quinta-feira, 7 de maio de 2015
Agroindústrias do Rio terão acesso ao mercado nacional
Produção conta com apoio do governo fluminense e do governo federal.
O Rio de Janeiro vai iniciar imediatamente o processo de inserção das agroindústrias fluminenses em todos os mercados regionais do Brasil. A informação foi passada pelo secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, durante o lançamento do Plano de Defesa Agropecuária 2015/2020 (PDA), pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Kátia Abreu, em solenidade com a presença da presidenta Dilma Rousseff, em Brasília.
Na ocasião, a presidenta também assinou o decreto que regulamenta o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI/POA) que descentraliza os serviços de inspeção federal e amplia a industrialização de produtos da agricultura familiar.
- Com esta ferramenta será possível retomar a presença, em âmbito nacional, das agroindústrias do estado nas áreas de proteínas animal (carnes, laticínios, etc) - explicou o secretário Christino Áureo.
De acordo com a ministra Kátia Abreu, com o decreto, 2.560 agroindústrias passam a receber emancipação, pois já estão no sistema. A adesão dos estados será automática no momento do protocolo dos documentos e na apresentação da lista de empresas ao Ministério da Agricultura.
- Todos os estabelecimentos que já passaram por inspeção estadual serão incluídos no sistema automaticamente, sem necessidade de uma nova autorização pelo MAPA - acrescentou.
O PDA lançado hoje define estratégias e ações para evitar e combater pragas nas lavouras e doenças nos rebanhos brasileiros, promovendo o desenvolvimento sustentável do agronegócio e garantindo a preservação da vida e saúde das pessoas e animais, segurança alimentar e o acesso a mercados.
O documento introduz um novo modelo de gestão eficiente, capaz de fortalecer uma ação conjunta em nível federal, estadual e municipal. O plano vai atualizar diversas normas sanitárias à realidade do agronegócio do país, além de adaptar procedimentos e capacitar ainda mais os técnicos a tomarem decisões na área sanitária com base em conhecimento científico e análise de risco.
Em seu discurso, a presidenta Dilma enfatizou o passo histórico dado com o PDA, que implementa um sistema de defesa inteligente, eficiente e transparente.
- Ele vai funcionar como elemento fundamental para que o Brasil possa expandir sua produção sem exigências excessivas de selos, carimbos e comprovações. Simplificar não significa deixar de fiscalizar. É sim, uma forma inteligente, baseada no princípio da confiança que temos nos produtores - frisou.
Festival de Sopas Ceagesp vai até agosto com 5 tipos de caldos a R$ 32,90
O tradicional Festival de Sopas Ceagesp começou nesta quarta-feira (6/5). Realizado desde 2009, o evento oferece cinco tipos de caldos a preço fechado: R$ 32,90 por pessoa. Cada um pode servir-se à vontade.
O cardápio de sopas muda semanalmente, mantendo-se apenas as duas opções de sopa de cebola (gratinada e sem gratinar) —que são as mais pedidas pelos clientes.
O evento funcionará de quarta a domingo, sempre a partir das 18h. Às quartas, quintas e domingos, fecha à meia-noite. Às sextas e sábados, segue até 2h da manhã.
Av. dr. Gastão Vidigal, altura do 1.946, Vila Leopoldina, zona oeste, São Paulo, SP. Qua., qui. e dom.: 18h às 0h. Sex. e sáb.: 18h às 2h. Ingr.: R$ 32,90. Abertura: 6/5. Até 30/8.
Maio tem dicas muito boas para consumo
O mês de maio começa com boas dicas de frutas e hortaliças para os consumidores, de acordo com elaboração da CeasaMinas. Diversos produtos estão com boa oferta, preços baixos e ótima qualidade. Um exemplo é a Tangerina Ponkán. O produto é rico em carboidratos, sendo importante para dar energia necessária ao bom funcionamento do corpo. Outros elementos presentes na Tangerina são o potássio e a vitamina B1.
Outro produto que está em safra é o chuchu. Ao comprá-lo observe se ele tem a casca verde bem clara e lisa. O chuchu deve medir 10 cm de comprimento por 6 cm de largura.
O mamão formosa é mais um produto que está entrando em safra com boa oferta e preço baixo. Uma curiosidade é que a casca do mamão verde amacia carnes (este é um detalhe interessante já contado tempos atrás pelo apresentador do SBT Ratinho, da época em que ele vendia "churrasquinho de gato" na rua, quando ele usava o mamão verde para amassiar carnes mais duras, como a pá e o acem). Basta colocá-las em contato por alguns minutos. Veja mais oportunidades do mês:
ABACATE
ABOBORA JERIMUM
ABOBRINHA MARIMBA
BANANA MACA
BANANA MARMELO
BANANA TERRA
BATATA DOCE
CARA
CARAMBOLA
CEBOLA IMPORTADA
CHUCHU
INHAME
JILO
LARANJA KINKAN
LARANJA LIMA
LIMAO
LIMAO CRAVO
LIMAO TAHITI
MAÇÃ BRASILEIRA
MAMAO COMUM
MAMAO FORMOSA
MANDIOCA
MANDIOQUINHA
MARACUJA
OVOS CODORNA
PIMENTAO
TANGERINA
TANGERINA PONKAN
TANGERINA RIO
UVA
UVA BENITAKA
UVA ITALIA
UVA NIAGARA
UVA RED GLOBE
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Mandioca cresce no Nordeste e faz cair o preço no Sudeste
Produtores de mandioca de SP estão preocupados. Sacas estão acumulando nas indústrias.
Apesar da boa safra, os produtores de mandioca do interior de São Paulo estão preocupados, pois o Nordeste do país também está com boa safra, o que fez o preço da raiz despencar no mercado.
Os bons resultados nas safras passadas deixaram o produtor Edson Schiavon confiante. Ele aumentou a área cultivada na propriedade que fica em Tupã, no centro-oeste de São Paulo, e investiu em melhores insumos, mas o mercado não correspondeu à altura.
Ele é um dos 7 mil produtores do centro-oeste paulista, onde está a maior concentração de mandioqueiros do estado. Por ano, a produção chega a mais de 1,3 milhão detoneladas de raiz "in natura". No ano passado, muitos paulistas apostaram na cultura porque o norte e o nordeste não deram conta de abastecer o mercado por causa da seca severa na região. Assim, a região abasteceu o Nordeste. Hoje a situação inverteu.
O excesso no campo derrubou os preços. No ano passado, a tonelada chegou a ser vendida a R$ 600. Hoje, não passa dos R$ 150, uma queda de 75%.
A crise que começou no campo inevitavelmente chega às fábricas. A indústria dirigida por Alcir Baldo Júnior processa 3 mil toneladas por mês e já acumula um estoque de 20 mil sacos de fécula, quando o normal seria algo em torno de 5 mil. É tanto produto em excesso que cada canto da fábrica virou um depósito.
Exclusivo : Oferta de produtos nas centrais de abastecimento irão diminuir e os preços aumentarão
Essa é a conclusão de um estudo elaborado pela CeasaMinas, com base na movimentação de hortifrutigranjeiros nos mercados e nos estudos do DIEESE. O tomate, batata e cebola devem puxar essa tendência, calculam os técnicos. Oligopólio formado por produtores de Santa Catarina dificultam baixa nos preços da cebola. Enquanto isso, frutas como a laranja pêra e a banana prata, maçã, terão os preços recuados.
A central de abastecimento de Minas Gerais vem se destacando na elaboração de relatórios econômicos importantes que estão servindo para traçarmos um norte em relação aos preços dos produtos, e também em relação a quantidade de hortifrutigranjeiros que chegam a esses mercados. A CeasaMinas está substituindo e muito bem a Ceagesp, maior central da América Latina, que todos os meses publicava o seu Índice de Preços e deixou de publicar sem qualquer justificativa. Ambas são federais. Cabe aqui destacar que, depois de um incêndio provocado por vândalos, a Ceagesp não foi mais a mesma em divulgação e análise de preços para o mercado. Ficando apenas a tabela pura e simples. Até o Blog Qualidade foi tirado do ar.
O documento aponta também que os fatores climáticos desordenados, como as secas intensas e as chuvas demasiadas, junto com o fator entressafra, estão pressionando os preços do mercado paulista. Ele tem como base pesquisa do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sócio-Econômicos).
No balanço, que estuda a movimentação de cargas na Ceasa de Minas, no período compreendido entre 2014 e 2015, no caso do tomate longa vida, proporcionou uma queda de 15,26% nos preços, no período de um ano; e 15%, entre fevereiro e março últimos.
As maiores quedas de preços no ramo das chamadas hortaliças fruto foram verificadas nos preços do chuchu (34,06%), em 12 meses; e 67,03% entre fevereiro e março; abóbora italiana, 8,14% e mais 29,46% (fevereiro/março); quiabo 47,66% e 46,41% (fevereiro/março); milho verde, 34,55% e 5,26% (fevereiro/março)
Altas consideráveis
No caso da batata lisa não houve queda no preço. O índice verificado em um ano foi de 10,32% entre 2014 e 2015, em média, e mais 3,47% entre fevereiro e março de 2015. A cebola amarela teve uma alta muito concentrada em Minas Gerais, indicando 66,14% no período de um ano e mais 18,54%, entre fevereiro e março.
A cenoura, que tinha registrado aumento de 38,53% em seu preço, no período 2014/2015, apresentou queda de 4,43% (fevereiro/março). O alho importado vem mantendo sua tendência de alta: 48,34% (2014/2015) e 7,82% (fevereiro/março); o alho brasileiro, 22,05% (2014/2015) e mais 7,82% (fevereiro/março).
Esses aumentos de preços não foram por falta de produtos. No caso da batata houve aumento da oferta (17.492 toneladas), ou seja, 18% no período de 12 meses, e mais 22% (fevereiro/março). A cebola amarela (7.075 toneladas), superando em 15% a oferta em igual período de 2014, e mais 19% (fevereiro/março). Em relação aos preços da cebola, o documento distribuído pela CeasaMinas culpa os produtores de Santa Catarina, mas precisamento do Vale do Itajaí, que formaram uma espécie de oligopólio dificultando a negociação de preços.
Frutas brasileiras
O limão Tahiti sofreu reajuste de 39,71% nos preços, no período de doze meses, aumentando mais 6,47% no ciclo fevereiro/março de 2015. O mamão Havaí seguiu atrás na mesma alta, marcando 49,26% (2014/2015) e mais 52,63% (fevereiro/março).
Mas o melão teve grande queda, registrando - 50,73% em seu preço no igual período de um ano, e mais 46,56% (fevereiro/março). Outras quedas foram em relação à laranja pêra (-18,35%), em doze meses, e mais -8,25% (fevereiro/março); maçã, - 26,79% (2014/2015) e - 8,25% (fevereiro/março); banana prata (-13,90%) e - 7,69% (fevereiro/março); melancia, que vinha de alta nos preços, acusando + 13,25%, em um ano, acusa agora queda de - 8,74% (fevereiro/março).
Em relação à laranja pêra, o documento esclarece que teve uma oferda robusta da fruta (10.029 toneladas), que pressionou a cotação de preços no entreposto mineiro. As laranjas vieram em grande quantide de Piracicaba, Campinas e São José do Rio Preto, regiões produtoras paulistas. Os EUA também tiveram problemas com a produção do suco de laranja com a queda de rendimento das lavouras da Flórida, pressionando os preços na Bolsa de Valores de Nova Iorque.
No caso da banana prata, o aumento foi de 22% na quantidade oferecida no entreposto mineiro (7.018 toneladas), no período de um ano, e mais 27% (fevereiro/março). A demanda pelo produto está desaquecida, forçando para baixo os preços, bem como o aumento da produção vindas do Norte de Minas e do Sul da Bahia.
Já a maçã brasileira teve elevação da oferta em 16%, entre 2014 e 2015, e mais 39% (fevereiro/março), o que, de acordo com o documento, já era esperado pelos produtores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Pêras e ovos
Entre as frutas importadas, a pêra teve queda de 13,45% no preço médio, entre março e fevereiro de 2015, com a circulação do produto aumentando em 34% no período de um ano (1.764 toneladas) e mais 54% (fevereiro/março).
No caso do ovos, os preços subiram 7,10% em um ano, e mais 5,54% no período de fevereiro/março, apesar do aumento da produção que chegou ao entreposto mineiro (5.134 toneladas); significando 35% de aumento no período de um ano e mais 27% (fevereiro/março).
A Semana Santa aqueceu a demanda que sobrepujou a oferta de ovos que chegaram do Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Classe C enfrenta primeira crise e volta a estocar alimentos
Crise se espalha e coloca em risco conquistas da nova classe média que faz malabarismo financeiro e seleciona conquistas. Consumidor volta a estocar comida em casa novamente, as chamadas compras de mês que servem para comprar alimentos para até três meses, aproveitando produtos em oferta.
Ao enfrentar a sua primeira crise econômica desde que subiu na pirâmide social, classe C mostra desapego com produtos mais básicos e sinaliza que prioriza serviços mais sofisticados
Cortar o restaurante nas horas de lazer, mas garantir a TV por assinatura e a internet em casa. Reduzir as idas ao shopping, mas aumentar as compras no atacado. Manter o achocolatado de marca nobre, mas misturá-lo com outro, mais barato. Em maior ou menor grau, ponderar escolhas como essas já faz parte do cotidiano de milhares de famílias brasileiras.
Essas manobras foram identificadas em pesquisas recentes que acompanham hábitos da chamada nova classe média. Na avaliação de especialistas em consumo e em comportamento na base da pirâmide, as escolhas indicam que a classe C já começou a abdicar de algumas conquistas, consideradas menores, na tentativa de preservar outras, mais importantes.
“Pesquisas com a classe C sempre identificaram que o seu maior temor era, genericamente, perder as suas conquistas recentes”, diz Maurício Prado, sócio-diretor da Plano CDE, consultoria especializada em pesquisas sobre a baixa renda. “O risco difuso virou realidade por causa da possibilidade de perda de emprego e de queda na renda: é preciso fazer escolhas.”
Três levantamentos realizados neste início de ano pela Plano CDE traçam um retrato de como a classe C sente e reage à primeira crise econômica desde que ascendeu na pirâmide social (veja quadro). O mais recente, feito há três semanas, mostra que a maior preocupação de famílias com renda entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil é não ter dinheiro para pagar as contas - contas essas que têm uma composição mais sofisticada. “Há o smartphone, a TV por assinatura, a prestação do carro”, diz Prado. “Há 15 anos, deixar de comprar sabão em pó de marca era perda de status, agora, já nem tanto.”
Na reacomodação de prioridades, o celular, por exemplo, reina. A tarifa não é barata, mas ele não está entre os itens que já foram restringidos e só aparece no fim da lista de eventuais economias futuras. O salão de beleza, que viveu um boom, perde força, porque unha e cabelo podem ser feitos em casa a um custo inferior. O plano de saúde privado também começa a ser descartado - bem ou mal, há o SUS.
A relação com produtos básicos, mais tradicionais, por sua vez, dá sinais de que está em transformação. Historicamente, reduzir a compra do básico, especialmente de comida, era o último artifício de economia na baixa renda. Neste início de ano, porém, a Nielsen, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado do mundo, identificou desaceleração justamente nisso.
Básico. A Nielsen acompanha um conjunto de produtos que forma uma espécie de cesta básica, com arroz, feijão, desodorante e xampu, por exemplo. Há um dado curioso quando se observa a quantidade de itens. Em janeiro e fevereiro do ano passado, em relação a 2013, quando a economia ia bem, o volume teve uma alta de 6,9%. Em janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de apenas 1,2% - as pessoas compraram um número menor de itens. “A dona de casa é uma malabarista das finanças, poupa, sim, mas em parte garante um mimo, algo que na sua avaliação ela merece ter”, diz Olegário Araújo, diretor de atendimento ao atacado e varejo da Nielsen.
Os mimos podem ter outra dimensão, como mostra Vânia Lages, de 55 anos. Ela ganha R$ 1,7 mil por mês como assistente administrativa de uma escola de primeiro grau. Sua conquista foi comprar um apartamento “perto de tudo”, no bairro de Pituba, em Salvador. O condomínio subiu para R$ 470 reais. Pesa. Mas ela não vai se mudar. “Tenho me privado de tantas alegrias, mas quero morar num lugar decente”, diz Vânia. Para compensar, trocou o plano do celular de pós para pré-pago, evita ir ao shopping e leva uma lista ao supermercado para não comprar o que não precisa.
domingo, 3 de maio de 2015
Economia de água nas lavouras pode chegar a 70%
Sistema, criado em Israel e que evita desperdício ao irrigar direto a raiz da planta, foi apresentado em feira de agricultura. Lavouras brasileiras consomem 72% da água do país, diz ANA.
Do G1
Coordenador de plantio em uma usina de açúcar e etanol na região de Ribeirão Preto (SP), o engenheiro agrícola Matheus Uzelotto esteve na 22ª Agrishow em busca de alternativas tecnológicas para enfrentar um dos maiores desafios da agricultura nos últimos anos: economizar água - dados divulgados no último mês pela Agência Nacional de Águas (ANA) apontam que a irrigação é responsável por 72% do consumo de água no Brasil.
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Em 2014, a usina em que Uzelotto trabalha investiu cerca de R$ 600 mil em um sistema de irrigação por gotejamento - em que uma tubulação subterrânea ou instalada sobre o solo deposita as gotas de água diretamente na raiz da planta. O método foi aplicado em 100 hectares de canavial e os primeiros resultados já começaram a ser literamente colhidos.
“A gente ainda está avaliando o primeiro corte da cana, mas a produtividade aumentou cerca de 30%. Se a expectativa continuar boa, que é o que a gente espera, a ideia é aumentar a área de irrigação por gotejamento”, diz Uzelotto, destacando que a economia de água por esse método chega a 70%.
Considerado um dos mais eficientes sistemas de irrigação da atualidade, o gotejamento foi desenvolvido há 50 anos em Israel e trazido para o Brasil na década de 1990. De lá para cá, o sistema foi aperfeiçoado e já está sendo aplicado, de forma pioneira, no cultivo de arroz, que geralmente utiliza irrigação por inundação. O resultado é a economia de até um terço de água nessas lavouras.
O engenheiro agrônomo Daniel Pedroso explica que apenas um produtor no Rio Grande do Sul está implantando a nova técnica, mas os primeiros resultados mostram que houve aumento de produtividade de 7,5 toneladas para 12 toneladas de arroz por hectare.
“Quando você inunda uma área, acaba tirando o oxigênio do solo e a planta precisa desse oxigênio para poder produzir mais. Pelo sistema de gotejamento, você permite uma relação perfeita entre a quantidade de água necessária e o oxigênio”, afirma Pedroso.
O engenheiro agrônomo explica sobre as vantagens da irrigação por gotejamento (Foto: Érico Andrade/G1)
Daniel Pedroso explica sobre vantagens da
irrigação por gotejamento (Foto: Érico Andrade/G1)
Gota por gota
O sistema de gotejamento é simples: depois de passar pelo encanamento, a água chega às mangueiras de irrigação - que são mais finas - e é aplicada diretamente na terra, em baixa vazão e pressão. Isso possibilita que boa parte não evapore antes de chegar à raiz, como acontece pelo método comum de aspersão - em que os jatos são lançados sobre a plantação, como se fosse chuva.
“Além disso, em regiões onde venta muito, parte dessa água é levada para fora da lavoura. Em algumas culturas, também existe um problema que a gente chama de efeito guarda-chuva: a água cai sobre a folha da planta e não chega à raiz. Por isso, o gotejamento evita o desperdício”, afirma Pedroso.
O sistema permite ainda a utilização de fertirrigação, que é a aplicação de fertilizantes na lavoura por meio da água irrigada. “É possível controlar quando a plantação vai ser irrigada, quanto de água vai ser utilizado, que zona da lavoura você quer irrigar, tudo automatizado”, diz o engenheiro.
Pedroso não nega que o método de gotejamento é mais caro para ser implantado, em comparação com a aspersão, que é mais comum. Entretanto, afirma que o valor pode ser recuperado em até três anos. “Como você acaba produzindo mais e a longevidade da sua cultura é maior, isso acaba sendo diluído ao longo do tempo. No caso do café, por exemplo, às vezes o sistema se paga até no mesmo ano.”
Mais barato, sistema de irrigação por microarpersão também aparece como alternativa (Foto: Érico Andrade/G1)
Mais barato, sistema de irrigação por microarpersão também aparece como alternativa (Foto: Érico Andrade/G1)
Economia de preço
Mais barato, o sistema de microaspersão também aparece como alternativa aos agricultores preocupados com o desperdício de água na irrigação de suas lavouras. Apesar de não ser tão eficiente quanto o gotejamento, o método acaba sendo mais econômico que a aspersão comum, porque lança jatos d’água mais finos sobre a lavoura.
“Ele tem eficiência de irrigação de 90% porque a perda com evaporação é menor, e também consome pouca energia [elétrica], já que não precisa de bomba. O sistema funciona com a força da gravidade”, explica o engenheiro agrônomo Matheus Nitta, destacando que os tanques com água precisam ser instalados a dois metros de altura do solo.
Fabricada em polietileno, uma espécie de plástico flexível, a tubulação para microaspersão é furada a laser e projetada para que os jatos atinjam até 2,5 metros de distância. “A durabilidade é maior porque é mais resistente e tem proteção contra raios UV. Além disso, é mais prático, até dona de casa pode instalar”, afirma Nitta.
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