segunda-feira, 25 de maio de 2015
Salmão do Chile: antibióticos para engordar rápido, vacinas contra bactérias
Alimento considerado saudável por muitos adeptos vem transformando o Meio Ambiente chileno, embora não digam abertamente, pode afetar a saúde de quem consome o produto com muita frequência. Quase todo o salmão consumido no Brasil vem do Chile.
Do Globo Rural
Há dez anos, o Brasil comprava do Chile dez mil toneladas de salmão. Hoje, são 80 mil toneladas. É praticamente todo o salmão consumido no nosso país. O Globo Rural visitou os centros de cultivos para entender como é feita a engorda do peixe e os reflexos da criação para o meio ambiente.
Os salmões ficam dentro de ‘balsas-jaulas’, enormes tanques-rede flutuantes, com 25 metros por 25 metros e 20 de profundidade. Em cada um ficam 28 mil peixes, que permanecem por 17 meses, até alcançarem 4,5 kg. Eles são monitorados 24 horas.
Jorge é mergulhador e entra todos os dias no tanque. Ele monitora a mortalidade, a atividade do peixe. Também checa se as redes estão perfeitas para que os salmões não escapem. Caso isso aconteça, os criadores têm prejuízo. Além disso, pode causar um dano para o meio ambiente, porque o salmão é uma espécie exótica.
A indústria diz que não há escape, mas o biólogo do IMar – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos de Ambientes Costeiros, em Puerto Montt, Edwin Niklitschek, discorda e explica. “Estamos falando de vários milhões de salmões que escapam todo ano. Isso tem um impacto muito grande sobre os peixes nativos. Isso porque eles se alimentam deles e competem com eles.”
Remígio Gutierrez, pescador há 25 anos, dirige o sindicato da categoria e denuncia os efeitos da indústria salmoneira para o meio ambiente. “Havia muita vida antes deles chegarem, mas depois morreu tudo o que está ao redor. Isso se chama: a sombra da indústria salmoneira. Os sedimentos, as fezes do salmão que caem ao fundo do mar, matam toda a vida. Termina com tudo.”
O tratamento para doenças do salmão é outra polêmica. “O medicamento já vem na ração. Normalmente se usa antibiótico para combater a doença bacteriana”, explica o técnico do Centro de Cultivo Francisco Alvarez.
“Isso prejudica profundamente a vida do fundo marinho, que fica limitada às bactérias que estão aproveitando a matéria orgânica e alguns poucos sobreviventes. A matéria orgânica e os químicos que se diluem desde a sombra da balsa-jaula e chegam ao meio ambiente podem levar à proliferação de espécies indesejáveis, como maré vermelha, algas que bloqueiam o sistema respiratório dos animais, algas tóxicas”, diz o biólogo do IMar.
Ao fim de cada ciclo de cultivo, o centro passa por um período de três meses de descanso obrigatório por lei. É um vazio sanitário, criado depois de uma crise sofrida pela indústria salmoneira, entre 2007 e 2009. O vírus da anemia infecciosa, chamado vírus ISA, que não atinge o ser humano, matou a metade dos peixes. Indústria e governo tomaram uma série de medidas para controlar a crise.
“Na prática, se mudou desde a restrição à importação de ovas, até a criação de bairros de centros de cultivo, organizados, geograficamente e que, coordenadamente, têm épocas de cultivo. Descansam três meses e outros bairros vão produzir. Desta maneira se contém uma eventual disseminação de um vírus e se coordena os tratamentos no interior de um bairro”, explica Felipe Manterola, representante da SalmonChile.
No estuário de Reloncavi, as balsas de cultivo de salmão estão abandonadas. A denúncia é que estão desse jeito há anos. Em Santiago, capital do país, o diretor do Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura José Miguel Burgos, confirma que o cultivo está mesmo fechado há mais de dois anos, em um processo em que o governo deve suspender a concessão, porque não foram respeitados os limites exigidos.
“São olhados vários parâmetros basicamente para garantir oxigênio suficiente no fundo marinho. Quando algum limite é superado, esse centro que superou o limite não pode operar até que recupere sua condição. Essa é uma regulação mais restrita que em muitos outros países”, diz o diretor.
Enquanto se discute se as regras são adequadas, a indústria do salmão continua empregando direta ou indiretamente 73 mil chilenos e produzindo alimento.
Quando atinge 4,5 kg, o salmão do Atlântico é transportado em navios rumo ao processamento. Em Quellón, na ilha de Chiloé, existe um centro de monitoramento. Lá, os peixes são sugados por uma tubulação e caem em tanques para o processamento. Dependendo da época do ano, os tanques recebem de 30 mil a 100 mil peixes por dia.
Já sem as vísceras, o salmão passa por uma checagem. Juan Fernandez, chefe de produção, explica o que deve ser observado. “É importante revisar a cavidade ventral e avaliar se há presença de algum corte ou ferida que possa gerar o não aproveitamento 100% do peixe. Deve estar limpa e sem restos de vísceras. Deve ter suas nadadeiras íntegras, pele de cor característica de um peixe juvenil, dorso escuro, verde. Seus olhos devem estar projetados para fora, nunca para dentro, porque para fora significa que é um peixe fresco.”
Receita
O chefe suíço, Frederick Emeric, explica as características do salmão. “O salmão é um peixe muito bom porque tem pouca gordura e é uma gordura saudável para o organismo”. Ele preparou um prato chileno: ceviche, peixe cru marinado no limão.
Ele corta o salmão em cubinhos e acrescenta cebola roxa, aipo, suco de limão, alho, azeite, sal e coentro. Depois gengibre e pimenta aji, muito usada na região. Mistura tudo e está pronto! Veja no vídeo toda a explicação.
Lavouras urbanas alimentam restaurantes em São Paulo
Empresas transformam terrenos em hortas na capital; restaurantes usam produtos em pratos. Shopping transformou cobertura em plantação, adubada com lixo orgânico produzido por eles.
A 10 minutos da Avenida Paulista, em pleno bairro da Vila Mariana, na zona sul da capital, existe um cafezal com 1,6 mil pés. Na última quinta-feira, começou a colheita da safra 2015 da tradicional (e simbólica) lavoura do Instituto Biológico. Mas não se trata da única plantação de alimentos dentro da área urbana de São Paulo. Atualmente, são muitas as empresas que apostam em hortas comunitárias.
É o caso do Shopping Eldorado, na Marginal do Pinheiros, na zona oeste. Em 2012, a administração do empreendimento decidiu transformar a cobertura do complexo em plantação. Contratou dois funcionários para cuidar exclusivamente da empreitada e envolveu todos os demais no processo de separação do lixo orgânico - quase 1 tonelada por dia, que vai para uma composteira e é transformada em adubo - e de colheita. Eles podem levar as hortaliças e temperos para casa. A 10 minutos da Avenida Paulista, em pleno bairro da Vila Mariana, existe um cafezal com 1,6 mil pés.
Na próxima quinta, começa a colheita da safra 2015 da tradicional (e simbólica) lavoura do Instituto Biológico. Mas não se trata da única plantação de alimentos dentro da área urbana de São Paulo.
Atualmente, são muitas as empresas que apostam em hortinhas comunitárias como forma de integrar suas equipes, afinar um discurso ecologicamente correto e, em alguns casos, fazer o bem.
O Shopping Eldorado contratou dois funcionários para cuidar exclusivamente da horta e envolveu todos os demais no processo de separação do lixo orgânico - quase 1 tonelada por dia, que vai para uma composteira e é transformada em adubo .Os funcionários também participam da colheita - quando eles podem levar as hortaliças e temperos para casa
A horta da casa de eventos EcoHouse, em Pinheiros, serve para abastecer os restaurantes da rede Tantra - que são do mesmo proprietário, o chef Eric Thomas O projeto foi desenvolvido há quatro anos na EcoHouse. No período, foram plantadas folhas verdes para saladas, de forma hidropônica; flores comestíveis, como orquídeas e mini-rosas; ervas para temperos; e até árvores frutíferas, como limoeiros, parreiras e jabuticabeiras
"Hoje, nossa plantação ocupa 3 mil metros quadrados", afirma Marcio Glasberg, gerente de operações do shopping.
A horta da casa de eventos EcoHouse, em Pinheiros, na zona oeste, serve para abastecer os restaurantes da rede Tantra - que são do mesmo proprietário, o chef Eric Thomas. "Um dos objetivos do projeto é provar que um restaurante pode ser independente na produção de seus insumos no local, diminuindo, assim, o impacto ambiental", afirma.
O projeto foi desenvolvido há quatro anos. Já foram plantadas folhas verdes para saladas, de forma hidropônica; flores comestíveis, como orquídeas e minirrosas; ervas para temperos; e até árvores frutíferas, como limoeiros e jabuticabeiras.
Também do ramo de alimentação e com discurso "saudável", a rede de restaurantes Salad implementou, há seis meses, uma horta em seu escritório administrativo, no Pacaembu, zona oeste. Toda a produção é usada no preparo das refeições dos 22 funcionários que atuam na sede. A empresa ressalta que a ideia de criar a hortinha veio de uma tentativa de começar "um trabalho de dentro para fora, conscientizando os colaboradores sobre a importância de uma alimentação saudável e equilibrada".
No bairro da Água Fria, na zona norte, a agência de comunicação E4 também criou hortinha dentro do escritório, há três anos. Ali, eles têm cebolinha, hortelã, manjerona e orégano, entre outras plantas - até um pé de acerola. "A produção fica para os testes que fazemos em nossa cozinha, já que somos uma agência especializada em nutrição e alimentação saudável. E, claro, para o consumo próprio do pessoal da agência", conta o diretor, Gustavo Negrini.
Há ainda escolas que usam hortas de forma pedagógica. É o caso do Colégio Santa Amália, na Saúde, zona sul. Ali, desde o ano passado, há uma plantação de 3 metros quadrados. "A cada dois meses, uma turma fica responsável pelo plantio, colheita e preparo de pratos com os produtos colhidos", explica Rafaela Yumi Montesinos, nutricionista do colégio.
Cafezal. No caso do cafezal da Vila Mariana - cuja produção anual de cerca de 500 kg é distribuída a entidades assistenciais cadastradas pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado -, a história começou na primeira metade do século 20. Atualmente, a lavoura urbana tem função didática, pedagógica e cultural: serve para que os paulistanos possam conhecer o cultivo daquele que já foi o motor da economia do Estado.
"Qualquer um pode visitar, conhecer esse tipo de lavoura que é tão importante para a nossa história", diz o diretor técnico do instituto, Antonio Batista Filho. Desde 2006, sempre em maio, o Instituto realiza o início simbólico da colheita do café.
Alerta vermelho na Agricultura: as abelhas estão sumindo
Casa Branca (EUA) faz do sumiço de abelhas uma questão de Estado. Mais de 40% das abelhas americanas desapareceram, segundo estudo. O problema ultrapassa preocupações conservacionistas, já que os insetos geram 15 bilhões de dólares por ano para a agricultura do país. Veja matéria desta semana publicada pela Veja.
As abelhas começaram a sumir nos Estados Unidos. E isso preocupou a Casa Branca. Um estudo divulgado pelo consórcio Bee Informed Partnership, financiado pelo governo e por universidades americanas, destacou que apenas no ano passado 42% das colônias americanas desse inseto desapareceram. Por que isso dá dor de cabeça até no presidente Barack Obama? As abelhas são as principais polinizadoras do hemisfério norte, associadas ao florescimento da flora e à maior parte do cultivo agrícola. Só nos Estados Unidos, um mercado de 15 bilhões de dólares depende diretamente desse trabalho de polinização. Com menos abelhas, menor é a produção. A gravidade do problema econômico fez a Casa Branca montar uma força-tarefa de cientistas para resolver o assunto. Na última terça-feira (19) começaram a aparecer os primeiros resultados.
Para poupar os insetos, as estratégias governamentais são aumentar o tamanho dos habitats polinizadores, encorajar o treinamento de cientistas especializados em abelhas e estabelecer bancos de sementes de plantas atrativas para o inseto. "Buscamos engajar todos os segmentos da nossa sociedade para que, trabalhando juntos, possamos dar passos significativos e importantes para reverter o declínio dos polinizadores", disse o Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, em carta oficial.
O sumiço das abelhas começou a ser notado por apicultores americanos há dez anos. Como de costume, os insetos saíam das colônias à procura de pólen e, de tabela, polinizavam plantações de frutas, legumes e grãos. O problema é que elas começaram a não voltar mais, deixando para trás apenas a rainha com poucas operárias remanescentes. Fenômeno que ganhou o nome de colony colapse disorder (em inglês, síndrome do colapso da colônia, ou CCD). Pesquisadores então indicaram que essas abelhas morriam antes de conseguir retornar. É um enorme problema que ultrapassa as preocupações conservacionistas. Sem as abelhas, não há plantações. Sem essas, diminui a produção local de comida, e a economia sofre.
O novo levantamento confirma que a crise não só continua, como piora. A taxa de desaparecimento de 42% é maior que a de 2013 e 2012 somados, quando se registrou uma baixa de 34,2%. A taxa atual é quatro vezes acima do que a baixa considerada "normal" pelos apicultores. Nos estados de Oklahoma, Illinois, Iowa e Pensilvânia, o dano foi ainda maior: bateu os 60%.
Abelhas também teriam uma personalidade, indica estudo
O inseto, que muitas vezes é lembrado apenas pelas picadas dolorosas, é essencial para a agricultura. Dois terços de todos os alimentos ingeridos no planeta dependem das abelhas. Estima-se que elas rendam 15 bilhões de dólares por ano apenas à economia americana, graças a sua ajuda à agricultura. Como existem 2,5 milhões de colônias de abelhas em cativeiro no país (e são essas as que são usadas na agricultura), o valor estimado de cada uma delas, em uma conta simples, seria de 6 000 dólares. Para piorar, diferentemente do Brasil, que têm ao menos 3 000 espécies de abelhas selvagens, nos Estados Unidos há só a Apis melífera, inseto de origem europeia que está sendo afetado por essa crise. Como só tem um tipo, qualquer ameaça é urgente.
É preciso ressaltar que é natural que as abelhas se afastem por até três quilômetros de suas colônias em busca de alimentos, mas a baixa de insetos considerada "normal" é de 10%, quantidade muito menor do que a que vem sendo perdida e facilmente reposta pela reprodução dos animais. Aliás, o que chocou os pesquisadores não foi somente a quantidade de abelhas desaparecidas, mas sim o fato de que, pela primeira vez na história, a baixa foi maior durante o verão, época (em teoria) mais favorável a elas do que o inverno.
Em países de clima temperado, as colmeias ficam cobertas por neve durante a estação, e cerca de 20% das abelhas naturalmente não resiste ao frio. "Nós esperávamos que as colônias morressem durante o inverno, porque é uma estação estressante. É amedrontador notar as perdas no verão, que deveria ser como um paraíso para as abelhas", disse Dennis van Engelsdorp, professor da Universidade de Maryland e um dos autores do estudo. Ou seja, se no verão está ruim, imagina no inverno.
Para piorar, apesar de o fenômeno não ser novidade, pesquisadores ainda não conseguiram identificar qual é a causa do sumiço. Os autores do estudo indicaram que os motivos prováveis são uma combinação de ácaros, má alimentação e pesticidas, mas existem outras hipóteses, como o aumento de predadores e os efeitos negativos das mudanças climáticas. A teoria mais aceita é aquela que aponta para os pesticidas, já que muitos desses produtos contêm uma substância chamada neonicotinóide, que age diretamente no cérebro do inseto, fazendo com que ele esqueça de onde veio e, consequentemente, o caminho de volta para a colmeia. "Temos indícios de que essa é a principal causa, mas existem muitos interesses econômicos e conservacionistas nesse debate, por isso não se bate o martelo", disse o biólogo Lionel Segui Gonçalves, professor aposentado da USP e pesquisador da genética das abelhas com 50 anos de experiência.
Apesar de os Estados Unidos estarem na situação mais crítica, o fenômeno acomete quase toda a parte ocidental do hemisfério norte há um bom tempo. Estima-se que algumas regiões da Europa tenham perdido até 53% das colônias nos últimos anos. Os impactos foram sentidos no preço de produtos agrícolas. Na Espanha, o quilo de vegetais oleaginosos bateu os oito euros, valor mais alto desde 2005. As cerejas que eram cultivadas em território francês foram transferidas para a Austrália, onde ainda não se tem sinal de baixas de abelhas. Já nos Estados Unidos as amêndoas tiveram uma inflação de 43%.
Recentemente, países fora desse eixo começaram a também detectar indícios do fenômeno, como Japão, China e mesmo o Brasil. Por aqui, tanto as abelhas de ferrão, que produzem mel, quanto aquelas sem ferrão estão sendo prejudicadas. Para abordar o problema, a organização nacional Sem Abelha, Sem Alimento lançou há um ano o aplicativo Bee Alert, em que apicultores registram casos de desaparecimento. Até agora, foi registrada a perda de 12 000 colônias em 13 estados brasileiros, entre os quais São Paulo é o mais afetado. "É fácil de entender por que São Paulo lidera: no Estado, o uso de pesticidas é intenso", definiu o biólogo Lionel Segui Gonçalves.
Mas o que aconteceria se as abelhas sumissem da Terra? O genial físico Albert Einstein, que gostava de palpitar sobre diversas áreas do conhecimento, dizia que "se as abelhas desaparecessem, o homem só sobreviveria por quatro anos". A linha de raciocínio aqui é o fato de que sem abelhas não teríamos 70% dos alimentos que consumimos e também haveria uma redução na parcela verde do planeta, o que levaria a uma diminuição do oxigênio disponível. Não é preciso enxergar tão longe para saber que o extermínio acarretaria um desastre ambiental, com o colapso da agricultura e da flora global.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Feira de flores da CEAGESP: horário novo
O Departamento de Entreposto da Capital (DEPEC) da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) informa que estendeu o horário de comercialização da tradicional Feira de Flores, que ocorre no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP).
Desde o último dia 19/5, a Feira ocorre das 0h até às 8h30, todas as terças e sextas-feiras. Esta é a segunda readequação realizada pela Companhia desde o último dia 12/5, quando houve a mudança das 5h às 10h para 0h às 7h.
Segundo o DEPEC, a nova adequação do horário decorre do fato de que um dos objetivos propostos – a melhora na circulação interna de veículos – já foi plenamente atingido.
Em virtude disso, houve a decisão de estender o horário de comercialização de plantas e produtos relacionados, sem que isso traga prejuízos ao tráfego de carros e caminhões de outros setores dentro do ETSP.
Frescor do Azeite 100% brasileiro
Fonte: Blog Paladar (Estadão)
A produção de azeite brasileiro cresceu e melhorou. Pela primeira vez, é possível montar um painel de degustação de azeites feitos no País. Prensados e engarrafados em diferentes regiões.
Em comum, todos têm a cor viva e o aroma generoso que revelam de cara: o azeite é fresco. O curto intervalo de tempo entre o campo e o prato é o maior trunfo do azeite produzido no Brasil – os importados enfrentam uma longa jornada até chegar ao consumidor. E azeite, quanto mais novo, melhor.
A colheita nacional terminou entre março e abril e os azeites recém-extraídos já estão na prateleira. No caso dos importados à venda aqui, na melhor hipótese, foram prensados em novembro. E mais: os brasileiros, engarrafados pelo próprio produtor, escapam das fraudes e adulterações corriqueiras no mundo do azeite denunciadas no livro Extravirgindade, do jornalista americano Tom Mueller.
A produção de azeite brasileiro atingiu neste ano um nível de qualidade inédito. Pela primeira vez, o País participou do Salão Internacional do Azeite Extravirgem, em Jaén, na Espanha, no início do mês. O Brasil levou uma seleção feita por Marcelo Scofano, professor de gastronomia no Rio de Janeiro.
“Há predominância de azeite de fruta madura, com características suaves e delicadas, mas marcantes, uma vez que a grande parte dos produtores usa arbequina”, diz o especialista. Ele ressalta que a produção deste ano tem azeites de frutado verde com muita personalidade, produzidos em Caçapava do Sul (RS), na Bocaina e na Mantiqueira. Para Scofano, o azeite brasileiro promete boa evolução. “A personalidade sensorial do terroir brasileiro está em formação, mas tem características muito próprias.”
Crescimento. As duas maiores regiões produtoras de azeite no País – Serra da Mantiqueira e sul do Rio Grande do Sul – já somam cerca de 20 plantas de refino, ou lagares. “Antes, o desafio era saber se a oliveira seria capaz de produzir em escala comercial em condições climáticas e solo brasileiro”, diz Paulo Freitas, degustador profissional de azeites. A confirmação já veio, agora o momento é de buscar a afirmação. “Temos pelo menos cinco marcas consolidadas no mercado. No ano passado, eram só três”.
Várias marcas nacionais de azeite ainda são vendidas apenas localmente ou nas próprias fazendas. E algumas poderão demorar para chegar às lojas.
Outra novidade é a certificação de marcas de azeite orgânico no País. “Havia um grande questionamento se seria possível produzir azeite orgânico no Brasil devido ao clima úmido. Mas neste ano, dois produtores já conseguiram certificação”, comemora Freitas.
“Cada safra é uma degustação nova, estamos descobrindo os sabores”, conta Carlos Diniz, presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), que tem 45 associados entre Minas Gerais e São Paulo.
Em busca do azeite brasileiro
Para montar esta seleção de azeites nacionais, dois especialistas visitaram produtores nas três regiões produtoras do País e escolheram os melhores. Paulo Freitas é degustador e Arnaldo Comin, dono do empório Rua do Alecrim, primeira loja da cidade especializada em azeites brasileiros. O repórter Daniel Telles e a repórter Paula Moura também participaram da avaliação. Veja a seguir os azeites extravirgens brasileiros que vale conhecer.
BORRIELLO
Carla Retuci largou o mercado financeiro para fazer azeite com o marido, Mario Borriello, em Andradas (MG). Neste ano, compraram a prensa e estão prensando arbequina e grappolo na fazenda, aberta a visitação.
Degustação
Blend grappolo e arbequina: frutado e amargor médios, leve picância. Equilibrado.
Informações:
Tel.: 98282-0872
R$ 36,90 (250 ml, no Empório Rua do Alecrim); R$ 68 (500 ml, n’A Queijaria)
OLIQ
Três apaixonados por São Bento do Sapucaí (SP), Vera Masagão, Antônio Batista e Cristina Vicentin resolveram produzir azeite de arbequina numa propriedade na região. Plantam também koroneiki, grappolo e Maria da Fé. Fazenda é aberta a visitação.
Degustação
Grappolo: frutado médio a alto, amargor e picância leves. Notas de castanhas.
Informações:
R$ 33,90 (250 ml, no Empório do Alecrim); R$ 49 (250 ml, n’A Queijaria)
OLIVAIS DA BOCAINA
Aníbal Cury e Dominique Pierre Faga são donos da Olivais da Bocaina, em Silveiras (SP). Produzem azeites de arbequina e grappolo e esperam a frutificação de koroneiki. Há visitas guiadas e degustação.
Degustação
Grappolo: frutado e amargor médios e picância de leve a média. Tem boa complexidade.
Informações:
R$ 35 (250 ml, direto com o produtor); R$ 38,90 (250 ml, no Empório Rua do Alecrim)
OURO DE SANT’ANA
Depois de 40 anos em uma multinacional, o agrônomo peruano Fernando Rotondo se instalou em Santana do Livramento (RS), plantou koroneiki, arbosana, coratina, arbequina, picual e frantoio. Neste ano, engarrafou azeites de arbequina e coratina, mais picante.
Degustação
Arbequina: frutado médio, amargor e picância leves.
Informações:
R$ 24,90 (250 ml, no Empório Rua do Alecrim) e R$ 35,30 (500 ml, no Empório Santa Luzia)
PROSPERATO
A primeira safra comercial da família Marchetti foi em 2013. Além das três variedades disponíveis no mercado – arbequina, arbosana e koroneiki –, já têm olivais de picual, frantoio, manzanilla, coratina e galega. Recebem visitas no lagar em Caçapava do Sul (RS).
Degustação
Koroneiki: frutado, amargor e picância médios. Boa persistência de sabor. Blend arbequina e arbosana: frutado, amargo e picância médios.
Informações:
Preços ainda não definidos. A safra 2015 chega em julho no Empório Rua do Alecrim
FAZENDA MARIA DA FÉ
Reflorestadores, os Bonifácios se depararam com uma fazenda de olivais abandonados em Maria da Fé (MG). Apostaram no negócio e produzem azeite de arbequina, grappolo, koroneiki e coratina. Agora, buscam certificação orgânica. Aberta à visitação.
Degustação
Coratina: Frutado médio, amargor de médio a intenso, picância de média a intensa. Muito intenso. Para alguns, amargo demais.
Informações
11 99991-7608
R$ 35 (250 ml, com o produtor)
VERDE OLIVA
O casal Newton Litwinski e Fátima Garcia produz azeite orgânico numa fazenda em Delfim Moreira (MG). Aceitam encomendas por correio e fazem visitas agendadas.
Degustação
Arbequina: frutado leve, amargor leve a médio, picância leve.
Informações
tel.: 35 3624-1334
R$ 50 (250 ml, direto com o produtor)
PAIOL VELHO
Na propriedade da família de Luiz Menezes, em Cristina (MG), são plantadas azeitonas de quatro variedades. Sua primeira produção comercial, neste ano, é pequena (100 litros), mas deve crescer em dois anos.
Degustação
Blend de grappolo e koroneiki: frutado de leve a médio, amargor médio e picância leve. Bem equilibrado.
Informações
tel.: 12 99719-2083
R$ 70 (500 ml, direto com o produtor)
EPAMIG
A empresa produz azeites de seus olivais experimentais e também processa azeitonas de produtores da região.
Degustação
Maria da Fé: frutado médio, amargor leve e picância de leve a média. Notas verdes de azeitona, folhas verdes e maçã verde.
Informações:
tel.: 35 3662-1227
R$ 35 (250 ml, direto do o produtor)
COMO DEGUSTAR AZEITE
Tripé
As principais características sensoriais do azeite são notas frutadas, amargor e picância. E são esses elementos que se deve buscar ao provar um azeite. Quanto mais fácil surgirem os atributos, mais novo o azeite.
Frutado
Pode ser sentido no aroma e no sabor e está diretamente ligado ao frescor. Pode ser mais ou menos intenso, remeter a fruta verde ou madura, pode lembrar campo, tomate, amêndoas ou até chocolate. A presença de frutado é indicador de qualidade, azeite sem fruta não é bom. Mas tanto faz o tipo de fruta.
Amargor
É sentido sobre a língua e pode ser mais ou menos intenso. Um bom azeite deve apresentar equilíbrio entre o amargor e a picância.
Picância
É sentida quase na garganta. A intensidade depende da variedade da azeitona. Amargor e picância intensos vão bem com pratos mais condimentados.
Cor
Tom esverdeado indica que o azeite foi recém-espremido. Com o tempo, que pode variar de seis meses a um ano, o óleo vai ficando mais dourado.
E a acidez?
Não é perceptível ao paladar. Trata-se de um parâmetro químico que determina a quantidade de gordura do azeite. Se for menor que 0,8%, o azeite é extravirgem. Quanto menor a acidez, melhor o azeite, mas não se trata de critério absoluto. O degustador Paulo Freitas ressalta: “um azeite com 0,2% de acidez pode ser menos agradável e até ter defeitos comparado ao que tenha 0,5%”.
Especial - Deu a louca nos preços dos hortigranjeiros
No Rio, os preços praticados dentro da central de abastecimento, no período de um mês, subiram até 30%, como constatamos em alguns produtos analisados. Mas, em um mercado italiano de São Paulo, inaugurado nesta semana, eles chegavam ao absurdo: o quilo da vagem era vendida por R$ 22,39. Como constatou um blogueiro do jornal Estadão.
Há algumas semanas a gente vinha chamando a atenção sobre aumento dos preços dos produtos negociados pelas centrais de abastecimento, principalmente na Região Sudeste do país. Em algumas, a dança dos preços, como em Minas Gerais e no Espírito Santo, chegava a destoar das centrais de São Paulo (Ceagesp) e do Rio de Janeiro (Irajá e Colubandê), com o tomate puxando a alta junto com outros produtos, como a batata e a cebola, por exemplo. Na dianteira, o tomate chamou mais a atenção e chegou a virar tema de reportagem de dois importantes jornais cariocas: O Globo e Extra. O CeasaCompras, se você for no portal (www.ceasacompras.com.br) e no Blog verá que a gente tinha denunciado e tentado explicar o que vinha ocorrendo com os preços do tomate, que tinha no município de Paty do Alferes, na Região Serrana Sil, o seu maior produtor. A gente apelidou o tomate de "caviar" carioca.
E agora, acompanhando o desenrolar dos preços, notamos que a situação é bem drástica no Rio e chega ao absurdo em São Paulo, onde um mercadão italiano inaugurado nessa semana (como noticiamos no Blog Qsacada - www.qsacada.blogspot.com.br) que chegou a cúmulo de vender o quilo da vagem manteiga a R$ 22,39; o do tomate, a R$ 16,70; dos melões, com preços variados (R$ 26,90, R$ 14,90, R$ 16,99); a melancia a R$ 21,39; a cereja, R$ 99,90 o quilo; e a maçã, dependendo da procedência (R$ 15,39, R$ 13,39 e R$ 11,90, respectivamente). A alegação é que os produtos são fresquinhos e, em alguns casos, importados.
Com nós estamos falando de São Paulo, fomos pesquisar os preços divulgados pela diretoria técnica da Ceagesp, a maior da América Latina e que é administrada pelo Governo Federal. Lá, o preço do quilo da vagem era de R$ 4,36, mesmo assim, ainda alto quando chega para o consumidor final. O tomate era vendido a R$ 5,10; a cenoura comum, R$ 2,72; o alho nacional (R$ 13,15), argentino (12,99) e o chinês (R$ 11); a batata tinha o preço variando entre R$ 0,87 e R$ 1,70; a cebola roxa, R$ 4,44; a cebola de Santa Catarina (R$ 5,18), argentina (R$ 5,29) e a holandesa (R$ 4,02).
Os preços dos ovos brancos e vermelhos, caixa com 20 dúzias, eram de R$ 73,44 e R$ 85, respectivamente. O abacaxi, unidade com dois quilos, custava R$ 4,66 (enquanto que na Ceasa capixaba, as mesma fruta sai por R$ 1,50); e a banana prata de Minas Gerais (R$ 2,70) e de São Paulo (R$ 2,18), o quilo.
Preços 30%, em média, mais caros no Rio
Nossa equipe do CeasaCompras também pesquisou os preços praticados pelas centrais de abastecimento do Irajá, na Zona Norte do Rio, a maior do estado, e do Colubandê, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana, durante um mês, entre os dias 20 de abril e 20 de maio, onde detectamos um aumento de 30% em boa parte dos preços. Então, como existe a grita geral sobre o tomate que está sendo cobrado entre R$ 9 e R$ 10 o quilo, verificamos comora era vendida, há um mês, a caixa de 22 quilos do produto: antes, custava R$ 70 ( e mesmo assim os preços ainda eram altos nos chamados "sacolões" e nas feiras livres); mas agora, a caixa estava sendo vendida a R$ 100, com tendência de mais alta até o meio da semana que vem.
A cebola, que antes custava R$ 55, a saca de 20 quilos, passou a ser vendida a R$ 80 ( de Santa Catarina) e R$ 82 (Rio Grande do Sul),e a cebola roxa (R$ 85). Outro absurdo de preços: o alho importado, caixa com 10 quilos, que antes era vendido entre R$ 100 e R$ 130, hoje passou para R$ 120, o chinês, e R$ 140, o argentino. A vagem, que antes custava R$ 45, a caixa com 15 quilos, hoje baixou R$ 5 em relação ao preço anterior.
Para satisfação geral, constatamos quedas de preços, como a caixa com 30 dúzias de ovos vermelhos, que antes era vendida por R$ 100,e agora estava saindo por R$ 90. No caso dos ovos brancos houve um aumento de apenas R$ 3, de um mês para cá: custa R$ 78.
Na fruta, o abacaxi pérola sofreu majoração de R$ 1 em relação ao preço anterior: está sendo vendido a R$ 4, a unidade com dois quilos.
Em relação ao feijão e o arroz, constatamos queda de R$ 12 na saca com 30 kg do produto, que está sendo vendida agora por R$ 100; enquanto que o mesmo pacote com 30 kg do arroz fino branco, que antes era vendido por R$ 59,70; hoje sai por R$ 62,40.
Nossa análise baseou-se nos preços anunciados pela diretoria técnica da Ceasa Grande Rio.
Alta faz tomate desaparecer de restaurantes do Rio
Há alguns dias o CeasaCompras vem analisando a alta de preços do produto. Uma majoração sem qualquer justificativa plausível em nosso estado, já que temos uma região produtora importante que fica em Paty do Alferes, na Região Serrana Sul. Agora, jornais do Rio, como O Globo, correm atrás para mostrar os problemas causados no comércio e para o consumidor. Veja matéria.
O tomate voltou a vestir a máscara de vilão dos preços altos, e os comerciantes fazem malabarismos para substituir o produto que — de tão caro — já é tratado como iguaria de luxo nos pratos dos cariocas. No atacado, os gerentes de restaurantes que, até a última sexta-feira (dia 15), compravam uma caixa de 22 quilos do tipo Carmem por R$ 75, encontraram o mesmo alimento ontem, na Central de Abastecimento do Estado (Ceasa), em Irajá, por cem reais — alta de 33%.
Para não comprometer a qualidade dos pratos, cozinheiros estão usando artifícios como a troca de ingredientes.
— Estamos cozinhando com mais extrato de tomate, porque é mais barato e não faz tanta diferença nos pratos quentes. Também reduzimos o tomate no molho à campanha e disfarçamos a falta com mais cebola e pimentão — afirmou o subgerente Cleyson Martins, de 35 anos.
A secretária Rosane do Nascimento, de 60 anos, almoça todos os dias fora de casa e já percebeu que o produto tem se tornado um item cada vez mais raro nos restaurantes do Centro do Rio.
— Adoro tomate, mas à uma hora da tarde não tem mais a opção no bufê de saladas. Tenho notado que está faltando (no cardápio). Está difícil até comprar o alimento até para comer em casa — disse.
Nos balcões dos restaurantes a quilo, a alternativa é oferecer uma menor quantidade. O comerciante Adilson Ferreira, de 43 anos, decidiu expor os pratos com tomate no início do horário de almoço, mas, depois que acabam, não há substituição.
— O preço do tomate está quase o mesmo da carne. Se comprar via atravessador, sai a R$ 9 o quilo — afirmou ele.
O alimento está no período de entressafra, o que reduz a oferta no mercado e contribui para a escala de preço, segundo a Ceasa. De acordo com a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o custo do tomate subiu 17,9% apenas em abril e acumula uma alta de 48,65% desde janeiro deste ano.
— Para 2015, esperamos uma queda de 17% na safra. Eu recomendo que o consumidor substitua o fruto pelo molho de tomate, que teve uma alta menor, de 0,49% em abril — explicou Irene Machado, técnica do IBGE.
Custo continuará alto até junho
A expectativa da Ceasa é que o tomate comece a apresentar uma queda de custo a partir da segunda quinzena de junho, quando terão início as colheitas nas plantações do Noroeste do estado. De julho a setembro, normalmente, a retração no preço já costuma ser mais acentuada, pois a oferta de municípios do interior é somada às das cidades da região do Médio Paraíba. Para especialistas, pesquisar e comparar as ofertas nos supermercados, nas feiras e nos hortifrutis são as melhores estratégias para economizar.
— A busca ajudará o consumidor a encontrar um produto com melhor qualidade e menor preço. Vale usar a internet, os encartes promocionais dos jornais e até a indicação de amigos — sugeriu André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Não é apenas o tomate que está mais raro nos pratos dos cariocas. Alguns tipos de feijão também registraram aumento de preços e estão sendo substituídos pelos estabelecimentos. O mototaxista Alan da Silva, de 33 anos, já reparou que o feijão branco da receita original de dobradinha some em tempos de inflação em alta.
— Os restaurantes estão priorizando o feijão fradinho, mais barato do que o branco. Eles (os donos) acham que não percebemos, mas eu notei. Mas não tem problema. Fica gostoso também — disse.
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