não serem enganadas
Agricultores esclarecem população sobre produção orgânica
Esclarecer o consumidor sobre o que são, de fato, produtos orgânicos. Com esse objetivo, o Sindicato dos Produtores Orgânicos do Distrito Federal (Sindiorgânicos) e o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anfa Sindical) promoveram, na quarta-feira (17), uma feira no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De acordo com o coordenador de Agroecologia do Mapa, Rogério Dias, o consumidor tem duas formas de verificar a autenticidade dos orgânicos. Uma é observar se a embalagem tem no rótulo o selo Produto Orgânico Brasil. No caso da compra direta de agricultores familiares que vendem sem certificação, o consumidor deve sempre pedir o documento que comprove o cadastramento do produtor como orgânico.
A principal característica da produção orgânica é o não uso agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas que prejudiquem o meio ambiente, conforme material informativo distribuído pelo Sindiorgânicos e Anffa Sindical durante a feira. Para ser considerado orgânico, o processo produtivo contempla o uso responsável do solo, da água e dos outros recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.
Selo do Sistema Brasileiro da Conformidade Orgânica é garantia desses alimentos
“Essa ação visa a mostrar às pessoas como elas podem reconhecer um verdadeiro produto orgânico”, reforçou Dias. Segundo ele, a produção orgânica no Brasil começou há mais de 30 anos e envolve agricultores, fiscalização agropecuária, assistência técnica e pesquisa. “Por isso, é importante garantir a qualidade da produção orgânica.”
O Mapa, acrescentou o coordenador de Agroecologia, tem uma fiscalização atuante em todo o país, que busca assegurar a qualidade do produto e, ao mesmo tempo, tirar do mercado aqueles que tentar fraudar o mercado de orgânicos. Para o presidente da Anffa Sindical, Maurício Porto, a feira é muito importante para orientar os consumidores a identificar a autenticidade dos orgânicos.
Atualmente, o Brasil tem 13,5 mil unidades de produção orgânica e cerca de 11,5 mil produtores cadastrados no Mapa. Segundo os produtores do DF, esse é um mercado em crescimento. “No segundo semestre de 2015, nossas vendas aumentaram em torno de 25%”, diz Luiz Paulo Rodrigues, da Cooperativa dos Produtores Orgânicos do DF. A entidade tem 44 associados e um faturamento mensal de RS 120 mil.
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