sábado, 13 de fevereiro de 2016

Preços dos alimentos básicos disparam.

                 

Consumidores reduzem compras e trocam até o tempero para fugir da inflação.Tomate sobe 27%, e cebola, 22% no mês. Transporte também pesa no orçamento

Os olhos atentos, a dona de casa Ruth Jacintho, de 80 anos, analisava a couve em suas mãos — vira, revira — até que respirou fundo e, triste, decidiu deixar a verdura onde estava. Em janeiro, o preço das hortaliças aumentou 7,8%, acumulando um total de 22,91% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE.

— Estou tendo que diminuir a compra de verduras, porque itens como o alho, que também está caríssimo, não têm como cortar. Já imaginou feijão sem alho? — reclama a dona de casa, que destacou também a alta de R$ 4,90 para R$ 14,90 no preço da vagem em uma semana.

Prestes a completar as bodas de diamantes (60 anos de casamento), ela e o marido, o aposentado Nilton Jacintho, de 79 anos, vão juntos à feira toda semana. Enquanto ela falava, Jacintho observava silenciosamente. Até que decidiu revelar a receita do casal para lidar com a crise:

— O preço sobe, o preço cai… O importante é que a gente vive com muito amor.

O otimismo do casal é necessário para lidar com o alto preço dos alimentos, tão comuns à mesa dos brasileiros. Hortaliças, tomate, cenoura e batata foram os principais responsáveis pelo aumento da inflação no mês de janeiro, que fechou em 1,27% — 0,31 ponto percentual acima da taxa registrada em dezembro.

A alta acertou em cheio o bolso do consumidor, que percebe as mudanças de preços a cada visita às feiras e aos hortifrutis da cidade. Para o desenhista Pedro Bella, de 50 anos, a solução foi reduzir as compras:

— A gente acha que tem que sair menos, comer menos na rua, mas o problema é que a inflação está atingindo coisas básicas. De pouquinho em pouquinho, o prejuízo é muito grande. Agora, em vez de pensar em “banquetes”, temos que comer o essencial para manter o corpo funcionando.

O tempero também está prejudicado. A cebola teve uma alta, apenas em janeiro, de 22,05%, e o alho, de 10,81%. Para contornar esse salto, a corretora de seguros Andréa Veiga, de 44 anos, decidiu improvisar:

— Troquei o tempero lá de casa. Agora, é só sal e limão.

A troca foi bem pensada, já que o sal teve queda de 0,79% em janeiro, e o limão, um recuo de 20,19% nesse período.

— Em 24 horas, tudo muda! Vim ontem aqui, e estava um preço. Agora, está impossível! Em vez de salada, a família vai ter que se contentar com um “cheiro” de tomate — brinca Andréa, se referindo às hortaliças e ao tomate, produto com a segunda maior alta do mês: 27,27%.


Fonte; Globo.

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