segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Onde está o dinheiro?

                           

Renda das regiões produtoras agrícolas cresce o dobro da média do país

Municípios com maior valor da produção têm PIB per capita de R$ 53,2 mil e estão situados no Centro-Oeste e na Bahia. No Sudeste brasileiro apenas Minas Gerais tem cidades incluídas nesse crescimento. Outro detalhe importante: Rio de Janeiro, São Paulo e cidades do Sul encolheram no agronegócio, afirma Ministério da Agricultura. No restante do Brasil o PIB é de R$ 26,4 mil.

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios brasileiros com maior valor da produção agropecuária cresceu 72,6% entre 2010 e 2013. Este percentual é mais que o dobro do aumento de 33% do PIB por pessoa do Brasil em igual período. A constatação é de estudo da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), baseado em dados das pesquisas Produção Agrícola Municipal de 2014 e PIB Municipal de 2013, divulgadas recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Municípios com maior valor da produção têm PIB per capita de R$ 53,2 mil. Estão nesse patamar cidades do interior do Centro=Oeste, da  A constatação é de estudo da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), baseado em dados das pesquisas Produção Agrícola Municipal de 2014 e PIB Municipal de 2013, divulgadas recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em reais, o resultado da análise mostra que os municípios com maior valor da produção agropecuária têm PIB per capita de R$ 53.228 contra R$ 26.445 da média nacional, destaca o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Gasques.

Principais produtores
Os municípios com maior valor da produção agropecuária se situam no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e Nordeste (Bahia). “Esses municípios também são classificados como principais produtores agrícolas. O trabalho da SPA levou em conta aqueles que plantam café, cana-de-açúcar, milho e soja”, diz Gasques.

De acordo com o estudo da SPA, a maioria dos municípios do agronegócio tem PIB superior ao dos seus estados. “O crescimento do PIB per capita dessas localidades”, reforça Gasques, “tem sido superior ao da média estadual”.

Bahia

A análise cita dois exemplos de onde ocorre essa situação. Um deles é o município baiano de São Desidério, cujo PIB per capita cresceu 79,1% entre 2010 e 2013, enquanto a média do estado foi de 23,3%. Correntina, também na Bahia, registrou aumento de 91,3%, quase cinco vezes mais que a média estadual de expansão do PIB.

As menores taxas de crescimento do Produto Interno Bruto entre 2010 e 2013 foram constatadas nos municípios produtores de café e cana-de-açúcar: 22,92% e 41,52%, respectivamente. Essas cidades se situam principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Tais resultados podem estar refletindo problemas ocorridos em 2014,
Ainda segundo a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, estado algum do Sul aparece nessa classificação, embora a região seja a segunda produtora de grãos do país. Do Sudeste, apenas Minas Gerais está incluído.  Outra conclusão do estudo: apesar de ter o segundo maior valor da produção agrícola, São Paulo não tem nenhum município nessa relação.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Veja os preços mais em conta da semana




                       
           

Semanalmente, a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta, para você se alimentar bem e economizar mais. Confira a lista dos produtos:
 

PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Goiaba branca e vermelha, abacate geada, carambola, jaca, tangerina murcot, banana prata SP, laranja seleta, coco verde, laranja pera, melão amarelo, chuchu, abóbora paulista, abóbora moranga, mandioca, pimentão verde, pimenta verde americana, acelga, nabo, cebolinha, milho verde, couve manteiga, alface crespa e alface lisa, salsa e canjica

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS 
Pêssego nacional, banana nanica, limão taiti, figo roxo, manga haden, acerola, banana terra, pimenta cambuci, abóbora paulista, pimentão vermelho e amarelo, jiló, pepino comum, alface americana, salsa, rabanete, escarola e ovos branco.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Maracujá azedo, melancia, maçã nacional, mamão papaia, mamão formosa, maçã estrangeira, pera estrangeira, tomate, abobrinha italiana, cenoura, ervilha torta, mandioquinha, vagem macarrão, abobrinha brasileira, erva doce, mostarda, repolho verde, repolho roxo, couve flor, agrião, brócolos comum, cebola nacional, batata lavada e alho.

Delícia: geléia de casca de laranja






Benefícios de se consumir laranja – seja ao natural ou em forma de sucos e doces – todos conhecem: é fonte de vitamina C, flavonoides como a naringenina (diminui o colesterol total e o LDL, que é o colesterol plasmático) e a hesperidina (combate o colesterol total e níveis de triglicédireos), além de ser excelente fonte de fibras, encontradas no bagaço.

O que muitos desconhecem é que da laranja pode-se aproveitar inclusive a casca. Ao incluí-la na dieta consegue-se otimizar o aparato digestivo, além de remover gases, diminuir a azia e náuseas, ajudando até a equilibrar o apetite. Quando utilizada em chá, pode tratar enxaqueca e ainda tem efeito emagrecedor, além de prevenir gripes e resfriados.

Quando se utiliza a casca fresca, ou seca na sombra, ela ainda conserva a vitamina C, e funciona também como um antidepressivo natural, e traz ainda benefícios antiespasmódicos, anticoagulantes, calmantes, diuréticos, desintoxicantes e sedativos. Viu como é importante se aproveitar tudo que a laranja tem a oferecer? Ainda mais esta semana, que o produto está com preço mais em conta!

Para facilitar o consumo, trazemos esta semana uma receita de geleia feita com a da casca de laranja, sugerido pela equipe de nutrição do Banco CEAGESP de Alimentos. Além de fácil de fazer, pode ser servida com pães e torradas, como recheio de bolos e até no preparo de chás: basta diluir uma colher cheia de sobremesa em uma xícara de água quente e pronto, você terá nas mãos uma infusão aromática e deliciosa. Vamos à receita?

GELEIA DE CASCA DE LARANJA

Ingredientes

  • 2 xícaras de chá de cascas de laranja cortadas em tiras e fervidas
  • 2 xícaras de açúcar
  • 1 xícara de água

Modo de fazer

  • Misture a água e o açúcar numa panela, leve ao fogo e deixe ferver por 20 minutos.
  • Acrescente as cascas de laranja e ferva por mais 10 minutos.

Laranja, potencial absurdo pela saúde

                               

A laranja destaque-se por ser um dos principais produtos com alto consumo no país e também nas exportações brasileiras, tendo como maior importador os EUA

Uma alimentação saudável deve ter como base frutas, legumes e verduras integrando o cardápio diariamente. No verão, a hidratação deve ser feita rigorosamente, já que perdemos muito líquido. Uma fruta que tem como referência o fortalecimento da imunidade e rica em vitamina C é a laranja. No mercado Ceasa é o que não falta. Pode escolher a variedade, tem a Bahia, a Lima e a Pera.

A laranja destaque-se por ser um dos principais produtos com alto consumo no país e também nas exportações brasileiras, tendo como maior importador os EUA. Também é grande a contribuição na agregação de renda da agricultura familiar brasileira, havendo plantações de laranja em todo o país.

Os preços praticados das variedades da laranja no mercado da Ceasa, na última sexta-feira (8), são: a laranja-Bahia foi cotada a R$3,96 o quilo; A laranja-Lima saiu por R$2,50; E a laranja-Pera por R$1,22. No último ano foram 26.000.591 milhões de quilos de laranja que passaram pelo mercado da Ceasa.

O consumo da fruta, que é grande por bares, restaurantes, padarias e confeitarias, possui algumas características em suas variedades. A laranja-Pera é menor do que as demais e possui a casca mais fina e lisa. É bastante usada em sucos e geleias, assim como a laranja-Bahia. Já a laranja-Lima é menos ácida, muito utilizada para sucos e alimentos para bebês e não é recomendada para o uso culinário por ter um sabor em menor destaque e pouca acidez.

Rica em vitamina C, a laranja também é fonte de potássio e magnésio, além de betacaroteno. Esses nutrientes têm ação antioxidante e ajudam a prevenir problemas cardiovasculares e câncer. Seu alto conteúdo de vitamina C é fundamental para o bom funcionamento das defesas do organismo no combate às infecções.

“Além disso, os antioxidantes fazem da laranja um ótimo alimento para ser ingerido com folhas verde-escuras e feijão, porque o ferro contido nesses alimentos é absorvido muito melhor pelo organismo na presença de vitamina C. O potássio, por sua vez, ajuda a manter a pressão arterial em níveis saudáveis. Pode ser consumida in natura, sucos e sobremesas. Além disso, a casca da laranja também pode ser consumida. A forma mais comum é o doce de casca de laranja”, explica a nutricionista Matilde Alves.

Abaixo está uma dica deliciosa para você fazer já nesse fim de semana.


Mousse de Laranja

Ingredientes
1 xícara de leite condensado light
1 xícara de suco de laranja
1 xícara de creme de leite light
2 colheres de sopa de gelatina incolor
1/2 xic de água

Calda
1 xícara de suco de laranja
1 colher de açúcar
1 colher de amido
Casca para enfeite

Casca para enfeite
Casca de uma laranja cortada bem fininha
1 xícara de suco de laranja
2 colheres de açúcar

Modo de fazer
Hidratar a gelatina na água.
No liquidificador misture o leite condensado, o suco de laranja e o creme. Aqueça a gelatina e adicione também. Bata por 3 minutos. Coloque numa taça. Deixe de 2 a 3 horas na geladeira para endurecer.
Sirva gelado.
Fonte Ceagesp

Ceagesp: Preços subiram mais que a inflação em 2015


Índice Ceagesp, publicado todos os meses pela maior central de abastecimento da América Latina acumulou alta de 14,31% no ano passado. Mesmo com queda de 0,62% dos preços em dezembro, indicador registra em 2015 elevação acima da inflação oficial de 10,67%.


São Paulo, janeiro de 2016 – O ano de 2015 foi bastante complicado para o abastecimento de hortifrutícolas. Escassez de água, alta do dólar, greve de caminhoneiros, temperaturas elevadas, excesso de chuvas nas regiões produtoras, entre outros aspectos, prejudicaram o planejamento, a qualidade e a quantidade ofertada de hortifrutícolas ao longo do ano. O resultado não poderia ser outro: Aumento real de 3,64% nos preços praticados em 2015 e elevação em todos os setores, conforme quadro abaixo:




Logo no início de 2015, produtores das regiões abastecidas pelo Alto Tietê e Cantareira em São Paulo viveram um dilema em relação ao investimento na produção em razão da restrição de água para irrigação. Assim, além das habituais condições climáticas adversas deste período, houve diminuição da produção, acarretando elevações mais acentuadas nos preços do primeiro bimestre, principalmente nos setores de legumes e verduras.


A variação cambial também influenciou o volume ofertado e os preços praticados, principalmente no setor de frutas, onde os importados representam cerca de 20% do total comercializado. O dólar mais elevado faz diminuir o volume de importações e majora os preços. Com a queda do Real, o produto nacional fica mais competitivo, assim, elevam-se as exportações. Ambas as situações refletiram em queda do volume ofertado do produto nacional do mercado interno.


As chuvas no segundo semestre, que melhoraram o nível das represas no sul e sudeste, foram as mesmas que trouxeram diversos transtornos aos produtores rurais. Assim, as altas de preços, tradicionais nos períodos de verão, foram antecipadas e tiveram seu ápice durante os meses de outubro e novembro, períodos que historicamente registram redução dos preços praticados.


Produtos com grande representatividade como tomate, batata, cebola, entre outros, registraram aumentos expressivos. A cebola, por exemplo, apesar das inúmeras tentativas de recompor a oferta interna, através da importação procedente da Argentina, Holanda, Espanha, entre outros países, permaneceu com preços elevados durante praticamente todo o ano de 2015.


Principais altas no comparativo janeiro x dezembro:

  • Frutas: abacate (92,2%), limão taiti (74,6%), manga palmer (61,7%) e pera estrangeira william’s (58,5%)
  • Legumes: tomate (72,3%), abobrinha italiana (65,8%), ervilha torta (40,9%) e beterraba (39,5%)
  • Verduras: couve-flor (41,9%), salsa (37,4%) e milho verde (31,4%)
  • Diversos: cebola nacional (86%), alho (39,6%) e batata comum (22,5%)
  • Pescados: camarão (22,6%), lula (18,9%) e anchovas (11,1%).


Principais quedas no comparativo janeiro x dezembro:

  • Frutas: laranja lima (-40,4%), banana maçã (-21,7%), figo (-17,2%) e melão amarelo (-10,8%)
  • Legumes: chuchu (-47,1%) e mandioca (-15,9%)
  • Verduras: alface lisa (-19,9%), alface crespa (-18,2%), couve (-15,7%) e rúcula hidropônica (-14,9%)
  • Diversos: canjica (-15,7%) e milho pipoca (-8%)
  • Pescados: pescada (-30,3%), polvo (-27,4%) curimbatá (-21,9%) e corvina (-12,5%).


Tendência: O primeiro trimestre do ano tem como principais características as frequentes chuvas e as altas temperaturas, situações altamente prejudiciais para a produção de hortaliças, notadamente as mais sensíveis. Portanto, legumes e verduras deverão apresentar problemas na qualidade e diminuição do volume ofertado neste início de 2016.


A procura por alimentação mais leve e saudável também se intensifica neste período. E justamente os produtos mais procurados são os que mais sofrem os efeitos negativos das condições climáticas.  Desta forma, somente em meados de março os preços deverão voltar aos patamares habituais e satisfatórios para os consumidores. Até lá, o consumidor deve consumir os produtos em safra e substituir os mais sensíveis por raízes e tubérculos, normalmente, mais resistentes.


O lado positivo neste ano é que não há o temor, a curto e médio prazo, de escassez de água para irrigação. Assim, ao contrário de 2015, produtores de todo o país e, principalmente, da região sudeste poderão planejar e investir na produção sem o receio de escassez de água para irrigação.

   
Índice CEAGESP

Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Leite como fonte de cálcio

                                  

Veja essas importantes dicas da especialista e blogueira do Estadão, Juliana Carreiro. E se inspire para o seu bem estar em 2016.

É muito difícil falar sobre os malefícios do leite de vaca em uma sociedade como a nossa. Há muitos pontos a serem discutidos e não dá pra esgotar o tema em um único post. Por aqui, este alimento é talvez o mais arraigado na nossa cultura. Muitas pessoas têm resistência em ouvir um ponto de vista diferente do tradicional, mas essa resistência é compreensível, afinal, é difícil imaginar uma dieta sem o leite e seus derivados.

Assim como o glúten, o papel dos laticínios na rotina dos brasileiros também mudou muito nas últimas décadas. Hoje eles aparecem entre os ingredientes das preparações ou como coadjuvantes de praticamente todas as refeições feitas no País. Pode reparar, desde cedo estão nas mesas das casas ou nos balcões das padarias compondo as duplas com o café ou o presunto, no almoço dão a base para os molhos que acompanham as saladas ou as massas, o gratinado de batatas ou legumes, as carnes à parmegiana e por aí vai.

No lanche da tarde, aparecem em forma de iogurte ou recheio de sanduíches e de noite lotam as coberturas das pizzas ou engrossam sopas ou risotos. A desculpa para este consumo excessivo está nos supostos benefício à saúde, em como o leite é uma ótima fonte de cálcio para o organismo. Este post vai mostrar de diversas formas como essa fama é equivocada.

Para explicar um assunto tão polêmico vou até recorrer à química. O ph do nosso sangue deve ser levemente alcalino, ou seja, básico. O leite de vaca possui três vezes mais proteína do que o leite materno, mas esse excesso de proteína faz com que o sangue fique mais ácido do que deveria. Para que ele volte a ficar equilibrado, um dos recursos que o nosso organismo utiliza é retirar o cálcio de dentro dos nossos ossos, que é onde ele deveria ficar, e o devolver à corrente sanguínea. Isso porque ao lado do magnésio, este mineral ajuda a alcalinizar o sangue.  Quem também tem esta função alcalinizadora e que, portanto, ajuda a manter o cálcio no seu devido lugar são as frutas, verduras e legumes.

Estudos da Organização Mundial da Saúde verificaram que os índices de fratura óssea e de osteoporose são menores em países onde há um menor consumo de cálcio vindo de fontes animais, como o leite de vaca. Isso porque nestes lugares há um grande consumo de outras fontes de cálcio, como legumes, verduras escuras e leguminosas, como feijão, ervilha, lentilha ou grão de bico, que são cada vez menos consumidos por aqui.

Esses alimentos têm menos cálcio do que o leite, é verdade, porém, eles são ricos em todos os nutrientes, que trabalham em conjunto com esse importante mineral para que ele seja melhor absorvido e utilizado pelo nosso organismo. Por outro lado, em países como os Estados Unidos, onde há um baixo consumo de frutas, verduras e legumes e onde a média de consumo diário de leite é de cinco copos, a frequência destes tipos de deficiência óssea é a maior do mundo. Infelizmente, o Brasil está indo por este mesmo caminho. De acordo com o IBGE, o nosso consumo atual de vegetais e frutas corresponde a menos de um terço do mínimo recomendado pela OMS, de 400 gramas por dia.

Mais uma vez, é importante pensarmos em garantir uma alimentação equilibrada. Não é preciso banir o leite de nossas vidas, mas com certeza é preciso reduzir o número de vezes em que ele aparece em nossos cardápios. Segundo o Guia Alimentar da Universidade de Harvard, o My Plate, o leite e seus derivados devem ser consumidos, no máximo, duas vezes por semana e em pequenas quantidades.

Quando se pensa no cálcio, também é necessário diminuir a ingestão de outras substâncias que aumentam a sua eliminação por meio da urina, como o excesso de sódio, de açúcar, de cafeína, de ácido fosfórico (utilizado para gaseificar as bebidas), de gordura e de proteína de origem animal.  Não me canso de sugerir. Vamos voltar a cultuar a comida de verdade? Vamos observar o que estamos comendo? Vamos repensar os nossos hábitos? Por que não?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Inflação nos preços dos alimentos

                            

Por Jorge Luiz Lopes

O consumidor paga caro porque ele quer? A resposta pode ser sim, em alguns momentos.

Estamos entrando para a segunda semana de 2016 com um horizonte cheios de nuvens meio acinzentadas, meio escuras e com poucas nuvens brancas. As que tem são consideradas CBs enormes, do tipo que nem avião quer atravessar para não ter problemas. Isso é o que ocorrer com a nossa economia, o nosso bolso.

Alimentação, transporte e energia foram os destaques negativos no ano passado, de triste memória para os brasileiros, e que agora foram apresentados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE.  De acordo com ele, legumes, frutas e verduras, que tiveram os preços afetados por problemas climáticos ou pela alta do dólar, deverão continuar pesando  no bolso nesse primeiro semestre de 2016.

Mas, segundo o gerente de Modernização do Mercado Hortigranjeiro da CONAB, Erick Brito Freitas, a situação poderá melhorar, já que não prevê novos aumentos acontecendo, desde que o dólar permanecerá no patamar onde chegou,  ou diminua ( o dólar está em R$ 4). Claro, o tempo também terá que ajudar bastante: nem muita chuva e nem muita seca.  Com isso, as próximas safras terão seus preços bem mais em conta, acredita ele.

O Índice aponta que o tomate teria ficado 47,45% mais caro no decorrer de 2015, por conta de outros fatores também, como os dos aumentos de preços das sementes, fertilizantes e demais insumos importados. Por conta disso, muita gente teria deixado de plantar.

No caso da cebola, houve uma alta de 60,61%, devido às chuvas nas áreas produtoras do país. O vegetal, tão necessário em nossa cozinha,  chegou a ser importado, principalmente da Holanda, o que ajudou a segurar os preços.

Só que os técnicos que montaram o IPCA não disseram é o que realmente está acontecendo, além dos fatores climáticos: a situação no caso da cebola foi bem pior. Os produtores rurais deixaram de plantar cebola em 2015 por conta dos preços baixos do produto em 2014, obrigando-os ao prejuízo. Eles, os produtores rurais, não quiseram arriscar e não plantaram por conta disso, ou reduziram a área de plantio.

Especialistas afirmam que esse cenário tende a continuar este ano.

As fortes chuvas também teriam prejudicado os preços da batata inglesa, com alta de 34,18%. Realmente, mas não foi só isso. Boa parte da produção se perdeu no transporte entre a região produtora e a central de abastecimento, por conta da pressa do produtor rural em tirar o produto e envia-lo molhado. 

Claro, a carga foi se deteriorando no meio do caminho e quando o produto chegou ao mercado já estava impróprio para a venda, sendo recusado pelos comerciantes.  E o que se viu, por exemplo, na Ceasa do Rio de Janeiro era de chorar: milhares de sacas de 50 quilos jogadas no lixo, sendo catadas pelos mais necessitados que aproveitaram muita coisa.

Uma outra coisa: muitos comerciantes da Ceasa carioca preferiram jogar sacas de batatas fora a, pelo menos, tentar vender o produto com preços mais baixos. Pura especulação.

Frutas

No caso das frutas, os fatores climáticos e a especulação também prejudicaram e muito, contribuindo para a alta dos preços.  Muitos produtores rurais preferiram vender a produção no mercado externo, aproveitando a alta do dólar.

No caso dos preços altos também conta fatores como o aumento das tarifas de transporte, energia elétrica, combustível, entre outros. Só de energia, o aumento foi de 51%. Absurdo.

Buraco mais embaixo

O consumidor sofre por todos os lados, o que não lá uma novidade.  O que não aparecem nas estatísticas são os alimentos jogados fora no campo por conta da tirania da beleza, impostas pelas redes de supermercados e de hortifrutis, e adotada pelos brasileiros. Por conta dessa burrice, muita coisa vai para o lixo, ao invés de ir para o prato do brasileiro, por que o produto não está bonitinho. 

Com isso perde o produtor rural e o consumidor final, enquanto os supermercados atuam numa espécie de máfia que já deveria estar sendo investigada pela Polícia Federal e o Ministério Público da Justiça.

Na realidade hoje, em determinados aspectos, o consumidor paga caro por que quer.
Enquanto os supermercados nos empurram frutas colhidas verdes e amadurecidas a sopapos, as feiras livres, onde encontramos os produtos mais nutritivos, ficam desprestigiadas e até chegam a desaparecer, como aconteceram em alguns bairros do Rio. Claro, ajudados também pela Prefeitura carioca.
O consumidor tem que voltar a eleger a feira livre como sua primeira manifestação de compra de produtos para a sua cozinha, e só depois, muito depois, em último caso, comprar no supermercado ou no sacolão.