segunda-feira, 13 de abril de 2015

Pé no freio do consumo começa a atingir produtos da cesta básica


Os efeitos da desaceleração econômica, da inflação e da queda de confiança chegaram estão atingindo em cheio a população.

No primeiro bimestre, itens industrializados essenciais como macarrão, farinha e óleo tiveram retração ou crescimento enfraquecido no volume consumido, segundo relatório da Nielsen, que audita 50 milhões de lares. A farinha de trigo teve queda de 6,6% no consumo neste primeiro bimestre, em relação a igual período de 2014. A redução é relevante quando se compara à alta de 3,5% registrada entre os primeiros dois meses de 2014 e igual intervalo de 2013.

O mesmo ocorre com a categoria de massas alimentícias, que teve 2% de queda ante um avanço de 3,5% na relação do ano anterior. Pães (-2,3%) e peixes enlatados (-3,6%) também surpreenderam a indústria e o varejo no início deste ano. A razão está no cenário econômico, segundo Sabrina Balhes, analista da Nielsen.

"Esse é um ano de ajuste, de consumidor endividado. Não é algo que o fabricante de cerveja ou de refrigerante tenha feito que levou a isso. A desaceleração se intensificou. No primeiro bimestre há vários compromissos, como escola e IPVA", diz Balhes.

Para Renato Meirelles, presidente do instituto Data Popular, que estuda as classes C e D, começa a aparecer um reflexo no comportamento.

"As pessoas reduzem o desperdício na crise: espaçam mais as compras e aproveitam mais os ingredientes, jogando menos comida fora."

Balhes ressalta que a desaceleração no volume de compras ocorre a despeito de um esforço da indústria e do varejo para mitigar o impacto da inflação, com descontos e embalagens promocionais.

"O preço deflacionado diminuiu em geral em relação ao período anterior. Houve esforço para segurar preço, mas não foi suficiente para preservar a demanda", diz.

Se no primeiro bimestre de 2014, o total das cestas de bens de giro rápido crescia 6,9% puxado principalmente por categorias sazonais ligadas ao verão, o calor deste ano só foi foi capaz de manter um avanço tímido, de 1,2%.

Cervejas cresceram agora só 2,7%, ante 12,4% anteriormente. O mesmo ocorreu com sorvete, refrigerante e suco.

Itens de maior valor agregado, considerados conquistas para o consumidor da classe média, como iogurtes, também registraram queda (-5,8%), conforme o mesmo relatório, que audita 137 tipos de produtos. No ano passado, a alta fora de 34,6%.

Para Cláudio Felisoni, do instituto de varejo Ibevar, "a primeira coisa que se faz é reduzir o volume, depois trocar a marca e parar de comprar".
1,3 mil


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Preço do tomate que assustou Rio de Janeiro agora despenca





O Portal CeasaCompras.com.br prometeu no início da semana acompanhar de perto a alta de alguns alimentos que faziam parte da dieta da Semana Santa, como a batata, o tomate, cujos preços andaram assustando bastante os consumidores, principalmente aqueles do Rio. Demos o alerta em nosso Blog (www.ceasacompras.blogspot.com.br), depois de insistentes reclamações, e fomos atrás de respostas que foram as mais diversas. Ninguém sabia direito explicar o preço da caixa de 22 quilos do tomate que havia batido a marca de R$ 80 (isso na quinta-feira da semana passada, na Ceasa do Irajá, no Rio). E ficamos monitorando, até que nessa quinta-feira (8/4), uma semana depois, a mesma caixa teve uma redução de pouco mais de 30%, passando para R$ 50.  Quanto ao reflexo em relação ao bolso, os consumidores poderão sentir a partir de hoje nas redes de supermercados e nos chamados "sacolões" de bairro, ou até mesmo nas feiras livres.

No caso da batata, a saca com 50 kg, que era vendida a R$ 90, baixou R$ 10 (R$ 80). Mas, aquela batata maior, chamada "Asterix", igual a que você costuma comer no shopping, recheada com strogonoff, esta ainda continua com preço alto: R$ 110. O preço do alho também teve uma ótima redução no valor da caixa com 10 kg, caindo de R$ 130 para R$ 100 ( o alho argentino e nacional estão custando R$ 120).

O preço da saca de 20 kg da cebola permaneceu praticamente o mesmo valor: R$ 50. E o mesmo acontece com a caixa de 18 kg da cenoura: R$ 45.

Outras Ceasas

Em relação aos outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, os preços se mantiveram com disparidades entre as centrais de abastecimento desses locais.  Na Ceagesp, maior central do país, o quilo da cenoura custava R$ 2,68; tomate (R$ 5,13); alho nacional (R$ 14,31), argentino (R$ 14,41), chinês (R$ 10); a batata (R$ 2,17); a cebola nacional (R$ 2,75), argentina (R$ 2,89), holandesa (R$ 2,04). O Ceasa paulista é o único que importa cebola holandesa, e consegue vender mais barato apesar da alta do dólar, que nesta quinta-feira fechou em queda depois de reajustes frequentes em relação ao Real.

Na Ceasa do Espírito Santo, que funciona na Grande Vitória, o quilo do tomate estava fechado em R$ 2,41; alho brasileiro (R$ 4,75), argentino e chinês (R$ 10,75); batata (R$ 2,12), cenoura (R$ 2,43); cebola nacional (R$ 2,43) e importada (R$ 2,83); o tomate (R$ 3,48).

Já na Ceasa de Minas Gerais existia uma disparidade de preços entre a central de Belo Horizonte e de Juiz de Fora, em relação ao preço da saca de 50 Kg da batata: R$ 60 e R$ 140, respectivamente. Não dava para entender. Em relação aos outros produtos, a saca com 20 kg de cebola custava R$ 48; a caixa de 20 kg do tomate (R$ 55, em BH, e R$ 40, em JF); caixa de 20 kg do tomate custava R$ 35, o que nem se compara aos preços praticados na Ceasa fluminense. E olha que Minas sofreu uma das suas piores secas e ainda está com sequelas em certas regiões produtoras. O preço do alho, caixa com 10 kg (R$ 100-BH e R$ 90-JF).

Vamos continuar acompanhando de perto como havíamos prometido.

Instituto Nacional do Câncer diz que brasileiros ingerem muito agrotóxico na comida



     
 Durante um ano são mais de 5 quilos de veneno para cada pessoa, que pode provocar, além do câncer,  impotência e abortos. Embaixo, veja a relação de feiras de produtos orgânicos no Rio. Notícia foi publicada no jornal Extra.

Por ano, cada brasileiro consome, em média, 5,2 quilos de agrotóxicos contidos em alimentos. O dado é um dos números presentes no documento técnico “Posicionamento público a respeito do uso de agrotóxicos”, divulgado ontem pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo o texto, a ingestão de pesticidas pode levar, em longo prazo, a problemas de saúde como câncer, infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal e prejuízos para o sistema imunológico.

Desde 2009, o Brasil ocupa o primeiro lugar entre os países que mais utilizam agrotóxicos: são, pelo menos, 1 milhão de toneladas de substâncias despejadas por ano sobre as lavouras, para matar insetos e plantas indesejáveis.

De acordo com o nutricionista Fabio Gomes, do Inca, os alimentos que mais exigem o uso de pesticidas são os cultivados na forma transgênica, sobretudo o milho, o trigo e a soja. Por serem ingredientes básicos de produtos industrializados, biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas e pizzas, entre outros, também contribuem para a ingestão de agrotóxicos.

— Se o alimento não é identificado como orgânico ou agroecológico, é quase certo que ele tenha sido produzido com o auxílio de agrotóxicos — diz Gomes.

Para a nutricionista Natália Eudes, doutora em nutrição pela Universidade de São Paulo, o documento divulgado pelo Inca serve de alerta, mas não pode ser usado como desculpa para diminuição do consumo de frutas, legumes e verduras.

— Eles são marcadores de boa saúde e contêm substâncias que combatem o crescimento do tumor. O ideal é que haja um equilíbrio, que a pessoa avalie o que realmente é necessário comprar orgânico, por conta do preço mais alto — orienta.

Segundo a especialista, vale a pena investir na compra de alimentos à base de soja, tomate, abobrinha, morango e maçã — itens mais vulneráveis aos agrotóxicos — que sejam orgânicos. Para os demais componentes da dieta, mesmo a presença de pesticidas não torna indicada a retirada da casca quando ela é comestível e rica em nutrientes.

— Não compensa para a saúde — diz Natália.

É mito a ideia de que deixar os alimentos de molho remove os agrotóxicos.

Safra garante orgânicos com preço em conta

Para comprar produtos orgânicos sem estourar o orçamento, o nutricionista Fabio Gomes recomenda a escolha de alimentos que estejam dentro da safra:

— Tudo que está fora de época é mais caro. Se você compra acompanhando a safra, consegue reduzir o gasto e aumentar o sabor à mesa.

Em feiras orgânicas, que já estão presentes em vários bairros do Rio (veja alguns endereços abaixo), pequenos produtores oferecem preços competitivos com os dos supermercados. Outra dica é organizar um grupo para fazer compras coletivas e, assim, obter descontos.

— A tendência é que, quando mais pessoas passarem a comprar orgânicos, os preços diminuam — diz Fabio Gomes.

Endereços das feiras orgânicas

Campo Grande: Rua Marechal Dantas Barreto 95 (atrás do estacionamento do West Shopping). Aos sábados, das 7h ao meio-dia.

Glória: Rua do Russel e Praça Luís de Camões. Aos sábados, das 7h às 13h.

Fundão: no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no Centro de Tecnologia (CT) e no estacionamento do prédio da Reitoria. Às quintas-feiras, das 9h30m às 15h30m.

Tijuca: Praça Afonso Pena. Às quintas-feiras, das 7h30m às 13h30m.

Olaria: Praça Marechal Maurício Cardoso (Rua Leopoldina Rêgo, esquina com Avenida Professor Plínio Bastos). Aos sábados, das 7h às 13h.

Freguesia: Praça Professora Camisão. Aos sábados, das 8h às 13h.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Governo federal quer estimular consumo de fruta feia


Segundo a Embrapa, órgão de pesquisa do Ministério da Agricultura (Mapa), o Brasil desperdiça 30% de todas as frutas que produz.

A fim de reduzir o desperdício de alimentos, o Mapa quer estimular o consumo das frutas e hortaliças que podem parecer “feias” por terem se desenvolvido com pequenas deformidades ou apresentarem lesões, mas que mantêm intacto seu valor nutricional.

Para a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é necessário estimular espaços onde produtores possam vender seus frutos “feios” diretamente ao consumidor a preços mais baixos, evitando mandar para o lixo um produto que seria desprezado caso estivesse na prateleira de um mercado convencional.

“Queremos mostrar aos consumidores que frutas e hortaliças feias podem chegar à mesa com o mesmo sabor e a preços menores. Não estamos falando de produtos podres ou inadequados para o consumo, mas sim daqueles que não são perfeitos, mas que todos nós podemos comer normalmente”, disse a ministra.

De acordo com estudo realizado pela Embrapa em 2000, o país desperdiça em média 30% de todos os frutos e 35% de todas as hortaliças que produz anualmente. Metade dessas perdas ocorre no manuseio e no transporte dos produtos, mas há desperdício também nas centrais de abastecimento e comercialização, nos supermercados e no próprio campo.

Treinamento
O pesquisador da Embrapa Antônio Gomes Soares, responsável pelo estudo, disse que, apesar de a pesquisa ter sido concluída em 2000, pouca coisa mudou.  “Em alguns lugares, a qualidade do produto é melhor, mas em termos de perda pouca coisa mudou, porque muitas vezes não se usa embalagem adequada, os frutos perdem qualidade durante o transporte ou devido ao calor excessivo”, afirmou o pesquisador.

Soares disse que é preciso melhorar o treinamento das pessoas que lidam com as frutas e hortaliças, tanto no campo quanto nos centros de distribuição. O pesquisador chamou a atenção também para a condição de transporte e armazenamento dos produtos. “No campo, observamos muitas práticas inadequadas. Não se limpa o fruto direito e os que não estão sadios são jogados na terra, o que contamina outros pés. Isso tudo reduz a qualidade do produto”, acrescentou Antônio Gomes Soares.

Empreendedorismo social em Portugal
Em Lisboa, um projeto de empreendedorismo social lançado em 2013, chamado Cooperativa Fruta Feia, expandiu-se e atualmente já conta com 480 consumidores associados. Segundo a entidade, a iniciativa já conseguiu evitar o desperdício de 81,1 toneladas de alimentos.

Os consumidores da Fruta Feita em Lisboa devem se inscrever previamente junto à cooperativa. Todos os produtos são separados em cestas de dois tamanhos diferentes. Pelo modelo adotado na cooperativa lisboeta, todos os consumidores informam previamente a quantidade que desejam levar para casa. Caso não queira comprar os produtos naquela semana, o associado deve avisar com cinco dias de antecedência, medida que visa a reduzir ao máximo o desperdício.


Seca no Rio de Janeiro não afetou floricultura


Setor também ampliou número de produtores e de áreas cultivadas, movimentando R$ 634 milhões em 2014.

A floricultura, atividade que já coloca o Estado do Rio de Janeiro entre os maiores polos produtores de flores e plantas ornamentais do país, dá sinais que ainda tem fôlego para crescer. De acordo com a secretaria estadual de Agricultura, em 2014, o setor movimentou R$ 634 milhões, valor 10% superior ao do ano anterior. Esse crescimento vem acompanhado do aumento do número de produtores, expansão da área de cultivo, diversificação do número de espécies cultivadas e a profissionalização de mão de obra na agregação de valor e serviços, ampliando a demanda pelo produto.

Atualmente em todo o estado 1.074 produtores se dedicam a produção de flores de clima temperado,tropicais e envasadas, além de plantas para paisagismo e jardinagem. Grande parte deste contingente, cerca de 50%, se concentra na Região Serrana, produzindo flores de clima temperado e envasadas, entre elas as orquídeas. Outros 38%, na Região Metropolitana cultivam plantas ornamentais, flores e folhagens tropicais. Os demais estão pulverizados nas Regiões Noroeste, Baixadas Litorâneas e Sul fluminense.

Segundo a coordenadora do Programa Florescer, da secretaria estadual de Agricultura, Nazaré Dias, o bom momento da floricultura no estado é atribuído, entre outros fatores, a presença de microclimas que favorecem o cultivo da maioria das espécies, gerando uma oferta diversificada.

- Nos últimos cinco anos, os produtos da floricultura fluminense aumentaram sua participação na oferta global do mercado estadual, de 18 para 80%. Para atingir este patamar produtores, apoiados pelo Florescer, com assistência técnica da Emater-Rio - Empresa de Extensão Rural do Estado, investiram em capacitação, inovação de estruturas de produção, acompanhamento de tendências do setor para melhorar o padrão de qualidade do produto e atender a um consumidor mais exigente - frisou a coordenadora do programa.

Nazaré acrescenta que a profissionalização do segmento permitiu que alguns produtores atendessem a demandas de outros estados, como São Paulo (Campinas) e Minas Gerais, com flores tropicais e plantas ornamentais.

A expansão da área cultivada e do número de produtores nos municípios de Itaboraí, Rio de Janeiro, Bom Jardim, Nova Friburgo, Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus do Itabapoana também contribuíram para a elevação da produção.

- A floricultura é um setor importante para a geração de empregos e o seu crescimento é fundamental para a economia do Estado - afirmou o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, ao destacar que essa evolução é resultado do trabalho da equipe do Programa Florescer, com destaque para o da sua coordenadora, Nazaré Dias.

Segundo ele, essa política pública vem criando um ambiente de evolução tecnológica e comercial para o segmento, que conta com o apoio do overnador Luiz Fernando Pezão para continuidade dos incentivos à atividade.

- Isso nos faz acreditar que o crescimento do setor novamente será bastante significativo no ano de 2015 - concluiu o secretário.


segunda-feira, 6 de abril de 2015

Tomate aumenta de preços sem explicação

  
O preço do tomate voltou a ser um dos vilões nas compras deste final de semana, quando chegou ao absurdo do quilo ser vendido a quase R$ 7, tanto nos supermercados como nos chamados "sacolões"  do Rio de Janeiro. O estado fluminense é um dos maiores produtores, tendo Paty do Alferes,  município da Região Serrana, como um dos grande exemplos. Mas, o que está acontecendo? Ninguém sabe explicar ao certo. Muitos culpam até mesmo o aumento das tarifas de energia, combustível e etc. Alguns falam que as plantações em Paty estão acabando, transformando-se em loteamentos para o chamado "Minha Casa, Minha Vida".

Este fenômeno triste do aumento se concentra mais em São Paulo, Minas Gerais e no Rio, sem nenhuma perspectiva de queda, conforme análise dos preços publicados pelas diretorias técnicas da Ceagesp, maior central de abastecimento do país, localizada em São Paulo, e da Ceasa Grande Rio, situada em Irajá, bairro da Zona Norte, e da Ceasa Minas. Antes, os comerciantes culpavam a seca nas regiões produtoras, o que não acontece, já que as chuvas deram uma ajuda e tanto nos últimos dias.

Na Ceasa do Rio,  a caixa de 22 quilos do tomate longa vida era vendida a R$ 80, enquanto que a do tomate menor (R$ 50).  Em Minas, na Ceasa de Belo Horizonte, o preço máximo da caixa chegou a ser comercializado a R$ 100. O quilo do produto na Ceagesp, saía por R$ 5,86.

Se nesse três estados da Região Sudeste os preços estão estratosféricos, existe uma exceção no Espírito Santo, com o quilo do tomate sendo negociado a R$ 3,48, na Ceasa da Grande Vitória. E como acontece sempre, o estado que apresenta os menores preços em alimentos, o Rio Grande do Sul, lá, a Ceasa de Porto Alegre estava vendendo o quilo do tomate ao preço máximo de R$ 3.

Especulação de Páscoa não foi, por que os preços dos outros produtos que compõem a ceia da Semana Santa, como a cebola e a batata, não aumentaram tanto. O que está acontecendo? O Ceasa Compras vai acompanhar nessa semana e exigir respostas plausíveis.


domingo, 5 de abril de 2015

Novas sacolinhas começam a ser obrigatórias no comércio de SP


Fiscalização e multa aconteceram a partir deste domingo na capital paulista. Há duas cores de sacolinhas, que serão usadas para descarte de lixo.

Do G1 São Paulo

A fiscalização e as multas das novas sacolinhas plásticas começam a valer neste domingo (5) em São Paulo. Os supermercados só podem, a partir de agora, disponibilizar as sacolinhas em modelos padronizados: nas cores verde e cinza, mais resistentes e com parte feita de material renovável.

As sacolas verdes devem ser usadas para descartar o lixo reciclável e as cinzas, para resíduos orgânicos e rejeitos. Tanto o comércio pode ser multado por não distribuir as sacolas corretas quanto o consumidor pode ser penalizado caso não faça a reutilização adequadas.

As multas mais altas são para o comércio: vão de R$ 500 a R$ 2 milhões. O valor será definido de acordo com a gravidade e o impacto do dano provocado ao meio ambiente. Já o cidadão que não cumprir a regra poderá receber advertências e multa de R$ 50 a R$ 500.

Cobrança pelas sacolinhas

Ao menos quatro redes de supermercados anunciaram que vão cobrar pelas novas sacolinhas plásticas. Os hipermercados Pão de Açúcar, Extra e Bergamoni confirmaram que as lojas localizadas na cidade de São Paulo vão passar a cobrar 8 centavos por embalagem a partir deste domingo. O Sonda Supermercados fixou em 10 centavos o preço por unidade.

No Carrefour, as sacolinhas só serão vendidas a partir desta segunda-feira (6), também a 8 centavos. Segundo a assessoria da rede, no dia 5 os novos modelos serão distribuídos gratuitamente, em caráter educativo.

Já as redes Mambo e Záffari vão distribuir as sacolinhas gratuitamente em suas lojas.

Sem prorrogação

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na manhã desta quinta-feira (2) que não irá prorrogar o prazo para início da obrigatoriedade da distribuição dos novos tipos de sacolinhas.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomecio-SP) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pediram para a Prefeitura um prazo maior para que as novas regras entrassem em vigor.

Haddad lembrou que em duas ocasiões a data já tinha sido adiada. “A multa está valendo, ela pode ser aplicada. Se o fiscal for lá e advertir e voltar uma semana depois e a pessoa não tiver tomado nenhuma providência, ele será multado”, afirmou.

A proibição das sacolinhas plásticas comuns foi regulamentada em 7 de janeiro, quando foram definidos os critérios para aplicar a Lei 15.374, de 2011.

    

REÚSO DAS SACOLINHAS

- VERDE: lixo reciclável

- CINZA: resíduos orgânicos e rejeitos


Pelas novas determinações, as sacolinhas derivadas de petróleo devem ser trocadas por modelos padronizados: nas cores verde e cinza, mais resistentes e com parte feita de material renovável.

Segundo Haddad, o objetivo da lei não é multar. “Nossa intenção não é criar uma indústria de multa, não é esse o objetivo, nós sabemos que é uma mudança cultural que vai exigir um tempo", explicou.

Em 2007, mais de 40 cidades paulistas criaram leis contra sacolinhas. Elas foram declaradas inconstitucionais pela Justiça.
   
"Assim como nós fizemos com as faixas de ônibus, teve um prazo que a gente não multou, a gente advertiu. Nós vamos fazer o mesmo procedimento: advertir, orientar o condomínio, orientar o supermercado, criar uma política de resíduos sólidos”, disse Haddad.

Foco na coleta seletiva
O prefeito ressaltou o impacto que o uso das sacolas verdes exclusivamente para reciclagem deve causar impacto positivo na ampliação da coleta seletiva na cidade.

Haddad lembrou que foram investidos mais de R$ 60 milhões nas centrais mecanizadas de triagem e que a cidade gasta R$ 1 bilhão por ano com a varrição das ruas.

“Há anos, as pessoas reclamam que São Paulo não faz a coleta seletiva, quando fazia não tinha central de triagem e agora que tem não tem resíduo sólido para triar, não faz sentido”, destacou.

“Nós queremos que as pessoas façam suas compras, depois que consumirem o produto que adquiriu depositem na sacola verde. Essa sacola verde ao invés de ir para o aterro vai para a central de triagem, onde os materiais são reaproveitados”, explicou o prefeito.

Fecomércio
A Fecomercio alega que os comerciantes ainda não conseguiram se adequar e quer um prazo de mais 120 dias. “A matéria prima da sacolinha é diferente da que se acostumava usar. Alguns estabelecimentos estão com dificuldade de obter a sacola de acordo com a matéria-prima que precisa ser utilizada”, diz Cristiane Cortez, assessora do Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio-SP.

A entidade não é a única a  pedir um novo prazo. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também quer se reunir com o prefeito Fernando Haddad (PT) para pedir mais tempo até o início da fiscalização