O ovo é um alimento comum na dieta do brasileiro. Só no ano passado, foram consumidos em média 196 ovos por pessoa, segundo os dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Cada unidade contém aproximadamente 70 calorias e é uma fonte de vários nutrientes necessários para o corpo humano, como proteína, minerais, vitaminas, aminoácidos, antioxidantes e gorduras saudáveis.
Com um custo acessível nos supermercados para quase todos os públicos, atualmente o consumidor já pode escolher entre pelo menos quatro tipos de ovos, são eles: de granja, caipiras, orgânicos e de galinhas livres de gaiolas. Cada uma dessas variedades apresenta particularidades nas formas de produção, criação e alimentação das aves. Conheça os tipos de ovos:
Ovo caipira
De maneira geral, o imaginário popular mantém uma ideia de que o ovo caipira, ou colonial, é menor, com a casca escura e a gema mais amarelada. Mas, de acordo com a pesquisadora Helenice Mazzuco, do Núcleo Temático de Produção de Aves, da Embrapa Suínos e Aves, isso é um engano. Não é a coloração e o tamanho que determinam se o ovo pode ser considerado caipira. “Os critérios de produção das aves, como alimentação, manejo e higiene, é que definem a designação do tipo de ovo”, disse. Conforme a regulamentação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a criação das galinhas poedeiras de ovo caipira pode ser feita da mesma forma que as que botam os ovos convencionais. A normativa diz que elas podem ser confinadas em gaiolas, mas exige pelo menos 3 metros quadrados de pasto para cada ave. Além disso, para ser considerado ovo caipira, as galinhas devem ser alimentadas com dietas exclusivamente de origem vegetal, sem pigmentos artificiais na ração.
Ovos orgânicos
As normas estabelecidas pelo Mapa sugerem que ovos orgânicos devem ser produzidos em um sistema de manejo equilibrado, que respeite a sustentabilidade do solo e de todos os recursos naturais envolvidos. As galinhas devem se alimentar somente de ingredientes cultivados sem agrotóxicos, fertilizantes e transgênicos. Além disso, as aves devem ter espaço para se movimentar livremente. Para receber a certificação de produção orgânica, a galinha também não pode ser medicada com antibióticos ou remédios que estimulem o crescimento do animal.
Ovos de galinhas livres
Segundo a Embrapa, a produção de ovos oriundos de galinhas livres ainda não é normatizada do Brasil. Mas, de acordo com o Instituto Akatu, que mobiliza a sociedade pelo consciente, esse tipo de ovo é vendido normalmente por varejistas. Eles dizem oferecer às galinhas um ambiente de produtividade mais próximo ao natural. Sendo assim, as aves podem botar ovos no local que escolherem, ciscar e empoleirar-se onde quiserem. A ideia é que elas tenham um comportamento mais instintivo possível.
Ovo de granja
A criação de galinhas em granjas ou gaiolas é a mais difundida no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse tipo de sistema abriga mais de 152 milhões de aves poedeiras no país. Para que as galinhas tenham maior produtividade, técnicas específicas de controle de ambiente, dieta e iluminação artificial são aplicadas na criação. A alimentação é feita basicamente com ração balanceada. Em alguns casos, o bico dos animais é cortado, para que não machuquem outras aves.
A cor da casca e da gema faz alguma diferença?
A diferença na coloração da casca do ovo é determinada unicamente pela raça da galinha. Esse fator não determina se o ovo é caipira, de granja ou sustentável. A cor das gemas varia de acordo com a quantidade de pigmentos ingeridos pelas aves. Algumas dessas substâncias estão presentes no milho e na soja, por exemplo, principais ingredientes da ração fornecida às galinhas. Entretanto, algumas produtoras de ovos adicionam corantes artificiais para realçar o amarelado da gema.