sábado, 13 de fevereiro de 2016

Balanço de preços no atacado

                  

Índice da Ceagesp registra alta de 14,31% em 2015

Mesmo com queda de 0,62% dos preços em dezembro, indicador registra em 2015 elevação acima da inflação oficial de 10,67%. Entre dezembro do ano passado e janeiro desse ano, o abacate ( 92,2%), limão Tahiti ( 74,6%) e o tomate (72,3%) lideram os aumentos de preços, entre outros produtos.  Veja análise feita pela central de abastecimento paulista, a maior da América Latina.

O ano de 2015 foi bastante complicado para o abastecimento de hortifrutícolas. Escassez de água, alta do dólar, greve de caminhoneiros, temperaturas elevadas, excesso de chuvas nas regiões produtoras, entre outros aspectos, prejudicaram o planejamento, a qualidade e a quantidade ofertada de hortifrutícolas ao longo do ano. O resultado não poderia ser outro: Aumento real de 3,64% nos preços praticados em 2015 e elevação em todos os setores.

Logo no início de 2015, produtores das regiões abastecidas pelo Alto Tietê e Cantareira em São Paulo viveram um dilema em relação ao investimento na produção em razão da restrição de água para irrigação. Assim, além das habituais condições climáticas adversas deste período, houve diminuição da produção, acarretando elevações mais acentuadas nos preços do primeiro bimestre, principalmente nos setores de legumes e verduras.

A variação cambial também influenciou o volume ofertado e os preços praticados, principalmente no setor de frutas, onde os importados representam cerca de 20% do total comercializado. O dólar mais elevado faz diminuir o volume de importações e majora os preços. Com a queda do Real, o produto nacional fica mais competitivo, assim, elevam-se as exportações. Ambas as situações refletiram em queda do volume ofertado do produto nacional do mercado interno.

Principais altas no comparativo janeiro x dezembro:
Frutas: abacate (92,2%), limão taiti (74,6%), manga palmer (61,7%) e pera estrangeira william’s (58,5%); Legumes: tomate (72,3%), abobrinha italiana (65,8%), ervilha torta (40,9%) e beterraba (39,5%); Verduras: couve-flor (41,9%), salsa (37,4%) e milho verde (31,4%); Diversos: cebola nacional (86%), alho (39,6%) e batata comum (22,5%); Pescados: camarão (22,6%), lula (18,9%) e anchovas (11,1%).

Principais quedas no comparativo janeiro x dezembro:
Frutas: laranja lima (-40,4%), banana maçã (-21,7%), figo (-17,2%) e melão amarelo (-10,8%); Legumes: chuchu (-47,1%) e mandioca (-15,9%); Verduras: alface lisa (-19,9%), alface crespa (-18,2%), couve (-15,7%) e rúcula hidropônica (-14,9%); Diversos: canjica (-15,7%) e milho pipoca (-8%); Pescados: pescada (-30,3%), polvo (-27,4%) curimbatá (-21,9%) e corvina (-12,5%).
- Tendência do Índice

As chuvas no segundo semestre, que melhoraram o nível das represas no sul e sudeste, foram as mesmas que trouxeram diversos transtornos aos produtores rurais. Assim, as altas de preços, tradicionais nos períodos de verão, foram antecipadas e tiveram seu ápice durante os meses de outubro e novembro, períodos que historicamente registram redução dos preços praticados.

Produtos com grande representatividade como tomate, batata, cebola, entre outros, registraram aumentos expressivos. A cebola, por exemplo, apesar das inúmeras tentativas de recompor a oferta interna, através da importação procedente da Argentina, Holanda, Espanha, entre outros países, permaneceu com preços elevados durante praticamente todo o ano de 2015.

O primeiro trimestre do ano tem como principais características as frequentes chuvas e as altas temperaturas, situações altamente prejudiciais para a produção de hortaliças, notadamente as mais sensíveis. Portanto, legumes e verduras deverão apresentar problemas na qualidade e diminuição do volume ofertado neste início de 2016.

A procura por alimentação mais leve e saudável também se intensifica neste período. E justamente os produtos mais procurados são os que mais sofrem os efeitos negativos das condições climáticas. Desta forma, somente em meados de março os preços deverão voltar aos patamares habituais e satisfatórios para os consumidores. Até lá, o consumidor deve consumir os produtos em safra e substituir os mais sensíveis por raízes e tubérculos, normalmente, mais resistentes.

O lado positivo neste ano é que não há o temor, a curto e médio prazo, de escassez de água para irrigação. Assim, ao contrário de 2015, produtores de todo o país e, principalmente, da região sudeste poderão planejar e investir na produção sem o receio de escassez de água para irrigação.

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