sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Produção de laranja aquece economia do Noroeste Fluminense

São José de Ubá, tradicional produtor de tomate, aposta na citricultura com apoio de programas do governo do estado.

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Quem compra laranja em feiras e supermercados do interior nem imagina que muitas delas vêm de um local improvável até bem pouco tempo. É que o município de São José de Ubá, no Noroeste Fluminense, conhecido como a “terra do tomate”, está se firmando como um novo polo de produção de laranja, com safra anual média de 500 toneladas. A diversificação de cultivo é o resultado de investimentos promovidos por programas da secretaria estadual de Agricultura, como o Rio Rural e o Frutificar.

O produtor Carlos Roberto Marinho, da microbacia Santa Maria, está na quarta colheita de laranja das variedades Folha Murcha, Natal e Valência, de sabor mais adocicado, tradicionalmente consumidas in natura.

- Pouca gente acreditava que daria certo esse plantio em Ubá. Me sinto satisfeito por ter acreditado -revela ele.

Com o Frutificar, programa estadual que concede crédito a juros baixos para investimentos em fruticultura, Marinho investiu R$ 50 mil reais no plantio de 1.200 pés. No terceiro ano, começou a pagar o empréstimo com a venda da primeira safra, que vai de junho a outubro. Com a quitação do investimento no ano que vem, ele pretende triplicar a área plantada.

O produtor também trabalha com pecuária de corte e produção de leite, mas afirma que a laranja possui o melhor custo-benefício de todos, além de ter preço estável e grande procura no mercado. A aceitação na região foi tão grande que os comerciantes vão até a propriedade escolher a encomenda, o que traz duas vantagens ao produtor: economia com transporte e de tempo também.

Para gerar melhor aproveitamento da lavoura, que possui um bom espaçamento, o cultivo é consorciado com pastagem. Por isso, entre as linhas de pés de laranja há uma área delimitada para a circulação de gado, que se alimenta do capim crescido nessa espécie de corredor. Sem os animais, a área ficaria ociosa e o solo, desprotegido.

União de esforços

A integração dos programas agrícolas governamentais permite que os produtores rurais consigam estruturar melhor o processo produtivo, pois cada incentivo prioriza ações específicas.

- Nossa intenção é que os produtores desenvolvam uma grande capacidade gestora e aproveitem bem os recursos disponibilizados. Uma das metas é a geração de empregos no campo, resultado direto do crescimento da produtividade - explica o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo.

 Carlos Roberto Marinho afirma que o Frutificar foi importante para garantir o plantio, enquanto o Rio Rural contribuiu para a produção de água, uma vez que o produtor implantou o subprojeto de proteção de nascentes, responsável pela melhor absorção da água de chuva no solo.

 - A proteção da nascente é boa por dois motivos: preserva o meio ambiente e nos dá garantia de água para irrigação - enfatiza Marinho.

No caso do produtor Antônio Cléber de Oliveira, da microbacia Córrego do Colosso, o Rio Rural ajudou na aquisição de caixas agrícolas, usadas para transportar alimentos. O material foi obtido por meio de suprojeto grupal.

- Os custos de produção caíram quando ganhamos as caixas, que antes eram alugadas. Isso aumenta meu lucro na hora de vender as laranjas - afirma o agricultor que cultivou tomate e pimentão por mais de trinta anos. Hoje, Oliveira vive somente da citricultura e fornece frutas para o banco de alimentos e mercados de cidades vizinhas.

Histórico

 As primeiras lavouras de laranja incentivadas pelo Frutificar em São José de Ubá foram formadas há seis anos, na intenção de que os agricultores locais diminuíssem a dependência da cultura do tomate, que apresenta preço instável no mercado. Instituições parceiras como o Sebrae/RJ e a Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan) ficaram responsáveis pela contratação de consultores agrícolas, que fazem o acompanhamento dos laranjais.

 - Os resultados de Ubá superaram nossas expectativas. Quinze propriedades conduzem muito bem a produção e temos outros produtores interessados no segmento. O clima quente da região ajuda no cultivo - conclui o técnico do Programa Frutificar, Denilson Caetano.

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