sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Alerj quer mais programas de gastronomia

                            

A Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) quer incentivar a criação de programas de valorização do setor gastronômico. O projeto de lei 1.042/15, que estabelece o marco referencial da gastronomia como cultura, de autoria do presidente da comissão, deputado Zaqueu Teixeira (PT), tem a finalidade de dar visibilidade e fortalecer os modos de vida e práticas alimentares da população, além de preservar as atividades produtivas e culturais que decorrem da relação com a comida e a sociedade. As propostas são fruto de um trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho Gastronomia como Cultura, formado por profissionais ligados à gastronomia, estabelecido em um seminário realizado pela Comissão de Cultura da Alerj em junho.

O projeto do marco referencial tem como diretrizes o estímulo à criação de cursos técnicos profissionalizantes na área de alimentos e bebidas e o incentivo à produção de programas de valorização das práticas e saberes culinários dos 92 municípios do Estado. A lei também prevê a criação da Semana da Gastronomia do Estado do Rio de Janeiro, em setembro, e classifica quem são os profissionais direta e indiretamente ligados à gastronomia.

Patrimônio cultural
Segundo a integrante da comissão organizadora do Prêmio Maravilhas Gastronômicas do Rio e do Grupo Gastronomia como Cultura, Juliana Dias, a aprovação do projeto será importante para o fomento a programas educacionais ligados ao setor gastronômico: "O grupo de trabalho é formado por cerca de 20 profissionais de áreas como nutrição, bebidas, alimentos e comércio. Essa variedade de profissões enriqueceu o debate sobre as pautas mais importantes do marco. A arte da gastronomia é muitas vezes vista apenas como entretenimento, e queremos que ela passe a ser vista como um patrimônio cultural", afirmou Juliana.

Zaqueu Teixeira informou que vai pedir regime de urgência para votação do projeto ao presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB). "O projeto ainda está tramitando pelas comissões da Casa, mas vamos pedir ao presidente que o coloque na ordem do dia com urgência. O reconhecimento da gastronomia como cultura de nosso Estado é fundamental para muitos profissionais, precisamos dar logo este passo", disse Zaqueu.

(Texto de Felipe Teixeira)

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MG: Oportunidades do setor agroindustrial

                             

Nos próximos dias 1 e 2 de dezembro, a Embrapa vai realizar o workshop “nichos de mercado para o setor agroindustrial”. O evento tem apoio da Ceasa Minas e o chefe do Departamento Técnico da Estatal, Wilson Guide, será o responsável pela palestra sobre logística de distribuição e comercialização do milho verde e opções de mercado no cinturão verde de Belo Horizonte. As inscrições podem ser feitas até o dia 27/11.

Além da questão da logística outro temas também serão debatidos. Um desses temas é as biofábricas que podem acelerar novos negócios e de que maneira estas indústrias poderão ser criadas/ampliadas por empreendedores do segmento. As Biofábricas visam a disponibilização de agente de controle biológicos de pragas, ou seja, reduzem o uso de agrotóxicos. Outro tema a ser debatido são as oportunidades oferecidas pelo novo Código Florestal Brasileiro para o mercado de sementes e mudas de espécies florestais nativas.

No segundo dia, um dos assuntos serão as oportunidades oferecidas pelo mercado de Milhos Especiais, como milho verde (e derivados) e milho doce. Também será discutido o uso de farinha de sorgo que não contém glúten na fabricação de produtos para alimentação humana. Esse produto atende a uma demanda de determinados públicos como os celíacos.
Serviço:

Evento: Workshop - Nichos de mercado para o setor agroindustrial

Data: 1 e 2/12

Inscrições: podem ser feitas até o dia 27/11 no site https://www.embrapa.br/produtos-e-mercado/eventos.

CEAGESP prorroga festival e pescados

                          

"Costela de tambaqui", peixe originário da Amazônia e criado em cativeiro em larga escala, é uma opção das mais saborosas para esta semana na central de abastecimento que fica na capital paulistana. Uma boa opção para quem mora fora de São Paulo.


O Festival do Pescado e Frutos do Mar CEAGESP 2015 foi prorrogado até 13 de dezembro, a pedido dos frequentadores. Assim, sobra mais tempo para quem ainda não conhece ou pretende voltar ao evento gastronômico da CEAGESP.

Nesta semana (de 25 a 29 de novembro), o cardápio será reforçado com Yakissoba de Frutos do Mar, Costela de Tambaqui, Moqueca de Cação à Baiana e Bacalhau Fresco à Portuguesa. Isso sem contar os mais de 30 pratos à base de peixes e frutos do mar.

Pelo preço único de R$ 62,90, pode-se comer à vontade todas as opções de receitas disponíveis no Festival. Entre os destaques estão a Paella à Marinera, feita num tacho de mais de 1,20 m de largura, e os Camarões e o Xixo de Meca, ambos no espeto, servidos à vontade nas mesas.

O objetivo desse festival gastronômico é incentivar o consumo de peixes e frutos do mar e dar destaque aos produtos do Setor de Pescados da CEAGESP, o maior entreposto da América Latina.

O Festival funciona de quarta a domingo. Quartas e quintas, das 18h à meia noite. Sextas e sábados, até 1h da manhã. Domingos, das 11h30 às 17h. Mais informações e o cardápio completo da semana no www.festivaisceagesp.com.br

SERVIÇO

Quando: Até 13 de dezembro
Horário: Quarta e quinta, das 18h à 0h; sexta e sábado, das 18h à 1h; Domingo, das 11h 30 às 17h.
Preço: R$ 62,90 (por pessoa). Vinhos, sucos, refrigerantes e sobremesas são cobrados à parte.
Pagamento: Dinheiro, cartão de débito e crédito Visa, Mastercard e Elo.
Onde: No Espaço Festivais Gastronômicos CEAGESP
Entrada: Portão 4 da CEAGESP (Av. Dr. Gastão Vidigal - Vila Leopoldina).
Estacionamento: Portão 4, com preço fixo de R$ 10,00, válido para todo o período em que o frequentador estiver no evento.

Ceasa RJ consegue segurar preços

                            

A central de abastecimento do Rio de Janeiro está conseguindo um verdadeiro milagre, ao segurar os preços de boa parte dos alimentos desde o dia 18 deste mês. O Portal CeasaCompras.com destacou alguns deles ao analisar a lista divulgada pela diretoria técnica da empresa. Até mesmo o inhame que começou a ser importado da China, como o alho que domina boa parte das centrais brasileiras, teve uma queda muito boa no preço da caixa com 18 kg: caiu de R$ 60 para ser negociada a R$ 50.

No caso da batata, apesar dos pesares devido a ocorrência de falta de chuva, ou muita chuva, nas regiões produtoras brasileiras, os comerciantes fluminenses vem mantendo o preço da saca com 50 kg nos patamares compreendidos entre R$ 100 e R$ 120, para a batata inglesa comum especial; já para a batata de segunda, menor, o preço é de R$ 75. A saca da batata lisa sai por R$ 140 e a do tipo Asterix, bem maior - daquelas que você encontra nas praças de alimentação dos shoppings - o preço contratado é de R$ 160.

Os preços da cebola nacional, outro produto indispensável em qualquer cozinha, também permanecem os mesmos para a saca com 20 kg: MG (R$ 50), SP (R$ 50), SC (R$ 47), PE (R$ 50). A saca com a cebola roxa de Santa Catarina sai por R$ 55, e a cebola importada da Holanda, R$ 60.

O alho importado da China, caixa com 10 kg, está custando R$ 125.

Antes considerado o vilão da economia popular, o tomate vem sendo mantido com preços acessíveis, com a caixa de 22 kg custando R$ 40, o tipo maior, e R$ 20 o menor.

Vejamos outros preços:

Cenoura, caixa com 18 Kg (R$ 33);
Pepino, caixa com 18 kg (R$ 30);
Chuchu, caixa com 20 kg (R$ 12);
Mandioca/Aipim, caixa com 20 kg (R$ 25);
Berinjela, caixa com 10 kg (R$ 15);
Laranja-pêra, saca com 22 kg (R$ 23);
Laranja lima, caixa com 25 kg (R$ 35);
Banana-prata, caixa com 20 kg (R$ 35);
Morango, caixa com quatro bandejas (R$ 9).

Tem também os ovos:

Ovos brancos, caixa com 30 dúzias, Extra R$ 83; grande R$ 75; médio R$ 70; pequenos R$ 65;
Ovos vermelhos, caixa com 30 dúzias, Extra R$ 100; grande R$ 90; médios R$ 85; pequenos R$ 75;
Ovos de codorna, 30 dúzias, R$ 35.

Uvas estão com preços baixos, mesmo as importadas

Bentaka, caixa com 8 kg R$ 42;
Thompson R$ 80;
Red Globe Extra R$ 55;
Rosa Niágara, 5 kg a R$ 39;
Rubi, caixa com 5 kg a R$ 40. 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Laranja seleta e gengibre mais em conta esta semana

 

Couve, alface, cebolinha além de muitos outros alimentos que estavam com preços altos, estão agora em baixa na maior central de abastecimento do país, que é a Ceagesp.

PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA

Pêssego aurora, laranja seleta, coco verde, manga tommy atkins, morango comum, laranja pera, melão amarelo, pimentão verde, abóbora seca, berinjela, abobrinha italiana, pepino japonês, gengibre, pepino comum, cenoura, abóbora moranga, mandioca, nabo, cebolinha, milho verde, gengibre com folha, couve manteiga, repolho verde, alface crespa, alface lisa e alho porró.

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Ameixa rubi mel, goiaba branca, pêssego dourado, mamão papaya, banana prata sp, abacaxi pérola, graviola, caju, atemoia, tangerina murcot, laranja lima, uva itália, acerola, banana terra, uva rubi, tomate, pimentão amarelo, pimentão vermelho, batata doce rosada, beterraba, pepino caipira, batata doce amarela, jiló, acelga, espinafre, rúcula, mostarda, cenoura com folha e ovos branco.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Melancia, maçã nacional, mamão formosa, carambola, fruta do conde, maçã estrangeira, figo, limão taiti, maracujá azedo, maracujá doce, pera estrangeira, uva crinsson, banana maçã, uva rosada, chuchu, cará, ervilha torta, mandioquinha, vagem macarrão, espinafre, repolho roxo, escarola, agrião, salsa, brócolos ninja, couve-flor, coentro, rabanete, brócolos comum, batata lavada e alho nacional.

Semanalmente a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta, para você se alimentar bem e economizar mais.

Pimentão, legume rico em vitamina C

                               

Originário da América do Sul, o pimentão é um legume muito popular em todo o mundo: China, Turquia, México e Romênia estão entre os principais produtores, mas o Brasil também não fica para trás: por aqui, é possível encontrar com facilidade as variedades vermelha, verde e amarela do fruto. No Entreposto São Paulo da CEAGESP, por exemplo, os pimentões chegam principalmente das cidades paulistas de Piedade e Elias Fausto, e também da mineira Pouso Alegre.

O pimentão é uma das hortaliças mais ricas em vitamina C, e quando maduro, também é uma excelente fonte de vitamina A. Por conta destas características, o fruto ajuda a aumentar a imunidade e reforçar a saúde dos ossos, peles e visão, além de combater o envelhecimento precoce.

Ainda que estes benefícios estejam presentes em todas as variedades, algumas delas possuem características especiais: o amarelo, por exemplo, tem o sabor mais suave de todos e não provoca azia. Já o vermelho possui substâncias relacionadas a uma menor incidência de algumas formas de câncer. O pimentão verde, por sua vez, é o de sabor mais marcante.

Uma dica para quem prefere apreciar o fruto com menos pungência é remover as sementes, localizadas nas partes brancas internas do fruto. Na hora das compras, recomenda-se escolher os frutos cujos talos tenham sido cortados rentes. Conservado em temperatura ambiente, os pimentões podem durar de dois a quatro dias. Já em geladeira, esse prazo pode chegar a mais de uma semana, se armazenados em sacos plásticos perfurados.

Utilizado tanto para o preparo de temperos quanto como prato principal (cozinhando-o recheado, por exemplo), os pimentões são legumes muito versáteis, e estão em período de safra nesta época do ano. Além disso, os pimentões verdes e muitos outros produtos estão com preço em baixa nesta semana.

"Pum" do boi é culpado pelo aquecimento?

                             

Estudo propõe 'cortar a carne' contra mudanças climáticas, e diz que medidas para reduzir consumo são essenciais para conter aquecimento global; para produtores, melhorias tecnológicas já reduzem impacto da produção.

Você sabia que cortando o seu churrasquinho de fim de semana pode estar ajudando a combater a seca que desatou a crise da falta d'água em São Paulo ou o derretimento das geleiras no Ártico?

Pelo menos é o que sugere um estudo britânico que defende que comer muita carne não só faz mal à saúde, como também faz mal ao planeta – e propõe uma série de medidas para reduzir o consumo do produto no mundo.

No estudo "Changing climate, changing diets" (Mudando o clima, mudando a dieta), publicado semanas após um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar um limite no consumo de carne vermelha e relacionar a ingestão de carnes processadas a um aumento do risco de câncer colorretal, pesquisadores do centro de estudos Chatham House (também conhecido como Instituto Real de Assuntos Internacionais) dizem que a adoção de uma dieta "sustentável" – com níveis moderados de consumo de carne vermelha - poderia contribuir com um quarto da meta global de cortes na emissão de gases causadores do efeito estufa até 2050.

A pesquisa, divulgada nesta terça-feira, diz que o consumo global de carne tende a aumentar 76% até meados do século e que em países industrializados já se come, em média, duas vezes mais carne do que os especialistas recomendam.

"O resto da população global não pode convergir para os níveis de consumo de carne dos países desenvolvidos sem que haja um custo social e ambiental imenso" diz. "São padrões incompatíveis com o objetivo de evitar o aquecimento global."

"É claro que não estamos defendendo que todos devem se tornar vegetarianos", explicou à BBC Brasil Antony Froggatt, que assina o estudo junto com as pesquisadoras Laura Wellesley e Catherine Happer. "Mas sim que são necessárias políticas que ajudem a informar melhor a população sobre o problema e favoreçam níveis de consumo de carne mais saudáveis e sustentáveis, reduzindo o excesso onde ele existe."

O relatório menciona dados da FAO, braço da ONU para a agricultura e alimentação, segundo os quais a criação de animais para o abate ou a produção de leite e ovos responde por 15% das emissões globais de gases do efeito estufa – o equivalente às emissões de todos os carros, caminhões, barcos, trens e aviões que circulam mundo afora.

Muitos gases

O problema estaria em parte ligado ao fato de que a digestão de gado bovino libera uma grande quantidade de gás metano, um dos grandes vilões do efeito estufa. Também haveria um efeito negativo derivado do desmatamento para formação de pastagens e de gases emitidos com a aplicação de adubos e fertilizantes sintéticos.

O estudo da Chatham House faz um levantamento exclusivo sobre as atitudes de pessoas de 12 países – entre eles o Brasil – sobre o consumo de carne, a relação entre a criação de animais e as mudanças climáticas e possíveis políticas públicas para lidar com a questão. O objetivo, segundo seus autores, seria entender "como o ciclo de inércia pode ser quebrado e uma dinâmica positiva de ação do governo e da sociedade pode ser criado."

Entre as medidas propostas estão políticas para expandir a oferta de alimentos que sejam uma alternativa à carne, mudanças nos cardápios nas escolas e outras instituições públicas, o estabelecimento de diretrizes internacionais sobre o que seria uma dieta "sustentável e saudável" e o fim dos subsídios aos produtores de carne onde eles existem.

Cálculos

Não é de hoje que os cientistas tem tentado entender o impacto ambiental da produção pecuária e medir a emissão de gases poluentes nessa atividade.

Em 2009, um grupo de pesquisadores brasileiros ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) concluiu que a pecuária poderia ser responsável por quase 50% das emissões totais de gases de efeito estufa no país.

No mesmo ano, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em Copenhague (COP 15), o Brasil se comprometeu a cortar suas emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020. E, como o país tem um dos maiores rebanhos bovinos comerciais do planeta, há certo consenso de que, para fazer isso, precisa reduzir as emissões do setor pecuário.

A resposta a esse problema, porém, divide pesquisadores, ativistas e associações de produtores em uma guerra de argumentos e números.

Para alguns, a solução passa por uma redução do consumo "excessivo", como defendem especialistas da Chatham House – que mencionam recomendações como as do Fundo Mundial para Pesquisas de Câncer, de que a ingestão de carne vermelha deve ser limitada a uma média de 70 gr por dia (cerca de 500 gr por semana).

Escolas municipais de cidades como São Paulo e Curitiba, por exemplo, há alguns anos vêm aderindo à campanha Segunda-feira sem Carne, que se propõe a "conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal para alimentação tem sobre os animais, a sociedade, a saúde humana e o planeta". A campanha, apoiada no Brasil pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) existe em 35 países e no Reino Unido, é apadrinhada pelo ex-beatle Paul McCartney.

Para outros especialistas e associações setoriais, porém, a chave para resolver a questão é melhorar a produtividade da pecuária e incorporar ao setor tecnologias capazes de reduzir suas emissões de poluentes.

Péricles Salazar, presidente Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), por exemplo, considera as propostas de redução do consumo "absurdas" e "sem base científica sólida".

Rodrigo Justos de Brito, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), considera razoável que haja uma conscientização sobre o consumo excessivo na esfera individual – "porque, afinal, tudo que é feito em excesso pode fazer mal".

Ele não acredita, porém, que essa seja uma resposta para a questão do impacto ambiental do setor.

"Só com as melhorias no sistema produtivo da pecuária calculamos que podemos reduzir suas emissões (de gases de efeito estufa) para um terço, o que significa que conseguiríamos criar três vezes mais animais sem que houvesse um aumento do impacto ambiental nesse sentido", diz Brito.

Entre essas melhorias técnicas estariam a recuperação das pastagens (que aumenta o carbono "capturado" pela vegetação e permite uma produção maior em uma área menor), a redução do tempo necessário para o abate dos animais e a adoção de uma nutrição mais adequada, para reduzir a emissão de gás metano.

"Para entender o impacto potencial de melhorias como essas, basta lembrar que se estivéssemos criando boi com as mesmas técnicas e produtividade de 50 anos atrás, a Amazônia provavelmente não existiria mais", afirma Brito.

Para o engenheiro agrônomo Sérgio De Zen, da USP, também é necessário aprimorar os sistemas de medição para que se possa entender como a emissão de gases do efeito de estufa pode variar de acordo com especificidades de diferentes sistemas de produção pecuária.

"O próprio estudo da FAO (que mostra as emissões do setor como equivalentes às dos veículos), por exemplo, não considera o efeito positivo da captura de gás carbônico pela vegetação, no caso de gado criado no pasto", diz ele.

Para Zen, mesmo que o consumo seja de fato reduzido nos países desenvolvidos em resposta a campanhas e estudos como o da Chatham House, existe um número grande de pessoas na Ásia e outras regiões que hoje comem menos carne que o recomendado – e devem passar a ter acesso ao produto, conforme seus países cresçam e se desenvolvam.

"É razoável esperar que o consumo do continue a crescer em função disso, por isso acho que a chave para reduzir as emissões do setor está mesmo na produção", opina.

Fonte BBC/G1.