quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Cacique Cobra Coral: espírito indígena garante chuvas a governador do Rio



Se é verdade ou não, o fato é que as chuvas chegaram e estão enchendo os nossos reservatórios, mananciais e afastando para longe o fantasma do racionamento e da falta de água no Rio de Janeiro. Com isso, quem mais agradece são os produtores rurais, criadores, que começam a ter esperança e ver florir sua plantação, o pasto e a engorda dos animais. E, depois, viemos nós, os consumidores que estamos sofrendo com o aumento de preços dos produtos hortifrutigranjeiros. Relatório da Fundação Cacique Cobra Coral, enviado ao governador do Rio, garante normalização dos reservatórios do Rio até maio; presidente Dilma já foi informada, aponta reportagem da Revista Época, desta semana, feita pela editora Cristina Grillo.

Celebrai, povo fluminense: vem água por aí. Abram as torneiras, durmam no chuveiro e caprichem no banho do carro. Está liberado até encher a piscina de plástico azul das crianças. Basta comungar da mesma confiança que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Ele assegura à ÉPOCA, com tranquilidade budista, que racionamento e rodízio são palavras do passado. Cálculos de volume morto e obras na rede de águas são coisas de políticos sem fé. A convicção de Pezão é transcendental: vem dos céus – embora não de São Pedro. Choverá, ora, porque a médium Adelaide Scritori, a pedido de Pezão, consultou o espírito do Cacique Cobra Coral – e o Cacique mandou dizer que a água não tarda e chegará abundante. Quem é Pezão para discutir com o espírito do Cacique?

O último relato do Cacique veio por email – não do além, mas por meio de Adelaide. No documento, enviado no dia 28 de janeiro, garante-se  que “tudo o que faltou em dezembro e janeiro virá em fevereiro, março e abril”. O email, que afastou da cabeça do governador qualquer ideia de racionamento, foi repassado em seguida, como de costume, a Dilma Rousseff. “A presidente se diverte com os emails do cacique. Riu muito de um que afirmava que o culpado da crise hídrica e energética era o Lobão [Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia]”, disse Pezão à ÉPOCA em seu gabinete, no Palácio Guanabara. Dilma riu, mas Pezão leva os conselhos do Cacique a sério.
 
Fundação

A médium Adelaide lidera a Fundação Cacique Cobra Coral. Ela afirma incorporar o espírito do Cacique – um meteorologista sobrenatural, com capacidade para segurar uma tempestade aqui, mandar uma chuvinha lá e, graças a esse dom, fazer com que prefeituras e governos contratem a instituição para garantir seus serviços. No relatório que Pezão encaminhou a Dilma há, no entanto, um alerta para a possibilidade de temporais no Rio. Até junho, diz o Cacique, há o risco de chover, em apenas um dia, a quantidade esperada para um mês inteiro. “É preciso ficar alerta para o excesso de precipitação numa mesma localidade, como a zona norte”, avisa a entidade. Preparem a arca de Noé.  

Pezão recebe com regularidade os informes que o espírito do Cacique envia à Prefeitura do Rio – o governo do Estado, afirma, não tem contrato com a fundação; a prefeitura, sim. Mas a relação de Pezão com o Cacique é antiga. Vem desde 1997, quando Pezão era prefeito de Piraí, município a 90 quilômetros da capital. “Eu sempre gostei de fazer festas na rua e conversava com eles para ter tempo bom. Chegava o dia da festa, chovia em todos os municípios vizinhos, e Piraí ficava sequinha, sequinha”, contou o governador. Com a prefeitura do Rio, os acordos da entidade mediúnica vêm dos tempos em que Cesar Maia era prefeito, no início de 2001. Eduardo Paes ameaçou romper com a fundação quando tomou posse em seu primeiro mandato, em 2009. Mas as previsões de temporais na noite do réveillon o fizeram rever a decisão. Não choveu e, desde então, além de satélites e outros instrumentos de alta tecnologia, o Rio conta com a expertise do cacique para ajudar nas previsões meteorológicas.

Mesmo sem contrato com o governo do Estado, a Fundação Cacique Cobra Coral parece estar se esforçando para garantir a normalização dos reservatórios. No domingo, dia 8, a médium Adelaide sofreu um acidente de carro na cidade de Paraibuna, em São Paulo. Ela vinha de Minas para o Rio de Janeiro, acompanhando o curso do rio Paraíba do Sul para avaliar, in loco, o nível dos reservatórios. O carro onde estava capotou três vezes e caiu no rio. Adelaide só teve escoriações leves. “Ela estava vendo tudo para informar ao cacique”, disse Pezão, que conecta seu celular para mostrar algumas fotos do acidente. Cair no rio não seria um mau sinal? “Não! Já está tudo certo, vai voltar a chover”, afirmou o confiante governador.

Das amplas janelas do gabinete de Pezão vê-se o jardim, espetacular, reformulado pelo paisagista francês Paul Villon no início do século XX. No meio do jardim, o chafariz de Netuno jorra, voluptuoso, litros e mais litros de água. “Mas é água de reuso”, apressa-se o governador a explicar, ao ouvir a pergunta sobre o desperdício –mesmo com toda a garantia dada pelo cacique de que o Rio está livre de problemas. Mas, pelo sim, pelo não, no dia seguinte o chafariz estava desligado.

Cientistas conseguem detectar a exposição de uma pessoa a pesticidas

Monitoramento é feito com base na quantidade de produtos orgânicos que consome. Cuidado com tomates, pêssegos e nectarinas.

 



Você pode até se sentir bem consigo mesmo quando paga alguns reais a mais por um pêssego orgânico, mas sabe se essa atitude realmente faz diferença em termos de exposição a produtos tóxicos? Um novo estudo afirma que sim -- e indica que é possível avaliar a exposição a pesticidas diante da quantidade de produtos convencionais ou orgânicos que você tem comido.

O estudo publicado na Environmental Health Perspectives e divulgado pelo portal Fast Company analisa a exposição a organofosfatos -- um inseticida frequentemente utilizado nas lavouras nos Estados Unidos -- em 4500 pessoas de seis cidades do país. O resultado constatou que os participantes que comem mais orgânicos apresentam um índice consideravelmente menor de pesticidas no organismo em relação aos que ingerem alimentos feitos com produtos químicos.


Porém, nem todos os produtos podem ser avaliados da mesma forma. Pessoas que comeram alimentos que têm o crescimento exposto por pesticidas como tomates, pêssegos e nectarinas apresentam níveis mais elevados de concentração de organofosfatos que pessoas que mastigaram alimentos com menos exposição de pesticidas (como abacates e outras frutas e legumes com peles).

"A partir da pesquisa, podemos coletar uma amostra de urina e obter um resultado instantâneo, em vez de se concentrar no que o paciente comeu no último dia ou dias, e ver a relação entre o que medimos e o que podemos prever", explica Cintia Curl, líder do estudo.

No futuro, a ideia é poder reverter esses dados em uma ferramenta que todos podem usar para avaliar a exposição a organofosfatos. O próximo passo é detectar os efeitos negativos para a saúde desse tipo de exposição.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Ministra diz que não haverá desabastecimento de alimentos



Agência Brasil

Brasília - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, descartou nesta quarta-feira risco de desabastecimento ou inflação de alimentos por causa da falta d'água que afeta o país. Ela explicou que, além das perspectivas de chuvas para os próximos dias, as perdas de produção nos estados mais afetados pela estiagem serão compensadas pela produção em regiões irrigadas.

Kátia Abreu: Produção de commodities não foi afetada, a de carne não depende de questões relacionadas à falta d'água, e a de leite também não sofrerá grandes impactos.

“É um otimismo não exacerbado, é uma torcida bem realista, porque, de fato, foram anunciadas chuvas para todo o Brasil, especialmente no Sudeste. Ficamos otimista por períodos. Neste, estamos otimistas”, disse Kátia, após reunião ministerial para discutir os impactos da seca.

“Não estamos vendo caos diante dos nossos olhos”, acrescentou a ministra, ao adiantar que os dados do levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não trarão diferenças em relação às perspectivas apresentadas em janeiro. Os dados serão apresentados nesta quinta-feira pela Conab.

Segundo Kátia Abreu, a produção decommodities (produtos primários com cotação internacional) não foi afetada, a de carne não depende de questões relacionadas à falta d'água neste momento, e a de leite também não sofrerá grandes impactos porque os produtores são preparados para a fase seca.

Em relação ao tomate e à cebola, batata e laranja, que, segundo a ministra, têm grande reflexo sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que mede a inflação oficial - a produção em áreas irrigadas deve compensar as perdas em São Paulo e no Paraná.

“Estamos com a expectativa de que perímetros irrigados de Goiás e do Nordeste deverão produzir o suficiente para não termos problemas com estes produtos”, disse ela, lembrando que há 1,2 milhão de hectares irrigados por 17 mil pivôs centrais nestas culturas.

De acordo com Kátia Abreu, as medições de umidade do solo feitas por satélite pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Enbrapa) mostram que os primeiros dados de fevereiro serão mais favoráveis para os produtores. “Nossa expectativa é positiva porque houve chuva em vários lugares do país onde não choveu no veranico de janeiro. Estamos otimistas porque a leitura desse próximo decêndio fará diferença e melhorará a umidade do solo percebida pelo satélite”, disse.

As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia mostram que os estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco terão estiagem grave, e Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte também serão afetados, em menor grau.

Desde o agravamento da estiagem, oito ministros se reúnem com frequência para discutir os impactos da estiagem. Além de Kátia Abreu, participaram da reunião desta quarta-feira, no Palácio do Planalto, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Integração Nacional, Gilberto Occhi, das Cidades, Gilberto Kassab, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, de Minas e Energia, Eduardo Braga, da Defesa, Jaques Wagner, e do Planejamento, Nelson Barbosa.

No carnaval, Ceasa Compras de bem com vida e internacional



O carnaval está aí na porta, e nós do Portal Ceasa Compras vamos tirar um descanso por esses dias de Momo, prometendo retornar logo depois da quarta-feira de cinzas com mais notícias e mais novidades. Mesmo porquê, temos agora uma obrigação enorme de fazer mais e cada vez melhor, já que o total de acessos ao portal chegou em janeiro deste ano a 22.315 acessos; e nos primeiros dias de fevereiro, já totalizaram 9.232 acessos. Um aumento de público na ordem de 50% mensais. Mas, queremos mais, muito mais: queremos chegar a 1 milhão de acessos em apenas quatro meses. Temos muito mais leitores do que qualquer jornal popular, neste segmento de mercado que é tão carente de informações e análises econômicas, registros de produção e outros assuntos pertinentes ao setor de abastecimento de hortifrutigranjeiros e pescados. Sem contar, claro, guia de acesso aos mercados, restaurantes bem classificados pela Vigilância Sanitária. Esta é a nossa garantia, a de satisfazer o consumidor em todos os sentidos: comida, bem estar e lazer.

Os acessos, dentro do país, é uma coisa impressionante: Rio, Niterói,  São Gonçalo, Belo Horizonte, Contagem, Salvador, Porto Alegre, Goiania, Brasília, Curitiba, sem contar outras cidades mais ao interior dos estados.

Na relação dos países que acessam o portal temos, por ordem, Russia, Itália, Portugal, Espanha, Malásia, Austria, Canadá, Chile, Alemanha, Argélia, Reino Unido, Índia, Kuwait, Sri Lanka, Luxemburgo, Peru, Philippinas e Romênia.

Nós já tínhamos registrado aqui o nosso contentamento em relação à página do Facebook do Ceasa Compras, que tem até um sheik como leitor. O nosso blog do Ceasa Compras (www.ceasacompras.blogspot.com.br) também está crescendo.

O mesmo acontece com o nosso blog Qsacada, com dicas sobre restaurantes, bem estar, turismo (nacional e internacional), que podem ser acessados no www.qsacada.blogspot.com.br.

Só temos a agradecer e desejar a todos um ótimo carnaval. E um detalhe: curta com moderação esses dias momescos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Estiagem afeta produção e preços no Espírito Santo


Em pouco mais de um ano os preços do tomate e do chuchu, por exemplo, aumentaram 80% e 287%, respectivamente. Os produtores tiveram que mudar o modo de irrigação para economizar água.

Com a estiagem que afeta o Espírito Santo nos últimos dias os preços dos produtos hortifrutícolas nas Centrais de Abastecimento do Espírito (Ceasa/ES) tiveram alta nos preços. O grupo das hortaliças fruto, hortaliças raiz, tubérculo e rizona tiveram aumento de 17,69% e o subgrupo de folhas, de 10,26%.

O subgrupo das frutas brasileiras apresentou redução nos preços de 11,24% em comparação a janeiro de 2014 e um pequeno aumento nos preços médios frente a dezembro do mesmo ano, influenciado pelo aumento dos preços da banana prata, que nesta comparação subiu mais de 32%.

Segundo dados do Setor de Estatística da Ceasa/ES o chuchu apresentou aumento de (287%) em relação a dezembro de 2014, registrando o maior preço do produto na série histórica do entreposto. Em dezembro teve o preço médio cotado a R$0,31 e em janeiro subiu para R$1,20 o quilo. O tomate teve 80% de aumento. Outros produtos que registram aumento: jiló (70%), vagem (36,97%), quiabo (29,20%), couve (42,11%), e repolho roxo (52,27%).

Com a seca não é só o consumidor que fica no prejuízo, os produtores rurais também sofrem, como é o caso de Joilson Simmer, de Domingos Martins, que comercializa no mercado da Ceasa/ES diariamente. Ele produz laranja, tangerina, pepino, repolho, quiabo e tomate entre outros, e conta que na sua propriedade teve que mudar o modo de irrigação para economizar água. “O tomate que precisa de muita água, eu passei a irrigar com uma pequena quantidade e apenas uma vez ao dia. Outros produtos também precisei economizar na água e acabei perdendo o plantio. A tangerina ponkan que entra em safra nos próximos meses foi prejudicada pelo sol forte e falta de chuva, com isso as frutas não estão conseguindo se desenvolver, e a próxima colheita pode ser prejudicada”, conta Simmer.

O produtor de Santa Maria de Jetibá Lucimar Holz, município que é responsável pela maior contribuição no entreposto central, também teve perda em suas lavouras. “Eu cultivo hortaliças e tive que moderar a minha produção. Deixei de plantar novas mudas pois elas precisam de bastante água para o seu desenvolvimento e devido a isso, na próxima colheita não irei ofertar uma boa quantidade. Com isso tive que aumentar os preços das hortaliças que consegui salvar com a seca para ter um lucro razoável.”, ressalta o produtor.

De acordo com o gerente técnico das Unidades Regionais, Marcos Antonio Cossetti Magnago, o abastecimento capixaba nos próximos meses não irá ter diminuição. “Como alguns produtores não puderam plantar novas mudas por causa da estiagem, os municípios do Espírito Santo podem ofertar menos nos próximos meses. Mas a Ceasa/ES vai buscar uma estratégia para que a oferta não seja prejudicada, como ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, quando as fortes chuvas afetaram muitos municípios produtores. Naquele período a contribuição do Estado teve uma grande queda e outros estados entraram com uma maior oferta”.

Caso ocorra uma diminuição de oferta por parte dos produtores capixabas, novamente, os estados do Sul do país que não estão sendo prejudicados pela seca irão ajudar no abastecimento capixaba. “O importante é sabermos que o mercado de hortaliças é dinâmico. As plantas demoram poucos dias para se desenvolver e com a previsão de chuva para os próximos dias esse setor de hortaliças folhas tende a se normalizar”, explica o gerente.


Dicas da Semana - Limão e banana estão mais em conta

Confira a lista dos produtos a disposição na Ceagesp (SP):

PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA




Limão Taiti, Uva Isabel, Mamão Formosa, Laranja pera, Carambola, Manga palmer, Morango, Goiaba branca e vermelha, Banana nanica, Abóbora moranga , Jiló redondo, Pepino caipira, Beterraba, Batata doce rosada, Cara, Mandioca, Pimentão verde ,Pimenta cambuci, Nabo, Milho verde,  Beterraba c/ folha, Cebolinha, Alho porró, Repolho lisa, Alho chinês.

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Mamão papaya, Maracujá azedo, Pêssego nacional, Manga tommy, Ameixa rubi mel ,
Laranja seleta, Abacaxi havai, Banana terra, Uva rubi ,Maxixe, Pimentão amarelo,Pepino comum, Abóbora Japonesa, Alface americana, Alface crespa, Espinafre, Cenoura c/ folha , Couve, Alho nacional , Batata lavada.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Abacate geada, Banana maçã, Tangerina murcot, Laranja lima, Romã, Acerola, Abacaxi pérola, Caju, Uva rosada, Maçã nacional e Importada, Gengibre, Inhame, Ervilha torta, Mandioquinha, Vagem macarrão,Chuchu,  Escarola, Brócolos,  Rabanete, Agrião , Coentro, Cebola nacional e Ovos.

Histórias de sucesso com agricultura sustentável fluminense


Produtor que adota práticas do programa Rio Rural, do governo do estado, tem efeitos da estiagem minimizados, afirmam técnicos.

Produtores rurais do Rio de Janeiro vem dando exemplos de que a prevenção pode ser parte da solução no enfrentamento da estiagem que atinge o Estado. Práticas sustentáveis incentivadas pelo Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, estão fazendo a diferença para muitos deles, garantindo a produção agropecuária e diminuindo os impactos da falta de chuvas.

Nilton de Souza Fernandes, pequeno produtor de leite na microbacia Valão Carqueja, em Italva, no Noroeste fluminense, é um deles. Desde 2007, com orientação dos técnicos do Rio Rural, implantou sistema de pastoreio rotacionado com irrigação, que permite remanejar o gado, evitando a compactação e degradação das pastagens. Como os animais mudam de local diariamente, a forrageira ganha tempo para se recuperar antes do próximo pastejo e, ao mesmo tempo, mantém o gado afastado das áreas de cultivo e de preservação (rios, nascentes e florestas).

- A tecnologia garante a qualidade de 1,4 hectares de pasto durante todo o ano. Mesmo com a falta de chuvas, até o momento, não registrei queda na produção do meu rebanho de 28 animais, que produz 130 litros de leite/dia - revelou ele, que também cultiva feijão e milho.

Com recursos do programa, no valor de R$ 4,8 mil também implantou área de recarga, trecho com árvores no topo de um morro que ajuda a reter a água da chuva por mais tempo no solo.

- O resultado dessas ações está fazendo a diferença neste momento em que muitos produtores estão tendo prejuízos na atividade por conta da estiagem - afirmou Nilton, que é presidente da Associação de Lavradores da Fazenda Experimental de Italva, membro do Comitê Gestor de Microbacias - Cogem, e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável.

Sob a orientação dos técnicos do Rio Rural, o produtor está preservando a mata ciliar, em sua propriedade, protegendo a cabeceira e o curso dos rios, além do volume de água.

Para o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, Nilton representa uma grande parcela dos produtores que já perceberam que é possível produzir alimentos em harmonia com a preservação do meio ambiente.

- O Rio Rural está transformando o perfil da agricultura familiar no estado e contribuindo para diminuir a vulnerabilidade dos produtores aos efeitos das mudanças climáticas - declarou o secretário.

A meta do programa é promover o desenvolvimento rural sustentável em 366 microbacias hidrográficas em todo o estado.

A motivação do produtor Nilton em preservar os recursos naturais e seus bons resultados alcançados com as práticas sustentáveis do Rio Rural levaram a Emater-Rio e Pesagro-Rio, empresas de extensão rural e pesquisa agropecuária do governo do estado, a instalar em sua propriedade uma Unidade de Pesquisa Participativa - UPP, com sistema silvipastoril.

A iniciativa, que combina o plantio de árvores, pastagem e criação de gado numa mesma área, manejados de forma integrada, visando aumentar a produtividade por unidade de área, será uma vitrine para produtores vizinhos conhecerem a prática sustentável.

- A assistência técnica fica por conta dos executores do Rio Rural e pesquisadores da Pesagro-Rio. A vantagem para o produtor está na melhoria do solo, maior conforto para o gado e na mudança de paisagem - explicou o supervisor do escritório local da Emater-Rio em Italva, Carlos Marconi.