terça-feira, 10 de novembro de 2015

Água de reuso para salvar produção no Rio

                     
                          
                          

Medida é incentivada pelo governo estadual. Pesagro, ligada à Secretaria de Agricultura, avalia utilização de água de reuso em plantação de limão em Cachoeiras de Macacu. Experimento com a fruta busca alternativas para minimizar efeitos da escassez hídrica e poderá ser ampliado para outras lavouras.

Em tempos de escassez hídrica, a saída para minimizar os efeitos da falta de água muitas vezes passa por soluções criativas e alternativas. Esse foi o caminho seguido pela família Prohmann, em Papucaia, Cachoeiras de Macacu, ao decidir utilizar água de reúso na agricultura. Orientada pelos pesquisadores da Pesagro-Rio (Empresa de Pesquisa Agropecuária vinculada à secretaria estadual de Agricultura), Júlio Cesar da Silva Monteiro de Barros e Luiz de Moraes Rêgo Filho, iniciou no final de outubro, o plantio de 270 mudas de limão Tahiti, irrigadas com a água.

- Queríamos fazer os experimentos com irrigação agrícola e concluímos que seria ótima oportunidade para o desenvolvimento da pesquisa - contou Arthur Prohmann, presidente de empresa de preservação ambiental, responsável pela construção de estação de tratamento de efluentes (resíduos provenientes de indústrias, esgotos e redes pluviais, que são lançados no meio ambiente), naquele município.

O pesquisador Júlio explicou que estão sendo testadas cultivares de citros e suas adaptabilidades ao ambiente, como parte do Projeto Nossas Frutas. O cultivo do limão nesta área servirá como mais uma unidade para os experimentos.

- Foi proposto à Pesagro o monitoramento para avaliar a reação dessas cultivares de limão quando são irrigadas com água de reúso. Estamos coletando informações para validar a viabilidade de sua utilização em fruteiras, tanto técnica quanto economicamente - acrescentou.

De acordo com Lili Prohmann, filha de Arthur e também ligada ao projeto, a ideia é que a lavoura tenha o cultivo orgânico, sem utilizar nenhum tipo de agrotóxico.

- Aqui, efluentes estão sendo transformados em água tratada que, futuramente, irá irrigar a produção de alimentos orgânicos - explicou ela.

Inicialmente, o projeto da família era diminuir o impacto da estiagem no município. Para isso adquiriu um terreno de 9 hectares, onde foi construída a estação de tratamento de efluentes. O trabalho consiste em livrar o meio ambiente de resíduos poluentes, coletando e transportando, com segurança, detritos oriundos de perfurações de obras do metrô do Rio, por exemplo, de indústrias e de outras atividades. Ao chegar na estação, a água é retida dos efluentes e tratada até o polimento final. Cerca de 10% desse volume vai para a irrigação de plantações e o restante da água tratada é lançado no Rio Macacu, contribuindo para a sua despoluição.

De acordo com Arthur Prohmann, quando contou aos vizinhos que trabalharia com um projeto pioneiro no Estado do Rio de Janeiro de água de reúso, ninguém acreditou.

- Hoje, os poços da região estão secando, enquanto nós dispomos de água - concluiu.

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