terça-feira, 23 de agosto de 2016

Camarão com dois preços na Ceagesp. Bom ou ruim?

Nesta semana que passou uma amiga nossa do Facebook, moradora em São Paulo, ficou surpresa com os preços de venda do camarão na Feira de Pescados da Ceagesp, na capital paulista.  Ela considerou muito caro e ficou espantada ao verificar os preços cobrados na Ceasa do Rio de Janeiro, chegando a pedir que a gente comprasse aqui e mandasse para ela. Ficamos de providenciar a logística de entrega do produto por via rodoviária.

          

Isso nos chamou a atenção, já que nos últimos meses, nossa equipe vinha constatando que a Ceagesp, maior central de abastecimento da América Latina, tinha a relação de produtos mais cara do que os verificados nas outras centrais da Região Sudeste. 

Foi então que analisamos a relação de preço de alguns pescados, e constatamos uma coisa intrigante: o camarão-de-sete-barbas, identificado como tal, tem um preço, mais baixo por sinal, e o chamado "camarão ferro", que são o mesmo animal, sendo vendido três vezes mais caro.  O primeiro, vendido limpo, o quilo está custando R$ 9, e o segundo a R$ 27.  Já o chamado "camarão rosa", o quilo está custando R$ 75.

No Rio, o preço do quilo, no atacado, do camarão rosa está a R$ 12; o camarão-de-sete-barbas, R$ 8. O que aqui, chamamos de "camarão cinza" (mar), está por R$ 27. No caso do camarão rosa, R$ 12 o quilo.

Quem está errado? De acordo com consulta ao Wikipédia, o camarão-de-sete-barbas também é chamado de camarão ferro ou camarão de areia. Esses animais são originários do Sul do Brasil, de águas oceânicas, ou dos Estados Unidos. 

Preparamos, então, uma lista de alguns pescados vendidos na Ceagesp, com os seus respectivos preços, para você comparar e comprar durante esta semana. veja detalhes (estamos utilizando o maior preço):

Abrotéa R$ 4
Anchovas R$ 9,50
Atum R$ 19
Bonito R$ 2,50 (que substitui muito bem o atum, se você estiver com pouco dinheiro)
Cação R$ 7,50
Camarão-de-sete-barbas (limpo) R$ 9
Camarão Ferro R$ 28
Camarão Rosa R$ 75
Corvina R$ 3,80
Dourada (o) R$ 17
Espada R$ 2,30
Linguado R$ 16,50
Manjuba R$ 11
Namorado R$ 21
Olho de Boi R$ 23
Salmão R$ 30
Pescada Amarela R$ 26,50
Polvo grande R$ 33
Sardinha grande R$ 2,80
Truta de cativeiro R$ 18
Tlápia de cativeiro R$ 5,80

Governo apoia setor de queijos artesanais

Ministério da Agricultura (Mapa) apoia cadeia produtiva que busca legislação para produção e comercialização, crédito rural, assistência técnica e amparo à pesquisa. Valorização de queijos artesanais foi tema de oficina em SC.

            

Com apoio do Mapa e da Rede Brasileira de Sistemas Agroalimentares Localizados (Sial Brasil), a cadeia produtiva dos queijos artesanais quer alcançar um novo patamar para ampliar sua participação no mercado. Para tanto, vai trabalhar em quatro frentes a partir deste segundo semestre: criação de legislação específica para a produção, comercialização e transporte dos produtos artesanais; ampliação de políticas públicas de crédito, assistência técnica e extensão rural; pesquisa para aprimorando de procedimentos; e maior interlocução dos produtores com os demais segmentos envolvidos com o setor.

Essas diretrizes foram estabelecidas na Oficina de Queijos Artesanais, promovida durante o V Workshop Catarinense de Indicação Geográfica, em Joinville (SC), no último dia 10. O evento contou com cerca de 140 participantes, entre produtores, comerciantes, autoridades locais e estaduais, representantes do Mapa e da Rede Sial Brasil, e pesquisadores da França e da Argentina. Também ficou definido que a Rede Sial Brasil vai continuar coordenando o processo de debate de medidas para apoiar o setor, que conta com a participação do Mapa e de outras instituições.

Na avaliação do Mapa, o incentivo à produção de queijos artesanais deve contribuir ainda para expandir o uso das indicações geográficas (IG). Por suas características específicas, tradição, tipicidade e vínculo com o território, esses produtos apresentam potencial para serem registrados como IG – signo distintivo concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a produtos ou serviços que apresentam notoriedade, reputação, valor intrínseco e identidade territorial, distinguindo-os de seus similares disponíveis no mercado. Hoje, os queijos da Canastra e do Serro, ambos de Minas Gerais, já têm indicação geográfica.

Planejamento de ações

“A Oficina de Queijos Artesanais foi importante por congregar atores e instituições que já vêm, há algum tempo, trabalhando no tema e que puderam fazer sugestões e encaminhamentos com conhecimento de causa”, ressalta o auditor fiscal federal agropecuário Gilberto Mascarenhas Assis, da Coordenação de Promoção da Produção Artesanal e da Agroindustrialização do Mapa. “O resultado do evento ajudará a subsidiar o planejamento de ações do ministério para buscarmos desenvolver políticas públicas que trarão maior apoio aos produtos artesanais. ”

O auditor fiscal federal agropecuário Diogo Pierangeli Carvalho, da  Coordenação de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários, acrescenta: “A continuidade do trabalho realizado no evento é crucial para avançarmos na busca de um marco legal para os produtos artesanais agroalimentares. Isso facilitará a vida do pequeno produtor e conferirá a segurança alimentar desses produtos. A normatização e a estruturação do setor, por meio de sólidas políticas públicas, têm estreita ligação com as ações de incentivo e fomento às indicações geográficas, que são uma valiosa ferramenta para o desenvolvimento territorial. ”

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Abóbora no Rio a preço de banana


                

Você conhece os benefícios desse legume? Pois bem, saiba que a abóbora e suas sementes podem reduzir o nível do colesterol no organismo.  A lista de benefícios é grande, mas antes vamos falar das oportunidades de ótimos preços que nós encontramos para você na Ceasa do Rio de Janeiro. Veja as oportunidades que irão ajudar na prevenção e beneficiar sua saúde:

Abóbora baiana - R$ 1,70, o kg
Abóbora branca - R$ 2
Abóbora japonesa - R$ 1,80
Abóbora sergipana - R$ 1,50
Abóbora moranga - R$ 2,50

Abobrinha italiana, caixa com 25 kg - Extra (R$ 18) e Especial (R$ 10)
Abobrinha menina, caixa com 20 kg - R$ 20

Portanto, aproveite esses preços baixos e lembre que as abóboras e suas sementes contém Fitoesteróis, que são conhecidos por reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o bom (HDL). Ela ótima também para diabéticos e ajuda a prevenir o câncer por ser rica em antioxidantes.

Ceagesp prorroga Festival de Sopas até 28 de agosto

Sopa de rabada com agrião, como essa da foto, é parte das delícias oferecidas na maior central de alimentos do país, situada na capital paulista.

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O Festival de Sopas Ceagesp, que terminaria no próximo domingo, foi prorrogado até o dia 28. Nesta penúltima semana (de 16 a 21/08), o cardápio traz novidades, como a Sopa de Chocolate com Frutas, que será servida no domingo. Hoje (terça) e amanhã (quarta), tem Canjica Doce como prato adicional incluído no preço. Quanto à famosa Sopa de Cebola (gratinada e sem gratinar), de hoje até domingo, ela vem acompanhada de Sopa de Rabada com Agrião, Creme de Palmito com Alho Poró, Sopa de Mandioquinha com Crispy de Bacon, Caldo de Pinto com Quirela e Sopa de Bacalhau à Fiorentina.

O cardápio da última semana (de 23 a 28/08) será feito com a participação do público, que vai escolher as opções que encerrarão a temporada do Festival de Sopas Ceagesp deste ano. A eleição das melhores sopas será realizada por meio de votação na página do Facebook dos Festivais Gastronômicos Ceagesp.

Para tomar todas as sopas, quantas vezes quiser, o preço é de R$ 33,90 por pessoa. As bebidas, as sobremesas e os antepastos são cobrados à parte. Pães, croutons, queijo ralado, pimentas e outros itens estão incluídos no preço. Os antepastos (cobrados à parte por kg) ficam disponíveis numa mesa posicionada bem na entrada do evento, com queijos, patês, frios, entre outras opções.

O festival é realizado de terça a domingo no Espaço Gastronômico Ceagesp, até o próximo dia 28 de agosto. A entrada é pelo portão 4 da Ceagesp (altura do 1.946 da avenida Dr. Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital). O estacionamento, no mesmo local, tem preço fixo de R$ 10. Às terças, quartas, quintas e domingos, o horário é das 18h à meia-noite. Às sextas e sábados, fica aberto até as 2h da manhã.

Cardápio da Semana
De 16 a 21 de agosto - Terça a domingo
·         Sopa de Rabada com Agrião
·         Creme de Palmito com Alho Poró
·         Sopa de Mandioquinha com Crispy de Bacon
·         Caldo de Pinto com Quirela
·         Sopa de Bacalhau à Fiorentina
·         Sopa de Cebola
·         Sopa de Cebola Gratinada
·         Canjica Doce (terça e quarta)
·         Sopa de Chocolate com Frutas (no domingo) 

FESTIVAL DE SOPAS CEAGESP
Quando: De terça a domingo – Até 28 de agosto
Horário: Terças, quartas, quintas e domingos, das 18h à meia-noite; sextas e sábados, até as 2h da manhã.
Onde: Espaço Gastronômico Ceagesp – Portão 4 da Ceagesp (altura do 1.946 da av. Dr. Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital) – Estacionamento a R$ 10.
Preço: R$ 33,90 por pessoa (bebidas, sobremesas e antepastos são cobrados à parte)

Universo verde e barato na sua cozinha

O CeasaCompras foi a campo pesquisar os preços das verduras em uma das maiores centrais de abastecimento de alimentos do país, a Ceasa do Rio de Janeiro, e constatou uma gama de oportunidades de preços baixos em relação às verduras que tanto bem fazem para a saúde.  E constamos preços incríveis, como o do agrião: 25 moles a R$ 0,70; espinafre, R$ 1, cinco moles.  

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Não esquecemos também de fazer uma relação de produtos gourmet, tão apreciados na alta gastronomia e que estão ao seu alcance. Veja a relação:

Agrião, 25 moles - R$ 0,70
Alecrim, 15 moles - R4 3
Alface crespa , 18 unidades - R$ 8
Alface lisa, 18 unidades - R$ 8
Bertalha, 5 moles - R$ 1,50
Brócolis comum, 8 unidades - R$ 1,50
Cebolinha, 4 moles - R$ 2
Salsa, 4 moles - R$ 1
Chicória, 18 unidades - R$ 12
Coentro, 10 unidades - R$ 3
Couve comum, 10 unidades - R$ 5
Couve-flor, 8 unidades - R$ 18
Espinafre, 5 moles - R$ 1
Hortelã, 10 moles - R$ 3
Louro, 5 moles - R$ 3
Manjericão, 30 moles - R$ 2
Repolho verde grande, 12 unidades - R$ 12
Repolho verde médio, 15 unidades - R$ 8
Repolho verde pequeno, 18 unidades - R$ 5

Cozinha Gourmet

Aipo/Salsão, 6 moles (13 kg) - R$ 12
Alho-poró, 12 unidades - R$ 20
Brócolis americano, 8 unidades - R$ 25
Couve Bruxelas, 3 unidades - R$ 8
Endívia, 5 unidades - R$ 8
Erva-doce/Funcho, 6 unidades - R$ 5
Moyashi, pacote de meio quilo - R$ 5
Nirá, pacote de 1 kg - R$ 45
Palmito, unidade com 4kg - R$ 15
Repolho roxo, 25 kg - R$ 20
Cogumelo Shitake, 4 bandejas (1,2kg) - R$ 12
Ervilha Petipua - R$ 5,09 kg

EXCLUSIVO: Saúde vegetal para o controle do transporte de bananas

                

A Secretaria Agricultura do Rio de Janeiro exigirá permissão para cargas de banana no estado a partir de 1° de Setembro. Permissão de Trânsito de Vegetais visa evitar a disseminação da Sigatoka Negra nas plantações fluminenses.

A partir do dia 1° de Setembro as cargas de banana oriundas de outros estados da federação onde há ocorrência da Sigatoka Negra deverão apresentar a PTV (Permissão de Trânsito de Vegetais) para ingressar no território fluminense. A exigência do documento, emitido pelo órgão estadual de Defesa Sanitária Vegetal do local de origem, visa proteger a bananicultura do estado do Rio de Janeiro da doença que ataca a cultura da banana.

Com a perda do status de "área livre da praga", após a ocorrência da Sigatoka Negra nos municípios de Parati e Angra dos Reis, no Sul fluminense, a medida busca evitar a disseminação do fungo Mycosphaerella fijiensis para outras áreas onde ainda não foi detectado.

O coordenador de Defesa Sanitária Vegetal, da secretaria estadual de Agricultura, Renato Machado, informou que barreiras fitossanitárias estão sendo realizadas nas principais rodovias de acesso ao Rio de Janeiro, orientando aos transportadores sobre a entrada em vigor da exigência da PTV.

- As cargas de banana que não apresentem o documento exigido a partir do dia 1° de Setembro serão autuadas, podendo até ser destruídas de acordo com previsto na legislação sanitária - esclareceu ele.

A Sigatoka Negra é a mais grave doença que ataca a bananeira em todo o mundo. Segundo a EMBRAPA, entrou no Brasil em 1998 pelo Estado do Amazonas e hoje está presente em várias unidades do território nacional. A praga atinge também as plantas tropicais da família das helicônias.

Os sintomas iniciais aparecem com estrias de cor marrom café na face inferior da folha, que evoluem para a cor preta. Essas manchas progridem até que toda a folha seja necrosada. Com a fotossíntese reduzida, a planta tem sua capacidade produtiva comprometida, levando a redução do número de pencas, tamanho dos frutos e morte da planta.

Qualquer suspeita de ocorrência da praga deve ser comunicada imediatamente ao Núcleo de Defesa Agropecuária da secretaria estadual de Agricultura, no município. 

EXCLUSIVO Brasil tem alta tecnologia para proteger nossos ovos

Revestimento nanotecnológico melhora qualidade do produto mais consumido pela população.

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O ovo é um alimento muito presente na mesa dos brasileiros. Em 2015, cada habitante consumiu, em média, 191,7 unidades. Porém, trata-se de um alimento perecível e, assim como a carne e produtos hortifrúti, sua vida útil com aproveitamento adequado de nutrientes é limitada.

Por ser perecível, é preciso protegê-lo por meio de refrigeração para evitar a perda de água, reduzindo as trocas gasosas. 

"Essas trocas acarretam, muitas vezes, mudanças físico-químicas, comprometendo a qualidade do alimento e abrindo espaço para contaminação. Por isso buscamos alternativas para melhorar o produto", explica a pesquisadora Helenice Mazzuco, da Embrapa Suínos e Aves, que lidera o projeto Nanovo – Desenvolvimento de Recobrimento Nanoestruturado em ovos comerciais.

O objetivo é desenvolver revestimentos protetores para ovos comerciais a partir da nanotecnologia, área que trabalha com uma unidade de medida minúscula chamada nanômetro, um milhão de vezes menor que um milímetro. A busca é por um revestimento que torne o ovo resistente à quebra e à contaminação, o que permitirá maior tempo de armazenamento, mantendo ainda as características e as propriedades nutritivas internas. "O uso de nanotecnologia, com o desenvolvimento de um filme, pode atender essa proposta garantindo ao consumidor um alimento ainda mais seguro e saudável", comenta a pesquisadora.

No entanto, como saber se a película utilizada será realmente eficaz para tornar a casca mais resistente a impactos? Esse é o desafio enfrentado por Francisco Noé da Fonseca, farmacêutico responsável pelos testes de laboratório dos experimentos. "Não é um método trivial – testar a resistência da casca no controle da qualidade do ovo. Não havia registros claros em trabalhos anteriores", constata o analista do mesmo centro de pesquisa.

Em consulta a pesquisas já desenvolvidas sobre o tema, encontrou referência a um aparelho de análise de ovos com parâmetros para medição da resistência da casca. No Rio Grande do Sul, ele conheceu pessoalmente o aparelho do tipo prensa, dotado de um braço mecânico, e logo percebeu a semelhança com outro, o texturômetro, aparelho que mede a intensidade da força suportada por diferentes produtos. Na Embrapa Suínos e Aves, é usado em testes de ossos e carnes para avaliação da alteração da estrutura corpórea dos animais.
Noé precisou desenvolver um suporte próprio para o encaixe dos ovos: "Nunca havia se pensado em fazer esse tipo de análise com o texturômetro. Como eu vi a máquina no Rio Grande do Sul, que se baseia no mesmo princípio da que temos aqui, pensei: por que não tentar uma adaptação?".

Com o aparelho pronto, uma metodologia de trabalho foi estabelecida: coleta e seleção dos ovos, lavagem e ovoscopia – procedimento visual para detectar trincas na casca. "Precisamos dos ovos de maneira mais integral, porque se ele se rompe totalmente invalida os próximos passos e a cada uso tínhamos que fazer a limpeza do local", explica o analista. Isso porque o objetivo é analisar a trinca no ovo e não necessariamente quebrá-lo. Mais de 600 ovos passaram pela análise em dez experimentos diferentes.

Já com os testes em andamento, a fase de aplicação da solução de revestimento precisou ser alterada. No processamento industrial, os ovos são colocados em uma esteira e seguem até uma câmara onde o filme é aplicado por spray. Uma vez que não é possível reproduzir essa máquina em laboratório, a aplicação era feita com um spray manual. Em um experimento com ovos castanhos, Noé percebeu que eles não estavam recobertos uniformemente: "Eu havia feito vários testes com ovos brancos, mas só quando usei os castanhos foi possível visualizar que a aplicação não estava regular."

A saída foi adotar o método de imersão dos produtos na formulação, como descrito em outros trabalhos científicos. "Usei arame para fazer um suporte para imergir o ovo na solução". Os resultados comprovaram os benefícios da alteração do método: "Até aquele momento, eu não estava registrando variações significativas, provavelmente devido à falha no revestimento. Agora há maiores variações, certamente consequência da deposição adequada do filme", informa o responsável pelos testes.

Qualidade do ovo

A análise do ovo é feita com base em padrões de sua qualidade interna – a clara deve ser espessa e, por isso, não se espalhar demais quando o ovo é quebrado, e a gema deve estar bem firme e arredondada. Noé explica que à medida que o ovo vai se degradando, ele perde essas características.

Em relação à composição da casca, ela pode ser alterada por meio da alimentação das aves – quanto mais bem nutridas, mais cálcio conseguem depositar na casca. "Mas existe um limite biológico", alerta Noé. "Chega um momento em que, por mais que o produtor aumente a quantidade de nutrientes para as galinhas, elas não vão depositar mais cálcio nos ovos. Não é uma relação infinitamente proporcional", completa. Portanto, a melhoria da resistência mecânica da casca do ovo tem que vir por outros caminhos. "Queremos atuar em três frentes: resistência mecânica, proteção microbiológica e qualidade interna do ovo, sendo as duas últimas consequências de modificações feitas na superfície", completa.

Esse incremento pode trazer benefícios para a indústria, pois ocorrem muitas perdas durante o transporte do produto, principalmente quando se pensa em atender mercados externos. Para o consumidor, o ganho é relativo à qualidade do produto, visto que uma casca que reduza as trocas gasosas do interior com o exterior permitirá melhor conservação das qualidades nutricionais.

Descobertas do processo

Por meio dos testes, foi possível fazer algumas observações em relação ao revestimento dos ovos. A resistência da casca dos ovos aumentou em cerca de 10% quando utilizadas as formulações nanotecnológicas desenvolvidas pela Embrapa, além da melhoria na sua conservação. No entanto, não foi registrada diferença entre ovos que recebem apenas uma aplicação do revestimento em relação aos que recebem mais de uma. Além disso, em ovos postos no período de pico de produção da ave, entre a 30ª e 40ª semana, quando são naturalmente mais espessas, não houve incremento da qualidade da casca.

Durante quatro semanas, foram analisados ovos com e sem revestimento para avaliação de sua qualidade interna. Os revestidos mantiveram a clara mais íntegra e a gema mais esférica em relação aos não revestidos, praticamente não apresentando degradação.

No estudo da Embrapa, iniciado em março de 2015, diversos recobrimentos estão sendo desenvolvidos e testados, para avaliação das propriedades do produto nanotecnológico. Nessa fase inicial, quatro materiais foram testados e há possibilidade de se estar próximo da formulação ideal. "Encontramos uma solução que apresentou aspectos positivos na resistência à quebra e mostrou-se eficiente para a redução da perda de massa, ou seja, reduziu a perda de água, que é um dos indicadores de qualidade do ovo. Precisamos explorar mais e analisar a qualidade do ovo de maneira mais ampla", finaliza Noé.
Fonte Embrapa Tecnologia