quinta-feira, 12 de maio de 2016

Doce mel do Norte fluminense

Kit apicultura do Programa Rio Rural, da Secretaria Estadual de Agricultura do Rio de Janeiro, promove expansão da atividade e conservação ao redor do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que atinge três municípios e que vem atraindo mais adeptos.


           
Quem observa a mata tranquila ao redor do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, nos municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã, no Norte Fluminense, não imagina o potencial econômico que a área possui. Com incentivos do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, apicultores estão colocando Quissamã na rota de produção de mel no interior do estado.
- Quando comprei meu terreno, não tinha ideia clara do que fazer para gerar renda. Mas havia uma certeza: queria lutar pela preservação da natureza no parque. Com a apicultura, isso é possível - revela o produtor Antônio Batista Pessanha, da microbacia Brejo da Piedade.

Pessanha, que também é biólogo e trabalha no Horto Municipal de Quissamã, confessa que, inicialmente, havia cogitado a hipótese de criar um percurso de trilha ecológica em sua propriedade, a fim de atrair turistas. No entanto, ao conhecer o trabalho do Rio Rural, percebeu que poderia apostar na produção de mel, garantindo a sustentabilidade e a geração de renda em suas terras.

Há seis anos, o produtor foi beneficiado com o kit apicultura do Rio Rural, por meio de incentivo no valor de R$ 3 mil. Com o apoio financeiro, Pessanha adquiriu uma centrífuga – equipamento utilizado na extração do mel –, e bandejas (quadros de madeira com tela), onde as abelhas depositam sua produção. Com recursos próprios, complementou o investimento, construindo uma pequena casa de manipulação do mel, onde realiza a decantação do líquido e o envase nas garrafas.

- Gostei da parceria com o Rio Rural não só pela questão financeira. O próprio exercício da atividade vai ajudando a conscientizar sobre a importância da conservação. Vejo que servi de inspiração para outros, pois não destruo o ambiente e ainda tenho rendimento aqui - conta o produtor.

Segundo o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, os incentivos do Rio Rural são oportunidades para que os produtores comecem a transformar sua relação com o meio ambiente em suas unidades de produção.

- Assim como em uma colmeia, o trabalho de cada indivíduo garante a prosperidade de todos que vivem na mesma microbacia. O apoio do programa é o pontapé inicial em um processo evolutivo que envolve o produtor e sua família, mas que também tem grande impacto na qualidade de vida da comunidade, seja através da maior disponibilidade dos recursos naturais ou do estímulo à economia local - completou o secretário.

O exemplo das abelhas: parceria com a natureza

Pesquisadores estimam que as abelhas são responsáveis por 80% da polinização no planeta, ou seja, transportam pólen de uma flor à outra. Por meio desse processo, as flores são fecundadas, desenvolvem sementes e frutos.

Nos Estados Unidos, é comum fruticultores pagarem para receber colônias de abelhas em determinados períodos do ano. Em geral, com a presença delas a vegetação se desenvolve melhor, pois esses insetos polinizam as flores, gerando mais frutos, maiores e melhores. Ao mesmo tempo em que levam o pólen, as abelhas também se beneficiam das flores, pois delas sugam o néctar que, por meio de enzimas, será transformado em mel por algumas espécies.

O exemplo do trabalho em parceria dado pelas abelhas também serviu de inspiração na vida real. Pessanha confessa que havia pesquisado bastante para aprender a trabalhar com os insetos, mas, mesmo assim, ainda tinha receio das ferroadas. Seu vizinho, o produtor José Carlos Rodrigues tinha mais experiência no ramo, mas não dominava técnicas de manejo. Foi então que os dois decidiram trabalhar em conjunto.

- Mudei minha forma de produzir a partir do Rio Rural, quando recebi meu subprojeto. Antes, espremia o mel do favo com as mãos. Hoje eu só uso centrífuga. Não tinha boa estrutura de criação. Agora, produzo e lucro mais - comenta Rodrigues. Somente este ano, a dupla já produziu quase 200 litros de mel, vendido diretamente ao consumidor. A ideia é ampliar a capacidade produtiva, passando das atuais 30 para 100 colmeias.

Mel da restinga

A apicultura é uma das poucas atividades econômicas viáveis no entorno do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que abrange os municípios de Quissamã, Macaé e Carapebus. Por se tratar de Área de Preservação Permanente (APP), a exploração tem regras bem rígidas.

- Além de a atividade ser sustentável e do mel possuir alto valor agregado, a criação de abelhas é benéfica para o meio ambiente, pois nos ajuda a conservar essa restinga, que é uma das mais bem preservadas do Brasil - salienta Francisco José Rodrigues, técnico executor do Rio Rural na microbacia Brejo da Piedade.

As zonas de apiário costumam ser cercadas para evitar que pessoas estranhas possam ser picadas se não estiverem usando a roupa de proteção. Com o isolamento, o rebanho também não tem acesso à área, propiciando a conservação da mata. Quanto maior a proteção, maior a oferta de alimentação para as abelhas.

A apicultura no meio da restinga também impacta na qualidade do mel.

- Por ser produzido em uma área com vegetação silvestre, o gosto do mel é bem suave e tem boa aceitação. Há grande potencial de crescimento - complementa o técnico do Rio Rural.


Quem observa a mata tranquila ao redor do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, nos municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã, no Norte Fluminense, não imagina o potencial econômico que a área possui. Com incentivos do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, apicultores estão colocando Quissamã na rota de produção de mel no interior do estado.
 
- Quando comprei meu terreno, não tinha ideia clara do que fazer para gerar renda. Mas havia uma certeza: queria lutar pela preservação da natureza no parque. Com a apicultura, isso é possível - revela o produtor Antônio Batista Pessanha, da microbacia Brejo da Piedade.

Pessanha, que também é biólogo e trabalha no Horto Municipal de Quissamã, confessa que, inicialmente, havia cogitado a hipótese de criar um percurso de trilha ecológica em sua propriedade, a fim de atrair turistas. No entanto, ao conhecer o trabalho do Rio Rural, percebeu que poderia apostar na produção de mel, garantindo a sustentabilidade e a geração de renda em suas terras.

Há seis anos, o produtor foi beneficiado com o kit apicultura do Rio Rural, por meio de incentivo no valor de R$ 3 mil. Com o apoio financeiro, Pessanha adquiriu uma centrífuga – equipamento utilizado na extração do mel –, e bandejas (quadros de madeira com tela), onde as abelhas depositam sua produção. Com recursos próprios, complementou o investimento, construindo uma pequena casa de manipulação do mel, onde realiza a decantação do líquido e o envase nas garrafas.

- Gostei da parceria com o Rio Rural não só pela questão financeira. O próprio exercício da atividade vai ajudando a conscientizar sobre a importância da conservação. Vejo que servi de inspiração para outros, pois não destruo o ambiente e ainda tenho rendimento aqui - conta o produtor.

Segundo o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, os incentivos do Rio Rural são oportunidades para que os produtores comecem a transformar sua relação com o meio ambiente em suas unidades de produção.

- Assim como em uma colmeia, o trabalho de cada indivíduo garante a prosperidade de todos que vivem na mesma microbacia. O apoio do programa é o pontapé inicial em um processo evolutivo que envolve o produtor e sua família, mas que também tem grande impacto na qualidade de vida da comunidade, seja através da maior disponibilidade dos recursos naturais ou do estímulo à economia local - completou o secretário.

O exemplo das abelhas: parceria com a natureza

Pesquisadores estimam que as abelhas são responsáveis por 80% da polinização no planeta, ou seja, transportam pólen de uma flor à outra. Por meio desse processo, as flores são fecundadas, desenvolvem sementes e frutos.

Nos Estados Unidos, é comum fruticultores pagarem para receber colônias de abelhas em determinados períodos do ano. Em geral, com a presença delas a vegetação se desenvolve melhor, pois esses insetos polinizam as flores, gerando mais frutos, maiores e melhores. Ao mesmo tempo em que levam o pólen, as abelhas também se beneficiam das flores, pois delas sugam o néctar que, por meio de enzimas, será transformado em mel por algumas espécies.

O exemplo do trabalho em parceria dado pelas abelhas também serviu de inspiração na vida real. Pessanha confessa que havia pesquisado bastante para aprender a trabalhar com os insetos, mas, mesmo assim, ainda tinha receio das ferroadas. Seu vizinho, o produtor José Carlos Rodrigues tinha mais experiência no ramo, mas não dominava técnicas de manejo. Foi então que os dois decidiram trabalhar em conjunto.

- Mudei minha forma de produzir a partir do Rio Rural, quando recebi meu subprojeto. Antes, espremia o mel do favo com as mãos. Hoje eu só uso centrífuga. Não tinha boa estrutura de criação. Agora, produzo e lucro mais - comenta Rodrigues. Somente este ano, a dupla já produziu quase 200 litros de mel, vendido diretamente ao consumidor. A ideia é ampliar a capacidade produtiva, passando das atuais 30 para 100 colmeias.

Mel da restinga

A apicultura é uma das poucas atividades econômicas viáveis no entorno do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que abrange os municípios de Quissamã, Macaé e Carapebus. Por se tratar de Área de Preservação Permanente (APP), a exploração tem regras bem rígidas.

- Além de a atividade ser sustentável e do mel possuir alto valor agregado, a criação de abelhas é benéfica para o meio ambiente, pois nos ajuda a conservar essa restinga, que é uma das mais bem preservadas do Brasil - salienta Francisco José Rodrigues, técnico executor do Rio Rural na microbacia Brejo da Piedade.

As zonas de apiário costumam ser cercadas para evitar que pessoas estranhas possam ser picadas se não estiverem usando a roupa de proteção. Com o isolamento, o rebanho também não tem acesso à área, propiciando a conservação da mata. Quanto maior a proteção, maior a oferta de alimentação para as abelhas.

A apicultura no meio da restinga também impacta na qualidade do mel.

- Por ser produzido em uma área com vegetação silvestre, o gosto do mel é bem suave e tem boa aceitação. Há grande potencial de crescimento - complementa o técnico do Rio Rural.

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