sexta-feira, 22 de maio de 2015

Alta faz tomate desaparecer de restaurantes do Rio


                             

Há alguns dias o CeasaCompras vem analisando a alta de preços do produto. Uma majoração sem qualquer justificativa plausível em nosso estado, já que temos uma região produtora importante que fica em Paty do Alferes, na Região Serrana Sul. Agora, jornais do Rio, como O Globo, correm atrás para mostrar os problemas causados no comércio e para o consumidor. Veja matéria.

O tomate voltou a vestir a máscara de vilão dos preços altos, e os comerciantes fazem malabarismos para substituir o produto que — de tão caro — já é tratado como iguaria de luxo nos pratos dos cariocas. No atacado, os gerentes de restaurantes que, até a última sexta-feira (dia 15), compravam uma caixa de 22 quilos do tipo Carmem por R$ 75, encontraram o mesmo alimento ontem, na Central de Abastecimento do Estado (Ceasa), em Irajá, por cem reais — alta de 33%.

Para não comprometer a qualidade dos pratos, cozinheiros estão usando artifícios como a troca de ingredientes.

— Estamos cozinhando com mais extrato de tomate, porque é mais barato e não faz tanta diferença nos pratos quentes. Também reduzimos o tomate no molho à campanha e disfarçamos a falta com mais cebola e pimentão — afirmou o subgerente Cleyson Martins, de 35 anos.

A secretária Rosane do Nascimento, de 60 anos, almoça todos os dias fora de casa e já percebeu que o produto tem se tornado um item cada vez mais raro nos restaurantes do Centro do Rio.

— Adoro tomate, mas à uma hora da tarde não tem mais a opção no bufê de saladas. Tenho notado que está faltando (no cardápio). Está difícil até comprar o alimento até para comer em casa — disse.

Nos balcões dos restaurantes a quilo, a alternativa é oferecer uma menor quantidade. O comerciante Adilson Ferreira, de 43 anos, decidiu expor os pratos com tomate no início do horário de almoço, mas, depois que acabam, não há substituição.

— O preço do tomate está quase o mesmo da carne. Se comprar via atravessador, sai a R$ 9 o quilo — afirmou ele.

O alimento está no período de entressafra, o que reduz a oferta no mercado e contribui para a escala de preço, segundo a Ceasa. De acordo com a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o custo do tomate subiu 17,9% apenas em abril e acumula uma alta de 48,65% desde janeiro deste ano.

— Para 2015, esperamos uma queda de 17% na safra. Eu recomendo que o consumidor substitua o fruto pelo molho de tomate, que teve uma alta menor, de 0,49% em abril — explicou Irene Machado, técnica do IBGE.

Custo continuará alto até junho

A expectativa da Ceasa é que o tomate comece a apresentar uma queda de custo a partir da segunda quinzena de junho, quando terão início as colheitas nas plantações do Noroeste do estado. De julho a setembro, normalmente, a retração no preço já costuma ser mais acentuada, pois a oferta de municípios do interior é somada às das cidades da região do Médio Paraíba. Para especialistas, pesquisar e comparar as ofertas nos supermercados, nas feiras e nos hortifrutis são as melhores estratégias para economizar.

— A busca ajudará o consumidor a encontrar um produto com melhor qualidade e menor preço. Vale usar a internet, os encartes promocionais dos jornais e até a indicação de amigos — sugeriu André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Não é apenas o tomate que está mais raro nos pratos dos cariocas. Alguns tipos de feijão também registraram aumento de preços e estão sendo substituídos pelos estabelecimentos. O mototaxista Alan da Silva, de 33 anos, já reparou que o feijão branco da receita original de dobradinha some em tempos de inflação em alta.

— Os restaurantes estão priorizando o feijão fradinho, mais barato do que o branco. Eles (os donos) acham que não percebemos, mas eu notei. Mas não tem problema. Fica gostoso também — disse.

Pimentão é destaque na oferta no mercado da Ceasa/ES


                               
No Brasil, há três variedades mais comuns de pimentão, o verde, o vermelho e o amarelo.

O pimentão é um vegetal bastante consumido em todo o mundo, com um sabor forte e apimentado ele é usado na gastronomia de diversas formas como saladas, prato principal, e também como tempero de alimentos. Nos primeiros meses do ano, nas Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), circularam 2.416.240 quilos do produto gerando uma movimentação financeira de R$4.537.280,62.

O município que mais contribuiu com a oferta foi Santa Maria de Jetibá, responsável por 40%, seguido de Domingos Martins com 19%. Os dois municípios totalizaram 1.408.375 quilos. Outros municípios como Alfredo Chaves, Santa Leopoldina, Laranja da Terra, e Santa Teresa também contribuíram de forma positiva na comercialização.

Segundo dados do setor de estatística da Ceasa/ES, 20 municípios capixabas ofertam o produto no entreposto central, localizado em Cariacica. O Estado de São Paulo também contribuiu na comercialização, no período de janeiro a abril o Estado contribuiu com 73.395 quilos totalizando R$489.686,04. O vegetal querido pelos capixabas pode ser encontrado durante todo o ano e é um dos produtos mais procurados. Atualmente o quilo do pimentão verde está sendo cotado a R$2,10, o vermelho R$6,45 e o amarelo R$6,30 o quilo.

Saúde

No Brasil, há três variedades mais comuns de pimentão, o verde, o vermelho e o amarelo. Ao escolher, descarte os que apresentam machucados ou áreas escuras e fique com os que têm cor viva e pele lisa.

Segundo a nutricionista Matilde Alves o pimentão é uma excelente fonte de vitamina C, importante para o sistema imunológico e um poderoso antioxidante que ajuda a combater radicais livres, responsáveis por agredir células saudáveis. Quando está maduro é uma boa fonte de vitamina A que auxilia na saúde dos ossos, da pele e da visão.

O pimentão vermelho ainda contém licopeno, uma substância aparentemente relacionada à menor incidência de câncer de próstata, de colo de útero, de bexiga e do pâncreas.

Para saborear o pimentão, que tal uma receita bem fácil?

Pimentão recheado com carne moída e queijo
Ingredientes
570 g de carne moída
3 dentes de alho picados
1 cebola picada
430 g de tomate sem casca
1 xícara de queijo ralado
1 1/2 xícara de caldo de galinha
6 pimentões vermelhos pequenos

Modo de preparo
Aqueça uma frigideira e refogue a cebola, o alho e a carne moída. Adicione o queijo, misture e reserve esse caldo. Corte uma tampa na parte dos cabinhos dos pimentões e retire o miolo e as sementes. Coloque um pouco do caldo em cada um dos pimentões e coloque-os dentro de formas individuais ou refratário. Pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC) e gratine por 30 minutos.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Alimentação Saudável nas escolas vai premiar municípios do Rio de Janeiro










                            
 
Prêmio será lançado durante a Green Rio 2015 para estimular compras para a merenda escolar de produtos da agricultura local.

Produtores rurais fluminenses terão mais uma oportunidade para aumentar sua renda com a comercialização de seus produtos. Durante o Green Rio 2015, que acontece nos dia 20 e 21, das 10h às 18h, no Espaço Tom Jobim, Jardim Botânico, no Rio, será lançado o prêmio Alimentação Escolar Saudável. O evento, uma iniciativa da ONG Planeta Orgânico, conta com o apoio da secretaria estadual de Agricultura.

Em reunião, nesta quinta-feira (14/5), com o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, a diretora da ONG, Maria Beatriz Martins Costa, apresentou o projeto, realizado em parceira com o Sebrae RJ. Segundo ela, a premiação visa estimular as prefeituras a utilizarem produtos locais mais saudáveis na merenda escolar da rede municipal.

As prefeituras interessadas poderão se inscrever em estande montado na Green Rio ou nas unidades do Sebrae RJ, em seu município. Indicadores como o aumento do uso de frutas e legumes, diminuição da utilização de produtos industrializados e, principalmente, aumento da compra de alimentos oriundos de estabelecimentos locais serão quesitos utilizados na avaliação da premiação.

- Para abordar o tema, convidamos o pesquisador dinamarquês, Bent Milkkensen, da Universidade Aalborg, que falará no evento sobre como as compras locais desafiam as cadeias globais de alimento - adiantou a diretora.

Na avaliação do secretário Christino Áureo, a iniciativa é mais uma forma de estimular administrações municipais para a valorização da produção agropecuária local.

- Já contamos com o Programa Nacional de Alimentação Escolar, uma parceria entre o ministério do Desenvolvimento Agrário e as secretarias estaduais de Agricultura e de Educação, que visa garantir que 30% do total dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sejam utilizados na aquisição de alimentos da agricultura familiar. Em conjunto, essas ações promoverão uma prática importante tanto para a saúde da população, quanto para o aquecimento da economia dos municípios - afirmou.

As prefeituras de Três Rios, Trajano de Morais, Itaperuna e Paraíba do Sul já garantiram a participação no projeto.

Outros temas para a promoção de práticas sustentáveis também serão tratados durante a Green Rio 2015, cuja a principal abordagem será Bioeconomia e Biodiversidade. Para Maria Beatriz, o estado do Rio já se destaca na implantação de políticas públicas sustentáveis. O Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, segundo ela, já está praticando a bioeconomia.

- É um caso concreto de programa com preocupação real com a agricultura sustentável - finalizou.

As inscrições para as palestras do Green Rio 2015 são gratuitas e podem ser feitas através do site: www.greenrio.com.br.

Vigor anuncia investimento de R$ 70 milhões em Barra do Piraí


                          
 
Planta industrial deverá entrar em operação no segundo semestre deste ano neste município do Sul Fluminense..

Os incentivos para a indústria leiteira, implementados pela secretaria estadual de Agricultura, através do programa Rio Leite, continuam atraindo investimentos para o estado do Rio. A Vigor Alimentos divulgou, nesta quarta-feira (13), que deverá investir R$ 70 milhões na conclusão da planta industrial, que está sendo construída em Barra do Piraí, no Sul fluminense. A informação foi passada pelo CEO do grupo, Gilberto Xandó, por ocasião da divulgação ao mercado do balanço do primeiro trimestre de 2015 da empresa.

Para o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, o iniciativa é fundamental para o desenvolvimento da cadeia leiteira naquela região.

- Estamos confiantes nessa operação da Vigor no Rio de Janeiro. Serão centenas de empregos na fábrica e milhares no campo. É a comprovação do acerto do nosso Programa Rio Leite, que, apoiado pelo governador Luiz Fernando Pezão, permitiu atrair empresas e estimular o produtor, elo mais importante de toda essa cadeia - afirmou.

A expectativa da empresa é que a fábrica entre em operação no segundo semestre, para atender os mercados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Segundo previsão da Vigor, o empreendimento deverá gerar 500 empregos diretor e 1.500 indiretos. Para a produção de iogurtes, requeijões, fermentados, leite UHT e achocolatados, serão captados 6 milhões de litros de leite por mês, adquiridos com produtores do Rio de Janeiro e estados vizinhos.

A planta de Barra do Piraí foi cedida em comodato à Vigor pelo Município, em junho de 2014.

Angra dos Reis (RJ) terá entreposto de pesca

   

                     
 
Projeto, apresentado em Brasília, nesta semana, custará R$ 4,5 milhões. Em trabalho conjunto, governos federal e estadual preparam Estatística Pesqueira. Rio de Janeiro apresenta projeto "De Olho no Peixe" , na reunião da Fiperj com o Ministério da Pesca

Com o intuito de formalizar parcerias em prol do setor pesqueiro e aquícola fluminense, o presidente da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), Essiomar Gomes, se reuniu nesta terça-feira, 12, com o ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, em Brasília. No encontro, foram apresentados ao ministro alguns projetos da instituição, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap), sinalizando duas importantes conquistas para o estado: a possibilidade de celebração de novo convênio para a realização da Estatística Pesqueira e a nacionalização da campanha “De Olho no Peixe”.

O projeto de um Entreposto Pesqueiro para Angra dos Reis também esteve na pauta da reunião, que contou ainda com os subsecretários da Sedrap Sebastião Rodrigues (de Estado) e Renato Bravo (de Pesca), além do deputado federal Julio Lopes e do diretor de Pesquisa e Produção da Fiperj, Augusto Pereira.

Estatística Pesqueira - Resultado de convênio firmado com o próprio Ministério (entre agosto de 2010 e novembro de 2012), o Monitoramento da Pesca no Estado do Rio de Janeiro, mais conhecido como Estatística Pesqueira, é mantido desde então com recursos próprios da Fundação, passando de cinco municípios (Angra, Niterói, São Gonçalo, Cabo Frio e São João da Barra) para 16 assistidos. Foram incluídos: Búzios, Paraty, Rio de Janeiro, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Macaé, Campos dos Goytacazes e São Francisco de Itabapoana. Para Augusto Pereira, esta é sem dúvida uma grande vitória para a instituição.

- Com o fim do primeiro convênio, passamos a trabalhar apenas com estagiários. Essa nova parceria vai permitir contratarmos funcionários com carga horária maior, intensificando o esforço de coleta de dados - explica Augusto.

O objetivo da Estatística Pesqueira é estimar a produção desembarcada no estado e suas oscilações sazonais, além de caracterizar a frota quanto aos tipos de petrechos e embarcações utilizadas. O ministro Helder Barbalho classificou a geração de estatística como fundamental e prioritária, pois não só dará notoriedade à pasta, ratificando sua importância, como vai nortear a elaboração de políticas públicas em benefício do setor.

De Olho no Peixe - Durante a reunião, o presidente da Fiperj, Essiomar Gomes, soube vender bem seu peixe. A campanha de conscientização “De Olho no Peixe”, que foi levada a nove municípios no período da Semana Santa para reforçar o consumo do pescado, caiu nas graças do ministro e vai virar pauta nacional em vésperas de grandes feriados. “É muito satisfatório para a gente ver um programa que nasceu no estado do Rio ganhar forma nacional”, diz Essiomar.

Entreposto em Angra - O presidente da Fiperj falou ainda sobre o projeto de construção, em Angra, de um Entreposto Pesqueiro - estabelecimento dotado de dependências e instalações adequadas ao recebimento, manipulação, frigorificação, distribuição e comércio do pescado.

- Nossa estatística aponta que Angra é o principal município produtor de pescado do estado, à frente até de Niterói e São Gonçalo. A Fiperj já está fazendo um estudo técnico e um projeto para que a cidade tenha enfim um entreposto pesqueiro, que é uma reivindicação antiga dos moradores - informou Essiomar.

Quando estiver pronto, o projeto será apresentando à Prefeitura e depois ao Ministério. Essiomar Gomes adianta que entendendo a importância do entreposto não só para o município como para todo o estado os deputados federais Julio Lopes, Fernando Jordão e Luiz Sérgio apresentarão uma emenda cada de R$ 1,5 milhão para construção do entreposto, totalizando R$ 4,5 milhões para a construção do estabelecimento.

Cadeg quer virar ponto turístico para as Olimpíadas 2016


                     
 
Primeira central de abastecimento no antigo estado da Guanabara prepara expansão dos serviços para se tornar roteiro obrigatório
durante os jogos na capital carioca. Veja reportagem de O Dia.

A Central de Abastecimento do Estado da Guanabara (Cadeg), vai virar ponto turístico. O Mercado Municipal do Rio, nome atual do comércio localizado em Benfica, prepara a expansão dos serviços e o fomento do turismo para se tornar roteiro obrigatório na cidade.

A inserção do comércio em aplicativo de serviços e a capacitação de funcionários estão entre as novidades para aproveitar as oportunidades geradas pelas Olimpíadas de 2016 na cidade, ressaltou o presidente do Cadeg Marcello Penna.

“Quem vem ao Cadeg para almoçar acaba comprando mais algum produto. Acredito que os jogos darão um incremento nas vendas”, disse Penna. “Vamos mudar, porém mantendo a tradição portuguesa e a referência no atacado. Queremos ser o maior mercado municipal do mundo”, almeja.

O anúncio chega com o levantamento inédito do Sebrae sobre o perfil do comerciante e ações para promover os negócios locais. Coordenador regional do Sebrae-RJ, David Abrantes diz que a popularidade do Cadeg fez tornar necessário a ampliação dos serviços oferecidos.

“Pensando em melhorias, os comerciantes saíram na frente e vão chegar na frente. Estamos buscando soluções para confirmar que além de um ponto comercial do atacado e varejo, também pode ser ponto turístico”, afirma Abrantes.

O estudo mostra que mais empreendimentos foram abertos nos últimos anos. Mais de 36% dos negócios funcionam há menos de 5 anos e 15% das atividade em menos de 2 anos.

Marcelo da Veiga será um dos novos comerciantes. Ele vai abrir no próximo mês um café junto com a esposa. “Estamos visando o público existente, que é grande, e o que vai vir com a expansão do Cadeg. Estamos esperançosos”, anima-se.

Olimpíadas terão comida orgânica e carnes especiais


                               

Preparem-se, o comitê organizador dos jogos preparou critérios ecológicos e sociais para gastar R$3 bilhões e comprar 30 milhões de itens, de bola de tênis a madeira para o pódio, afirma a revista Época desta semana.


Existe uma turma no Rio de Janeiro que se prepara para ir às compras. Não é uma galera qualquer. Eles estão organizando uma grande festa. Têm um orçamento de R$ 3 bilhões para as compras do evento. Em compensação, sua lista é complexa e extensa. São cerca de 30 milhões de produtos a adquirir. Tem de quase tudo, desde mesas e cadeiras a equipamento esportivo como bola de tênis e rede de vôlei, passando por cronômetros e painéis sofisticados. E, é claro, bandeiras de 70 países e medalhas de ouro, prata e bronze. Esses organizadores estão preparando os Jogos Olímpicos do Rio. Dizem que as Olimpíadas são a maior operação de logística em tempos de paz. Por isso, o plano do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 é usar esse poder de compra para garantir que os itens usados nos jogos sejam ecologicamente e socialmente corretos. E que esse esforço de compras ajude diversos fabricantes no país a atender critérios de sustentabilidade mais elevados. “Queremos ter um impacto transformador na cadeia de fornecedores do Brasil”, diz Tania Braga, gerente de sustentabilidade do comitê.

O comitê preparou um manual de compras com critérios de sustentabilidade. E vem trabalhando para desenvolver os fornecedores em algumas áreas.

Um dos desafios é na área de alimentação. Serão 14 milhões de refeições servidas nos refeitórios da Vila Olímpica e outras áreas da competição. O plano é oferecer vários menus com opção de orgânico, vegetariano, vegano, kosher e outros. “Precisamos dar conforto a quem vem de diferentes países e segue diferentes tradições ou religiões”, diz Tania. Além da diversidade, o comitê quer garantir alguns princípios. A carne de boi precisa vir de fornecedor que garanta não comprar de pecuarista em área de desmatamento ilegal. O comitê está trabalhando com as ONGs WWF e Conservação Internacional para selecionar o critérios de rastreabilidade para a carne. O peixe também deve ser certificado. O comitê fez uma parceria com o Marine Stewardship Council, organização internacional responsável pela principal certificação marinha. Além de comprar de produtores internacionais já certificados, o comitê quer incentivar pescadores do Brasil. “Queremos incentivar um sistema de certificação que nos permita servir pirarucu de pesca sistentável na Amazônia ou de uma reserva extrativista marinha no litoral do Brasil”, diz Tania. Se conseguirem isso, podem ajudar a dar valor para a produção dos pescadores da Amazônia e quebrar as barreiras que dificultam a entrada dos maravilhosos pescados da região Norte no mercado do Sudeste.

>>Por que a certificação garante a preservação das florestas e dos rios

Para escolher os produtos não perecíveis, o comitê encomendou um estudo de ciclo de vida dos materiais. Ele considerou os impactos de toda a vida do produto, desde a origem até o descarte final. Com isso, o comitê montou um sistema baseado em cores. Os tipos de produto em vermelho não devem ser comprados. Para os laranjas, é bom procurar opção. Os itens em azul estão livres.

Com base nesse sistema de cores, o comitê começou a decidir os materiais para os cenários da competição. Boa parte das toneladas encomendadas para os jogos servem para o que eles chamam de “look dos jogos”. São os painéis com a logomarca das Olimpíadas e as cores que ficam no fundo das quadras e nos ambientes da competição. É o que as pessoas mais veem pela TV. Essas estruturas consomem muita lona, PVC, madeira e tecidos. A partir da análise de ciclo de vida, o comitê decidiu substituir os painéis de lona, que incluiem produtos químicos pesados na produção, por outros de tecido. O desafio atual é encontrar um substituto economicamente viável para o PVC, que também envolve química pesada e é de difícil descarte ou reciclagem.

Nem sempre essa política implica em preço mais alto. Foi o que o comitê descobriu na hora de comprar lâmpadas para a sede, localizada na Cidade Nova, perto da prefeitura do Rio. A sede do comitê é um prédio modular, armado com contêiners. Ele vai crescendo aos poucos, recebendo mais metro quadrado e mais andares na medida em que os jogos se aproximam. “Quando fomos encomendar os primeiro lote de lâmpadas pensamos em usar LED no lugar das fluorescentes tradicionais em escritórios”, diz Tania. Cada lâmpada de LED custava o triplo do preço na ocasição. “Mas fizemos a conta completa”, diz. Primeiro, um arquiteto avaliou que, para iluminar a mesma sala, bastam 4 lâmpadas LED em vez de 6 fluorescentes. Depois, consideraram que a LED dura muitos anos. “Quando os jogos acabarem, devolveremos as lâmpadas com a estrutura da empresa que constriuiu o prédio. Levando em conta tudo isso, e mais a economia na conta de energia, o preço da LED passou a valer a pena”, diz Tania.

Madeira é um assunto sério para quem organiza dos jogos. A começar pelo mobiliário. São 80 mil camas, 40 mil armários além de 485 pódios para os medalhistas. Nos esportes coletivos, como vôlei, o time todo sobe no pódio, e é necessário mais de um módulo de pódio. O comitê está trabalhando com o Forest Stewardship Council (FSC) que certifica produtos de origem florestal. “Conseguimos certificar 8 indústrias moveleiras pequenas e médias do Brasil e estamos com 13 no processo”, diz Tania.

Os atletas e profissionais hospedados na Vila Olímpica descansarão em 22 mil almofadas. “Queríamos que elas fossem feitas por artesão das favelas do Rio”, diz Tania. O comitê buscou ONGs que trabalhassem com cooperativas de artesanato nas comunidades. Fizeram uma concorrência simplificada, para as ONGs comunitárias participarem. “Funcionou. Elas têm até junho de 2016 para entregar as almofadas”, afirma Tania. A maior parte do material é entregue mais próximo da data dos Jogos, para facilitar o transporte e o armazenamento.

Os fornecedores nacionais de todos os materiais e serviços dos Jogos precisaram apresentar uma meta de oferecimento de primeiro emprego ou para contratação de moradores das favelas do Rio. “Cada empresa oferecia sua meta e nós avaliávamos junto com os outros critérios”, diz Tania. O comitê também foi verificar as condições de trabalho dos fornecedores. Inclusive fora do Brasil. Um grupo de compradores do comitê organizador passou um ano vistoriando 5 fábricas de materiais têxteis na China. “Fizemos uma lista de exigências para que eles melhorassem as condições de trabalho e fomos conferir se cumpriram”, afirma.

A ideia de mudar os critérios de compra chegou até às medalhas. O comitê desafiou a Casa da Moeda do Brasil, responsável pela fabricação dos biscoitos de ouro, prata e bronze, a usar a maior quantidade possível de metal reciclado. Serão 5400 medalhas cunhadas para os Jogos. Os três metais são encontrados em aparelhos eletrônicos descartados. Também é possível recuperar ouro de aparelhos antigos de radiografia. O Comitê Organizador e a Casa da Moeda irão anunciar o percentual de reciclagem das medalhas quando o design delas for oficialmente apresentado no segundo semestre deste ano.