sexta-feira, 29 de abril de 2016

Feira de Flores da CEAGESP terá horário estendido

                 

A partir de 3 de maio, consumidores terão uma hora a mais para visitação e compra de flores no Pavilhão Mercado Livre do Produtor 

 
A tradicional Feira de Flores que acontece no Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP), da Companhia de Entrepostos e ArmazénsGerais de São Paulo (CEAGESP), terá seu horário de encerramento estendido em uma hora, passando de 8h30 para 9h30, todas as terças e sextas-feiras, a partir do dia 3 de maio.

O horário de abertura da Feira de Flores permanece inalterado, ou seja, continua à meia-noite. Com isso, os consumidores terão mais conforto e tempo para realizarem suas compras no Pavilhão Mercado Livre do Produtor (MLP).

A medida não poderia ter vindo em um momento mais propício, já que no dia 8 de maio comemora-se o Dia das Mães e a Feira de Flores é sempre uma excelente oportunidade para encontrar um presente ideal para homenagear as mães.

Marca registrada da CEAGESP, a Feira de Flores do ETSP é a maior do gênero no país. Reúne cerca de mil produtores de flores, plantas, grama e mudas e conta com uma área especial para acessórios e artesanato. Semanalmente, são comercializadas entre 800 e mil toneladas de flores e plantas. Em cada um dos dias em que é realizada, circulam em média de 5 mil a 8 mil pessoas.

Jovens alemães saem na frente contra desperdício de alimentos

                      

Contra desperdício, promovem uso de 'alimentos feios'. Segundo ONU, 795 milhões têm alimentação insuficiente no mundo. 8,5 mil crianças morrem por dia por causas relacionadas com desnutrição.


As 11 milhões de toneladas de alimentos ainda comestíveis que são jogadas no lixo todos os anos na Alemanha incentivaram várias iniciativas no país, muitas a fim de aproveitar os produtos "feios" e perto de estragar. Assista ao vídeo.

Segundo o último relatório do Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, cerca de 795 milhões de pessoas em todo o mundo - quase uma a cada nove - não têm alimentos suficientes para levar uma vida saudável e ativa.

Destas, 3,1 milhões são menores de cinco anos, número que, de acordo com a Ação contra a Fome, representa que 8,5 mil crianças morrem por dia por causas relacionadas com a desnutrição.

Estes dados chegaram há tempo à consciência de pessoas como o berlinense Raphael Fellmer, que no começo de 2012 decidiu criar um sistema de coleta de excedentes que, com o tempo, cresceu e acabou se transformando no portal "foodsharing.de".

Esta iniciativa pôs em contato pessoas interessadas em resgatar "alimentos em um estado não comercializável" e em recuperar excedentes de supermercados, padarias, mercados, restaurantes e casas particulares.

"O objetivo é simples: conscientizar as pessoas sobre a quantidade de comida que é jogada fora e que ainda pode ser aproveitada", explicou Fellmer.

Há três anos, ele e um grupo de pessoas começaram a colocar os alimentos "resgatados" em geladeiras e prateleiras em lugares públicos como em escolas, empresas, igrejas e universidades.

A organização tem na Alemanha, Áustria e Suíça cerca de 350 pontos solidários, nos quais mais de 2,5 mil pontos de venda de comida e milhares de voluntários, previamente registrados, deixam e pegam alimentos para compartilhá-los.

O projeto está se expandindo à Espanha, onde já há duas geladeiras em funcionamento, e também a outros países como Itália e Índia, embora não estivesse isento de alguns impedimentos.

"Em Berlim fecharam uma geladeira porque disseram que não cumpria os requisitos sanitários, mas já foram recolhidas mais de 30 mil assinaturas para reabrí-la. E em Múrcia (Espanha) também houve problemas", admitiu Fellmer.

Em Freiburg, o problema do desperdício de alimentos deu lugar a um movimento reivindicativo que, embora por enquanto só agrupe cerca de 40 estudantes, já ocupou espaço nos principais veículos de imprensa do país.

Conhecidos como "Bänderer", seus membros comem as sobras que outros estudantes deixam nas bandejas da cafeteria da universidade.

"Não é uma questão de dinheiro, é uma forma de reivindicação política", contou ao jornal "Badische Zeitung" Renate Heyberger, vice-presidente da Studentenwerk de Freiburg, encarregada de cuidar da cantina da universidade.

Para este verão, o centro prevê oferecer porções de comida menores.

Frente a esta iniciativa, outros jovens viram uma forma de fazer negócio e mostrar que muitos produtos rechaçados são comestíveis. Eles fazem isso no restaurante "Restlos Glücklich!" ("Feliz sem restos", em tradução livre) em Berlim.

Baseando-se em uma ideia dinamarquesa e graças ao financiamento coletivo, um grupo de amigos abriu neste mês um local que utiliza produtos que muitos estabelecimentos descartam por não cumprirem as normas estéticas.

O restaurante, que espera ter local próprio no próximo mês de junho, abre às sextas-feiras e sábados e elabora seu menu dependendo dos alimentos que recebem.

Salada de cenouras fritas, verduras na grelha, mamão papaia, sopa de batata-doce e gengibre com chips de ervas e um bolo de mirtilos são alguns dos pratos elaborados pelo chef Daniel Roick, de 27 anos.

Com preços que oscilam de 6 euros o prato a 19 euros o menu completo, a arrecadação é destinada a pagar o cozinheiro e os encarregados do restaurante, no qual trabalham vários voluntários.

A administração olha às vezes com receio para estas iniciativas, mas os ministros de Consumo dos estados federados alemães, reunidos em Düsseldorf, reconheceram nesta semana a urgência de dar passos neste sentido.

"Precisamos de uma estratégia nacional para limitar o imenso desperdício de alimentos, e além disso um órgão de coordenação em nível federal", ressaltou em comunicado o presidente rotativo da Conferência de ministros de Consumo, Johannes Remmel.

É necessário agir tanto por razões econômicas e sociais como ambientais, disse ele, após lembrar que, segundo números da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo acabam no lixo.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Laranjas pera e seleta, limão: os produtos mais em conta


                   

Semanalmente, a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta, para você se alimentar bem e economizar mais. Confira a lista dos produtos

PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Melão amarelo, tangerina cravo, caqui rama forte, abacate, figo roxo, carambola, laranja pera, laranja seleta, limão taiti, jaca, coco verde, pimentão verde, abobrinha italiana, gengibre, inhame, mandioca, pepino comum, pepino caipira, abóbora moranga, tomate carmen, berinjela, couve manteiga, rúcula, acelga, nabo, escarola, alface crespa, alface lisa e americana, milho verde, canjica.

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Tangerina ponkam, caju, abacaxi havai, uva rosada, banana nanica, morango comum, laranja lima, lima da pérsia, acerola, graviola, melancia, abobrinha brasileira, pepino japonês, tomate pizzad`oro, abóbora japonesa, abóbora paulista, quiabo liso, pimenta cambuci, pimenta americana, couve-flor, cebolinha e cebola nacional.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Mamão papaia, mamão formosa, manga tommy, uva itália, maçã nacional, maçã importada, pera importada, manga hadem, beterraba, pimentões vermelho e amarelo, batata doce rosada, cenoura, chuchu, ervilha torta, mandioquinha, vagem macarrão, alho porró, beterraba com folha, repolho roxo e verde, espinafre, agrião, brócolis, erva doce, rabanete, coentro, salsa, alho argentino, alho nacional, batata lavada e ovos.

Atacarejos são opção para a crise?

Crise econômica e logística urbana impulsionam os chamados atacarejos, que voltam a ocupar os espaços que normalmente deveriam pertencer aos Ceasas. Consumidores voltaram a comprar por mês ou mais ainda, tentando escapar dos preços altos.
                       

Entre os raros setores que têm comemorado crescimento em meio à instabilidade política e financeira que toma o País, o segmento atacadista voltado ao consumidor final cresceu 15% no ano passado e segue o ritmo em 2016. Grandes marcas do chamado “atacarejo” — como Roldão, Assaí e Atacadão — têm inaugurado mais lojas, aproveitando-se do novo interesse do público AB e da janela deixada aberta por grandes distribuidores na entrega em centros urbanos. Tradicionalmente cauteloso com o marketing, mercado tem investido mais em comunicação visual e na aproximação do pequeno empresário, de ticket médio mais alto que o cliente de supermercados.

O que acontece com o corpo quando você deixa de beber água?

                          

A falta de água no organismo pode provocar diabetes, colesterol alto, problemas digestivos, fadiga entre outros problemas.

Da BBC Mundo

A água fornece nutrientes, entre outras coisas, regula a temperatura e lubrifica os olhos e articulações. Muitos especialistas já afirmaram que grande parte do corpo humano é água. Na verdade o corpo é feito por cerca de 60% de água. Mas nem toda esta água permanece em nosso corpo. Parte dela é eliminada na urina, no suor e até quando respiramos. Por isso beber água suficiente para cobrir estas perdas é fundamental.

Mas o que acontece quando não bebemos o suficiente?

'Centro da sede'
"A água, sendo um solvente universal, fornece nutrientes ao corpo, regula a temperatura corporal e lubrifica os olhos e articulações", disseram Mitchell Moffit e Greggory Brown, do AsapScience, um canal no YouTube especializado em ciência.

Sem água perdemos energia, a pele fica seca e até o humor é afetado.

A educadora Mia Nacamulli explica em uma animação divulgada em uma conferência TED-Ed, voltada para a educação, que quando o corpo se desidrata as terminações nervosas do hipotálamo do cérebro – que estão no que os cientistas chamam de "centro da sede" (OCPTL) – enviam sinais para a liberação de um hormônio antidiurético.

Este hormônio chega até os rins e estimula as aquaporinas, proteínas das membranas das células que podem transportar moléculas de água, permitindo que o sangue retenha mais água no corpo.

Quando isto acontece, a urina fica mais escura e com um cheiro mais forte.

Durante este processo de desidratação também sentiremos menos vontade de urinar e teremos menos saliva.

Também há a possibilidade de sentirmos tonturas porque o cérebro está tentando se adaptar à falta do líquido.

Adaptação
Um cérebro desidratado se contrai devido à falta de água e deve trabalhar mais para conseguir o mesmo resultado que um cérebro bem hidratado.

Além disso, ele também ativa uma série de mecanismos de adaptação para conserguir manter sua atividade apesar da falta do líquido.

A falta de água no organismo pode levar à diabetes, colesterol alto, problemas digestidos e fadiga entre outros

No entando este processo pode continuar durante apenas alguns dias: se você interromper totalmente a ingestão de água, o corpo começará a sofrer com os efeitos mais graves e, no final, vai parar de funcionar.

Deixar de beber água durante dias (desidratação crônica) pode abrir caminho para outros problemas como diabetes, colesterol alto, problemas de pele e digestivos, fadiga e prisão de ventre.

O tempo de sobrevivência sem beber água varia entre três e cinco dias, de acordo com cada pessoa. Mas já foram registrados casos de pessoas que conseguiram sobreviver mais tempo.

Quanto por dia?
A quantidade de água que devemos beber depende do organismo de cada um e do ambiente em que a pessoa vive.

Mas, de acordo com a educadora Mia Nacamulli, o mais recomendável é que os homens bebam entre 2,5 e 3,7 litros por dia e as mulheres, de 2 a 2,7 litros.

Porém também é importante não ultrapassar a quantidade necessária: beber água em excesso pode trazer riscos à saúde segundo os especialistas.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, revelaram em 2015 que a quantidade recomendável de água varia entre quatro e seis copos por dia. Anteriormente era divulgado que eram necessários oito copos de água por dia.

De acordo com os cientistas de Harvard é impossível fazer uma recomendação que sirva para todos: a necessidade de consumo de água depende da dieta, do clima e do nível de atividade física praticada pela pessoa.

As mulheres grávidas ou mães que estão amamentando, as pessoas que fazem mais atividades físicas, as que vivem em um clima quente ou aquelas que estão doentes deveriam, de acordo com o relatório americano, beber mais água.

E, se você for do tipo que não gosta de água, pode consumir líquidos de outra forma: frutas e verduras como o melão ou o pepino têm grandes quantidades de ádgua.

Mas os médicos advertem: não se pode substituir água por refrigerante, "escolha tomar água ao invés de bebidas açucaradas".

Por isso, uma opção apresentada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC), é adicionar uma rodela de lima ou limão para dar mais gosto à água.

Estado fluminense pode decretar falência

                      

Renúncia fiscal para empresas, criada pela então governadora Rosinha Garotinho e continuada por Sérgio Cabral, que antecedeu o governador Luíz Fernando Pezão,  bem como o menor valor do petróleo,  estão ajudando a enterrar o Rio de janeiro.  Se analisarmos pesquisa divulgada neste final de semana, é bom ficar em alerta pois não mostra saída alguma para os próximos meses.  Só vai piorar.

Enquanto a arrecadação de royalties e participações especiais de petróleo no Estado do Rio cresceu 1.800% em valores correntes entre 1999 e 2015, o recolhimento de seu principal tributo, o ICMS, ostenta vigor bem mais discreto. Segundo dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), nesse período, a receita do Rio com ICMS subiu 356% em valores correntes, passando de R$ 7,229 bilhões para R$ 33,033 bilhões. É a menor variação entre os 27 estados e o Distrito Federal.

Os números mostram que o Estado do Rio, nos últimos anos, contou com os bilhões que passou a receber de royalties desde 1999, como resultado da mudança na Lei do Petróleo, passando a adotar uma política tributária de incentivos e pouca atenção à arrecadação do ICMS que, segundo os especialistas, não rendeu os frutos esperados. Em 16 anos, a valores de hoje (atualizados pelo INPC), o estado recebeu R$ 114,9 bilhões em royalties e participações especiais sobre campos de petróleo, segundo dados do InfoRoyalties, base de dados elaborada pela Universidade Candido Mendes em Campos (Ucam-Campos).

Os incentivos tributários criados na última década, por sua vez, ganharam força ano após ano. Somente entre 2008 e 2013, a renúncia fiscal chegou a R$ 32,4 bilhões, destaca estudo feito pela Secretaria de Fazenda do Estado do Rio. Mas, apesar do esforço de atração de novas empresas na última década, a economia do Rio ainda continua dependente do petróleo, que responde atualmente por 33% de seu Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país).

SUBSÍDIOS NA CADEIA DE ÓLEO E GÁS

Essa dependência resiste mesmo à atual crise no setor de petróleo, que derrubou os preços do barril no mercado internacional e reduziu em 40% os royalties obtidos no ano passado, agravando ainda mais a crise fiscal do Rio. A forte retração da indústria petrolífera abala ainda a arrecadação de ICMS: 15,5% da receita fluminense com o tributo vêm do setor.

José Vianna, professor de pós-Graduação em Planejamento Regional e Gestão de Cidades da Universidade Candido Mendes, em Campos, lembra que a renúncia fiscal acabou não compensando, já que hoje o estado sofre com a falta de recursos oriundos do petróleo, agravada ainda com a paralisia do setor decorrente da Operação Lava-Jato. Segundo ele, nem sempre a atração de um grande empreendimento se reflete no aumento de outros serviços ao redor, gerando, assim, mais tributos para os cofres públicos.

— Além disso, o Estado tem um aumento de custos, com o investimento em infraestrutura para atender a um novo empreendimento e para manter essas melhorias. No atual cenário, as políticas de renúncia fiscal precisam ser reavaliadas, ainda mais em um momento de queda no preço do petróleo. O panorama fica ainda pior se levarmos em conta que muitos investimentos subsidiados no Rio nos últimos anos foram polarizados pela cadeia de óleo e gás, como os portos logísticos, o complexo petroquímico, o setor naval e a siderurgia — disse Vianna.

ICMS ZERO POR ATÉ DOIS ANOS

O especialista, no entanto, reconhece que a renúncia é fruto da chamada guerra fiscal dos estados, que baixam os valores do ICMS para atrair empresas. Exemplos não faltam. Em alguns casos, montadoras tiveram ICMS zero por até dois anos e laboratórios de tecnologia tiveram isenção de impostos para a compra de equipamentos. Além disso, 29 municípios oferecem hoje ICMS reduzido — a alíquota chega a 2% dependendo do setor — para ajudar na atração de companhias. 

Ao todo, 51 cidades estão enquadradas na lei que permite a redução e que foi criada em 2005 pela então governadora Rosinha Garotinho e que sofreu adaptações ao longo dos governos de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.

Margarida Gutierrez, professora da UFRJ especializada em finanças públicas, destaca que o efeito das renúncias fiscais sobre a economia pode ser frágil, causando apenas custo aos cofres públicos.

— As desonerações têm que ser embasadas em uma política industrial complexa.

A situação fica mais difícil enquanto as contas ficam cada vez mais dependentes da renda do petróleo, que tem sido muito volátil. Levantamento feito pelo gabinete do deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB-RJ), a pedido do GLOBO, mostra que o peso do ICMS sobre o total arrecadado pelo estado diminuiu nos últimos anos. Em 2002, o ICMS representava 53,49% dos ingressos nos cofres estaduais, que ficaram em R$ 19,2 bilhões naquele ano. A fatia do ICMS na receita caiu conforme o peso dos royalties aumentou. No ponto mais baixo da série histórica, o imposto chegou a responder por 40,5% da receita estadual, em 2013. No ano passado, com a queda do petróleo e a crise no setor, o ICMS voltou a responder por mais da metade da arrecadação, com fatia de 56,7% no orçamento.

O peso dessa dependência aparece nos resultados do ano passado. Considerando a receita efetivamente recebida pelo estado (e não apenas as previsões em orçamento), o volume de ICMS subiu apenas 1,5%, variação bem inferior à inflação do período. Já a receita com royalties despencou 38%. A expectativa para este ano é de nova retração, de 28%, considerando petróleo a US$ 30 o barril e dólar a R$ 4.

R$ 7 BILHÕES EM DÍVIDAS DE EMPRESAS

Para o deputado Luiz Paulo, que é de oposição, faltou ao governo uma estratégia para lidar com a falta de recursos do petróleo:

— Até a Arábia Saudita (maior produtora mundial de petróleo) está fazendo seu dever de casa, com a criação de um fundo soberano, mas o Estado do Rio está inerte.

O governo, no entanto, afirma estar tomando ações para aumentar a receita. Um dos projetos é melhorar a cobrança de impostos devidos por empresas. Em agosto do ano passado, a Secretaria de Fazenda criou um polo de cobrança amigável, responsável por negociar com devedores que reconhecem os débitos, mas não regularizam suas dívidas. A estimativa é que o governo estadual tenha cerca de R$ 7 bilhões a receber. Até agora, 1.600 empresas foram contatadas, e menos de 10% desse montante foi negociado: R$ 615 milhões, em pagamentos à vista e parcelados. A expectativa é que o polo funcione de forma permanente.

Enquanto isso, os incentivos fiscais estão hoje no radar da Alerj, que tem um projeto de lei para suspender os benefícios por dois anos. O projeto, que já recebeu 50 emendas, saiu da pauta de votações para ser reavaliado pelos deputados. Enquanto a proposta não sai do papel, François Bremaeker, do Observatório de Informações Municipais, também critica o volume de renúncias feitas pelo estado. Segundo ele, muitos benefícios são concedidos a setores que não são economicamente rentáveis.

— Com a crise econômica e a dos royalties, não resta dúvida que as renúncias fiscais atrapalham. E isso agrava o quadro fiscal atual do Rio — destaca Bremaeker.

Nos últimos meses, a crise fiscal se aprofundou de tal forma que o governo estadual atrasou o pagamento de funcionários públicos e deixou de pagar, este mês, a aposentadoria de servidores públicos com salários acima de R$ 2.000. Ao todo, 137 mil aposentados e pensionistas só devem receber até 12 de maio.

Segundo o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ), que integrou a Comissão de Orçamento na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando era deputado estadual, houve falta de cuidado na concessão de tantos incentivos fiscais no estado nos últimos anos.

— Houve inclusão de municípios sem qualquer análise. Houve falta de responsabilidade, que foi disfarçada por conta da bonança dos royalties do petróleo. Hoje, o Rio colhe os frutos do atual quadro fiscal, pois não houve um cuidado para se preparar para uma mudança de cenário, como a que ocorre hoje. Era preciso analisar os setores que seriam razoáveis para receber benefícios. E a situação hoje ainda é pior porque os royalties sempre foram usados para o pagamento de despesas e de aposentadorias, quando deveriam ser usados apenas na diversificação da economia — destacou Molon

Fonte Extra/Globo

Rio tem uma radiografia amarga do consumo

                      
  

Pesquisa mostra que 80% dos cariocas cortam despesas e quase metade complementa a renda.


Oito em cada dez cariocas deixaram de comprar algo ou fazer uma atividade, este ano, devido à crise econômica. Ainda assim, também oito em cada dez moradores do Rio têm a sensação de que estão gastando mais do que nos anos anteriores. Esses são alguns dados mostrados na pesquisa “O carioca e a crise econômica”, realizada pela Unicarioca no mês passado.

— O que mais chama a atenção é que, apesar de toda a crise, o carioca não tem por hábito fazer nenhum tipo de planejamento e, muitas vezes, em função disso, ele tem dificuldade para pagar as contas, para aproveitar melhor o seu orçamento — explica Jalme Pereira, coordenador do Laboratório de Pesquisas do centro universitário, referindo-se aos 74% dos entrevistados que disseram não ter planejado as finanças para 2016.

A sondagem também mostra que 42% dos cariocas têm alguma atividade extra para complementar a renda. Em breve, a assistente administrativo Sandra Silva, de 48 anos, vai fazer parte dessa estatística. A moradora do Irajá, na Zona Norte, fez um curso de trançado com fita em chinelo na papelaria Caçula para fazer uma grana extra:

— Lá em casa, somos cinco: eu, meu marido e mais três adolescentes. Cada um está fazendo uma coisa para complementar a renda. A minha ideia é fazer os chinelos e vender para as amigas, as vizinhas...

Alberto de Freitas, professor de Artesanato na Caçula, conta que os cursos têm registrado aumento na procura, devido à crise econômica. E exemplifica o quanto o aluno pode ganhar com os produtos:

— O chinelo aqui custa R$ 14. Com ele pronto, o gasto chega a uns R$ 16. E o aluno pode vender até por R$ 40.

O consultor financeiro André Braga avalia que a renda extra pode ser vista sob duas óticas: como uma correção de rumo, para os que não se planejaram; ou, por outro lado, como uma chance de crescer um momento de adversidade:

— Neste caso, o planejamento será o diferencial. Quem fizer, vai chegar mais longe.

Outro dado moistrado pela pesquisa é que 46,8% dos entrevistados disseram que estão comprando menos carnes. Braga chama a atenção para esse e outros efeitos perversos da inflação, especialmente para o carioca:

— Uma verdade sobre a inflação é a seguinte: Você acorda mais pobre a cada dia que passa! Esse é um dos seus efeitos mais cruéis e silenciosos sobre o padrão de vida da população. Nos últimos anos, o carioca, sobretudo, viveu os efeitos de uma alta de preços mais acentuada do que em outras cidades. O Rio ficou caro. E, na falta de alternativa para elevar a renda, só resta como opção cortar os gastos. Um registro triste de como nós estamos assolados pela escassez é chegarmos ao ponto de aceitarque comer carne é uma conquista ou que esta é um item supérfluo. Mas, em nosso país, é a maispura realidade.
Fonte Extra