quarta-feira, 27 de maio de 2015

Você sabe realmente fazer café?


                            
 
Veja 9 dicas para fazer o café perfeito em casa, segundo à quarta edição do "Guia do Barista", publicação referência para interessados no universo do café.

De forma didática, o guia assinado por Edgard Bressani, especialista no assunto e presidente-executivo do Octávio Café, reúne dicas para o preparo do expresso, informações sobre países produtores do grão, regras de competições internacionais, além de mapas e fotos dos processos que levam à bebida.

"Não é um guia só para baristas, é para apreciadores e apaixonados por café. Da semente à xícara, para que todos possam conhecer o processo e entender o que há por trás do café", diz o autor.

O livro, que será lançado nesta terça (26), conta também com receitas de drinques clássicos e criativos com a bebida.

Confira abaixo dicas do autor Edgard Bressani para fazer um bom café em casa.
1. Escolha um pacote certificado

Busque nas prateleiras embalagens de grãos 100% arábica e indicações de que o café é especial, com origem, rastreabilidade e proteção ambiental. Atente para certificações como Utz Certified, Rainforest Aliance e da Associação Brasileira de Cafés Especiais. Bons blends de café costumam custar entre R$ 30 e R$ 60 o quilo.

2. Prefira o café daqui

Quanto mais recente a torra, melhor. O período entre a torra e o consumo faz com que ele perca sabor. O café importado pelo Brasil já vem torrado. Por isso, prefira o café nacional. Mesmo assim, preste atenção à data de validade –que identifica a idade do café.

3. Armazene em potes herméticos

Em casa, proteja o café guardando o pó (ou grãos) em potes herméticos. Se possível, invista em embalagens que permitem tirar o oxigênio de seu interior (ele oxida o café). Procure um lugar com pequena variação de temperatura e protegido da luz. Ele não deve ser mantido em geladeira por causa da umidade, uma inimiga do café.

4. Moer em casa é o ideal

O café moído na hora é mais rico em aromas. Hoje, o mercado tem muitas opções de moedores caseiros, manuais e elétricos. Um aparelho pode custar cerca de R$ 100. Se o café feito em casa for o coado, é preciso moer bastante o grão, até que fique fino.

5. Use água filtrada ou mineral

Ao aquecer a água, cuidado para que ela não ferva (fique borbulhando): isso diminui a quantidade de oxigênio e, consequentemente, a intensidade de aromas da bebida. Mantenha a água a aproximadamente 93 ºC.

6. Escalde o filtro de papel

Compre filtros do tamanho do porta-filtro. Antes de preparar o café, use a água quente para escaldar o filtro –isso tira o gosto de papel que pode ser passado para a bebida. Depois de usar filtros de pano, lave os filtros só com água, para evitar o gosto de produtos.

7. Não compacte o pó

Para fazer o café coado, coloque o pó no filtro de forma uniforme, sem compactá-lo, apertando-o. Molhe as beiradas primeiro e, a seguir, o centro do coador. Depois, direcione a água, em fio, bem no centro.

8. Bom café não precisa de açúcar

Café de boa qualidade deve mostrar o sabor que tem. Diferentemente do café especial, de torra mais clara, o industrial é muito torrado –uma tentativa de mascarar defeitos na bebida. Por isso, o açúcar se faz necessário: com ele é possível tomar qualquer coisa.

9 - Explore outros método

Hoje o mercado tem disponíveis utensílios para preparar café em casa de outras maneiras. Aeropress, chemex, prensa francesa e mocha são fáceis de usar e o mesmo pó preparado em variados métodos tem sabores diferentes. Vale a pena explorar.

O Guia do Barista, da Café Editora, está a venda no site cafeeditora.com.br por R$ 60

Saiba quais os produtos registraram alta e queda nos preços


                        
 
A cebola foi um dos produtos que sofreu aumento nos preços no estado capixaba..

Alguns produtos hortifrutícolas, encontrados no mercado das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), apresentaram queda e alta nos preços comparados com a última semana. Os produtos que mais registraram baixa nos preços foram o coco verde e o mamão havaí.

O coco verde teve queda de 31,5% no preço, o produto que custava R$0,73 na semana passada, está sendo ofertado a R$0,50. O mamão Havaí teve redução de 17% nos preços, o produto que era ofertado a R$R$1,06 se encontra a R$0,88.

Outros produtos também foram destaque e estão com os preços mais acessíveis ao consumidor: o mamão formosa (-14%), a tangerina ponkan (-12%), o quiabo (-10%), a abobrinha italiana (-10%), o melão amarelo (-10%), a cenoura (-9,6%), e a batata doce (-8,5).

Alguns produtos registraram alta nos preços como o pepino (46,9%), o chuchu (28,6%), o pimentão verde (24,7%) e a vagem (23%). A cebola e o tomate prevaleceram durante todo o mês com os preços mais elevados.

Segundo o gerente técnico das Unidades Regionais, Marcos Antônio Magnago, neste período alguns fatores têm contribuído para os preços relativamente altos. “Um dos fatores que explicam o aumento do preço do tomate no Espírito Santo foi a estiagem nos primeiros meses do ano. Muitas lavouras foram prejudicadas pela falta de chuva e tiveram que diminuir a produção devido ao uso controlado de água”.

Ele também disse que no caso da cebola, ”nessa época do ano, quem abastece o mercado brasileiro é o Estado de Santa Catarina que sofreu com fortes chuvas, que agravaram a queda na produção. Outra grande parte da cebola comercializada na Ceasa/ES é importada da Holanda e da Argentina, e possui os preços mais altos. A expectativa é que em breve inicie-se a safra de em Petrolina (PE) e a oferta tende a normalizar”, explica o gerente.
Informações à Imprensa:

Pimentão é destaque na oferta no mercado da Ceasa/ES



                           
 
No Brasil, há três variedades mais comuns de pimentão, o verde, o vermelho e o amarelo. O vermelho, por exemplo, é um grande aliado na prevenção do câncer.

O pimentão é um vegetal bastante consumido em todo o mundo, com um sabor forte e apimentado ele é usado na gastronomia de diversas formas como saladas, prato principal, e também como tempero de alimentos. Nos primeiros meses do ano, nas Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), circularam 2.416.240 quilos do produto gerando uma movimentação financeira de R$4.537.280,62.

O município que mais contribuiu com a oferta foi Santa Maria de Jetibá, responsável por 40%, seguido de Domingos Martins com 19%. Os dois municípios totalizaram 1.408.375 quilos. Outros municípios como Alfredo Chaves, Santa Leopoldina, Laranja da Terra, e Santa Teresa também contribuíram de forma positiva na comercialização.

Segundo dados do setor de estatística da Ceasa/ES, 20 municípios capixabas ofertam o produto no entreposto central, localizado em Cariacica. O Estado de São Paulo também contribuiu na comercialização, no período de janeiro a abril o Estado contribuiu com 73.395 quilos totalizando R$489.686,04. O vegetal querido pelos capixabas pode ser encontrado durante todo o ano e é um dos produtos mais procurados. Atualmente o quilo do pimentão verde está sendo cotado a R$2,10, o vermelho R$6,45 e o amarelo R$6,30 o quilo.

Saúde

No Brasil, há três variedades mais comuns de pimentão, o verde, o vermelho e o amarelo. Ao escolher, descarte os que apresentam machucados ou áreas escuras e fique com os que têm cor viva e pele lisa.

Segundo a nutricionista Matilde Alves o pimentão é uma excelente fonte de vitamina C, importante para o sistema imunológico e um poderoso antioxidante que ajuda a combater radicais livres, responsáveis por agredir células saudáveis. Quando está maduro é uma boa fonte de vitamina A que auxilia na saúde dos ossos, da pele e da visão.

O pimentão vermelho ainda contém licopeno, uma substância aparentemente relacionada à menor incidência de câncer de próstata, de colo de útero, de bexiga e do pâncreas.

Para saborear o pimentão, que tal uma receita bem fácil?

Pimentão recheado com carne moída e queijo
Ingredientes
570 g de carne moída
3 dentes de alho picados
1 cebola picada
430 g de tomate sem casca
1 xícara de queijo ralado
1 1/2 xícara de caldo de galinha
6 pimentões vermelhos pequenos

Modo de preparo
Aqueça uma frigideira e refogue a cebola, o alho e a carne moída. Adicione o queijo, misture e reserve esse caldo. Corte uma tampa na parte dos cabinhos dos pimentões e retire o miolo e as sementes. Coloque um pouco do caldo em cada um dos pimentões e coloque-os dentro de formas individuais ou refratário. Pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC) e gratine por 30 minutos.

Roubo ao consumidor no Rio das Olimpíadas: tilápia a R$ 35 o quilo


                           
 
Os disparates dos preços chegam aos restaurantes que são capazes de cobrar uma sobremesa contendo duas fatias de abacaxi, por R$ 39.

A Cidade Maravilhosa, como conhecemos a capital fluminense, por conta da politicagem barata e rasteira que vem de anos está entregue a todo tipo de mazela, e no ano passado, por ocasião da vergonhosa Copa do Mundo para os brasileiros, turistas e nativos tiveram de conviver com a realidade dos preços altos dos produtos e imóveis. Apelidaram a situação de "Surreal", numa comparação jocosa ao nosso dinheiro, devido aos preços beirando o absurdo. E quando a gente pensa que a situação vai tomando outra forma, até mesmo por conta das dificuldades provocadas por uma política econômica pífia, eis que nos surpreendemos com posts no Facebook, num espaço de uma semana, falando sobre absurdos contemplados por duas consumidoras: uma em restaurante, dito de luxo, na Zona Sul do Rio, e outra, ao ir a uma feira ou supermercado que a pessoa não disse qual.

Ao ir a um restaurante, Elba Boechat, se deparou com o absurdo de ter de pagar pouco mais de R$ 39 por duas fatias de abacaxi verde e quase sem gosto (deve ser o tipo pérola campista que só serve para assar na brasa ou em suco). A mesma fruta, com peso de 2 kg, está sendo vendida na central de abastecimento de Irajá (Ceasa Grande Rio) ao preço de R$ 3,50 a unidade. Só que nos chamados "sacolões", feiras livres e supermercados, estes preços variam muito e podem chegar a R$ 7 uma fruta.  Qual a justificativa dos restaurantes para um abacaxi com preço tão alto? Perda do produto, afirmam; preços altos de  aluguéis dos imóveis na Zona Sul, tarifas absurdas da light, gás e taxas outras. Aí, jogam a bomba na mão do consumidor. E pague quem quiser pagar.

Ontem, nos surpreendemos novamente com post de Mirthes Guimarães falando sobre os preços que encontrou, possívelmente na feira: o badejo, peixe considerado nobre, sendo vendido a R$ 30 o kg; a tilápia, que virou moda entre os naturebas, custando o absurdo de R$ 35, o kg. Sem contar o tomate a R$ 8 e a cebola a R$ 7.

No caso da tilápia, um peixe criado em cativeiro em muitos lugares da Região Serrana do estado, ótimo e usado até mesmo nas refeições de pacientes no pós-operatório, como acontece no Hospital Copa D'Or, em Copacabana, Zona Sul carioca, o preço cobrado ao consumidor podemos classificá-lo de roubo. Isso mesmo: o consumidor está sendo assaltado a mão desarmada. Explicamos: se você for ao Ceasa de Irajá, no mercado de peixe que existe lá, vai encontrar o quilo do pescado tilápia a R$ 5,50, o kg. O único problema é depois filetar o peixe. Mas isso não é sangria desatada, já que na internet você encontra vídeos bacanas ensinando a filetar peixes variados. E o pior é quando você vai a um restaurante e paga por um filé grande de tilápia, acompanhado de arroz e salada, algo em torno de R$ 100. Os preços altos desse produto também podem ser encontrados nas redes de supermercados, junto com uma outra fraude, que podemos considerar: os pacotes com meio quilo também apresentam preços que chegam a R$ 16, R$ 18.

O CeasaCompras foi constatar também outros preços citados pela Mirthes: o badejo estava sendo vendido a R$ 20 o quilo; a caixa de 22 kg do tomate (R$ 100) e a saca com 20 kg da cebola (R$ 80, a de Santa Catarina; R$ 78, do Rio Grande do Sul; e R$ 70 a cebola roxa, que normalmente era mais cara).

Soluções em peixes

Já que falamos de peixes, vamos dar os preços de alguns deles, como a abrotea, considerado o bacalhau brasileiro e que tem carne muito parecida com a merluza, que está a R$ 6 kg, na Ceasa de Irajá. Outros peixes e frutos do mar, são: corvina (R$ 7); espada (R$ 2,50), galo (R$ 2). garoupa (R$ 20); linguado (R$ 20), lula (R$ 6); polvo (R$ 13); e sardinha verdadeira (R$ 2).

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Salmão do Chile: antibióticos para engordar rápido, vacinas contra bactérias


                               
 
Alimento considerado saudável por muitos adeptos vem transformando o Meio Ambiente chileno, embora não digam abertamente, pode afetar a saúde de quem consome o produto com muita frequência. Quase todo o salmão consumido no Brasil vem do Chile.


Do Globo Rural

Há dez anos, o Brasil comprava do Chile dez mil toneladas de salmão. Hoje, são 80 mil toneladas. É praticamente todo o salmão consumido no nosso país. O Globo Rural visitou os centros de cultivos para entender como é feita a engorda do peixe e os reflexos da criação para o meio ambiente.

Os salmões ficam dentro de ‘balsas-jaulas’, enormes tanques-rede flutuantes, com 25 metros por 25 metros e 20 de profundidade. Em cada um ficam 28 mil peixes, que permanecem por 17 meses, até alcançarem 4,5 kg. Eles são monitorados 24 horas.

Jorge é mergulhador e entra todos os dias no tanque. Ele monitora a mortalidade, a atividade do peixe. Também checa se as redes estão perfeitas para que os salmões não escapem. Caso isso aconteça, os criadores têm prejuízo. Além disso, pode causar um dano para o meio ambiente, porque o salmão é uma espécie exótica.

A indústria diz que não há escape, mas o biólogo do IMar – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos de Ambientes Costeiros, em Puerto Montt, Edwin Niklitschek, discorda e explica. “Estamos falando de vários milhões de salmões que escapam todo ano. Isso tem um impacto muito grande sobre os peixes nativos. Isso porque eles se alimentam deles e competem com eles.”

Remígio Gutierrez, pescador há 25 anos, dirige o sindicato da categoria e denuncia os efeitos da indústria salmoneira para o meio ambiente. “Havia muita vida antes deles chegarem, mas depois morreu tudo o que está ao redor. Isso se chama: a sombra da indústria salmoneira. Os sedimentos, as fezes do salmão que caem ao fundo do mar, matam toda a vida. Termina com tudo.”

O tratamento para doenças do salmão é outra polêmica. “O medicamento já vem na ração. Normalmente se usa antibiótico para combater a doença bacteriana”, explica o técnico do Centro de Cultivo Francisco Alvarez.

“Isso prejudica profundamente a vida do fundo marinho, que fica limitada às bactérias que estão aproveitando a matéria orgânica e alguns poucos sobreviventes. A matéria orgânica e os químicos que se diluem desde a sombra da balsa-jaula e chegam ao meio ambiente podem levar à proliferação de espécies indesejáveis, como maré vermelha, algas que bloqueiam o sistema respiratório dos animais, algas tóxicas”, diz o biólogo do IMar.

Ao fim de cada ciclo de cultivo, o centro passa por um período de três meses de descanso obrigatório por lei. É um vazio sanitário, criado depois de uma crise sofrida pela indústria salmoneira, entre 2007 e 2009. O vírus da anemia infecciosa, chamado vírus ISA, que não atinge o ser humano, matou a metade dos peixes. Indústria e governo tomaram uma série de medidas para controlar a crise.

“Na prática, se mudou desde a restrição à importação de ovas, até a criação de bairros de centros de cultivo, organizados, geograficamente e que, coordenadamente, têm épocas de cultivo. Descansam três meses e outros bairros vão produzir. Desta maneira se contém uma eventual disseminação de um vírus e se coordena os tratamentos no interior de um bairro”, explica Felipe Manterola, representante da SalmonChile.

No estuário de Reloncavi, as balsas de cultivo de salmão estão abandonadas. A denúncia é que estão desse jeito há anos. Em Santiago, capital do país, o diretor do Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura José Miguel Burgos, confirma que o cultivo está mesmo fechado há mais de dois anos, em um processo em que o governo deve suspender a concessão, porque não foram respeitados os limites exigidos.

“São olhados vários parâmetros basicamente para garantir oxigênio suficiente no fundo marinho. Quando algum limite é superado, esse centro que superou o limite não pode operar até que recupere sua condição. Essa é uma regulação mais restrita que em muitos outros países”, diz o diretor.

Enquanto se discute se as regras são adequadas, a indústria do salmão continua empregando direta ou indiretamente 73 mil chilenos e produzindo alimento.

Quando atinge 4,5 kg, o salmão do Atlântico é transportado em navios rumo ao processamento. Em Quellón, na ilha de Chiloé, existe um centro de monitoramento. Lá, os peixes são sugados por uma tubulação e caem em tanques para o processamento. Dependendo da época do ano, os tanques recebem de 30 mil a 100 mil peixes por dia.

Já sem as vísceras, o salmão passa por uma checagem. Juan Fernandez, chefe de produção, explica o que deve ser observado. “É importante revisar a cavidade ventral e avaliar se há presença de algum corte ou ferida que possa gerar o não aproveitamento 100% do peixe. Deve estar limpa e sem restos de vísceras. Deve ter suas nadadeiras íntegras, pele de cor característica de um peixe juvenil, dorso escuro, verde. Seus olhos devem estar projetados para fora, nunca para dentro, porque para fora significa que é um peixe fresco.”

Receita
O chefe suíço, Frederick Emeric, explica as características do salmão. “O salmão é um peixe muito bom porque tem pouca gordura e é uma gordura saudável para o organismo”. Ele preparou um prato chileno: ceviche, peixe cru marinado no limão.

Ele corta o salmão em cubinhos e acrescenta cebola roxa, aipo, suco de limão, alho, azeite, sal e coentro. Depois gengibre e pimenta aji, muito usada na região. Mistura tudo e está pronto! Veja no vídeo toda a explicação.

Lavouras urbanas alimentam restaurantes em São Paulo


                           
 
Empresas transformam terrenos em hortas na capital; restaurantes usam produtos em pratos. Shopping transformou cobertura em plantação, adubada com lixo orgânico produzido por eles.

A 10 minutos da Avenida Paulista, em pleno bairro da Vila Mariana, na zona sul da capital, existe um cafezal com 1,6 mil pés. Na última quinta-feira, começou a colheita da safra 2015 da tradicional (e simbólica) lavoura do Instituto Biológico. Mas não se trata da única plantação de alimentos dentro da área urbana de São Paulo. Atualmente, são muitas as empresas que apostam em hortas comunitárias.

É o caso do Shopping Eldorado, na Marginal do Pinheiros, na zona oeste. Em 2012, a administração do empreendimento decidiu transformar a cobertura do complexo em plantação. Contratou dois funcionários para cuidar exclusivamente da empreitada e envolveu todos os demais no processo de separação do lixo orgânico - quase 1 tonelada por dia, que vai para uma composteira e é transformada em adubo - e de colheita. Eles podem levar as hortaliças e temperos para casa. A 10 minutos da Avenida Paulista, em pleno bairro da Vila Mariana, existe um cafezal com 1,6 mil pés.

Na próxima quinta, começa a colheita da safra 2015 da tradicional (e simbólica) lavoura do Instituto Biológico. Mas não se trata da única plantação de alimentos dentro da área urbana de São Paulo.
   
Atualmente, são muitas as empresas que apostam em hortinhas comunitárias como forma de integrar suas equipes, afinar um discurso ecologicamente correto e, em alguns casos, fazer o bem.
   
O Shopping Eldorado contratou dois funcionários para cuidar exclusivamente da horta e envolveu todos os demais no processo de separação do lixo orgânico - quase 1 tonelada por dia, que vai para uma composteira e é transformada em adubo .Os funcionários também participam da colheita - quando eles podem levar as hortaliças e temperos para casa
A horta da casa de eventos EcoHouse, em Pinheiros, serve para abastecer os restaurantes da rede Tantra - que são do mesmo proprietário, o chef Eric Thomas  O projeto foi desenvolvido há quatro anos na EcoHouse. No período, foram plantadas folhas verdes para saladas, de forma hidropônica; flores comestíveis, como orquídeas e mini-rosas; ervas para temperos; e até árvores frutíferas, como limoeiros, parreiras e jabuticabeiras

"Hoje, nossa plantação ocupa 3 mil metros quadrados", afirma Marcio Glasberg, gerente de operações do shopping.

A horta da casa de eventos EcoHouse, em Pinheiros, na zona oeste, serve para abastecer os restaurantes da rede Tantra - que são do mesmo proprietário, o chef Eric Thomas. "Um dos objetivos do projeto é provar que um restaurante pode ser independente na produção de seus insumos no local, diminuindo, assim, o impacto ambiental", afirma.

O projeto foi desenvolvido há quatro anos. Já foram plantadas folhas verdes para saladas, de forma hidropônica; flores comestíveis, como orquídeas e minirrosas; ervas para temperos; e até árvores frutíferas, como limoeiros e jabuticabeiras.

Também do ramo de alimentação e com discurso "saudável", a rede de restaurantes Salad implementou, há seis meses, uma horta em seu escritório administrativo, no Pacaembu, zona oeste. Toda a produção é usada no preparo das refeições dos 22 funcionários que atuam na sede. A empresa ressalta que a ideia de criar a hortinha veio de uma tentativa de começar "um trabalho de dentro para fora, conscientizando os colaboradores sobre a importância de uma alimentação saudável e equilibrada".

No bairro da Água Fria, na zona norte, a agência de comunicação E4 também criou hortinha dentro do escritório, há três anos. Ali, eles têm cebolinha, hortelã, manjerona e orégano, entre outras plantas - até um pé de acerola. "A produção fica para os testes que fazemos em nossa cozinha, já que somos uma agência especializada em nutrição e alimentação saudável. E, claro, para o consumo próprio do pessoal da agência", conta o diretor, Gustavo Negrini.

Há ainda escolas que usam hortas de forma pedagógica. É o caso do Colégio Santa Amália, na Saúde, zona sul. Ali, desde o ano passado, há uma plantação de 3 metros quadrados. "A cada dois meses, uma turma fica responsável pelo plantio, colheita e preparo de pratos com os produtos colhidos", explica Rafaela Yumi Montesinos, nutricionista do colégio.

Cafezal. No caso do cafezal da Vila Mariana - cuja produção anual de cerca de 500 kg é distribuída a entidades assistenciais cadastradas pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado -, a história começou na primeira metade do século 20. Atualmente, a lavoura urbana tem função didática, pedagógica e cultural: serve para que os paulistanos possam conhecer o cultivo daquele que já foi o motor da economia do Estado.

"Qualquer um pode visitar, conhecer esse tipo de lavoura que é tão importante para a nossa história", diz o diretor técnico do instituto, Antonio Batista Filho. Desde 2006, sempre em maio, o Instituto realiza o início simbólico da colheita do café.

Alerta vermelho na Agricultura: as abelhas estão sumindo


         
 
Casa Branca (EUA) faz do sumiço de abelhas uma questão de Estado. Mais de 40% das abelhas americanas desapareceram, segundo estudo. O problema ultrapassa preocupações conservacionistas, já que os insetos geram 15 bilhões de dólares por ano para a agricultura do país. Veja matéria desta semana publicada pela Veja.

As abelhas começaram a sumir nos Estados Unidos. E isso preocupou a Casa Branca. Um estudo divulgado pelo consórcio Bee Informed Partnership, financiado pelo governo e por universidades americanas, destacou que apenas no ano passado 42% das colônias americanas desse inseto desapareceram. Por que isso dá dor de cabeça até no presidente Barack Obama? As abelhas são as principais polinizadoras do hemisfério norte, associadas ao florescimento da flora e à maior parte do cultivo agrícola. Só nos Estados Unidos, um mercado de 15 bilhões de dólares depende diretamente desse trabalho de polinização. Com menos abelhas, menor é a produção. A gravidade do problema econômico fez a Casa Branca montar uma força-tarefa de cientistas para resolver o assunto. Na última terça-feira (19) começaram a aparecer os primeiros resultados.

Para poupar os insetos, as estratégias governamentais são aumentar o tamanho dos habitats polinizadores, encorajar o treinamento de cientistas especializados em abelhas e estabelecer bancos de sementes de plantas atrativas para o inseto. "Buscamos engajar todos os segmentos da nossa sociedade para que, trabalhando juntos, possamos dar passos significativos e importantes para reverter o declínio dos polinizadores", disse o Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, em carta oficial.

O sumiço das abelhas começou a ser notado por apicultores americanos há dez anos. Como de costume, os insetos saíam das colônias à procura de pólen e, de tabela, polinizavam plantações de frutas, legumes e grãos. O problema é que elas começaram a não voltar mais, deixando para trás apenas a rainha com poucas operárias remanescentes. Fenômeno que ganhou o nome de colony colapse disorder (em inglês, síndrome do colapso da colônia, ou CCD). Pesquisadores então indicaram que essas abelhas morriam antes de conseguir retornar. É um enorme problema que ultrapassa as preocupações conservacionistas. Sem as abelhas, não há plantações. Sem essas, diminui a produção local de comida, e a economia sofre.

O novo levantamento confirma que a crise não só continua, como piora. A taxa de desaparecimento de 42% é maior que a de 2013 e 2012 somados, quando se registrou uma baixa de 34,2%. A taxa atual é quatro vezes acima do que a baixa considerada "normal" pelos apicultores. Nos estados de Oklahoma, Illinois, Iowa e Pensilvânia, o dano foi ainda maior: bateu os 60%.

Abelhas também teriam uma personalidade, indica estudo

O inseto, que muitas vezes é lembrado apenas pelas picadas dolorosas, é essencial para a agricultura. Dois terços de todos os alimentos ingeridos no planeta dependem das abelhas. Estima-se que elas rendam 15 bilhões de dólares por ano apenas à economia americana, graças a sua ajuda à agricultura. Como existem 2,5 milhões de colônias de abelhas em cativeiro no país (e são essas as que são usadas na agricultura), o valor estimado de cada uma delas, em uma conta simples, seria de 6 000 dólares. Para piorar, diferentemente do Brasil, que têm ao menos 3 000 espécies de abelhas selvagens, nos Estados Unidos há só a Apis melífera, inseto de origem europeia que está sendo afetado por essa crise. Como só tem um tipo, qualquer ameaça é urgente.

É preciso ressaltar que é natural que as abelhas se afastem por até três quilômetros de suas colônias em busca de alimentos, mas a baixa de insetos considerada "normal" é de 10%, quantidade muito menor do que a que vem sendo perdida e facilmente reposta pela reprodução dos animais. Aliás, o que chocou os pesquisadores não foi somente a quantidade de abelhas desaparecidas, mas sim o fato de que, pela primeira vez na história, a baixa foi maior durante o verão, época (em teoria) mais favorável a elas do que o inverno.

Em países de clima temperado, as colmeias ficam cobertas por neve durante a estação, e cerca de 20% das abelhas naturalmente não resiste ao frio. "Nós esperávamos que as colônias morressem durante o inverno, porque é uma estação estressante. É amedrontador notar as perdas no verão, que deveria ser como um paraíso para as abelhas", disse Dennis van Engelsdorp, professor da Universidade de Maryland e um dos autores do estudo. Ou seja, se no verão está ruim, imagina no inverno.

Para piorar, apesar de o fenômeno não ser novidade, pesquisadores ainda não conseguiram identificar qual é a causa do sumiço. Os autores do estudo indicaram que os motivos prováveis são uma combinação de ácaros, má alimentação e pesticidas, mas existem outras hipóteses, como o aumento de predadores e os efeitos negativos das mudanças climáticas. A teoria mais aceita é aquela que aponta para os pesticidas, já que muitos desses produtos contêm uma substância chamada neonicotinóide, que age diretamente no cérebro do inseto, fazendo com que ele esqueça de onde veio e, consequentemente, o caminho de volta para a colmeia. "Temos indícios de que essa é a principal causa, mas existem muitos interesses econômicos e conservacionistas nesse debate, por isso não se bate o martelo", disse o biólogo Lionel Segui Gonçalves, professor aposentado da USP e pesquisador da genética das abelhas com 50 anos de experiência.

Apesar de os Estados Unidos estarem na situação mais crítica, o fenômeno acomete quase toda a parte ocidental do hemisfério norte há um bom tempo. Estima-se que algumas regiões da Europa tenham perdido até 53% das colônias nos últimos anos. Os impactos foram sentidos no preço de produtos agrícolas. Na Espanha, o quilo de vegetais oleaginosos bateu os oito euros, valor mais alto desde 2005. As cerejas que eram cultivadas em território francês foram transferidas para a Austrália, onde ainda não se tem sinal de baixas de abelhas. Já nos Estados Unidos as amêndoas tiveram uma inflação de 43%.

Recentemente, países fora desse eixo começaram a também detectar indícios do fenômeno, como Japão, China e mesmo o Brasil. Por aqui, tanto as abelhas de ferrão, que produzem mel, quanto aquelas sem ferrão estão sendo prejudicadas. Para abordar o problema, a organização nacional Sem Abelha, Sem Alimento lançou há um ano o aplicativo Bee Alert, em que apicultores registram casos de desaparecimento. Até agora, foi registrada a perda de 12 000 colônias em 13 estados brasileiros, entre os quais São Paulo é o mais afetado. "É fácil de entender por que São Paulo lidera: no Estado, o uso de pesticidas é intenso", definiu o biólogo Lionel Segui Gonçalves.

Mas o que aconteceria se as abelhas sumissem da Terra? O genial físico Albert Einstein, que gostava de palpitar sobre diversas áreas do conhecimento, dizia que "se as abelhas desaparecessem, o homem só sobreviveria por quatro anos". A linha de raciocínio aqui é o fato de que sem abelhas não teríamos 70% dos alimentos que consumimos e também haveria uma redução na parcela verde do planeta, o que levaria a uma diminuição do oxigênio disponível. Não é preciso enxergar tão longe para saber que o extermínio acarretaria um desastre ambiental, com o colapso da agricultura e da flora global.