Por Jorge Luiz Lopes (jorgeseraphini@gmail.com)
A fruta, tão necessária na cozinha e nos tratamentos contra a obesidade e outros males da saúde, está de volta ao cenário dos preços altos. E, parece, que ainda vai ficar um longo tempo como protagonista da triste história de ataque ao bolso do consumidor.
Mais uma vez a história se repete: tá lá ele, destacado como astro principal da novela que corroi o bolso do trabalhador. O limão tahiti vai de ator a canastrão e emplaca preço de quase R$ 10, o quilo. Isso mesmo! Você não leu errado e nem viu errado na plaquinha do supermercado, sacolão ou da feira-livre. As explicações para isso: não está na época; e ganância de produtores que estão exportando muito.
O CeasaCompras.com, que não descansa nunca, fez algumas "visitinhas", escolhendo para isso uma rede popular de supermercado, que vem anunciando maciçamente na TV e no rádio usando artistas, e "sacolões". O que viu? Preços variando entre R$ 9 e R$ 9,98 ( o efeito R$ 1,99, chinês).
E no atacado? É, nas centrais de abastecimento da Região Sudeste do país os preços estão bem mais altos, mas nada que se compare ao que está acontecendo no varejo dos quatro estados ( SP, RJ. MG e ES). Na Ceasa Grande Rio, o quilo está por R$ 4,40; na Ceagesp, R$ 5,59; na Ceasa Minas Gerais, R$ 4,50, e na Ceasa ES, R$ 4,30.
A Ceasa baiana é a que apresenta o menor preço para o quilo do limão tahiti, R$ 1,70; seguida das centrais paraense ( R$ 2,50) e do Rio Grande do Norte (R$ 3). Já nas ceasas do Maranhão (R$ 3,50), Pernambuco (R$ 3,50) e Paraíba (R$ 3,92), os preços ficaram abaixo de R$ 4 - valor praticado pelas centrais de abastecimento do Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Exportação
De acordo com pesquisa do Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado ao governo estadual paulista, os preços deste tipo de limão apresentaram alta de 25% na Ceasa Minas Gerais, e de 2,56% na Ceagesp, onde chegou a atingir R$ 6, o quilo.
Não é a primeira vez que os preços do limão tahiti oscilam para o alto, chegando quase a atingir a estratosfera da economia popular. A oferta da fruta "in natura" em 2013, 2014, 2015 e parte de 2016 sofreu redução, uma vez pelo clima e em sua maioria devido ao crescimento das exportações para a Europa. Isso forçoram os preços para o alto. A União Européia consumiu 80,8 mil toneladas do limão brasileiro. As exportações brasileiras da fruta tiveram um crescimento de 118%, chegando a 96,5 mil toneladas.
O estado de São Paulo responde por 70% da produção nacional, que oscilou entre 30 milhões e 44 milhões de caixas de 22 quilos por safra.
O pico da safra do limão só acontece no primeiro semestre de cada ano, e os produtores estão plantando cada vez mais para a exportação.